witch lady

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segunda-feira, 11 de julho de 2022

DEBAIXO DE UMA ÁRVORE

 

 

À direita, o cedro, onde vai ficar o meu banquinho.


Sempre sonhei em ter um banquinho debaixo do cedro do meu jardim. Acabamos colocando, há alguns anos, um banquinho na entrada da casa, e outro feito de pedra nos fundos, e mais tarde, outro em uma curva do jardim, mas nunca um sob a árvore. Por que? Não sei, já que sempre foi minha ideia original ter um banquinho debaixo daquela árvore. Mas desta vez, cismei: escolhi o banquinho (que ia chegar no sábado, mas a entrega foi adiada para a terça-feira - amanhã - o que muito me frustrou; pedi ao jardineiro que construísse um caminho que leva ao local do banco com as pedras do rio, que pegamos na rua após uma tempestade muito forte que as fez transbordar para fora das margens, há vários anos. Ficou bem bonito o caminhozinho. 




Agora, aguardo o banquinho chegar. Pretendo passar muito tempo debaixo dele, lendo e escrevendo. E quando eu me cansar, descansarei as vistas na copa da árvore, entre ramos e passarinhos.

Esse banquinho me fez pensar nas coisas fáceis, nos tantos sonhos perfeitamente acessíveis que ficamos adiando sem saber sequer o motivo. Meu Deus, o quanto poderíamos ser felizes, se ao menos tivéssemos o trabalho de realizar pequenos sonhos! Será por preguiça que não o fazemos? Será por medo de provocar a crítica, o julgamento (ou a inveja) alheia? Ou será simplesmente por estupidez?




Eu vou sim, ter o meu banquinho debaixo da árvore, e vou enfeitar aquele cantinho com uma porção de coisas que eu gosto: luzes de fada, pequenas estatuetas, vasos de plantas. E sentada lá, eu vou ver os raios de sol entre as folhas do cedro, escutar o canto dos sabiás, ler centenas de livros e continuar, quem sabe, planejando outros cantinhos possíveis.

Dentro e fora.






 

quarta-feira, 6 de julho de 2022

DE REPENTE

 



 

De repente você acha que não vale mais a pena fazer planos para o futuro. Você envelheceu ou está envelhecendo, e acha que só restam alguns anos de vida, e então a melhor coisa a se fazer é curtir o que já conquistou e desistir de qualquer tipo de ambição.

De repente, você percebe que os livros que acumulou na estante são muitos, e que ainda não leu a maioria deles. Teme que o tempo de vida que ainda lhe resta não seja o suficiente para ler todos eles, e se sente frustrado, como se uma ampulheta estivesse enfeitando a estante.

De repente você está em casa, olhando pela janela, e se dá conta de que quase vinte anos se passaram desde que você olhou por aquela janela pela primeira vez, e que a paisagem não mudou - as árvores e montanhas são as mesmas, o céu é o mesmo, mas você... e então vem aquela sensação (ou certeza?) de que quando você não estiver mais por aqui, não fará falta nenhuma ao mundo. Você não existe para o mundo, e nem é importante para ele. É ele que existe para você. Você vai passar - está passando - e ele vai ficar.

De repente, você olha em volta e percebe que a casa poderia se beneficiar com uma pintura, alguns móveis novos, plantas, uma redecoração. Mas daí você se lembra de que está velho, e pensa: "Para quê isso, se vai ficar tudo aí? Melhor só guardar dinheiro para deixar de herança para quem ficar."

De repente, você percebe que ainda não fez muitas coisas, e que não vai ter tempo de fazer tudo, mas que ainda há tempo para se fazer muitas coisas. 

Conheci alguém que, aos sessenta e poucos anos, se sentia assim. Porém, ele não sabia que ainda viveria muito tempo. Morreu aos 96 anos, e perdeu um tempo enorme só esperando a hora chegar, ou seja, passou seus últimos 24 anos só esperando a morte. 

De repente, a vida é hoje. Só hoje. Mas de repente, não.




