witch lady

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domingo, 11 de setembro de 2016

UMA OU DUAS BOLAS - E UNS PEDAÇOS DE QUEIJO






Ontem, após o almoço. 

Na sorveteria estava escrito: “Uma bola, 7,00; duas bolas, 10,00.” Eu e meu marido compramos nossos sorvetes e nos sentamos em uma das mesinhas. Ficamos ali, tomando nossos sorvetes e aproveitando a tarde, enquanto observávamos outros clientes que entravam e saiam. 

Entram duas jovens, muito bonitinhas e arrumadas. A primeira delas diz: “Posso experimentar? É que não conheço os sabores, é a minha primeira vez aqui.” Solícita, a atendente serve a elas (a ambas) provinhas de quase todos os sabores disponíveis na loja. Finalmente, a primeira menina vira-se para a segunda e pergunta: “Vai querer qual?” E ela responde: “Nutela.” E a jovem número um, olhando a atendende, decide: “Um sorvete de duas bolas. Uma de nutela e outra de pistache.” A menina número dois indaga: “Mas... e o meu?” No que a outra exclama: “Então! Eu pedi duas bolas, uma para mim e outra para você!” Eu e meu marido nos entreolhamos, divertidos. A menina número dois reclama: “Mas como assim? Como vem as bolas?” E a menina número um: “Uma em cima da outra, acho.”

E as duas entram numa discussão sobre qual sabor viria por cima, pois nenhuma delas queria esperar a outra tomar o sorvete e ficar para o final, quando ele já estivesse derretido. Finalmente, a número um decide: “Está bem! Um sorvete com duas bolas sabor nutela!”

Achei muito engraçada a situação, pois elas economizaram 4 reais, já que duas bolas de sorvete separadas sairiam por 14,00, e elas pagaram apenas 10,00. Só tiveram que comer no mesmo copinho.

Mais tarde, em uma loja de vinhos, estava acontecendo uma degustação, e estavam sendo servidos um vinho argentino muito bom acompanhado de pedacinhos de um queijo caríssimo. Ficamos conversando com um dos atendentes enquanto degustávamos, pois já somos velhos conhecidos naquela loja. Havia um adolescente – um menino muito loirinho, aparentando uns dezesseis anos – mandando ver nos pedacinhos de queijo, acompanhando a sua degustação de maneira predadora com um copo de suco de laranja.

Ele escutava a nossa conversa com ares intelectuais quando de repente, perguntou ao atendente: “Vocês sempre fazem esta degustação aos sábados?” E o rapaz respondeu: “Às vezes também fazemos às sextas.”  O menino ergueu as sobrancelhas: “Hum-hum...” Eu e meu marido logo notamos que ele estava querendo saber o dia certo para voltar novamente. Meu marido lasca: “Amigo, por via das dúvidas, venha às sextas e aos sábados. Assim, você não vai perder nenhuma.” O menino ficou rindo. E mandou pra dentro mais alguns quadradinhos de queijo.

Fiquei pensando: vai ver que é por isso que os jovens de hoje são bem mais altos e fortes do que os da minha geração.





sexta-feira, 9 de setembro de 2016

CHE






Pensamentos de um dos maiores assassinos que já pisaram sobre a face da terra.





"Querido pai, hoje descobri que realmente gosto de matar"




"Execuções?", gritou Che Guevara enquanto discursava na glorificada Assembléia Geral da ONU, em 9 de dezembro de 1964. "É claro que executamos!", declarou o ungido, gerando aplausos entusiasmados daquele venerável órgão. "E continuaremos executando enquanto for necessário! Essa é uma guerra de morte contra os inimigos da revolução!"



"Eu não preciso de provas para executar um homem. Eu só preciso saber que é necessário executá-lo!"



"Sempre interrogue seus prisioneiros à noite. A resistência de um homem é sempre menor à noite".




