witch lady

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sábado, 29 de dezembro de 2012

A Deus nada se Cobra




Choras por não seres feliz
mas vives,
Gritas enraivecida por não teres o que queres
Mas vives,
Lamentas a perda de um grande amor
Mas vives,
Reclamas a Deus caminhos de flores
Que não recebeste
mas vives,
Choras, gritas, lamentas e reclamas,
E calas os corações dos que te amam
mas vives,
Arrebentas as cordas que unem a esperança à felicidade;
E respiras... vives...
Não chores se não és feliz,
Não grites por não teres o que queres,
Não lamentes a perda de um  amor
por maior que ele seja.
Não percas a esperança,
Não por ser a última que morre,
mas porque ainda existe.
Não reclames a Deus o que não soubeste
Aproveitar,
E com um pouco de sofrimento e muita luta
Tu terás o que queres.
Tu não mais procurarás a Deus para cobrar-lhe,
E sim,
Para agradecer-lhe
E lembra-te: A Deus, nada se cobra. AGRADECE-SE.


Maria Aparecida Pires Pinto, na coletânea  'Nossos Poetas II - Petrópolis RJ'




CRIANÇA






Cabecinha boa de menino triste,
de menino triste que sofre sozinho,
que sozinho sofre - e resiste.

Cabecinha boa de menino ausente,
que de sofrer tanto se fez pensativo
e não sabe mais o que sente...

Cabecinha boa de memino mudo
que não teve nada, que não pediu nada,
pelo medo de perder tudo.

Cabecinha boa de menino santo
que do alto se inclina sobre a água do mundo
para mirar seu desencanto.

Para ver passar, numa onda lenta  e fria
a estrela da felicidade
que soube que não possuiria.



Cecília Meireles, em "Viagem"



Viver o Momento





Viver no fluxo significa viver totalmente no presente. Não voltamos ao passado para remover velhas questões. Não nos adiantamos para o futuro tentando adivinhar como serão as coisas. Direcionamos toda a nossa atenção para cada interação, seja esta lavar os pratos, fazer amor, comparecer a uma reunião ou ler uma história para uma criança. Envolvemo-nos por completo com qualquer coisa que façamos, e o tempo parece fértil e pleno, vibrante e tranquilo, tudo ao mesmo tempo. Esse estado de consciência é chamado de viver o momento.



Charlene Belitz & Meg Lundstrom, em 'O Poder do Fluxo.'

CUMPRIR o PRÓPRIO DEVER





Ninguém tranquiliza ninguém sem trazer a consciência tranquila.
Usar boas palavras e bons modos.
Qualquer viajante da estrada sabe afastar-se do pé de laranja azeda.
Desconhecer ofensas.
A vida não constrange criatura alguma a passar recibo numa serpente para atormentar-se com ela.
Auxiliar indistintamente.
Se a fonte escolhesse os elementos a que prestar benefício, decerto que a Terra seria, francamente, um planeta inabitável.
Não censurar.
A crítica traça a obrigação de fazer melhor do que aqueles que nós reprovamos.
Abençoar sempre.
Qualquer trato de solo agradece o adubo que se lhe de.
jamais vingar-se.
Pessoa alguma consegue ajudar a um doente, fazendo-se mais doente ainda.
Amar os inimigos.
A obra-prima da escultura nasce no sonho do artista que a concebe, mas não dispensa o concurso do buril que lhe dá forma.
Não se lastimar por fracasso do caminho.
O sol, em cada hemisfério do mundo, começa a trabalhar de novo, diariamente.
saber cooperar, a fim de receber cooperação.
O próprio Cristo não consegue sozinho realizar a obra de redenção da Humanidade, e, em iniciando o seu apostolado na Terra, procurou doze companheiros que lhe serviram de base à divina missão.



André Luiz - psicografado por Chico Xavier, em 'Meditações Diárias.'

O Ego e o Eu




O ego, diz a filosofia oriental, é o pior inimigo do Eu; mas o Eu é o melhor amigo do Ego.

O Ego é inimigo porque é ignorante. - pois toda a inimizade vem da ignorância.

