witch lady

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quarta-feira, 21 de dezembro de 2016

I'm Sorry



I'm sorry for the world,
Victim of intolerance,
Premises for destruction,
Road to insolence.

I'm sorry for Aleppo
And its children,
But most of all,
I'm sorry for those souls
Who will certainly burn in hell
For everything they've done,
For everything they're doing.

It's sad to live in a world
Where the end 
Would be the less hurtful thing.






Dentro




Dentro de cada pessoa
Existe um quarto vazio,
Que mostra uma paisagem fria
Onde raramente chega
A luz fraca de um dia.

Existem estradas longas
Já há muito abandonadas,
Estradas por onde passamos
Mas que deixamos para trás,
E nunca mais foram trilhadas.

Dentro de cada pessoa,
Existem portas entreabertas,
E mil janelas fechadas.

Dentro de cada pessoa,
Existem rios que correm
Caudalosos, carregando
As saudades afogadas
Para um mar que não sabemos.

Existem casas desertas,
Por onde ninguém mais passa,
E onde ninguém mais mora,
A não ser nossos fantasmas.

Dentro de cada pessoa
Existem muitas perguntas,
Que por medo ou precaução
Jamais foram formuladas.

As respostas, me disseram,
Vão com os rios caudalosos,
Que desaguam, cedo ou tarde,
Em imensos oceanos,
E escondem-se nas trilhas
Dos caminhos misteriosos,
Nas casas abandonadas
Por trás das janelas fechadas,
E das portas que trancamos.





segunda-feira, 19 de dezembro de 2016

Agradecimento




Agradeço a todos os que passaram pela minha casa em 2016. 

-Aos meus alunos, que me prestigiaram. Espero que eu os tenha ajudado!

-Aos amigos e parentes que me visitaram.

-Aos pássaros e demais bichinhos que sempre estão por aqui.

À chuva, que deu o ar de sua graça em abudância.

-Aos que prestaram seus serviços, pintando, consertando, jardinando... porque uma casa não se mantém sozinha. Obrigada por deixarem um pouco da sua arte por aqui.

Agradeço também a todos os que passaram por este blog, que é um dos meus favoritos e o que escrevo com mais prazer. Mesmo que não seja o mais visitado. Obrigada!

Um Feliz Natal e um 2017 bem melhor!



Hallelujah





Hallelujah, by Leonard Cohen
Rufus Wainwright
  

I've heard there was a secret chord
That David played and it pleased the Lord
But you don't really care for music, do you?

It goes like this... The fourth, the fifth
The minor fall
The major lift
The baffled King composing Hallelujah

Hallelujah
Hallelujah
Hallelujah
Hallelujah

Your faith was strong but you needed proof
You saw her bathing on the roof
Her beauty and the moonlight overthrew you.

She tied you to a kitchen chair
She broke your throne
She cut your hair
And from your lips she drew the Hallelujah

Hallelujah
Hallelujah
Hallelujah
Hallelujah

Maybe I have been here before
I know this room, I've walked this floor
I used to live alone before I knew you

I've seen your flag on the marble arch
Love is not a victory march
It's a cold and it's a broken Hallelujah

Hallelujah
Hallelujah
Hallelujah
Hallelujah

There was a time you let me know
What's real and going on below
But now you never show it to me, do you?

And remember when I moved in you
The holy dark was moving too
And every breath we drew was Hallelujah

Hallelujah
Hallelujah
Hallelujah
Hallelujah

Maybe there's a God above
And all I ever learned from love
Was how to shoot at someone who outdrew you.

And it's not a cry you can hear at night
it's not somebody who's seen the light
it's a cold and it's a broken Hallelujah

Hallelujah
Hallelujah
Hallelujah
Hallelujah

Hallelujah
Hallelujah
Hallelujah
Hallelujah


tradução


Aleluia

Eu soube que havia um acorde secreto
Que Davi tocava, e que agradava o Senhor
Mas você não liga muito para música, não é?

É assim... A quarta, a quinta
O menor cai
O maior sobe
O rei frustrado compondo Aleluia

Aleluia
Aleluia
Aleluia
Aleluia

Sua fé era forte mas você precisava de provas
Você a viu tomando banho do telhado
A beleza dela e o luar arruinaram você

Ela amarrou você à cadeira da cozinha
Ela destruiu seu trono
Ela cortou seu cabelo
E dos seus lábios ela tirou o Aleluia

Aleluia
Aleluia
Aleluia
Aleluia

Talvez eu já estivesse aqui antes
Eu vi este quarto, eu andei neste chão
Eu vivia sozinho antes de conhecer você

E eu vi sua bandeira no arca de mármore
Um amor não é uma marcha da vitória
É um frio e sofrido Aleluia

Aleluia
Aleluia
Aleluia
Aleluia

Mas houve um tempo em que você me disse
O que realmente acontecia lá embaixo
Mas agora você nunca me mostra, não é?

