Quando entrei na blogsfera pela primeira vez, em 2012, fiquei surpreendida pela resposta positiva que recebi; em poucas semanas, tinha alcançado, em leituras, muito mais do que no espaço que ocupava anteriormente há mais de três anos. As interações eram ricas; os seguidores foram aparecendo quase que magicamente, e postar era tão fácil, que logo comecei a abrir outros blogs.
Ultimamente, - há mais ou menos um ano - não tenho tido tanto tempo para ler e comentar outros blogs. Mesmo assim, eu faço isso sempre que posso. Mas fiquei triste, um certo sentimento de nostalgia, quando reparei que muitos dos blogs que sigo e que costumavam ler e comentar minhas postagens, estão inativos. Fico me perguntando: para onde foi tanta gente? Por que deixaram de postar?
Hoje pela manhã, ao reler minhas antigas postagens do meu blog Histórias, deparei com comentários de pessoas com quem eu costumava interagir e que hoje simplesmente sumiram dos meus blogs e de seus próprios blogs. Será que ler e escrever deixou de valer a pena?
Já fui severamente criticada pela extensão dos textos em meu blog de contos. Mas como contar uma história complexa sendo econômica com as palavras? O que vale mais, o que é mais importante: contar a história como acho que ela deve ser ou fazer com que seja rápida, fugaz e superficial, a fim de conseguir mais leituras e comentários - geralmente, de pessoas que nem sequer leram direito?
Alguns me dizem que os tempos mudaram; os tais "textões" não têm mais espaço na internet. Ninguém tem mais paciência ou tempo para absorver tanta informação. Percebo que isso pode ser verdade, já que os blogs que postam apenas mensagens curtas geralmente têm muitos comentários.
Resta-me continuar escrevendo apenas pelo prazer da coisa em si. É o que farei, enquanto eu sentir que devo escrever. A escrita jamais me trouxe recompensas financeiras, notoriedade ou qualquer coisa assim. Apenas prazer. Momentos de distração, e principalmente, de reflexão. É quando eu ponho a minha casa interior em ordem. Por isso, não admito que me venham ensinar como fazer isso.
Lamento pelos que não sobreviveram a essa nova demanda por escritores de textos fugazes e superficiais. Sou o que sou, e é assim que sempre serei. E se há em mim um pouco de nostalgia, ou de desilusão, a respeito do que está acontecendo nos blogs, ainda há - perfeitamente imaculado - o prazer de escrever.