 


 






quinta-feira, 30 de junho de 2022

BUCÓLICA



BUCÓLICA

A paz branca sobre o muro caiado,
Por onde caminha, em silêncio, um gato.
Canta o vento,
Levanta as saias das cortinas.

Rangem as dobradiças
Das portas antigas
Que resguardam a privacidade
Dos meus pensamentos.

As pétalas das flores temem
Um mal me quer iminente
Que ronda por fora dos muros
Dentro do mundo.

Meu coração é fluente
E ao mesmo tempo, calado.

À noite, 
Eu ajeito os travesseiros, 
Me viro de lado
E finjo adormecer tranquila.

Pés desnudos no gramado,
Piso as sombras das borboletas
E coleto folhas secas.

O sol quarado pelos ramos
Ilumina, de repente,
Um pensamento
Que eu tento não ter.

Vem a brisa, sopra-o para longe,
Por cima do muro caiado
Sobre qual caminha o gato
A espera de um pássaro distraído.

E o pensamento cai, desolado,
Sobre a calçada rachada
Marcada de passos
Demasiadamente apressados.









 

sexta-feira, 24 de junho de 2022

30 SEMANAS

 30 SEMANAS


 


 



Apesar de tentarem politizar tudo nesse país, até mesmo a vida particular das pessoas, gostaria de comentar este fato - sobre a menina de 11 anos que foi estuprada e fez um aborto após 30 semanas de gravidez - sem puxar para lado nenhum.

A foto que ilustra esta crônica tem a imagem do que seria um feto (ou um bebê?) de 30 semanas de idade. Na minha leiga opinião, é uma criança quase totalmente formada. E também, na minha opinião, foi um assassinato com respaldo da lei. E isto é muito grave, pois abre precedentes.

Sou totalmente favorável ao aborto em casos de estupro, se esta for a vontade da mãe. Mas quando a gravidez chega a um estágio tão avançado, penso diferente, pois é o mesmo que assassinar uma criança viva, que não tem como se defender. É crime. E o que penso não tem nada a ver com religião, pois não sou religiosa, e nem com política. Não é sobre ser "de direita" ou "de esquerda", e lamento que haja pessoas nas duas extremidades tentando politizar o assunto.

O procedimento foi uma cesariana, e há inúmeros casos de bebês ainda mais prematuros que este que sobreviveram. Poderiam ter preservado a vida da criança, já que havia tantas pessoas querendo adotá-la, mas fizeram questão de simplesmente assassiná-la no ventre. Por que? Por ideologia, suponho. 

A partir de agora, quem sabe, tornar-se- há perfeitamente legal assassinar bebês de qualquer idade - basta que a mãe não os queira. Estamos em óbvio processo de involução.

O mundo PRECISA acabar, urgente.

segunda-feira, 20 de junho de 2022

TUA CASA

 



Edifica a tua casa

Com portas feitas de vento,

Pisos de pensamentos

E janelas feitas de asas.


Corredores oblongos

Pela lua iluminados,

E paredes transparentes

Que conduzem a amplas salas

Com telhas feitas de estrelas

Ou de luz do sol quarada. 


Edifica a tua casa

E a abençoa em silêncio

Pelo fogo e pela água.


Convida a coabitá-la

Salamandras e ondinas,

Zéfiros, fadas, duendes,

Pessoas que ainda são,

Pessoas que já se foram

E as que ainda nascerão.


Canta, do alto da escada,

Canções que sejam divinas,

Borda toalhas e fronhas

Com os sonhos do presente,

Com as linhas das memórias

E as miçangas do futuro.


Edifica a tua casa,

Mas constrói, com zelo, um muro,

Que não seja muito alto

Mas que sirva de limite

Entre o terreno e a estrada.


Planta flores delicadas

Que atraiam passarinhos,

Deixa que a chuva, nas calhas,

Misture as canções das nuvens

Com as canções dos telhados,

Escorrendo nas vidraças

Quando a vida for levada.