O Eu é amigo porque é sábio - amizade é filha da sabedoria.
Enquanto o homem ignora a si mesmo, não há solução para o problema fundamental do homem e da humanidade.

Mas como levar o homem da ignorância para a sabedoria? Da incompreensão para a compreensão?
Da inexperiência para a experiência de si mesmo?

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Para que esta grande revelação aconteça ao homem, (pois deve acontecer-lhe!) deve o homem criar um ambiente propício ao redor e dentro de si mesmo; pois, segundo as eternas leis do universo, 'Quando o discípulo está pronto, o Mestre aparece.' Quando o homem-ego está pronto, o homem-eu se revela.

Isto é autorrealização.


Huberto Rohden, em 'Roteiro Cósmico.'

sexta-feira, 28 de dezembro de 2012

Felicidades em 2013!







Tomara que seja um ano muito bom para todos: os que gostam e os que não gostam de mim, pois como li em um post no Facebook, devemos desejar sempre a felicidade de nossos amigos e inimigos, pois gente infeliz, enche o saco.







Tomara que em 2013, quem está doente, se cure; quem está a procura de amor, o encontre; quem deseja um emprego, consiga achá-lo; quem planeja realizar um sonho, tenha forças, ajuda e empenho para consegui-lo.









Tomara que em 2013, possamos todos agir de forma diferente, para que possamos encontrar coisas diferentes diante de nós. Por exemplo, ao invés de ficarmos observando e especulando sobre a vida alheia, que tratemos melhor da nossa própria vida, de forma que não nos sobre tempo para destilar maldade quando virmos alguém que se encontre passando por dificuldades; se não pudermos estender a mão, que pelo menos nos abstenhamos de afundar, ainda mais, esta pessoa.







Que em 2013 tenhamos sempre tempo para parar e refletir sobre os bons e maus momentos de nossas vidas, pois eles são comuns a cada ser humano! Ninguém será feliz ou triste o tempo todo! A alegria e a tristeza nos convidam a observar e aprender que na vida, TUDO passa. Que na tristeza, aprendamos a ser fortes, superar e continuar; que na alegria, aprendamos a aproveitar, partilhar e agradecer.








Que em 2013 - lá no finalzinho, em dezembro - possamos ter a certeza de que fizemos o nosso melhor, demos o nosso melhor, e aprendemos alguma coisa de bom, seja através da alegria ou da tristeza. Porque a tristeza não deve ser encarada como um 'castigo' ou 'punição' que Deus dá àqueles que o 'merecem,' mas uma fase de aprendizado e crescimento pela qual todos, sem exceções, passarão. E se formos brandos ao nos referirmos à tristeza alheia, encontraremos em nosso caminho pessoas que serão brandas conosco quando chegar a nossa vez. Como eu tenho encontrado.






Que em 2013 sejamos menos arrogantes, menos cruéis, menos maledicentes.






Possamos ser mais compreensivos, pacientes e solidários.








Se cada um de nós cultivar bem o próprio jardim, varrer bem a própria calçada e trabalhar com afinco nos próprios interesses, seremos mais felizes e permitiremos que os outros sejam também mais felizes.








Eu desejo a todos - eu disse TODOS - que sejam muito, muito, muito felizes em 2013! Tomara que seja um ano bem florido!





FRASE








"Inúmeras vezes, a maldade que vemos no mundo e nas pessoas, é a que está em nossas pupilas."

quinta-feira, 27 de dezembro de 2012

O Barco








O barco espera as águas
Que o levarão...
Criou raízes
Que o prenderam
Ao chão.

Será preciso
Muita água,
Muitas ondas,
Maremotos
Que desprendam,
Soltem,
Façam navegar o barco
Para longe...

O barco sabe,
O bardo sabe,
Que nunca mais voltará.
O barco quer ficar,
O bardo quer partir.

*

quarta-feira, 26 de dezembro de 2012

COISAS








Naquele canteiro, havia dálias,
Bocas-de-leão,
Beijos, margaridas,
Misturadas aos tomates,
Couves, salsas e alfaces.

Encostado, um velocípede
Pintado de branco, enferrujado,
Na frente, da casa, um balanço,
Nos fundos, pés de frutas espalhados.