"Estou aqui nas montanhas de Cuba sedento por sangue"




"...Fazer com que o individualismo desapareça de Cuba! É criminoso pensar como indivíduos!"



"...Evidências jurídicas são um arcaico detalhe burguês".



"Não tenho casa, não tenho mulher, não tenho pai, não tenho mãe, não tenho irmãos. Meus amigos só são amigos quando eles pensam ideologicamente como eu".














quinta-feira, 8 de setembro de 2016

MAIS MENOS








Não é ter uma casa maior ou mais bonita que vai preencher o seu vazio. Não é um carro novo, uma viagem, um novo eletrodoméstico ou a renovação do guarda-roupa que vai fazer com que aquele enorme buraco dentro de você seja preenchido. Embora estas coisas possam ser positivas e acrescentar momentos de prazer, elas não servem para aquele espaço que deve ser ocupado pelo autoconhecimento, sabe, aquelas coisinhas que  a gente não quer ver, se recusa a escutar e acha que se elas ficarem lá fora no frio, miando de fome, vão acabar morrendo.

Elas não vão morrer; vão miar cada vez mais alto, sem jamais se cansarem. E estes miados vão se revelar de várias formas: dores no corpo, pesadelos, insônia, insatisfações, e a pior de todas: a amargura.

O que é amargura? Amargura é olhar em volta e não achar nada bonito para se ver, pois os olhos ficam turvos. Parece que o olhar se acostuma a só focar no que for feio, e é só isso que a pessoa amarga consegue enxergar, pois é só por isso que ela se interessa. Quando está diante de alguma coisa bonita, ela procura, procura e procura, até achar um defeito que possa citar; e quando está diante de algo não tão bonito, ao invés de se calar ou procurar por alguma coisa positiva, ela simplesmente se sente feliz feito pinto no lixo, e passa a apontar, criticar, rebaixar. Parece que o prazer da pessoa amarga é causar desprazer nos outros, fazer pouco de suas conquistas e jogar indiretas ferinas.

Pessoas assim não precisam de mais, e sim, de menos: menos coisas materiais, e mais momentos preciosos de silêncio para conversar com elas mesmas; menos gente em volta, e mais solidão até aprenderem a sentir prazer na própria companhia; menos ruídos e barulhos altos, e mais silêncio para se concentrar no que realmente interessa; menos dezenas de pessoas em volta que nada acrescentam, e mais amigos verdadeiros; menos medicação, e mais meditação. Menos dinheiro, e mais criatividade e gratidão. Menos viagens complicadas a lugares longínquos, e mais passeios à pé pelas redondezas.

É tão difícil conversar com pessoas assim, amargas! Elas não escutam. Simplesmente, mudam de assunto. Não deixam a gente sequer terminar uma frase, e já estão falando de outra coisa. Principalmente, delas mesmas. Tentam esconder com palavras aquilo que seus silêncios revelam, aquilo que seus olhares querem derramar, mas escondem por medo de parecerem fracas. Não sabem que demonstrar fragilidade, dizer "Eu preciso de alguém para conversar", "Eu estou triste," "Sinto saudades de você," e "Por favor, me ajude," é um sinal de grande força. É aceitar que é humano. Assim, acabam afastando as pessoas. Ninguém consegue participar de um monólogo - que deveria ser um diálogo - por muito tempo. Conversar é dar e receber, falar e ouvir. 

Às vezes, a gente acha que a mudança tem que começar do lado de fora: "Preciso emagrecer para me sentir feliz." Na verdade, é o contrário: "Preciso me sentir feliz para emagrecer." Ou então: "Preciso de uma nova casa para recomeçar a vida." Mas na verdade, deveria ser: "Preciso de uma nova vida para me sentir bem na mesma casa." As mudanças duradouras e verdadeiras começam do lado de dentro. Quem está de bem consigo mesmo, não perde tempo planejando vinganças, focando no que é feio, ferindo as pessoas, remoendo o passado e amarrado a relacionamentos doentios com pessoas que só vampirizam.  Quem quer ser feliz, deve aprender a deixar ir, relaxar mais, agradecer mais, se amar mais. 

