witch lady

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sábado, 20 de outubro de 2012

Maldade






Ontem à noite o Brasil não saiu de casa. Todos na frente da TV, assistindo ao último capítulo da novela das nove, Avenida Brasil. Confesso que me senti decepcionada com o final dos personagens principais.

O súbito arrependimento de Carminha não me desceu pela garganta... acho que a maldade fica muito impregnada na alma, e ninguém consegue livrar-se dela de verdade, quando a pratica durante tanto tempo. É preciso mais que uma crise de consciência, mesmo porque a  maldade mata a consciência dos atos. E Carminha aprendeu, desde pequena, a ser má. Não estou afirmando que não acredito na regeneração do ser humano, mas que não creio que alguém que foi tão má por tanto tempo, possa , de repente, arrepender-se e tornar-se boa.

Também não me desceu pela garganta o fato dos crimes de Nina não terem sido punidos; afinal, ela passou muito tempo dentro de uma casa, fingindo ser quem não era; ela roubou uma enorme quantia de dinheiro, e foi cúmplice de criminosos - e o fato de estar 'usando-os' na trama de sua vingança, em minha opinião, não a faz menos culpada. Ela mentiu e feriu pessoas inocentes. Mesmo assim, teve um final feliz.

Menos ainda me convenceu aquela cena do abraço entre duas arqui-inimigas mortais, que passaram a vida toda se odiando e perpetrando  vinganças uma contra a outra. A vingança, quando levada daquela maneira durante tanto tempo, inclusive com ameaças e tentativas de assassinato, não deixa de pé nenhuma possibilidade de laços de amizade ou de perdão sincero.

Não gostei do final do marido com suas três mulheres, todos 'vivendo felizes para sempre.' Claro, compreendo que eles eram o lado cômico da trama, mas a mensagem que ficou também não desceu... da mesma maneira, a periguete e os jogadores de futebol.

Talvez o final mais plausível tenha sido o de Soninha Catatau, que voltou a ser o que, na verdade, nunca deixara de ser.

sexta-feira, 19 de outubro de 2012

Algo a Mais








Deve haver algo a mais
Sob essa superfície,
Sob a face da esfinge,
Arremedos de rostos
Crias fracas e rasas
De uma mãe sem colostro.

Pois se há uma essência
De onde fomos gerados,
Sei que existe decência,
Sentimento, inocência,
Sob o rosto partido.

Pode ser só carência...

Deve haver algo mais
Dentro do coração
Que palpita contrito,
De tanto desamor!
Há de haver uma alma
Sob o pano encardido
Que oculta o sentido...

Talvez seja só dor...

Deve haver um sorriso
Sob a lápide dura
Onde jazem, doridos,
Tantos anos de fúria,
Deve haver carne e sangue
Sob cada armadura...

Onde, a nossa lisura?...


*

Minutinhos de alegria



A alegria, nos dias de hoje, está se tornando artigo de luxo no mercado da vida. Ligo a televisão para distrair-me, e o que vejo? Notícias ruins. Violência, carência, desamor. E as coisas não andam muito fáceis para nós aqui fora.

E  exatamente nestes momentos - quando a vida parece difícil e arrastada, e as coisas, pesadas demais - precisamos encontrar pausas para sermos felizes. Pequenas pausas; brechas  de alegria. Nem que seja um minuto para ler uma frase motivadora em um livro, observar uma flor, ouvir o canto de um passarinho, brincar com um animalzinho de estimação.

Algumas coisas precisam de tempo para terem um desfecho. Nada do que façamos poderá apressar ou pular este tempo. Só nos resta providenciar para que tudo esteja encaminhado, e aguardar. Nesse ínterim, podemos cuidar de nós mesmos enquanto esperamos.

Assim, seja qual for o desfecho, estaremos mais preparados: se for um bom desfecho, ou seja, aquilo que todos nós desejamos ver acontecendo, nossa felicidade tende a aumentar; se não for o que esperamos, pelo menos, teremos desfrutado destes preciosos pequenos momentos de branda alegria, o que com certeza, nos deixará mais fortes para enfrentar o que for preciso.

quarta-feira, 17 de outubro de 2012

Um Presente






VAI FICAR TUDO BEM

Uma obra que respira, tem coração e bate...
Emoções voam livres e só a vida as retém.
Cada texto uma janela e por ela o dia vem,
Com a dinâmica real, feito leite e chocolate...

Tem jarro de saudades, o sentir e consolo...
A tela de esperança que toca a eternidade...
O miolo é uma formula e imprime felicidade...
A magia se fez luz num gênio e se diz tolo...

