witch lady

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domingo, 15 de janeiro de 2017

Escola de Vida







A fantasia era o sonho de um ano,
Costurada com fios de suor,
Ornada com diamantes de lágrimas,
Bordada com pequenas pedras
De preciosas ilusões
Malogradas.

A vida era levada
Unicamente por causa
Daquele único dia, 
Daquela hora tão sonhada
E abençoada
Na qual ela seria aplaudida
E admirada.

E o resto da vida passava,
Deixando confetes e serpentinas espalhados
Por um chão mal varrido
Coberto com as cores desbotadas
Daquilo que ela nem viu,
Do que poderia ter sido...





sábado, 14 de janeiro de 2017

Para Quem Está Voltando Para a Casa dos Pais - e Para os Pais




Casas são diferentes, pois elas são personalizadas pelas pessoas que nelas vivem. Cada um tem o seu jeitinho de resolver as coisas, suas preferências sobre cores, modelos de móveis, arrumação, horários, jeito de cumprir a rotina. Talvez por isso seja tão difícil para alguém voltar a viver com os pais depois que saiu de casa e aprendeu a organizar-se sozinho. É como se a personalidade, que se expandiu para todos os lados, precisasse ter suas arestas e tentáculos encolhidos ou podados para caber em um ambiente que não é mais o seu. Readaptar-se não é nada fácil...

Já tive a experiência de morar em casas de outras pessoas durante alguns períodos da minha vida. Às vezes, quando viajo, também fico na casa de outra pessoa. Não é nada confortável moldar-se a um ambiente que não é o nosso, principalmente para alguém como eu, que amo minha casa e estou muito acostumada a ter as coisas que eu adoro à minha volta o tempo todo. 

Vivemos tempos de crise e desemprego; algumas pessoas estão voltando a morar com os pais - e às vezes, levam na bagagem a nova família. Conflitos surgem entre sogros, sogras, noras, genros e netos. Muitas vezes, entre pais e filhos. Porque assim como não é nada fácil voltar a morar na casa dos pais, também não é fácil para os pais receber os filhos - que cresceram e mudaram - de volta. 

Porém, esta fase pode ser um período de novas descobertas e autoconhecimento também. Quem sabe, uma oportunidade de tornar-se mais flexível, aceitando melhor os defeitos dos outros e reconhecendo os próprios. Conflitos que vêm à tona podem fortalecer relações, quando a gente sabe lidar com eles. 

Para quem estiver passando por isso, é sempre bom lembrar que:

Se você é quem está voltando a morar com os pais - Lembre-se que a casa não é mais sua, e que você terá que reaprender a respeitar limites, como horários de refeições e de chegar em casa; receber amigos sem permissão, nem pensar! Festinhas devem ser combinadas, e caso surja um 'não' como resposta, relaxe e fique na sua. 

Procure colaborar com a limpeza da casa, fazendo a maior parte do trabalho,  e também com as despesas, quando for possível. Se você não tem condições de pagar algumas contas, pode pelo menos tentar economizar luz, gás, material de limpeza, etc.

 Mantenha limpo o que estiver limpo. Se usar, guarde (e não use sem permissão); se abrir, feche; se acender, apague. Respeite os horários de silêncio. Aprenda a dialogar, e mesmo que você perca a argumentação, respeite e jamais parta para a briga! Lembre-se: você é um hóspede. 

Se houver crianças, explique a elas que terão que ser educadas e que deverão respeitar os donos da casa.

Se você está recebendo alguém de volta em casa - Tenha paciência; afinal, não é nada fácil para ele também. Faça com que ele se sinta bem-vindo, mas lembre-o de que as regras da casa - que é sua - são estabelecidas por você. Porém, ceder de vez em quando é sinal de carinho e respeito. Estabelecer regras é bem diferente de dar ordens.

Não se torne um mandão! Não faça com que seu hóspede se sinta humilhado ou não se sinta querido. Procure administrar conflitos através de diálogos, e não de xingamentos. Lembre-se de que você poderia estar no lugar do seu hóspede, e que talvez um dia, esteja. 