Os cães e gatos circulavam,
Latas d'água pelos cantos
No bambuzal, besourinhos
Coloridos e listrados,
Vagalumes, joaninhas,
E o musgo que grudava
Em volta da grutinha
De onde nos olhava
 Nossa Senhora.

Bolinhas de gude
Amarelinhas desenhadas
E a gente brincava,
E como brincava!...
Iam-se as horas.

As aranhas, tão temidas,
Penduradas nos vãos do telhados
Com suas teias sempre cheias
De insetos, que eu salvava
Quando dava,
Quando dava...

Eu Acho...






Eu acho que  a morte deveria ser encarada com mais naturalidade, desde que somos crianças. Acho que deveria ser matéria de currículo durante toda a vida escolar. As crianças pequenas deveriam ser convidadas a conversar sobre a morte de seus animaizinhos de estimação de uma forma natural, sem dramas, e estimuladas a dizerem como se sentem. Os professores poderiam passar por treinamento psicológico a fim de explicar a morte física, dizendo que ela acontece a tudo e a todos que estão vivos, e que é não apenas inevitável, mas também necessária.

Adolescentes deveriam ser levados em visita a hospitais, onde pudessem conversar com pacientes terminais e participar de programas voluntários. Mais do que apenas "Vovó foi para o céu" e "O cachorrinho está no sítio," deveríamos ser estimulados a conviver com a verdade da morte - não falo aqui de religião - como algo físico e inevitável, pois assim, acho que perderíamos o medo dela, e sentiríamos uma dor mais conformada quando chegasse a hora de nos despedirmos de alguém. Também nos sentiríamos mais estimulados a valorizar a vida e as pessoas que nos cercam, pois teríamos a plena consciência de que um dia elas nos deixarão - ou nós as deixaremos.

Mas a morte é tabu; é considerada a pior coisa que nos pode acontecer. É negada e sublimada durante toda a vida. Construímos um mistério em volta dela,  fantasiamos e enfeitamos a morte. Somos acostumados a acreditar que seremos eternos, que ela nunca chegará, e que - pior ainda - só acontece aos outros. Mas finalmente, quando nos vemos diante dela, crescem o desespero e o medo. Não sabemos lidar com toda a carga que socamos lá para o fundo de nós mesmos durante todos esses anos. O que deveria ser encarado como inevitável e natural, torna-se um trauma, e um drama. A vida perde a cor quando descobrimos que o cachorrinho não foi para o sítio, e que a vovó não está dormindo.

Vemos situações nas quais pacientes com câncer tem a verdade escondida deles. Poderiam fazer alguma coisa que planejassem antes de morrer; uma viagem, se possível, escrever um poema, reconciliarem-se com alguém, enfim... qualquer coisa para que pudessem despedir-se adequadamente, da maneira que desejassem; mas como aprendemos e ensinamos que a morte é horrível, mentimos para eles; dizemos que ficarão bons. Acho isto errado... mesmo assim, compreendo que em vista da maneira como somos educados a respeito da morte, esta pode ser a única forma de agir: negando-a a té o fim.

Dizem que existe vida após a morte, no que eu às vezes creio -não sei se por uma certeza atávica e sublimada, ou se por influência externa, ou até mesmo, fuga -mas às vezes, não; porém, mesmo que tivéssemos absoluta certeza de que isto é possível, em nada nos consolaria da ausência real daqueles que amamos. Porque não existem telefones ou internet para o Outro Lado, e nossas crenças vão de encontro à parede das possibilidades remotas (ou não).

Acho que as UTIs são desumanas, quando nos tiram a liberdade de morrer com dignidade, ligando nossos corpos a aparelhos que inflam ar à força dentro de nossos pulmões. Antigamente, as pessoas morriam em casa, quando chegava a hora delas. Hoje, ficam suspensas por máquinas, até que suas peles cubram-se de feridas e toda a dignidade de seus corpos se extingua. Olhamos para elas, e nem sequer as reconhecemos, não vemos naqueles corpos os corpos que nos sorriam, caminhavam entre nós, eram pessoas.