É muito bom ter coisas nas nossas casas que tornem o nosso dia mais prático, fácil e confortável. Mas não é bom deixar que estas coisas nos possuam, e muito menos, acreditar que elas, por sí, trarão felicidade e preencherão aquele enorme espaço vazio que não pode ser preenchido com nada material. O espaço que deve ser ocupado pela nossa alma.



Chão de Mármore












As palavras
Caiam pesadas
Sobre o chão de mármore,
Qual negras pedras
Que despencavam
De um coração.

Deixavam rastros
De dor e sangue,
Ódio, vingança,
Mácula, enxofre.

E lá de cima,
E lá de dentro,
De olhos fechados
Alguém ouvia,
Seguindo os passos
E as palavras...

Mármore fria,
Absorvendo
Todo o impacto,
E as rachaduras
Se esticando
Em veios profundos,
Ganhando espaço
Perdendo vida.






terça-feira, 6 de setembro de 2016

Na espuma






Durante o banho, de olhos fechados
Surgiu-me um retrato
Que se desfez em espuma
Escorregando pelo corpo feito neve na montanha.
A tépida água cantava no crânio,
Contando histórias afogadas.

Perfumes suaves em formatos sinuosos
Evocavam lugares
Que eu cantarolava.

Macios momentos, barulhos de vento...
Descia no ralo a minha saudade!
Mas como nem tudo é certo ou perfeito,
No sabonete azul-bebê
A lâmina acomodada.






segunda-feira, 5 de setembro de 2016

1965









1965: Você ia, e eu chegava.

Será que nos encontramos
Na curva desse caminho,
Em um ponto dessa estrada?

Será que você deixou
Cair, assim, sem querer,
Um pouco da sua vida
No muito do meu viver?




DIVIDIR PARA DOMINAR



DIVIDIR PARA DOMINAR


Vão tentar te convencer de que você é uma vítima do sistema, e que não tem condições de escolher erguer a cabeça, lutar pelo que quer e tornar-se quem você acredita por causa do sistema opressor; mas eles lhe oferecerão um caminho, uma luz no horizonte que só pode ser vislumbrada e alcançada através deles e de suas ideias.

Dirão que os amigos que não concordarem com você e com eles – aqueles amigos que você conhece há anos e com quem conviveu a vida inteira – estão errados, e devem ser deixados para trás. Você acreditará neles, sem perceber que Narciso acha feio o que não é espelho.


Farão você acreditar que coisas importantes, como família e valores, são o câncer da sociedade capitalista. Dirão que andar limpo e bem vestido, ir ao dentista, tomar banho e comportar-se educadamente, são atitudes repressoras impostas pelo sistema. Toda vez que você estiver diante de alguém bem vestido e limpo, seu coração se encherá de um ódio doentio por aquela pessoa que você sequer conhece, e você terá vontade de cuspir nela, agredi-la, ridicularizá-la.
cinegrafista atingido por rojão


Dirão que a sociedade lhe deve alguma coisa, e que você precisa arrancar isto dela. Passarão a fazer parte do seu vocabulário palavras como ‘igualdade’, ‘golpe’, socialismo’, ‘luta’, ‘fascismo’, ‘liberdade’ ‘opressores’ e ‘classe oprimida’, entre outras, e você passará a repeti-las aleatoriamente, como se estivesse sob hipnose, e sem realmente saber o que elas significam.


Tentarão provar a você que aqueles que lhe dão emprego são a elite dominadora, e que trabalhar para eles é escravizar-se; melhor é lutar para que tudo o que eles têm seja igualmente dividido gratuitamente entre aqueles que nada fizeram para merecê-lo. Qualquer um que tenha uma casa e um carro, um bom emprego que lhe proporcione uma boa renda e que tenha condições de viajar de vez em quando, serão seus inimigos. Dirão a você que tudo o que eles possuem foi tirado de você, alimentando assim os letais sentimentos da inveja e do ódio entre classes.




