Me sinto velha. Me sinto com mil anos de idade. Não conheço mais o mundo onde vivo. Eu olho em volta e não me sinto confortável. As coisas mais absurdas são compartilhadas, curtidas, repassadas, exaltadas. O que estava no fundo da lama subiu à superfície, e o que estava imaculado cobriu-se de lama. Somente a menção da palavra “valores,” alguém pode ser apedrejado, ridicularizado e execrado. Qualquer tentativa de diálogo leva sempre à mesma resposta; “Aceite as pessoas como elas são! Facínora! Fascista! Preconceituosa!”
“Burra!”
Caminho por um mundo onde a paisagem é triste, e não me sinto confortável. Às vezes eu decido que eu vou me mudar de vez para o meu mundinho particular, fechar os olhos a tudo que me desagrada e tratar de esquecer que eu faço parte deste mundo, especialmente, deste país. Engulo em seco, ergo a cabeça e vou em frente sem olhar para os lados. Mas de repente... ali na esquina, a verborragia, o absurdo, as afirmações sem qualquer argumentação, a defesa de gente podre que não tem defesa... a “liberdade total” o “viva e deixe viver.” Parece que querem esfregar na cara de todo mundo um estilo de vida que não é para todo mundo. Gritam e carregam cartazes pedindo aceitação, mas não aceitam quem não aceita. Cismam que a melhor forma de acabar com as diferenças, é levando a cama a para rua e obrigando todos a assistirem às suas pornografias.
Se eu quiser assistir pornografia, eu o faço dentro do meu quarto, entre quatro paredes.
Eu pensava que sexo fosse coisa íntima, não coisa ínfima. As camas estão nas ruas, tem gente fazendo sexo nas calçadas e desfilando pelados no meio de crianças, em praças públicas, e chamam isso de arte, liberdade e aceitação da diversidade. Bem, eu concordo com uma coisa: o mundo não é só dos sensatos. Até mesmo os idiotas têm direito à vida. O ridículo, o bizarro, o absurdo, sempre tiveram o seu lugar. Só que esse lugar nunca foi de honra, como acontece nos dias de hoje. De repente, as coisas nas quais eu cresci acreditando serem as certas, os meus valores, as minhas crenças, aquilo que eu aprendi, é massacrado como sendo errado, preconceituoso, ridículo.
Se quiserem me chamar de careta, eu confesso: se ser careta é querer viver em um mundo onde haja respeito, eu sou careta sim. Tem certas coisas que me causam nojo, e nada me fará mudar. Eu não acho que os relacionamentos precisam ser todos poligâmicos. Quem acha, que viva desse jeito, mas não tente obrigar todo mundo a aceitar. Por que exigir que os outros aceitem a forma como eu me relaciono na cama? Seria insegurança? Seria um sinal de que, no fundo, a aceitação alheia ajudaria na minha própria aceitação de mim mesma?
Não, eu não gosto de comunismo. Não concordo com ele. E para mim, essa pregação sobre "igualdade" não passa de uma falácia utópica e inatingível, que foi criada para melhor manipular a opinião dos fracos.
Não, eu não concordo com a descriminalização das drogas. Eu não concordo com a nudez em local público onde haja crianças. Eu não concordo com a doutrinação política e de gênero em escolas. Eu não concordo com o feminismo radical, que diz que existe um estuprador na alma de todo homem.
Eu não concordo com essa fala de quem diz que a menina pode vestir o que quiser, ir aonde quiser, cheirar e beber o que quiser, deitar-se na cama de um homem e depois dizer “não” para ele na última hora. Acredito que as meninas e meninos precisam aprender a agir com responsabilidade e limites. Eu não sou favorável ao aborto como meio anticoncepcional, mas sou favorável ao sexo seguro e responsável.
Eu não concordo com invasão de terras e violência. Eu não concordo com esse sindicalismo podre e aproveitador.
Eu não concordo com violência contra gays, héteros, meninos ou meninas. Eu não concordo com a cura gay à força, mas concordo com o direito de cada um escolher o que acha melhor para si.
Eu não concordo com invasão de terras e violência. Eu não concordo com esse sindicalismo podre e aproveitador.
Eu não concordo com violência contra gays, héteros, meninos ou meninas. Eu não concordo com a cura gay à força, mas concordo com o direito de cada um escolher o que acha melhor para si.
Eu não sou religiosa, nem preconceituosa. Eu não tenho partido político, e não sou moralista. Eu não pretendo definir o que é certo ou errado para ninguém, mas eu sei o que é certo e errado para mim. Eu nasci com esse direito.
E se você não entende, o intolerante é você.