E lembre-se quando eu te comovi
E a pomba da paz também se comoveu
E cada o suspiro que dávamos era um Aleluia

Aleluia
Aleluia
Aleluia
Aleluia

Talvez haja um Deus lá em cima
E tudo que eu já aprendi sobre o amor
Era como atirar em alguém que tirou você

Não é um choro que você pode ouvir de noite
Não é alguém que viu a luz
É um frio e sofrido Aleluia

Aleluia
Aleluia
Aleluia
Aleluia

Aleluia
Aleluia
Aleluia
Aleluia







HUMANIDADE






Existe um nome que hoje ecoa na mídia, e que jamais será esquecido: Aleppo. Imagens das crianças que foram mortas ou que perderam suas famílias correm pela internet e pelos jornais e revistas do mundo todo. E eu fico me perguntando o quanto a raça humana progrediu ao ver cenas como as que foram mostradas ontem no programa Fantástico. 


2016 foi um ano dramático. Nosso país está mergulhado em lama, sujeira, corrupção e oportunismo. Parece não haver um prazo para que estejamos de pé após esses últimos anos de roubalheiras, que continuam. Mais de doze milhões de desempregados vão passar pelo natal sem ceia e sem presentes. 


A Venezuela, tenta sobreviver à fome e à ditadura cruel de um político enganador cujo único objetivo é manter-se no poder. Maduro já caiu de podre, e ainda não percebeu. Enquanto isso, nas ruas as pessoas recorrem aos saques – talvez, numa tentativa desesperada de salvarem suas famílias de morrerem de fome.


Mas nada se compara a Aleppo e às suas crianças massacradas. E quando eu as vi na TV ontem à noite, incapazes de chorar, os olhares perdidos em algum horizonte onde a esperança já morreu, talvez se perguntando o que será delas – sem pais, sem famílias, sem escolas e sem casas, sabendo que a qualquer momento, uma bomba poderá colocar um fim a tudo, eu me pergunto quantas delas não seriam mais felizes se esse fim chegasse. Fico me perguntando quanto tempo levará para que elas possam ir dormir novamente sem sentirem medo. Quanto tempo será preciso para que elas – caso se tornem adultas – possam se recuperar psicologicamente de tudo o que estão passando e conseguirem levar uma vida normal. 


Comparados ao que elas estão passando, nossos problemas não são nada. Aleppo é maior. Tudo é mais urgente e mais sofrível. E pouco pode ser feito, já que a ajuda da qual eles necessitam sequer consegue chegar às áreas de conflito, e quando chega – como os ônibus – são destruídas pelo inimigo. E quem é o inimigo? Um ditador egoísta e sanguinário, sustentado por outro ditador egoísta e sanguinário. É incrível o que uma única pessoa pode causar a milhões de outras pessoas. 


2016. um ano que entrará para a história. 


Um dia, tudo o que está acontecendo hoje será contado nas salas de aula, e testado nas provas escolares. E as crianças do futuro se sentarão durante as aulas de história, as cabeças apoiadas nas mãos, os olhares perdidos em alguma paisagem lá fora, com a mesma indiferença que nós costumávamos nos sentar quando aprendíamos sobre as Duas Grandes Guerras Mundiais, ansiosos pelo toque da hora do recreio ou da hora da saída. Todas as dores de Aleppo terão perdido a importância daqui alguns anos, assim como todos os judeus mortos durante a guerra transformaram-se em fotografias nos livros de história – personagens cujas histórias feias são contadas e escutadas com tédio pelos que vivem hoje. E mesmo assim, o mundo não aprendeu a lição. Nós não aprendemos a lição.


Não houve evolução. Continuamos a rastejar na mesma lama de egoísmo, crueldade, maldade gratuita, indiferença, desejo de vingança, ambição desmedida, mentiras, mentiras, mentiras.


Nenhuma guerra é santa. Nenhum ideal deveria ser maior do que uma vida humana. 


Nenhum ideal deveria ser maior do que uma vida humana.


Deus retirou-se, e enquanto se afastava da humanidade, não olhou mais para trás. Acho que Ele hoje aguarda em alguma sala de aula, talvez recebendo as almas daqueles que estão sendo massacrados pela história que nós escrevemos e contamos, e quem sabe, Ele tente, mais uma vez, ensinar-nos como escrever uma História mais bonita.


Mas nós sempre fomos péssimos alunos.



terça-feira, 13 de dezembro de 2016

Mil Mortes








Ah, a dor de morrer mil vezes,
Sob o peso dos mesmos pés,
Que pisam, inclementemente
As asas mais distraídas!

Destruir a própria vida
Após o mais longo inverno
Pensando já ter cumprido
Uma estadia no inferno!