Ajude discretamente, sem alardear o que está fazendo. Ajudar é algo que deve ser feito com humildade. 

Conviver é uma arte difícil, mas se somos colocados juntos, deve ser por algum motivo. Eu creio nisso.





EMILY DICKINSON










Afraid? Of whom am I afraid?
Not Death – for who is He?
The Porter of my Father’s Lodge
As much abasheth me.

Of Life? ‘Twere odd I fear [a] thing
That comprehendeth me
In one or more existences –
At Deity decree –

Of Resurrection? Is the East
Afraid to trust the Morn
With her fastidious forehead?
As soon impeach my Crown!


💓

Ter Medo? De quem terei?
Não da Morte – quem é ela?
O Porteiro de meu Pai
Igualmente me atropela.

Da Vida? Seria cômico
Temer coisa que me inclui
Em uma ou mais existências –
Conforme Deus estatui.

De ressuscitar? O Oriente
Tem medo do Madrugar
Com sua fronte subtil?
Mais me valera abdicar!




I’m Nobody! Who are you?
Are you – Nobody – Too?
Then there’s a pair of us!
Don’t tell! they’d advertise – you know!

How dreary – to be – Somebody!
How public – like a Frog –
To tell one’s name – the livelong June –
To an admiring Bog!

💓

Não sou Ninguém! Quem és tu?
Também – tu não és – Ninguém?
Somos um par – nada digas!
Banir-nos-iam – não sabes?

Mas que horrível – ser-se – Alguém!
Uma Rã que o dia todo –
Coaxa em público o nome
Para quem a admira – o Lodo.










MARES DE PONTAL E PRAIA GRANDE (ARRAIAL DO CABO) - E CABO FRIO














sexta-feira, 6 de janeiro de 2017

The Open Door







One day I will leave,
I think I should,
 I wish I could…

But something keeps me here,
And it’s not the color of your eyes,
Or this arrogant sadness on your stance
That you never care to hide…

I think it’s this old door
That you keep open,
As if you didn’t really care
 That has me trapped at your shoes,
-I do not dare 
To break myself loose…

But one day I will leave,
I think I should,
I wish I could…





Olha Ele Aí!




Dinah Silveira de Queiroz








Trechinhos de Floradas na Serra, de Dinah Silveira de Queiroz, lançado em 1939. Um dos primeiros livros que li na vida:



“Cobria-se a Serra de flores.  Correu primeiro um balbucio de primavera. Seria já a florada?  Botões, aqueles pequenos sinais? No meio dos bosques escondidos entre os montes, o amarelo e o vermelho salpicavam, abriam no verde sorridente espanto. Em lugares mais resguardados, mais favorecidos, em breve surgia a neve florida cobrindo as pereiras e transformando, enriquecendo a paisagem.  E logo também floriam os pessegueiros.  Junto das favelas, nos parques dos sanatórios, rodeando os bangalôs, à beira das águas mansas, a florada em rosa e branco apontou finalmente, luminosa, irreal.

Perto do pequeno lago em que se debruçavam as pereiras alvas, encantadas, o pintor armou o cavalete.  Tocados de primavera, os galhos roçavam a água que reproduzia a fila das árvores. Amarrada à margem a pequena canoa envernizada, vazia, estava juncada de flores que o vento carregara.”



Dinah Silveira de Queiroz



Crônica escrita para o irmão: 

"Pode a gente estar velha e caduca, mas o amor de irmão conserva o seu perfume de infância através dos anos e anos. Aquela confiança que só menino tem, aquela segurança de afeto e crença na perfeição e lealdade do ser amado. Mormente irmãos com pouca diferença de idade, criados na mesma ninhada, juntos e solidários. Em nada se compara amor de irmão com amores de amantes, que em si, já são afetos tão diversos e tormentosos, são amores que consomem e desesperam.

Amor de irmão não tem altos nem baixos, é planície serena, verde pradaria que, se não ostenta orquídeas de paixão, se enfeita sempre com duráveis sempre-vivas. Amor de irmão não duvida nem desconfia, é amor dificilmente vulnerável, uma vez que jamais se desloca para a área perigosa dos outros amores. 

