witch lady

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quarta-feira, 8 de abril de 2015

QUERIA






Queria poder tecer a beleza
Com agulhas de tricô mágicas,
Que desafiassem minha falta de jeito,
Minha falta de dom,
Meu tom pretensioso
(Às vezes jocoso)
De dizer o que digo.

Queria enxergar além,
Para bem dentro do meu umbigo,
Para bem fora das minhas órbitas
Longe e perto de mim,
Pegar no ar a beleza...

-Tristeza!
Pois sei que minhas palavras
Não lavram os campos das almas...
No máximo, semeiam ideias
Que morrem de impacto
Às falésias de minhas falácias.

No final, às traças
O que melhor de mim houver,
Memórias e essências,
Restos da tecitura
De uma obscura mulher.


The Logical Song - Supertramp







The Logical Song
(A canção Lógica)   SUPERTRAMP


When I was young
(quando eu era jovem)
It seemed that life was so wonderful
(Parecia que a vida era tão maravilhosa)
A miracle, oh it was beautiful, magical
(Um milagre, ela era linda, mágica)
And all the birds in the trees
(E todos os pássaros nas árvores)
Well they'd be singing so happily
(Bem, eles cantavam tão felizes)
Oh, joyfully, playfully, watching me
(Tão contentes e brincalhões, me observando)
But then they sent me away
(Mas então eles me mandaram para longe)
To teach me how to be sensible
(Para me ensinar a ser sensato)
Logical, oh responsible, practical
(Lógico, responsável e prático)
And they showed me a world
(Então mostraram-me um mundo)
Where I could be so dependable
(Onde eu poderia ser tão confiável)
Oh, clinical, intellectual, cynical
(Clínico, intelectual, cínico)

There are times when all the world's asleep
(Há horas em que todo o mundo está adormecido)
The questions run too deep
(As questões correm tão profundamente)
For such a simple man
(Para um homem assim tão simples)
Won't you, please, please, tell me what we've learned
(Por favor, por favor, não me dirá o que aprendemos,)
I know it sounds absurd
(Sei que isto soa absurdo)
But please tell me who I am
(Mas por favor, diga-me quem eu sou)

Now watch what you say
(Agora, cuidado com o que diz)
Or they'll be calling you a radical
(Ou chamarão você de radical)
A liberal, oh fanatical, criminal
(Um liberal, fanático, criminoso)
Oh, won't you sign up your name
(Assine seu nome)
We'd like to feel you're
(Gostaríamos de sentir que você é)
Acceptable, respectable, oh presentable, a vegetable
(Aceitável, respeitável, apresentável, um vegetal)

At night when all the world's asleep
(À noite quando todo o mundo está dormindo)
The questions run so deep
(As questões correm tão profundamente)
For such a simple man
(Para um homem assim tão simples)
Won't you please, please tell me what we've learned
(Por favor, por favor diga-me o que aprendemos)
I know it sounds absurd
(Eu sei que isto soa absurdo)
But please tell me who I am
(Mas por favor, me diga quem eu sou)
Who I am, who I am, who I am
(Quem eu sou, quem eu sou, quem eu sou)



terça-feira, 7 de abril de 2015

Gotejando




Choveu muito aqui no domingo, no finalzinho da tarde. Deitada atravessada na cama, enquanto meu marido assistia a algo na TV, eu de repente comecei a prestar atenção nas gotas de água que se formavam nas pontas das telhas e iam engordando até cair. O vento fustigava os galhos do cedro, e passava zumbindo pela greta da janela. Lembrei-me de que, quando eu era pequena, adorava fazer exatamente aquilo quando chovia: deitar na cama e ficar olhando as gotas caindo das telhas, o céu de chumbo por trás. O pensamento vai longe... quando nos damos conta, ele está muito além das gotas, e as memórias é que começam a engordar e cair.

Passei pelo tempo. O telhado é outro, a casa é outra, minha aparência é outra -estou bem mais velha. Mas a chuva é a mesma: é a água que evapora do chão, lagos, rios e mares, e volta a cair. Em outra casa, em outro tempo, uma menininha que estava dormindo despertou, olhou o mundo e voltou a dormir.


A Culpa Nunca é Minha




Observo muito algumas coisas que vem acontecendo em redes sociais. Uma delas, é a mania que algumas pessoas tem  de sempre tentar encontrar um bode expiatório para as mazelas do mundo. A culpa nunca é nossa, é da Globo, é dos políticos, é dos Estados Unidos. Alguém tem que dar um jeito. Mas não nós. Não somos pagos para isso. Eles que são, que resolvam tudo, e que assumam todas as culpas.