Segunda morte, que mata
Mais forte, e profundamente
Aquilo que está por dentro
Apodrecido, demente!

Ah, a dor de errar de novo
Brandindo uma vara curta
Contra os tentáculos fortes
Do mais destemido polvo!

Morder a flor entre os dentes
Até que se quebre o galho,
Amordaçar fortemente
Silenciando o ato falho!

Mistério, é tudo mistério,
Do começo até o fim
Pois quem morreu, retornou
E passa a zombar de mim!

Ah, a dor de morrer de novo
Sob as rodas mais pesadas
Da carruagem, que passa,
E dela, não fica nada...

E o cão só ladra, só ladra,
Uivando, às vezes, à lua
Que observa, refletida
Na suja poça da rua!

Na poça da mais vil lama,
A imagem refletida
De quem almejava o céu
Mas perdia a própria vida...





Sócrates





Alguns pensamentos do filósofo Sócrates:




É costume de um tolo, quando erra, queixar-se do outro. É costume do sábio queixar de si mesmo.






Em qualquer direção que percorras a alma, nunca tropeçarás em seus limites.



Não penses mal dos que procedem mal; pensa somente que estão equivocados.








“As pessoas precisam de três coisas: prudência no ânimo, silêncio na língua e vergonha na cara.” 



“O homem para ser completo tem que estudar, trabalhar e lutar” 



“A maneira mais fácil e mais segura de vivermos honradamente, consiste em sermos, na realidade, o que parecemos ser.




Biografia: Sócrates foi um filósofo ateniense do período clássico da Grécia Antiga. Creditado como um dos fundadores da filosofia ocidental, é até hoje uma figura enigmática, conhecida principalmente através dos relatos em obras de escritores que viveram mais tarde, especialmente dois de seus alunos, Platão e Xenofonte, bem como as peças teatrais de seu contemporâneo Aristófanes.
Fonte: KDFrases




Os Piores Fantasmas







Os piores fantasmas

Não carregam nenhuma

Memória,

Os piores fantasmas.

São únicamente

Histórias

Já contadas.



Almas transformadas

Implodidas pela ambição,

De olhos insensíveis

E mãos separadas.


A eles, nada importa,

Nada conta,

Nada.




Os piores fantasmas

Ainda nem morreram,

Sentam-se, indiferentes, 

À mesa

De uma ceia indigente,

Os queixos apoiados nas mãos,

Os olhos perdidos,

Separados para sempre

Por milhas e milhas

De palavras malditas

Mal ditas.


São vidas sozinhas

Que perderam o encanto.

Sorriem nas fotos,

Entretanto...




segunda-feira, 12 de dezembro de 2016

ESQUECIDA




Paisagem esquecida
De terra árida e águas corrompidas:
Assim tem sido a tua vida.

Estradas largas e desertas,
Por onde andam fantasmas esgarçados,
Desbotados, carcomidos,
E sem memória.

Ah, o surreal e abstrato
Mundo insandecido
Onde passos vacilantes
Já não conhecem os caminhos!

E os gritos lancinantes
Não encontram a paz final,
O porto seguro
De um par de ouvidos!







quarta-feira, 7 de dezembro de 2016

No Feet





She had no feet; just slided across the floor,
And slowly raised her head
To look into open windows. 

Suddenly,
She hissed and moved her split tongue
Speaking a sinuous language
That only she could understand. 

Shshsh!!!




CASA É COISA SAGRADA







Casa é coisa sagrada. Devemos limpar os pés, baixar a voz e adoçar o olhar ao entrarmos em casas alheias. Devemos aprender a respeitar os espaços e as regras,   os gostos diferentes dos nossos, os objetos pessoais, as fotos e suas histórias, pois são histórias das vidas de seus habitantes. 

Casa é invólucro do corpo, que é invólucro da alma, templo do coração. Que aprendamos a reverenciar a casa, o lar, e a manter silêncio sobre os domínios que não são os nossos. Isto é sinal de maturidade, espiritualidade elevada, respeito, carinho e generosidade. 

Que jamais penetremos em uma casa para a qual não fomos convidados; que jamais partamos de uma casa com a língua coberta de injúrias, a fim de falarmos mal daquilo que vimos, tecendo críticas maldosas a respeito de quem nos recebeu. Todo aquele que age desta forma, carrega dentro de si a amargura da inveja e da maldade. 

E mais ainda, jamais olhemos para dentro das janelas alheias com curiosidade maldosa, enviando para dentro o olhar enviesado, ofídico e cruel da calúnia, da injúria, da crítica e do desamor. 

Tratemos a casa alheia da mesma maneira que gostaríamos que tratassem a nossa. Ou correremos o risco de nos vermos, um dia, do lado de fora de todas as casas, tendo como cenário, janelas e portas fechadas. 




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Wyna, Daqui a Três Estrelas

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