witch lady

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terça-feira, 15 de janeiro de 2019

Eu












Me deito à sombra
Do teu dedo 
Indicador,
Sem direção, sem noção,
Sem o menor
Pudor.

Estico a alma
Para que caiba,
Para que a cambraia
Tão delicada
À luz do sol
Não resseque.

Rolo tranquila
Na indiferença
Das tuas pupilas.
Deito a cabeça
Entre teus cílios
Desço na lágrima
Distraída.

Eu sou vapor
Que o sol carrega
Transforma em nuvem
E faz cair
Sobre o teu rosto.

Mas sem pensar,
Tu me enxugas...
Algo de mim
Vai se ajeitando
Sem que tu saibas
Entre tuas rugas.





segunda-feira, 14 de janeiro de 2019

O Exercício do Desapego







No meio da tarde de domingo, olhando o canal de TV que meu marido assistia, um programa me chamou a atenção. Eu mesma, há tempos não assisto mais TV, mas a tela mostrava uma artista muito famosa nos anos setenta e oitenta, a cantora Perla. Sentei-me por curiosidade, e comecei a assistir. O apresentador estava na casa da cantora, agora uma mulher idosa. As fotografias nas paredes a mostravam no auge de sua carreira, uma moça linda e atraente, de longos cabelos, corpo escultural e muito brilho no olhar. Durante a reportagem, flashes de sua carreira de cantora e de sua bela voz.

Sobre a mobília de sua casa atual, vários troféus, medalhas e prêmios que ela havia conquistado devido ao seu talento. Tudo empoeirado, desorganizado e sujo.

Era uma bela casa, espaçosa e de pé direito alto. Mas totalmente decaída. A casa da cantora tornara-se um depósito no qual ela acumulava suas frustrações, e ao invés de ressaltar seu sucesso e a pessoa que ela fora, mostrava apenas sua decadência: havia roupas espalhadas em todos os cantos, objetos quebrados, sujeira e acúmulo de papéis e de coisas inúteis. O jardim, antes tão bonito, estava cheio de mato e plantas mortas. A piscina era um depósito de água suja e cheia de lodo. Perla tornara-se uma acumuladora compulsiva.

A proposta do programa era resgatar a imagem da cantora. Assim, a equipe contratou uma psicóloga e uma equipe de organizadoras profissionais, que limparam a casa, a piscina e o jardim de Perla, reorganizando o espaço, tornando possível a vivência saudável, enquanto a mesma era encaminhada a tratamentos de beleza e dentário. Ganhou até mesmo um alongamento de cabelos, já que cortara os seus bem curtos.

O tempo todo, ela parecia envergonhada e inventava mil desculpas para  justificar o estado em que a casa se encontrava: o braço que havia sido quebrado há alguns anos e que não permitia que ela fizesse a limpeza, as ‘muitas viagens’ que faziam com que ela, por questão de praticidade, mantivesse as roupas jogadas sobre sofás, camas e até no chão, o fato de ter sido roubada por pessoas que tinham ido ali para cuidar dela e várias outras desculpas.

No final do programa, o apresentador mostra a imagem da cantora recuperada, as longas madeixas e o sorriso restabelecidos, a casa limpa e arrumada. A filha da cantora dá um depoimento dizendo que sempre tentava fazer aquilo, mas que não tinha permissão da mãe, e que após a repercussão do programa, já tinha recebido vários telefonemas de pessoas querendo contratar shows de Perla.

O programa me deixou pensativa... quando chegamos aqui, temos a nossa juventude, vigor e beleza, e o mundo parece estar aos nossos pés. Sonhamos alto, lutamos pelas nossas conquistas e estamos cercados de pessoas ‘amigas’ que desejam desfrutar da nossa companhia e daquilo que ela pode lhes proporcionar. Pensei o quanto deve ser difícil, para alguém famoso, bonito e rico, desapegar-se da sua imagem ao começar a envelhecer e ver que os convites diminuíram e que as luzes da ribalta começam a se apagar aos poucos.

A vida após os quarenta deve ser um exercício de desapego. É claro que ainda podemos sonhar e realizar muitas coisas, mas precisamos admitir que já não somos os mesmos, e que se não deixarmos certas coisas irem embora, nos tornaremos escravos de lembranças e de falsas autoimagens. Aos quarenta anos de idade, nos damos conta de que os amigos começam a adoecer e morrer, ou os divórcios acontecem; estamos nos encaminhando para a decadência física, que chega tão aos pouquinhos, que nem notamos direito, mas de repente, nos vemos ofegantes ao subirmos uma escada ou ladeira, e torna-se muito mais difícil perder os quilos acumulados durante as férias. Os cabelos começam a embranquecer de verdade, e o colesterol sobe na mesma proporção que o metabolismo diminui. Já somos chamados de senhores e senhoras pelos mais jovens. Vestimos certas roupas e notamos que já não nos caem bem. Começamos a pensar seriamente em aposentadoria pela primeira vez.