Cobrimos a morte com um véu de mistério e esperança, quando a morte é apenas... a morte. Pelo menos, para este mundo. E se há um outro, ou outros, não há como estabelecermos contato com ele(s). Acho que precisamos aprender a dizer adeus e seguir em frente. Eu ainda não sei fazer isto.

domingo, 23 de dezembro de 2012

MOSAICO





Música ao vivo, bailes, balas,
La Cumparsita em ritmo disco,
Wando, maçãs, doeu demais,
Pores de sol, finais de tarde.
Boteco do seu Manoel,
Bisnagas inchadas de fermento,
Café com leite, 'pão de vento,'
Queijo fatiado, Fanta Uva.
Muitos almoços preparados,
Roupa lavada, casa limpa,
Pijama estampado com pintinhos,
Dentes escovados, livrinhos de história.
Crianças prontas, Dias das Mães
Jograis, homenagens, festas na escola.
Natais, as compras, os pudins,
Ceias, presentes, dinheiro em falta...
Vinho barato e rabanadas
A mesa pronta, muitos enfeites
Crianças correndo pela sala
E a arvorezinha perfumada.
Livros , revistas, dicionários,
Enciclopédias, Inglês sem mestre,
Perfumes da Avon, talco Pretty Peach,
Rifas, sorteios pelo rádio.
Cachorros, gatos, porquinhos da Índia,
Passarinhos, Hamsters, tartarugas
Repreensões, castigos, surras,
Tardes brincando no Morrinho.
Dias de chuva à janela
De uma casinha pequenina,
Bolo no forno, bolinho de chuva,
Doce de abóbora e gelatina.
A geladeira azul clarinha,
A grande mesa de madeira
Que ocupava toda a cozinha...
As canequinhas penduradas.
Tinha o chamado da vizinha,
O muro baixo, mil conversas,
Alguns convites para as festas,
Doce miúdo, glacé, ki-suco.
A morte do avô, a noite longa
Dormindo em casa da vizinha
Aos oito anos, primeiro velório,
Adeus que eu não compreendia.
O pai ouvindo futebol,
Domingo à tarde, mais um gol...
A mãe reclamando do radinho,
Jogo de damas, peças sopradas...
Sentadas no chão enceradinho,
Jogando varetas e moinho
Queen na vitrola, adolescência,
Longos cabelos, aparências.
Churrasco feito no domingo,
A maionese e a farofa,
Cervejas geladas, Coca-cola,
Vizinhos chamando na calçada.
Os namorados, os cunhados,
Sentados à sala, no domingo,
Temporadas de férias em Cabo Frio,
Praia, calor, e pebolim.
Creme de aveia, bronzeador,
Inevitáveis queimaduras,
Cação ao molho de camarão
Que a irmã fazia na cozinha.
A volta à escola, primeiros empregos,
Dificuldades, crediários,
A roupa nova desejada,
E as paredes descascadas.
Obras em casa, novo banheiro,
Um novo piso na cozinha,
Toalha de plástico, mesa de fórmica,
TV à cores, e cortinas.
Namoro sério, casamento,
Mudanças, casas, apartamentos,
Sobrinhos nascendo, e eu crescendo,
Irmãos indo embora, casa vazia.
Os pais mais velhos, eu sozinha,
Poucos amigos, muitos sonhos,
Segunda morte já sentida,
Maturidade, dor na vida...
Terceira morte, foi meu pai,
Outros amigos, conhecidos
Morrer virou uma rotina,
Cresci, e a morte acompanhando...
Meu casamento, alegria,
O pai ausente, lua-de-mel,
Nova família, muitos ciúmes,
Ressentimentos bem velados.
Sobrevivência, nova casa,
Período longo de alegrias,
Aulas de inglês durante o dia,
Na flor da vida, academia...
Mais duas mortes, dor da vida,
Foram-se o sogro e o sobrinho,
Sobrevivemos, renascemos,
Tombamos bem logo adiante.
Um livro escrito, árvore plantada,
Mais duas mortes esperadas...
E segue a vida, e segue a história,
E as alegrias almejadas.










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Este é um post para divulgação do livro de Gabriele Sapio - Wyna, Daqui a Três Estrelas. Trata-se de uma história de ficção científica, cuj...