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quinta-feira, 13 de julho de 2017

Relógios





Meu sogro tinha mania de relógios, e acho que eu também. Só na minha salinha de aula, tenho dois; tenho também um no corredor do andar inferior, outro no corredor do andar superior, outro na cozinha, um na área de serviço, e outro na sala de estar...e um em cada quarto de dormir. Ao todo, são 9. Se me perguntarem porque, direi que eu gosto de saber que horas são...

Historiadores crêem que o primeiro relógio foi criado na Judéia, por volta de 600 A.C. Era um relógio de sol. Pena que ele não funcionava à noite, e nem quando chovia ou estava nublado! Depois, vieram as ampulhetas, mas creio que não eram muito precisas... e um tanto grandes para se carregar de lá para cá!

Mais tarde, vieram os relógios de pêndulo (aperfeiçoado por Galileu), de bolso (inventado por Pedro Heilen, por volta de 1500 em Nuremberg)  e de pulso (alguns crêem que foi inventado por Santos Dumont, mas na verdade, foi Patek Philippe, no final do século XIX quem o inventou... mas há controversas). 

Não gosto muito de relógios de pulso. Mas adoro os relógios de parede! Adoraria ter um daqueles relógios cuco, dos quais sai um passarinho ao soar das horas. Amo escutar o tique-taque dos meus relógios enquanto ando pela casa à noite, quando tudo está em silêncio. Dá a impressão de que tudo está certo, que as coisas vão bem. O tempo não parou, e o mundo continua girando.

Também sou daquelas que ama dormir escutando um relógio barulhento, enquanto a maioria das pessoas que conheço sentem-se incomodadas por tal ruído. Tenho a impressão, ao dormir ouvindo o barulho do relógio, que estou sendo hipnotizada aos poucos por Morfeu. 

Dá uma paz de espírito...











The Child's Flight







Once upon a time
There was a child
Who wanted to fly.

She climbed on the back of a bird
And it took her high.

She gained the sky,
Touched every cloud with her fingertips
And tasted the sweetness of  their vapors
With the tip of her tongue.

Then she looked down,
At the people who walked on the ground
(Those whom she was no longer among).

She gained the sky,
But lost the world...
She was no longer
A child.







Depois que eu Morrer...








Depois que eu morrer, prefiro que as pessoas se perguntem por que não tenho um monumento, e não por que o tenho. - Marco Pórcio Catão (CATÃO, O VELHO)







“Se depois de eu morrer, quiserem escrever a minha biografia, não há nada mais simples. Tenho só duas datas: a de minha nascença e a de minha morte. Entre uma e outra todos os dias são meus...” 
― Fernando Pessoa




“Se algum dos senhores quiser mandar uma mensagem ao diabo, digam-me imediatamente, pois estou prestes a encontrá-lo.” - Lavinia Fisher, serial killer americana, antes de ser enforcada.



"Meus inimigos,

Que hoje falam mal de mim,

Vão dizer que nunca viram,

Uma pessoa tão boa assim..." - Noel Rosa:



Quando eu morrer, voltarei para o lugar onde eu estava antes de nascer? O completo nada? - Alan Watts




“Meu bom homem, essa não é a hora adequada para fazer inimigos.” - Voltaire, filósofo francês, quando um sacerdote pediu a ele que abandonasse o diabo.




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“Quando eu morrer, vou contar tudo a Deus." -  criança vítima da guerra na Síria

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Por Que os Passarinhos Cantam?








Procurando por novos planos de fundo para meus blogs, deparei com este, que escolhi especialmente para o “Expressão” – meu blog principal, o primeiro que abri. Às vezes, as pessoas que não compreendem por que as outras precisam escrever, fazem perguntas como? 

-“Mas você precisa mesmo escrever sobre tudo o que acontece?”

-“Não se sente exposta?”

-“Você acha que alguém se importa com suas opiniões?”

-“Você se acha mais inteligente ou mais esperta, acha que tem todas as respostas?”