Envelhecer com sabedoria significa deixar ir; precisamos deixar irem as pessoas mais importantes de nossas vidas – avós, pais, etc... e percebermos que não somos mais jovens, e que precisamos passar por uma transição interna de aceitação desta condição e também de amadurecimento. Que continuemos nos cuidando, mas sem desejar manter a juventude a qualquer custo, pois isso será frustrante, caro, cansativo e inútil.

Que ao envelhecer eu possa caminhar por um espaço livre de objetos desnecessários; um lugar limpo, confortável, prático e saudável. Que a minha casa esteja totalmente adaptada à minha nova condição. E que o mesmo ocorra com a minha mente. Não quero ter a tal “mente jovem!” Quero ter a mente velha, madura, cheia de experiências que eu possa partilhar com os mais jovens que estejam interessados. Acima de tudo, não quero ser a velhinha bonitinha, a coitadinha, a engraçadinha que todo mundo trata com forçada cortesia como se eu tivesse algum retardamento mental. Quero ser olhada com respeito. Quero que me enxerguem além da minha velhice.

Também não quero me apegar a coisas materiais, como roupas, bibelôs, caixas de fotografias amareladas e comidas por traças, objetos quebrados e excesso de mobília. Minha casa estará livre de tudo isso. Terei plantas, livros e quem sabe, alguns gatos. Se eu conseguir tal feito, estarei feliz.






quinta-feira, 10 de janeiro de 2019

O Caminho do Aprendiz





Para quem ainda não sabe, eu criei um novo blog: O Caminho do Aprendiz. Eis o link:

                                       ocaminhodoaprendiz2.blogspot.com


Neste blog, falo sobre meus estudos do tarôt. O tarôt é um oráculo, e podemos ter alguns insights sobre o que nos aguarda no futuro quando o usamos, já que ao refletirmos sobre nossas ações, acabamos prevendo as consequências destas. Porém, esta não é a principal função do tarôt. A reflexão sobre o nosso momento, a conversa íntima para a qual ele nos convida, pode ser de grande ajuda em momentos difíceis. O tarôt é um instrumento de autoconhecimento e reflexão. Não é um jogo vulgar de adivinhação, embora alguns o tratem como tal.

Meu blog não fala apenas sobre o significado das cartas do tarôt - qualquer pessoa pode adquirir livros sobre isso que as descreverão bem melhor do que eu o faço. Há centenas deles no mercado.  

Além de dar algumas dicas para leitura das cartas conforme venho aprendendo, eu também mostro a minha visão pessoal, e escrevo sobre aquilo que a observação do arcano me inspira. Além disso, há textos para reflexão que eu escrevi (simbolicamente) com meu próprio sangue.

Muitas pessoas ainda têm preconceitos sobre oráculos, pois acreditam que eles podem trazer 'azar', prever coisas funestas das quais não gostaríamos de saber ou atrair 'maus espíritos.' Bem, isso realmente acontece... em filmes de terror! Tudo é energia e intenção. Quando se age respaldado por boas intenções, obtemos bons resultados. Mas quem procura ajuda espiritual a fim de prejudicar pessoas, saber de coisas que não deveria ou obter vantagens que não obteria de forma natural, estará atraindo para si péssimas energias. Não é o caso do meu blog!

Convido-os a visitar e seguir O Caminho do Aprendiz. Garanto que vão gostar. 

Desde já, agradeço.




terça-feira, 8 de janeiro de 2019

CAMINHOS QUE SE CRUZAM








Acredito na importância dos caminhos que se cruzam e dos aprendizados que são trocados nessas paradas. Agradeço profundamente a Deus por todas as pessoas que passaram, passam e passarão na minha vida, mesmo aquelas que me causam dores, pois através delas eu aprendi muito mais sobre mim mesma e sobre a vida do que aprendi nos relacionamentos felizes.

Há muitas coisas que ainda preciso aprender, mas dentre as que já aprendi e que acho muito importantes para mim, são:

-Não mentir. Ser o mais verdadeira possível em minhas escolhas, no meu falar e no meu proceder. Assim, mesmo que eu cometa erros, não serão erros propositais.

-Ser consistente naquilo que prego aos outros e naquilo que eu faço.

-Não insistir nos erros. Acho que o que causa mais sofrimento, é não admitir erros e continuar a insistir em situações complicadas demais, pois as pessoas são como são, e nossos 'santos' batem com os delas ou não. Caso não batam, agradecer a Deus pela convivência e ir em paz, desejando-lhes sinceramente o bem. 
Para mim, respeitar o espaço e a casa alheios, sem forçar minha presença onde eu sinto não ser bem-vinda, é essencial.