Provarão, por A+B, que os fins justificam os meios, e que é absolutamente certo ir para as ruas e quebrar propriedade alheia, explodir rojões acesos contra outros seres humanos, depredar, ferir, matar, defecar nas calçadas, sequestrar, roubar, e atacar com injúrias todos aqueles que pensam diferente de você, pois eles estão errados, são o câncer da sociedade, a classe opressora, os dominadores, os ladrões do seu bem-estar.


policial atingido por rojão


Plantarão na sua mente uma utopia que passará a cegá-lo , pois permanecerá no seu campo de visão feito uma miragem que jamais será alcançada, pois é do interesse deles que assim seja para que você sinta-se sempre próximo ao seu ‘ideal’ sem jamais alcançá-los; assim eles poderão continuar dominando sua mente através de promessas.

Você substituirá pensamentos como “O que posso fazer por mim” por outros como “O que o país deve me dar de graça”, ou “Como posso pegar aquilo que a sociedade me deve sem ter que trabalhar.” Você vai achar que tomar propriedade alheia é certo, pois ‘aquela gente’ te deve. E não enxergará que aqueles que estão puxando as suas cordinhas, na verdade, fazem parte do outro lado que o ensinam a odiar, pois pregam uma filosofia que eles mesmos não seguem.



É uma questão de tempo, apenas, até que você se transforme um boneco sem sentimentos, massa de manobra nas mãos de pessoas cujos interesses são apenas dinheiro e poder, e que usam você para conseguir o que querem, através da imposição do ódio, da inveja, da dependência moral, e do falso idealismo. Você olhará para os seus pais, amigos e demais familiares e se sentirá a milhas de distância deles, totalmente só, e irá concluir que o único caminho é seguir por onde ‘eles’ apontam.


'ativistas feministas' - pelo amor de Deus...



Em pouco tempo, você não mais existirá como indivíduo, nem se preocupará em saber se aquilo que você faz é realmente aquilo em que você acredita; se transformará naquilo que eles dizem que os outros são: uma sociedade marginal, cheia de falsos valores, opressora, dogmática, totalitária, fascista, dominadora e preconceituosa.

Você tem escolhas. Pelo seu próprio bem, eu sinceramente espero que suas escolhas sejam realmente suas. Ansiosamente espero que você saiba usar o seu discernimento, e ao invés de seguir a moda, siga a sua própria coerência. Não ouça o que estão gritando em seus ouvidos, e sim o que o seu coração diz. Pare, e escute-o com atenção. O que você quer? O que VOCÊ quer? E depois que descobrir, lute por isso, sabendo que você é capaz de alcançar o que quer através do seu trabalho e dedicação, contando com a ajuda da sua família e até mesmo desta sociedade que estão ensinando você a odiar. 



As pessoas que lhe dão empregos não são seus opressores; elas também lutam para conseguir manter seus negócios – e o seu emprego e os empregos de centenas de milhares de outras pessoas como você – neste caos em que o país se transformou. Coloque a cabeça para fora deste pano preto e fedorento com o qual estão tentando sufocá-lo, e enxergue além desta paisagem obscura que pintaram para você; a maioria dos fantasmas que lhe assombram não existem. E você tem capacidade e autonomia suficientes para lidar com aqueles que realmente existem. Seu melhor amigo é você. A pessoa com quem você mais deve contar nesta vida, é você mesmo. Sua força, motivação e incentivo poderão vir de vários lugares, mas não durarão muito tempo se sua principal fonte de origem não estiver dentro de você. 


Não seja um macaquinho amestrado.



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O Tucano O TUCANO   Domingo de manhã: chuva ritmada e temperatura amena. A casa silenciosa às seis e trinta da manhã. Nada melhor do que me ...