Respondo as perguntas acima uma  a uma:


-Não, não acho que preciso escrever sobre tudo o que acontece, e em se tratando da minha vida particular, não ponho nos meus blogs nem cinco por cento do que me acontece. Porém, sim, eu preciso escrever.

-Não me sinto exposta. A exposição não me incomoda, já que sou em quem decide o que vou expor ou não.

-Não sei se alguém se importa, mas eu me importo com minhas opiniões, pois elas manifestam o que eu penso, sinto e compreendo. Escrever é um ato de autoconhecimento, e não conheço nada melhor que preencha as minhas necessidades. 

- Não, não me acho mais inteligente e nem mais esperta. Não é para isso que estou aqui. Não tenho por hábito comparar-me com as outras pessoas, e nem avaliar-me segundo seus critérios. 

Mas eu escrevo feito esse passarinho que hoje escolhi para colocar no plano de fundo do meu blog: 

“A Bird doesn’t sing because it has an answer. It sings because it has a song.” Ou seja: “Um pássaro não canta porque ele tem uma resposta. Ele canta porque ele tem uma canção.”

Minha letra é minha canção.

Sei muito bem que nem todas as canções soam bonitas a todos os ouvidos, mas não é por isso que devemos deixar de cantar. Enquanto nossas vozes soarem bonitas aos nossos ouvidos; enquanto as nossas canções partirem de dentro das nossas  almas e elevarem, junto com elas, os nossos sentimentos e os nossos pensamentos, cantemos. 

Vamos achar o nosso céu para voar, e o nosso galho para pousar, e abrindo o peito e a voz, soltemos nosso canto espontaneamente e sem nenhum medo. Vamos contar as nossas histórias, partilhar nossos sonhos, medos, dúvidas, respostas. Falemos de tudo o que nos encanta, comove, indigna, emociona, irrita, enfim, vamos falar do que nos faz crescer. E se alguém estiver à janela nesse momento, e prestar atenção, nosso prazer será ainda maior.





terça-feira, 11 de julho de 2017

LAR








Lar.

A casa da gente. O lugar onde estão as ferramentas que usamos para escrever a nossa história. Nosso local de descanso e recuperação. Nenhum lugar no mundo poderá ser chamado assim, ou ser sentido desta forma. 

Estive pesquisando a origem da palavra "LAR": Do latim Lar, Laris (espírito protetor da casa e da família). Achei linda essa palavra! 

Na antiga Roma, Lares eram espíritos que habitavam uma casa, e que poderiam proteger ou prejudicar os seus moradores. Havia o Espírito Vesta, advindo do fogo - muito importante nos antigos lares romanos, onde mantinha-se  o fogo sempre aceso, a fim de agregar as pessoas ao seu redor. As oferendas aos deuses - comida, sangue, vinho, etc..., - eram colocados diante do fogo.

Sobre os Lares, achei este trechinho na Wikipedia, e trago para vocês:

Na comédia Aulularia de Plauto (c. 230-180 a.C.), pode-se perceber o papel dos Lares no ambiente da família:

"Eu sou o Lar da família que mora na casa
donde me vistes sair.
É esta a casa que eu habito já há muitos anos e é ela que eu tenho protegido,
Tanto para o pai, como para o avô, daquele mesmo que hoje a possui." 

Bonito, não?

Existem várias entidades, ou espíritos, considerados espíritos do lar, tanto para o interior quanto para o exterior da casa. Quem desejar saber mais sobre eles, basta ir até o site Acampamento Júpiter: http://aj-rpg.weebly.com/lares.html

Os espíritas acreditam que alguns espíritos permanecem nos lugares após a morte de pessoas, e passam a assombrá-los ou tornam-se espíritos protetores. Na Bahia, acredita-se em 'Famaliás', ou 'espíritos familiares.' Os tais demônios das garrafas, que podem conceder desejos aos seus 'amos.' 

Mas quer você acredite ou não nos Lares como espíritos, tenho certeza de que você concordará comigo nesta afirmação, que embora seja um clichè, é a mais pura verdade: Não existe nenhum lugar como o lar. There's no place like home.









TROVAS - INFÂNCIA









Infância - tempo perdido
Um grão na areia do tempo
Um breve sonho trazido
À tona do pensamento.


