Leve e rápida como a névoa que se dissipa sob os primeiros raios da manhã, assim deverá ser esta crônica. Ela ainda cheira a café recém-coado, e espreme-se, ansiosa, entre a vontade de nascer e a lida do dia, que me aguarda. Uma crônica de significados sutis.
Queria falar da beleza do acordar e sentir sob os pés os fios molhados de grama, em uma temperatura matinal de apenas onze graus. Ver-me refletida nos olhos amados de minha cadelinha Latifa, e poder tocar seu pelo macio e receber sua alegria como o segundo presente do dia.
Alguém me disse há alguns dias: "Viver bem e agradecer, é isto o que nos resta!" É isto que estou fazendo, a cada manhã e a cada fim de noite.
O sol agora já engoliu quase toda a neblina, e as gotas de orvalho brilham, enquanto morrem sobre o gramado, voltando ao lugar de onde vieram - o céu, em nuvens de vapor. Será que conosco?... Não; prometi que esta seria uma crônica leve.
E nasce esta crônica simples, feita da matéria etérea dos meus pensamentos, cuja alma deito sobre o teclado, e que faz-se visível e corpórea na tela.