Edifica a tua casa

Sabendo que ela não é tua,

Amanhã será ruínas,

E tu, não serás mais nada,

Mas ressignificada

Será a vida, por causa

Dessa casa edificada

Pelas mãos que foram tuas.







terça-feira, 14 de junho de 2022

LOW-PROFILE




AS VANTAGENS DE TORNAR-SE LOW-PROFILE

Nesses tempos de redes sociais, biquinhos de selfie e busca incessante por ‘likes’, seguidores  e comentários, tornar-me low-profile pode parecer estranho. Porém, não aparecer muito e não postar loucamente nas redes sociais significa ter muito mais tempo para viver a vida de verdade aqui fora; isso quer dizer ter mais tempo para ler, escrever, trabalhar e cuidar de mim, entre outras coisas.

Minha memória e concentração também estão bem melhores agora! Antes, mal tinha paciência de focar em uma leitura por um longo tempo. Agora, voltei a ler meus livros. A pilha dos livros para ler está diminuindo. Redescobri o prazer de ler, de passar horas sentada no jardim na companhia dos meus livros impressos e do meu Kindle. 

Minha conta de Facebook (aquele mundo à beira da extinção) é bastante blindada e tem apenas 26 amigos, todos pessoas que conheço pessoalmente, e só é mantida para que eu saiba as datas de aniversário dos membros da família, pois eu sempre me esqueço. Raramente posto alguma coisa.

Minhas contas de Instagram (eu tinha quatro delas, onde publicava sobre diferentes assuntos) foram deletadas; não, eu não as desativei. Deletei mesmo! Só ficou uma, porque perdi a senha e não consigo mais entrar nela a fim de deletá-la. Tentarei fazer isso de novo quando tiver tempo livre.

As vantagens de ser low-profile tem sido muitas, além das acima mencionadas. Me sinto mais leve. É como se uma tonelada de julgamentos e energias negativas tivessem sido magicamente removidos dos meus ombros. 

As redes sociais são espaços onde as pessoas tentam mostrar o quanto suas vidas são maravilhosas, seus relacionamentos, perfeitos, suas peles e cabelos, incríveis (através de fotoshop) e suas mentes, “brilhantes.” Ninguém enxerga nada além de si mesmo. E quando enxergam, é para criticar ou espalhar inveja; raramente para admirar ou apreciar.

Segui o conselho de Elon Musk: saí das redes sociais. E minha vida está bem melhor.








 

sexta-feira, 10 de junho de 2022

FUTILIDADE

 


Os motivos pelos quais as pessoas se odeiam ou guardam ressentimentos umas das outras são, quase sempre, fúteis.


Às vezes
O ressentimento
Vem de um espelho invertido
Onde alguém se mira
E enxerga outro rosto
Que nunca foi
Ou jamais será
Seu próprio rosto.

É abominável,
E incompreensível
Que um mero sorriso
Possa erguer no outro
Altas labaredas,
Ígneas paredes
De puro desgosto.

E a cada dia, aumentam
As distâncias ressentidas,
Pois a dor de querer ser
O que não se pode na vida,
É voraz, insuportável,
Tanto para quem deseja
Quanto para o objeto
Que é sempre desejado.








quarta-feira, 8 de junho de 2022

O CASAMENTO É UMA INSTITUIÇÃO FALIDA?

 




Refletindo sobre este assunto após ler um artigo que usei em uma das minhas aulas de inglês, cheguei à seguinte conclusão: o casamento não é uma instituição falida, mas uma instituição diferente. 

Nos dias de hoje, ninguém mais pensa em casamento como sendo um compromisso indissolúvel, onde o homem é o chefe da casa e o autor da maioria das decisões, enquanto a mulher é o ponto de equilíbrio da família, devendo cuidar praticamente sozinha da educação dos filhos e dos cuidados com a casa. As mulheres mudaram sua posição dentro da sociedade, e tornaram-se profissionais competentes que trabalham fora e têm outras prioridades na vida além da família. 