Uma boneca deixada
De lado, qual esquecida
A lembrança assinalada
Do quanto passa essa vida.


Um riso ficou no ar
Ecoando, por um tempo
Até morrer, devagar
No amadurecimento.


Ser criança não demora
Fase curta dessa vida...
Deixei brinquedos lá fora
Ao seguir minha avenida.






sábado, 8 de julho de 2017

Talvez







Talvez,
O perfume da flor que plantei
Tenha agredido tuas narinas
E o perfume da flor que plantaste
Tenha agredido as minhas,
Mas foram flores,
E foram ânsias
Sem intenções de ferir,
Meros acidentes de percurso
Entre a tua estrada
E a minha.

E na distância estabelecida
Entre nossos caminhos
Após a colisão,
Ficaram pedacinhos do meu
E do teu coração
Brotando no chão,
Fruto que a abstinência não matou,
Mas transformou, pouco a pouco,
Em pura admiração.




quarta-feira, 5 de julho de 2017

Baixas Temperaturas








Finalmente, um inverno para chamar de meu! Eu já estava com saudades dos invernos petropolitanos. Ficava pensando que o aquecimento global estava realmente acabando com tudo... só que não! 

Hora de desengavetar cachecóis, mantas, meias e blusas de lã. Hora de engraxar as botas e os sapatos acolchoados por dentro. 

Hora também de pensar naqueles que não têm nada disso. Já fez uma geral no seu armário a fim de escolher algumas peças para doação? Se ainda não, já passou da hora. 

Mas além do frio, há outras coisas que me agradam no inverno; as roupas macias e quentinhas, estar enrolada nelas, me faz sentir bem. Sem contar que eu faço as coisas na casa sem me sentir cansada, e sem o inconveniente do suor!

 O inverno também é o tempo da escuridão - que se faz notar mais nos países europeus do que por aqui, onde os dias também são mais curtos nessa época, só que não tanto quanto lá. A escuridão nos leva a desacelerar mais cedo. Hoje, às cinco da tarde, já estava escuro por aqui. Hora de fechar as janelas e trancar a casa. E enquanto eu seguro uma enorme xícara de chá quente entre as mãos, para aquecê-las, eu olho o dia terminando e começo a me lembrar de uma porção de coisas... 

E a planejar outras. Porque o frio nos leva à reflexão. Não tem aquela intensidade frenética - ou aquele frenesi intenso - do verão. Hora de nos enroscarmos em alguma cama ou poltrona. Uma época em que o tique-taque dos relógios da casa parecem soar mais alto.

Adoro. E você?




Os Blogs Estão Morrendo?






Quando entrei na blogsfera pela primeira vez, em 2012, fiquei surpreendida pela resposta positiva que recebi; em poucas semanas, tinha alcançado, em leituras, muito mais do que no espaço que ocupava anteriormente há mais de três anos. As interações eram ricas; os seguidores foram aparecendo quase que magicamente, e postar era tão fácil, que logo comecei a abrir outros blogs. 

Ultimamente, - há mais ou menos um ano - não tenho tido tanto tempo para ler e comentar outros blogs. Mesmo assim, eu faço isso sempre que posso. Mas fiquei triste, um certo sentimento de nostalgia, quando reparei que muitos dos blogs que sigo e que costumavam ler e comentar minhas postagens, estão inativos. Fico me perguntando: para onde foi tanta gente? Por que deixaram de postar?

Hoje pela manhã, ao reler minhas antigas postagens do meu blog Histórias, deparei com comentários de pessoas com quem eu costumava interagir e que hoje simplesmente sumiram dos meus blogs e de seus próprios blogs. Será que ler e  escrever deixou de valer a pena? 

 Já fui severamente criticada pela extensão dos textos em meu blog de contos. Mas como contar uma história complexa sendo econômica com as palavras? O que vale mais, o que é mais importante: contar a história como acho que ela deve ser ou fazer com que seja rápida, fugaz e superficial, a fim de conseguir mais leituras e comentários - geralmente, de pessoas que nem sequer leram direito?