Nada lhe pode suscitar rivais, porque ele é único. Você pode arranjar vinte noivos, dez maridos, cem amantes, mas irmão só tem aquele ou aqueles nascidos em tempo hábil da carne de mãe e pai. Enquanto você tem irmão, você tem uma reserva de intacta meninice."



Frases Prontas








A frase estava pronta, 
O pensamento, não.

Passou rapidamente
Pela minha porta,
As letras arranhando
Um significado
Que o meu pensamento
Notou na contra-mão. 

Deixou ir o sentido,
Mas ficou a razão.

A frase estava pronta,
O pensamento, não.





quinta-feira, 5 de janeiro de 2017

Novas Atrações





A moça é apresentadora de um programa culinário para pessoas saudáveis, antenadas e engajadas nas causas sociais. O entrevistado é um suposto ‘chef’ para pessoas saudáveis, antenadas e engajadas nas causas sociais. Juntos, eles preparam um prato vegano para pessoas saudáveis, antenadas e engajadas nas causas sociais.

Enquanto misturam a uma massa cinzenta de inhame dezenas de temperos que parecem anular os sabores uns dos outros (temperos demais podem arrasar com o sabor de um prato), finalizados com uma quantidade tão absurda de pimenta que faria qualquer um ficar vermelho e soltar fogo pelas ventas, eles conversam.

E ela fala do quanto é bom ser saudável. E ele fala de seu projeto em uma favela, a fim de ajudar aos menos favorecidos a aprender uma profissão. Enquanto isso, ambos passam muito tempo rasgando sedas um ao outro, tecendo tantos elogios que as palavras descem pela tela de TV feito doces arabescos, indo aterrissar no piso da sala, que torna-se melado e grudento de tantas palavras doces e olhares rasos d’água de bondade abnegada.

Ao final ambos desfrutam da papa apimentada de inhame, e pela cara que ela faz (apesar do sorriso amarelo) dá para perceber que a gororoba não é tão boa assim. Daí, ela comenta o quanto é bom estar engajada nas causas sociais, e lá se vão mais algumas palavras adocicadas e cheias de calda de caramelo diet. Ele diz:

“maravilhosa é você!” E ela: “Não, você é mais maravilhoso!”  E arremata: “Ah, como é boa essa sensação de que estamos ajudando os menos favorecidos através do nosso talento!” E quase dá para o espectador enxergar os anjinhos estilo rococó que voam e revoam em volta deles.

Para finalizar, ele oferece a ela um pote de geleia vegana para pessoas saudáveis, antenadas e engajadas nas causas sociais preparada por um de seus alunos; ela faz questão: “Vou provar agora mesmo!” E enquanto as letrinhas dos créditos do programa começam a passar, ela pega uma boa colherada da gororoba e põe sobre um pão que ela mesma fez, mas que acabou virando biscoito, e manda pra dentro. Ela mastiga durante algum tempo. Dá para ver os olhos dela lacrimejarem. Ele indaga: “E então, o que achou?” E ela responde: “Hum... é... é... picante!” e ele cai na gargalhada.

Eu também.





Estrogonofe da Ana







Tem gente que acha um verdadeiro absurdo, mas eu ponho umas coisitas no meu estrogonofe que as pessoas geralmente não põe. Se fica bom? É claro que fica! Pelo menos, eu acho. E as pessoas gentis e educadas que comem, também. 

Para começar, no meu estrogonofe a carne nem é tão importante assim, e ela é picada em pedacinhos minúsculos e utilizada em pouca quantidade. Mas eu sempre coloco bastante champignon. E uma lata de ervilhas. E azeitonas verdes picadas. 

Primeiro, eu deixo a carne dourar com os temperos - uso apenas alho e azeite, pois não gosto muito de cebola e tenho problemas para digerí-la. Depois, coloco mais ou menos um copo de vinho, que pode ser tinto ou branco, e sal à gosto (sempre uso bem pouco sal na minha comida) e deixo refogar; após mais ou menos dez minutos, acrescento um pouco de molho de tomate, as ervilhas e a azeitona verde picada. Deixo refogar mais cinco minutos, e se necessário, acrescento um pouco d'água - pouquinho, para que o molho fique cremoso, e não aguado. Depois, desligo o fogo, coloco o creme de leite e um pouco de ketchup. O ketchup dá um gostinho especial, agridoce. 

