Aqui, nesse jardim
Onde eu me sento,
Não há espaço para os apegos.
Um dia flor, perfume, cor,
No outro, dor, miolo, chão,
Semente.
Um dia canto, voo, liberdade,
No outro, apenas
As penas pelo chão,
Corpo vazio de ave.
O sol nasce e se põe, todos os dias,
Mas nem isso é verdadeiro,
Pura ilusão, estarmos parados
Ou nos movermos.
Não há razão para a saudade,
Pois nada morre,
E nada nasce,
Tudo é passagem.
Eu penso ver todas as coisas,
Mas há mil coisas
Que eu nem enxergo
Ou imagino
Que esteja lá (Mas onde é Lá?)
Esse jardim
Onde eu me sento,
Onde contemplo,
É como um templo
Que desafia
O próprio tempo
(Que nem existe).
Linda contemplação Ana. Um jardim que vive em suas memorias, onde você pode tudo e ao mesmo tempo nada, mas ele persiste a varar o tempo.
ResponderExcluirBelíssimo e elegante trabalho da poesia.
Carinhoso abraço Ana.
Achei maravilhoso esse teu poema, Ana, assim são nossos dias com suas discrepâncias e injustiças, e assim teremos de dançar para acompanharmos um pouquinho o ritmo da vida, mas não quer dizer que sejamos vulneráveis, não, podemos aprender com isso tudo para nosso crescimento. Chegaremos num tempo que vamos lidar muito bem com certas coisas.
ResponderExcluirAliás, a nossa tendência é essa, se houver equilíbrio.
Gosto muito da sua poesia, é completa.
Um bom fim de semana que está aí. Que venha mais brando, aqui um frio imenso.
bjs