Alguns me dizem que os tempos mudaram; os tais "textões" não têm mais espaço na internet. Ninguém tem mais paciência ou tempo para absorver tanta informação. Percebo que isso pode ser verdade, já que os blogs que postam apenas mensagens curtas geralmente têm muitos comentários. 

Resta-me continuar escrevendo apenas pelo prazer da coisa em si. É o que farei, enquanto eu sentir que devo escrever. A escrita jamais me trouxe recompensas financeiras, notoriedade ou qualquer coisa assim. Apenas prazer. Momentos de distração, e principalmente, de reflexão. É quando eu ponho a minha casa interior em ordem. Por isso, não admito que me venham ensinar como fazer isso.

Lamento pelos que não sobreviveram a essa nova demanda por escritores de textos fugazes e superficiais. Sou o que sou, e é assim que sempre serei. E se há em mim um pouco de nostalgia, ou de desilusão, a respeito do que está acontecendo nos blogs, ainda há -  perfeitamente imaculado - o prazer de escrever.




segunda-feira, 3 de julho de 2017

Where Did The Love go?










I thought it had been lost, 
Long ago.
As I walked,
I stepped on the ground
Trying to feel a trace of its heartbeat
Under my feet
Almost dead,
Still pulsing...

I looked around
At the vast fields of a two-sided lost war
(For no-one ever wins a war)
Trying to feel its name in the wind...

Where did the love go?

And then silence.

The awesome consternation
That it had been there all the time,
Sleeping in the beauty of a faded dream,
Waiting for the growth of new wings,
Inside...






PARA ONDE VAI O AMOR DE QUEM DEIXA DE SENTIR AMOR?







Um comentário feito pelo amigo Aluísio Cavalcante ao meu texto anterior, o poema "Um Vaso na Janela" , deixou este questionamento: 

ALUISIO CAVALCANTE JRsábado, 1 de julho de 2017 09:04:00 BRT
"Sabe Ana,
uma das muitas perguntas
que tenho me feito é:
para onde vai o amor
de quem deixa de sentir amor?..."


Lembrei-me de um filme que assisti, "Colcha de Retalhos", no qual a jovem Finn,  personagem de Wynona Rider, cita um autor cujo nome me foge à memória no momento; ela diz: "Quando dois amantes se separam e permanecem amigos, ou eles nunca se amaram ou ainda se amam."

Acho que assim também é com os relacionamentos que terminam mal, onde nem mesmo a amizade sobrevive. 

Sempre achei estranha a maneira como duas pessoas que um dia foram tão apaixonadas ao ponto de desejarem passar suas vidas juntos, pessoas que construíram casas, tiveram filhos ou simplesmente passaram a participar da vida uma da outra, de repente descobrem que não se amam mais... esse "Não se amam mais" nunca fez sentido para mim. Como alguém pode não amar mais? Deve haver um engano. Talvez estejam apenas furiosas ou confusas. Talvez tenha faltado diálogo, cumplicidade, um pouco de paciência.

Ou talvez nunca tenha havido amor. 

E elas passam uma pela outra na rua sem se cumprimentarem ou cumprimentando-se friamente; e dizem coisas terríveis sobre o ex, dedicando um tempo enorme de suas vidas a difamá-los, agredí-los ou a travar cansativas batalhas judiciais pela guarda dos filhos quando na verdade, o que importa não é o melhor para as crianças, mas a vingança. A melhor e mais eficaz maneira de ferir, de vencer a briga, de humilhar mais, é o que importa. 

Quando seria bem mais fácil seguir em frente e respeitar que um dia houve alguma coisa - mesmo que nunca tenha sido amor. 

Eu acho que quando é amor, ele não vai para lugar nenhum após uma separação. Mesmo que o amor, por si só, não seja suficiente para manter um casal unido - e não é - se ele for verdadeiro, ele ficará guardado no coração, em algum compartimento secreto e pouco acessível, escondido, mas sendo respeitado. E aquele relacionamento ficará na memória como um tempo de tristezas e lágrimas, mas também de alegrias e aprendizado. 





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