Porém, quanto aos verdadeiro papel da mulher dentro da sociedade e da família, em teoria, é exatamente o que escrevi acima, mas na prática, as mulheres continuam, em sua maioria, sendo responsáveis pela maior parte do trabalho de casa (ou todo ele) e pela educação dos filhos, e embora sejam profissionais, continuam ganhando menos que os homens e em algumas situações, ocupando cargos inferiores.

Mas voltemos ao tópico deste texto, que é o casamento. 

Ninguém mais se casa nos dias de hoje pensando que casamento é para sempre; é como se casamento fosse um negócio, uma sociedade que pode ou não dar certo, e no segundo caso, cada um não hesitará em procurar outro sócio e abrir outro negócio. Eu sinto que não existe mais interesse em esforçar-se para que o casamento dê certo; ninguém tem paciência de conhecer o outro, conviver com defeitos ou consertar os próprios defeitos a fim de se adaptar à vida a dois. 

Por um lado, isso é bom, pois ninguém mais perde a vida inteira tentando sobreviver em uma relação falida e infeliz; mas, por outro lado, isso é ruim, pois ninguém mais dedica um pouco de esforço que seja para tentar fazer dar certo, despedaçando sem dó uma família por motivos às vezes fúteis, como a pasta de dente aberta, a toalha molhada sobre a cama ou preferências diferentes no canal de streaming. 

O que eu penso ser a pior coisa de um casamento? A Síndrome de Gabriela (para quem não sabe, lembrem-se daquela música cuja letra diz “Eu nasci assim, eu cresci assim, e sou mesmo assim, vou ser sempre assim”). A falta de motivação para mudar, para se empenhar em fazer dar certo, o cuidado em não continuar cometendo sempre os mesmos erros. Quase tudo pode ser resolvido através de uma conversa, mas quando, após a conversa, as coisas continuam voltando a ser como eram antes, as pessoas se cansam de tentar, pois não enxergam nenhum desejo ou vontade real de mudança vindo da outra parte. Isso desgasta o casamento. E nem mesmo o amor mais forte do mundo resiste à má vontade e à teimosia. 

Um outro ponto é o seguinte: eu acredito que todo mundo que se casa precisa ser inteiro. Essa coisa de procurar pela “cara-metade” é doentia. Ninguém quer ser metade. Isso significa dependência, e nada mais chato do que uma pessoa grudenta, chorosa, que vive cobrando atenção. Mas isso não quer dizer que não deva haver momentos em que um precise ceder um pouco para se adaptar àquilo que o outro deseja fazer; se ela gosta de praia e ele de montanha, que ambas as preferências sejam respeitadas, e as férias sejam programadas para satisfazer a ambos. Se ela gosta de filmes românticos e ele de ficção científica, não há nada mal em respeitar e incentivar o gosto do outro, assistindo com ele (a) um filme de sua preferência. 

Uma outra coisa que pode acabar com um casamento, são as promessas quebradas; “Eu vou melhorar! Vou tentar chegar mais cedo do futebol / passar menos tempo com as amigas/ ajudar nas tarefas de casa.” Uma fileira de promessas quebradas são como rachaduras que vão aumentando, aumentando, até que a estrutura toda desaba. E isso pode levar meses ou anos.

E finalmente, uma das coisas que mais contribuem para que alguém queira manter a maior distância possível do outro (mesmo que tal distância seja emocional), é a grosseria. Falar alto, não escutar o que o outro tem a dizer, ridicularizar a opinião do outro, humilhá-lo na frente dos amigos ou familiares, chegar em casa de mau humor por causa do trabalho e “descontar” no cônjuge, tornar-se emocionalmente distante e pensativo, excluindo o outro do seu mundo pessoal, e ao ser indagado quanto aos motivos de tal distância, tornar-se verbalmente agressivo ou responder monossilabicamente, evadindo-se de uma conversa. 