-Não agir diferentemente do meu discurso. Certa vez, uma mulher procurou por Gandhi; ela queria que ele a ajudasse a fazer seu filho deixar de comer açúcar. Ele pediu a ela que voltasse algum tempo depois, e durante esse tempo, ele aprendeu a deixar de comer açúcar, pois não queria ser controverso naquilo que precisava ensinar.

Sentir-me bem é fundamental, pois a vida é muito curta. Quero que todo mundo se sinta bem também. Desejo que todo mundo seja feliz.







quarta-feira, 2 de janeiro de 2019

Lindas Imagens



Esta imagem é de uma montanha que vejo da minha janela e do meu jardim. Ela é chamada de Pedra do Retiro, e é belíssima! Meu marido fez esta foto no último entardecer de 2108. Ao olhar para ela, tenho a impressão de que alguma coisa me dizia que tivemos um ano produtivo, apesar de tudo; restou-nos um lindo entardecer em forma de despedida.

Já as imagens abaixo foram obtidas por mim no dia primeiro de 2019, ao voltar da casa de meus familiares após o almoço de ano novo. Para mim, elas sugerem, além de muita beleza, esperança. Para mim, os arco-íris são sinais de vida nova, renovação, encontro com algo superior.






Espero que eu esteja certa. Feliz 2019 a todos!







terça-feira, 25 de dezembro de 2018

Conheço o Chão Onde Piso







São grossas as minhas solas,
A barra da saia está suja.
Encrustados no tecido
Estão os perfumes mais doces
E a lama nauseabunda;
Conheço o chão onde piso.

Sei precisamente o que
Está depois do horizonte,
Entendo o amanhecer,
As águas dos rios e as pontes.

Eu sei dos besouros afoitos
Pousados em cada moita,
Dos cantos dos passarinhos
E do ruído imperceptível
Do seu pouso silencioso.

Conheço a voz de Baal,
Eu conheço a voz dos homens,
Mas ouço as vozes dos anjos.

A água da fonte passa,
Recolhe a lama das margens,
Toneladas de pedrinhas
E leva na enxurrada.
A água da fonte passa, 
Constrói o limo das pedras,
Proteção aveludada
Que mantém limpas as mágoas
E leva, em deslizes súbitos
Os pés que pisam mais duro
Para o fundo das suas águas.

Conheço o chão onde piso,
E os rostos que cruzam comigo,
E o que os olhos dizem,
O que as bocas não proferem
Mas ferem, mesmo caladas.

Conheço o chão onde piso,
Por isso, meu passo é firme,
E tanto faz, se eu sigo
Sozinha em minha jornada:
O destino que me aguarda
É o mesmo de toda gente;
Daqueles que foram tudo,
Dos que hoje ainda o são
E dos que não são mais nada.




quarta-feira, 12 de dezembro de 2018

TUDO PASSA








O dom do esquecimento
Espera na sala vazia,
Descansa nos versos
De uma poesia
Que verte as mágoas.

Mergulha nas águas
E depois, emerge
Secando na margem
As pontas das asas.

-Tudo passa!
A memória anota
Os acontecimentos
De um jeito só dela,
Pintando com a dor
Uma nova tela.






NAVALHA









O corte foi tão fino,
Que eu mal senti.
Depois, uma linha de sangue
Vermelho incandescente
E quente
Virou cascata.

Na alma remendada,
A extensa cicatriz em relevo
Sobre a pele maculada.





AZUL






Preciso descansar meus olhos
Depois de tudo que eu vi,
E é no azul absoluto,
Na caixa aveludada do céu
Que hei de pousá-los.

Por horas a fio,
Não quero ver mais nada,
Com linhas azuis
Eu vou costurar
A íris rasgada.






Você é um Cachorro!!!








Nunca me iludi a respeito da sua verdadeira natureza: você é um cachorro, e eu soube disso no primeiro momento em que o conheci, naquele primeiro dia, na primeira troca de olhares. As pessoas tentaram me avisar: “Agora que você está finalmente livre para fazer do seu tempo e da sua vida o que bem entender, vai se deixar envolver outra vez por um cachorro desses?”  Porque eu ainda estava me recuperando de um trauma muito grande, relacionado a um outro cachorro que acabara de sair da minha vida, deixando muitas lembranças. 

A gente pensa que após um caminho doloroso, a única saída menos dolorosa é o fim; mas quando o fim chega, nos vemos completamente sós, com um espaço enorme em volta e uma vida inteira para recomeçar, apagando velhas marcas doloridas e guardando nas gavetas do coração tudo aquilo que ficou de bom. Eu estava naquela fase do luto por uma grande perda, e se alguém me olhasse atravessado, esbarrasse em mim ou me dissesse ‘bom dia,’ já era o suficiente para que eu me desmanchasse em lágrimas. Eu estava mesmo naquela fase de andar por uma casa vazia e silenciosa, buscando algo que eu sabia que nunca mais encontraria. 