Vejo também muita intolerância. As pessoas tem publicado ou compartilhado coisas horríveis sem nem sequer tomarem cinco minutinhos do seu tempo a fim de verificar a  veracidade do que partilham; dia desses vejo um post afirmando, como se fosse um artigo retirado de um site de notícias, que um deputado famoso estava tentado aprovar não apenas o aborto, mas a licença maternidade para as mulheres  praticantes. Fui ao link, e ao olhar o site por alguns minutos, achei-o estranho; pesquisei no Google durante dois minutos apenas e descobri que o 'jornalista' do tal site não existe. Trata-se de um espaço fake cuja especialidade é difamar pessoas famosas como se estivesse escrevendo textos de humor sobre elas, mas dando um tom de seriedade às notícias para que as pessoas mais ingênuas acreditem e espalhem as fofocas. E nem mesmo após eu ter comentado sobre a inveracidade da notícia, a pessoa que a postou a apagou. Ficou lá, e o político em questão foi submetido ao ódio e às pragas rogadas por todos que não gostam dele.

A Rede Globo de televisão é outro alvo: ela é "culpada" de incentivar o homossexualismo, como se o homossexualismo fosse algum tipo de doença transmissível por satélite. "A culpa é da Rede Globo! Não assistam! Vamos boicotar!"  Ora, se existe ou não exagero naquilo que é mostrado, a solução é uma só: mudar de canal, se não estiver gostando!  A mim não incomoda. Existem coisas que não podem ser mais ignoradas ou encobertas, pois fazem parte do dia-a-dia de todos. Quem não gosta, que ao menos respeite. 

As fábricas de vídeo games e brinquedos tornaram-se as responsáveis pelo aumento da violência; se a criança tem um revólver de plástico, isto significa que ela crescerá e se tornará um bandido. Antigamente, todos os meninos brincavam com armas de plástico e espadas de mentirinha, e a violência nem chegava aos pés do que é hoje. Porém, antigamente os pais eram mais severos. Eles sabiam dar limites aos filhos e mostrar o que era certo e o que era errado. Hoje, se um dos pais for pego dando uma palmada em um filho, poderá perder a guarda deste ou até mesmo ser preso!

 Não há mais revólveres de plástico; as armas hoje são verdadeiras. Às vezes elas projetam balas, e noutras, palavras.



segunda-feira, 6 de abril de 2015

ONDE MORAM AS NUVENS











ALGUÉM






Alguém que não me conhece
Tenta contar minha história:
Escolhe lindas palavras
(Muito embora, equivocadas),
Arranhando, em longas páginas,
Com as unhas, uma face
Onde pensa desenhar
Esboços da minha alma;

Espalha-os,  feito estrelas
Salpicadas num céu negro:
Ah, linhas desordenadas!

Os cometas passam feito
Mil luzes de fogo e água,
E com eles, passam sombras
De uma vil face borrada...
E eu aqui, mãos sob o queixo,
Cotovelos sobre o muro,
Observo o céu noturno
Que de mim, não me diz nada.





sexta-feira, 3 de abril de 2015

Feliz Páscoa!






Que nas casas de vocês exista a paz do renascer. Que a manhã de domingo seja pacífica, doce, silenciosa e contemplativa. Feliz Páscoa!

Deixo de presente de Páscoa, um poema meu:


VOLTA AO VENTRE


Disseram que a mulher que deu-lhe à luz
Não era, de um deus, mãe verdadeira.
Que os anjos lhe falaram; foram vê-la,
E no ventre fechado, semearam.

Nasceu-lhe sob o brilho de uma estrela,
E a alegria ao vê-lo, misturava-se
Ao medo do futuro anunciado,
Pois ao mirar seus olhos de bebê,
Ela reconheceu-lhe o triste fado.

Tentou não dar ouvidos aos profetas,
Tentou negar, dos  anjos,  a palavra...
Viu-o crescer, e os passos que ele dava
A cada vez, mais dela o afastavam!

Até que um dia, fez-se a profecia:
Do alto de uma cruz, ele a mirava...
Sua alma de bebê, tornada homem,
Era a alma de um deus que a deixava!