Viram que eu nem falei sobre sexo? Porque o sexo vai bem quando tudo vai bem. Se o sexo está ruim, isso é uma consequência. A distância física começa com a distância emocional. E na minha opinião, quando um dos cônjuges nem se preocupa mais em tentar vencer a distância emocional, é porque o casamento está por um fio. Não há como vencer uma distância emocional quando um caminha na direção do outro enquanto ele se afasta.

Um bom relacionamento é feito de lealdade, reconhecimento, cumplicidade, amizade, sinceridade, carinho, atenção. Um casamento pode acabar quando aquele que sempre tenta consertar as coisas acaba se cansando, e de tanto ser ignorado e deixado de fora, tem a impressão de que está assistindo a um mesmo filme pela enésima vez, e já sabe o final da história.



 


sábado, 4 de junho de 2022

NOITE

 



Não consegui dormir.

Há tantas coisas acontecendo debaixo do silêncio de uma simples e inocente noite. Nesse exato momento em que estou aconchegada à maciez dos meus cobertores, escutando os grilos e a chuva fininha que cai lá fora, do outro lado do mundo, pessoas se encolhem de medo ou de fome.

Eu acho que sou uma pessoa de sorte – quem sabe, porque eu não sei o que o amanhã me reserva. E acho que é melhor não saber mesmo. Os arcanos tentam me mostrar o que eu, conscientemente, não quero saber. Mas não resisto a uma rápida olhada nas figuras das cartas, que me contam segredos e presságios. Penso que algumas delas podem estar mentindo. Isso me ajuda a continuar. 

Digo a mim mesma para ter fé. E é fácil ter fé quando tudo vai bem. Mas a fé verdadeira é aquela que resiste até mesmo àquilo que eu jamais desejaria que acontecesse. Peço a um Deus que eu não conheço que não teste a minha fé. 

Eu às vezes gosto de ficar sentada no gramado, apenas contemplando. Sempre na companhia dos meus cães. Esses momentos são cheios de paz. Meu pequeno mundinho protegido parece ser um lugar seguro, e eu vivo na ilusão de que ele seja, mesmo sabendo que não é. Acredito que as nossas pequenas ilusões – aquelas, que construimos para dar sentidos à vida, porque no fundo, achamos que a vida não tem muito sentido -  nos ajudam a caminhar.

Mas a vida é tão bonita quando a gente olha para dentro, ou então quando a gente olha para um lá fora que é feito de coisas simples, como cães, árvores, grama, passarinhos cantando, estrelas, barulho de chuva, orquestras de grilos ao anoitecer...

Meus momentos mais verdadeiros são aqueles em que estou cuidando das minhas coisas, lavando a minha louça, varrendo o meu chão. Porque são momentos em que eu estou completamente dedicada e integrada às minhas pequenas tarefas. E sinto que as coisas mais bonitas, são justamente aquelas com as quais ninguém se importa.

Então eu agradeço. Não sei bem a quem, mas eu agradeço, e o sentimento de gratidão vai me limpando de todo e qualquer desejo, de todos os meus miasmas.






quarta-feira, 1 de junho de 2022

CONTEMPLAÇÃO

 



Aqui, nesse jardim

Onde eu me sento,

Não há espaço para os apegos.

Um dia flor, perfume, cor,

No outro, dor, miolo, chão,

Semente.


Um dia canto, voo, liberdade,

No outro, apenas

As penas pelo chão,

Corpo vazio de ave.


O sol nasce e se põe, todos os dias,

Mas nem isso é verdadeiro,

Pura ilusão, estarmos parados

Ou nos movermos.


Não há razão para a saudade,

Pois nada morre,

E nada nasce,

Tudo é passagem.


Eu penso ver todas as coisas,

Mas há mil coisas 

Que eu nem enxergo

Ou imagino

Que esteja lá (Mas onde é Lá?)


Esse jardim

Onde eu me sento,

Onde contemplo,

É como um templo

Que desafia

O próprio tempo

(Que nem existe).





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Wyna, Daqui a Três Estrelas

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