Então eu vi você. E você fez tudo o que um grande cachorro faria para chamar minha atenção: jogou charme, trocou comigo aquele olhar 43, pegou na minha mão, fez todos os truques que seres como você usam para colocar por terra as defesas das pessoas que desejam dominar. E eu consegui resistir. Mas naquela noite, seus olhos me olhavam na escuridão do quarto, e sua voz me perseguia. Eu tinha sido fisgada, e era irreversível.

E você entrou na minha casa já ‘botando banca’ de proprietário, invadindo tudo, trocando plantas de lugar, eliminando obstáculos e fazendo de cada canto o seu próprio playground. No começo, eu me arrependi: “Ah, eu não quero passar por tudo aquilo de novo!”  Mais tarde, eu soube que você vinha de um relacionamento frustrado e traumático, e percebi que juntos poderíamos conseguir superar o passado. E então eu me entreguei. E quando isso aconteceu, nós nos tornamos inseparáveis. Você tornou-se parte da família. Jamais conseguiu substituir o que se foi, e nem era esse o propósito, mas conseguiu criar seu próprio lugar dentro dos nossos corações. Sem nunca deixar de ter sido um cachorro. E ainda me convenceu a trazer para dentro de minha casa uma companheira para você, que não passa de uma cadela, mas que eu aprendi a amar muito.

E eu jamais sonharia que vocês fossem outra coisa qualquer. Vocês são cachorros, e é isso que me faz amá-los. Vocês não têm nenhum traço de maldade, arrogância, mentira, enfim, são alegria pura misturada às vezes com um pouco de nitroglicerina e muita malandragem. Quando estou desiludida com a atitude das pessoas, nós vamos sentar lá no gramado, e fico observando enquanto vocês brincam, ou perseguem a sombra das borboletas que passam, ou latem para os passarinhos, e de repente, tudo fica muito mais leve, alegre e puro. Acho que inocência contagia. 

Eu jamais faria nada para humanizar vocês. Nunca os levaria a um terapeuta de cães ou treinador que tentasse ensinar-lhes “bons modos” ou truques engraçadinhos para satisfazer o ego humano. Não gosto sequer de colocar lacinhos de fitas ou gravatinhas, embora eles às vezes façam isso nas pet shops. Banhos? Nada dessa coisa de dar banhos toda hora, pois isso não faz parte da natureza de um cão. Vocês são cães, e se eu me distrair, aparece uma poça de xixi no pé da mesa. Vocês fazem buracos no jardim, e há pelos voando pela casa toda. Às vezes, latem durante a noite, e nos acordam. Mas quando é de manhã, eu abro a porta da cozinha e lá estão vocês, cheios de alegria e entusiasmo para começar um novo dia, e isso é absurdamente contagiante!

Uma vez eu li em algum lugar que os cães são felizes porque eles vivem o momento. Desde aquele dia, eu comecei a reparar nisso, e a tentar agir como um cão. Nossa... quanto lixo eu já deixei para trás depois daquilo! E eu sei que ainda há muita coisa canina que eu preciso incorporar na minha vida, como por exemplo, a capacidade enorme que vocês têm de perdoar e esquecer, e estarem sempre prontos para recomeçarem de qualquer ponto da vida, mesmo após maus tratos e traumas que fariam qualquer ser humano tornar-se desconfiado e medroso para sempre. Ainda hei de aprender isso também. 

E quem não compreende o amor entre cães e seus donos, eu aconselho que pelo menos tentem, um dia desses, trocar um olhar profundo com um cão durante algum tempo, e se isso não conseguir abrir seus corações, é sinal de um problema emocional muito profundo. É sinal de que você necessita de um cão o mais rapidamente possível. 
















sábado, 8 de dezembro de 2018

Decisão










Eu fico com o que somos.
Do que fomos, já não resta
Quase nada, a não ser
Marcas de passos no chão,
Perfumes de amanhecer
Ruídos de fim de festa.

Não quero olhar pela fresta
E ver o que está guardado
Nalgum lugar impossível,
Vencido, inacessível,
Porque são fantasmas híbridos
Daquilo que nos restou.

Eu fico com o que somos
Após todos esses anos:
Passos muito mais pesados
Mas bem menos apressados
Pelo chão que conhecemos
Num cenário que mudou.

O teu rosto envelhecido,
Diante do meu, tão marcado;
Olhares que se desvendam.
O resto, é só o passado
Na prateleira esquecido,
Por trás do espelho rachado.






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Wyna, Daqui a Três Estrelas

Este é um post para divulgação do livro de Gabriele Sapio - Wyna, Daqui a Três Estrelas. Trata-se de uma história de ficção científica, cuj...