Sirvo com arroz branco e batata palha - ou batata sotè. 

Experimentem, e me digam se ficou bom.



terça-feira, 3 de janeiro de 2017

MASSACRES COTIDIANOS






Noite De ano novo. Em Campinas, a família comemora a passagem, todos unidos, e nem sequer suspeitam do que está para acontecer: o ex-marido invade a festa, e munido de arma de fogo, mata doze pessoas da família – inclusive a ex-mulher e o próprio filho. Ninguém pode negar o absurdo do que houve, nem encontrar justificativas para o assassino – que matou-se logo depois de cometer os crimes. 

Mas é claro que não é bem assim.

Ao trocar de canal, passei por uma emissora de notícias na TV a cabo e vi uma dessas esquerdinhas socialistas lamentando a morte... do bandido! Cheia de autoridade, ela declarava que toda história tem dois lados, e que “Infelizmente, não seria mais possível ouvir o lado dele.”  Como se para o que ele fez, houvesse algum tipo de justificativa. Então é assim: todo casal que briga na justiça pela guarda de um filho, deve trucidar as famílias uns dos outros, e aos próprios filhos! Ainda mais quando a justiça afastou o pai, condenando-o a visitas monitoradas por suspeita de abuso sexual à criança. Mesmo assim, a socióloga/psicóloga/defensora dos fracos e oprimidos que nunca receberam amor suficiente, defendia o direito do pai ver a criança até que a acusação de abuso fosse provada definitivamente. Pensei que, em casos de suspeita de abuso, a primeira medida a ser tomada fosse proteger a criança, e não o acusado...

Em São Paulo, o vendedor ambulante conhecido como Índio foi covardemente espancado até a morte ao defender dois gays de dois valentões. Ao serem presos, os dois ‘anjinhos’ diziam que não eram pessoas violentas, apenas perderam a cabeça. E é lógico, há advogados e socialistas de esquerda para defende-los. Os “Direitos Humanos” existem para isso.

Em uma prisão no Amazonas, uma rebelião de presos causada por uma briga entre facções termina com a morte de pelo menos 60 anjinhos e a fuga de outros 87. Lamento pelas famílias destes, mas por eles, de jeito nenhum. Porém, como era de se esperar, já tem gente defendendo os bandidos. Mas quando os 87 que escaparam começarem a matar, estuprar e roubar, ninguém estará lá para defender as suas vítimas. 

Eu acho que prisioneiros tem que trabalhar. Com correntes e bolas de ferro nos pés, tolerância zero e vigilância cerrada, deveriam construir estradas e escolas, trabalhar em lavouras, reformar prédios públicos e quebrar pedras, pagando, desta forma, pela sua ‘estadia’ nas prisões. Ao invés de receberem auxílio cárcere, as famílias dos presos deveriam pagar mensalidades para ajudar a manter seus parentes nas prisões. Caso não pudessem, deveriam ceder algumas horas de suas vidas para executar trabalhos comunitários; afinal, a culpa de seus pimpolhos não terem sido suficientemente educados ou amados, também é deles.
Acho um absurdo que, no mundo moderninho de hoje, as mesmas pessoas que defendem o aborto,  lutam pelos “Direitos humanos” de assassinos, estupradores, serial killers e traficantes. O argumento principal de defesa ao aborto, é: “Sou dona do meu corpo.”

E quem são os donos dos corpos das centenas de pessoas que são assassinadas todos os dias por esses anjinhos mal compreendidos?

 E se fosse a sua filha, a sua mãe, a sua esposa, ou um dos seus irmãos? E se fosse seu melhor amigo?

E se fosse você?





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Este é um post para divulgação do livro de Gabriele Sapio - Wyna, Daqui a Três Estrelas. Trata-se de uma história de ficção científica, cuj...