E  hoje, a cada Sexta-feira Santa,
A alma dele abriga-se  em seu ventre,
Ela o envolve em luz, e ele sente
A paz entre as palavras que ela canta.


Feliz Páscoa!














Que nas casas de vocês exista a paz do renascer. Que a manhã de domingo seja pacífica, doce, silenciosa e contemplativa. Feliz Páscoa!

Deixo de presente de Páscoa, um poema meu:


VOLTA AO VENTRE


Disseram que a mulher que deu-lhe à luz
Não era, de um deus, mãe verdadeira.
Que os anjos lhe falaram; foram vê-la,
E no ventre fechado, semearam.

Nasceu-lhe sob o brilho de uma estrela,
E a alegria ao vê-lo, misturava-se
Ao medo do futuro anunciado,
Pois ao mirar seus olhos de bebê,
Ela reconheceu-lhe o triste fado.

Tentou não dar ouvidos aos profetas,
Tentou negar, dos  anjos,  a palavra...
Viu-o crescer, e os passos que ele dava
A cada vez, mais dela o afastavam!

Até que um dia, fez-se a profecia:
Do alto de uma cruz, ele a mirava...
Sua alma de bebê, tornada homem,
Era a alma de um deus que a deixava!

E  hoje, a cada Sexta-feira Santa,
A alma dele abriga-se  em seu ventre,
Ela o envolve em luz, e ele sente
A paz entre as palavras que ela canta.


Que nas Casas de Vocês...






Que nas casas de vocês exista a paz do renascer. Que a manhã de domingo seja pacífica, doce, silenciosa e contemplativa. Feliz Páscoa!

Deixo de presente de Páscoa, um poema meu:


VOLTA AO VENTRE


Disseram que a mulher que deu-lhe à luz
Não era, de um deus, mãe verdadeira.
Que os anjos lhe falaram; foram vê-la,
E no ventre fechado, semearam.

Nasceu-lhe sob o brilho de uma estrela,
E a alegria ao vê-lo, misturava-se
Ao medo do futuro anunciado,
Pois ao mirar seus olhos de bebê,
Ela reconheceu-lhe o triste fado.

Tentou não dar ouvidos aos profetas,
Tentou negar, dos  anjos,  a palavra...
Viu-o crescer, e os passos que ele dava
A cada vez, mais dela o afastavam!

Até que um dia, fez-se a profecia:
Do alto de uma cruz, ele a mirava...
Sua alma de bebê, tornada homem,
Era a alma de um deus que a deixava!

E  hoje, a cada Sexta-feira Santa,
A alma dele abriga-se  em seu ventre,
Ela o envolve em luz, e ele sente
A paz entre as palavras que ela canta.






terça-feira, 31 de março de 2015

Minha Roseira

Inspirada em um poema de Luiefmm, "CARAMUJO", publicado no Recanto das Letras




Minha Roseira


Minha roseira anda triste,
Debruçada sobre o muro...
Pendem rosas sem perfume,
Quase sem cor e sem lume, 
Transidas, num canto escuro.

Não tenho tempo de vê-las,
Cheirá-las, amá-las, colhê-las...

Elas se abrem de manhã
Desfolhando-se  à beira
Do mais triste anoitecer...

Roseiras da minha vida...
Sem a luz do meu olhar
Morrem tristes, ressequidas,
Esquecidas em um canto
De jardim, onde ninguém
Se lembrará de voltar!




sexta-feira, 27 de março de 2015

POR UM TRIZ






Se te deixa tão feliz
Acreditar nas minhas mentiras,
Que seja assim;
(Deixo-te crer
Que creio nas tuas).

A tranca da porta não tem trava,
Quebrou-se o cadeado,
Invade teu quarto o cheiro das ruas...
Mas te sentes protegido
Ao fingir que estás trancado.

Da bala perdida ao esconjuro,
Teu coração, malogrado,
Se arrasta no escuro
Em busca da luz - que eu te juro
Ainda brilha em mil vidrilhos.

Por um triz,
Antes do trem, tu sais dos trilhos,
Mas erras a letra e o estribilho,
Tropeças na trave dos teus olhos,
Mas vês os ciscos nos meus.

Por um triz,
Te crês feliz,
E eu te abençoo.




Parceiros

Passarinho

  É tão bonito o passarinho Que pousa, cantando No galho da árvore! Derrama cores e cantos Sem economia, Sem promessas ou cobranças, E sem s...