A todo momento, deparamos com cenas terríveis postadas em fotos e vídeos na internet sobre maus tratos aos animais. São pequenos cães sofrendo ataques de pessoas brutais e desumanas, cavalos puxando carroças cujo peso é bem maior do que eles normalmente suportariam, animais sendo maltratados a fim de gerar lucros em um circo quando deveriam estar correndo livres pelas selvas, pássaros presos em gaiolas minúsculas ou acorrentados a um poleiro longe de seu ambiente natural, ou então apertados dentro de malas e recipientes ao serem traficados ilegalmente. Vemos cenas de cães sendo caçados impiedosamente no Chile ou sendo massacrados e devorados em restaurantes na China. Vemos o gado tratado cruelmente, encurralados em espaços apertados para que não criem músculos e a carne permaneça 'macia.'
Ninguém gosta de ver estas cenas. Eu não gosto. Preferiria viver em um mundo onde estas coisas não acontecessem.
Mas elas acontecem. Todos os dias. Neste exato momento, pode haver uma macaca sendo utilizada como escrava sexual em algum país distante. Talvez haja um cão sendo maltratado na casa vizinha à sua. Talvez você o escute chorar de medo, fome ou dor, mas ache melhor "não se meter em assuntos que não lhe dizem respeito." E ele continuará chorando, até que alguém o resgate ou ele morra; pior ainda, poderá viver anos e anos nestas condições - sendo surrado, humilhado, ficando na chuva e no sol, passando frio, fome ou sede porque você achou melhor não se meter nesses assuntos.
E aí você se pergunta: "Mas o que eu posso fazer?" Talvez você não seja do tipo de pessoa que sai por aí fazendo passeatas a favor dos direitos dos animais, ou quem sabe, você não tenha condições de adotar todos os cães perdidos do mundo. Certamente, você aplaude pessoas como Luisa Mel, que é uma conhecida ativista, ou grupos como a a PETA - People for the Ethical Treatment of Animals - que combate as experiências em laboratório feitas através de animais. Se você for assim, então você é como eu. Também não tenho condições de recolher todos os animais abandonados do meu bairro, e não tenho tempo ou dinheiro disponíveis para dedicar-me a passeatas ou fundar ONGS.
Mas há algumas coisas que eu e você podemos fazer: conscientizar as pessoas de que estas coisas existem. Muitas vezes, achamos que a nossa assinatura em uma petição simboliza muito pouco nessa caminhada em defesa aos direitos dos animais, mas não é verdade. Quando estas petições nos chegam, é porque as pessoas estão sendo informadas e convidadas a ajudar a mudar a cabeça das pessoas responsáveis por essas atrocidades, e ao mesmo tempo, obrigar os governos e instituições responsáveis a fazerem alguma coisa para ajudar esses animais.
Oferecer comida a um animal faminto, mesmo que você não possa ficar com ele, ou encaminhá-lo a uma associação protetora, poderá salvar-lhe a vida. Gestos que nada custam. Se você puder gastar um pouquinho, poderá comprar comida para cães e gatos e levar até estas instituições, ou pagar por uma ou duas consultas ou procedimentos cirúrgicos. Sempre há alguma coisa que possamos fazer.
Escrever sobre os animais e suas necessidades também poderá ajudar, mesmo que apenas poucas pessoas leiam, pois quem sabe, elas poderão comentar com alguém ou partilhar o texto em uma rede social, chamando a atenção das pessoas certas para resolver o problema. Daí, um pequeno gesto pode ter alguma repercussão.
Uma vez eu recebi um comentário mal-criado por ter colocado em um dos meus blogs uma foto onde um grupo de adolescentes maltratavam gatos. A pessoa comentou algo mais ou menos assim: "Prefiro partilhar coisas mais positivas com os meus leitores." Eu também prefiro. Mas enterrar a cabeça na areia e fingir que o mundo é uma festa não vai ajudar a fazer com que absurdos assim deixem de acontecer. É bem mais fácil fingir que o problema não existe. Eu mesma já apaguei de minha página no Facebook várias fotos e vários vídeos que mostram aberrações maltratando animais, simplesmente porque achei que eles eram apenas sensacionalismo - muitos dos vídeos eram de anos atrás. Mostrar violência apenas para promover-se é o mesmo que colaborar com ela. Mas se ela estiver acontecendo agora, quem sabe possamos pará-la?
Da próxima vez que surgir na sua frente uma petição pelos animais, assine-a. Leva só alguns minutos. Se ouvir um cão chorando muito na vizinhança, vá ver o que é. Se passar por um animal faminto, dê-lhe um pouco de comida. Se passar por alguém que esteja abusando de um animal, denuncie. Bote a boca no mundo! Um pequeno gesto pode ser o gatilho para que grandes mudanças ocorram no mundo. O importante, é fazermos a nossa parte, mesmo que ela pareça representar uma pequena gota d'água sendo carregada no bico de um pássaro para apagar um grande incêndio na floresta.
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Este texto faz parte do meu novo blog, o Projeto Araras. Ele é uma iniciativa de Maurício Azevedo, da OPB (Organização dos Poetas do Brasil) para conscientizarmos as pessoas sobre problemas ambientais. Visitem, e tornem-se nossos seguidores.