No prefácio já sentimos um novo perfume,
Que denuncia o livro, vestindo roupa nova.
Antes de cada verso um anjo vem e prova...

A capa traz um slide visto por Ana Bailune,
No momento especial que o espírito decola.
E voa numa sépia, que nosso ego,  decora...


Ana Bailune acabo de ler seu livro,
“VAI FICAR TUDO BEM”
E tentei retratar o que senti ante esta obra prima,
Que sei, é super especial em todos os sentidos, e é
Claro que não tive como segurar a emoção...
Chorei e Amei...
Jacó Filho
Enviado por Jacó Filho em 15/10/2012

segunda-feira, 15 de outubro de 2012

Pecado








Pecado



O maior pecado
É não rir,
Não viver,
Não sentir...

Seja qualquer coisa,
Amor ou ódio,
Dor, alegria,
Mas sentir na alma
Qualquer coisa a mais
Que poeira fria.

O maior pecado,
É não arriscar,
Não sorrir,
Não chorar,
Não sonhar...

Seja qualquer riso,
Seja qualquer choro,
Sonho, risco, enfim
Qualquer coisa a mais
Que me traga a paz,
Que me leve a mim...

O maior pecado
É o não agir
Pelo medo imenso
De ser magoado!
É não ter coragem,
É não ter falado
O que vai na alma,
E é consumado.

O maior pecado
É sempre viver
Com medo, acuado,
É não ter amado,
É não ter perdido,
E nem ter pedido
Sequer, desejado...

O maior pecado
É não ter falado!

Escrever é Como Viver





Uma vez eu ouvi uma frase que ficou muito inserida no contexto de tudo o que escrevo; uma frase sobre o escrever: "Escreva sobre alguma coisa que você conheça bem."

A única coisa que eu conheço bem - além do inglês, que é o idioma que eu ensino - sou eu mesma. Portanto, escrevo melhor quando falo de mim mesma. 

Há poucos minutos recebi um e-mail preocupado, de uma pessoa que admiro bastante, dizendo-me que eu não deveria me expor tanto. Mas na verdade, a exposição não me preocupa; acho melhor expor-me falando daquilo que eu conheço bem - a mim mesma - do que falar de quem eu não conheço, levantando falsidade. O que escrevo, é sobre a minha pessoa, e quem sabe, sobre o que muitas outras pessoas podem estar sentindo também. 

Enfim, falo da vida. E não tenho o menor problema com isso.

O que eu acho terrível e sofrível, são as pessoas que, através de e-mails, difamam quem nem sequer conhecem, falando sobre o que não sabem e nunca saberão, levantando falsas suposições e espalhando discórdia e desconfiança. Lobos em pele de cordeiros.

Nesse mundo virtual, a falta de educação pode ser virtualmente fatal. Exatamente como aqui fora. Por isso, eu acho que escrever é como  viver.

Suposições








Alguém supôs,
E pôs
E expôs
Para tirar
Da língua fria
Aquele gosto
De todo dia,
De feijão com arroz.

Mas do que disse,
Nada sabia,
Apenas pôs,
Supôs 
Expôs
O que não sabia
Não soube antes
E não saberá depois.

Quando Formos Luz



Um dia,
Quando formos luz,
Talvez a cegueira que hoje temos
E a ilusão que ela traz
Nos faça olhar um ao outro
E nos enxergarmos
Como realmente somos.

Quem sabe,
Quando formos luz,
As ilusões causadas,
As desilusões mascaradas
Possam encontrar um final
E nos conheçamos, enfim.

Talvez
Quando formos luz,
Tu me olhes sem armas,
Sem pedras nas mãos,
Sem inveja, sem disputa,
E me vejas como eu sou
(Ou como eu tento ser).

Um dia, 
Quando formos luz,
Compreenderás as razões
Pelas quais eu fiz
O que tive que fazer,
E me vejas, não como um monstro,
Mas como uma pessoa
Tão sensível quanto você.

E quem sabe,
Nesse dia
(Se ele chegar)
Possamos, sinceramente , lamentar
Pelo tempo que perdemos
Tempo que não nos reconhecemos
Esse mesmo tempo que vivemos
Como luz, que somos.


*

domingo, 14 de outubro de 2012

Há Muito...







Há muito desisti de procurar sentidos para a vida. Acho que jamais os teremos, e quanto mais certezas adquirimos, mais longe estaremos da verdade. Talvez baste aceitar a vida como ela é: com tudo o que não sabemos ser, desejamos ser, aprendemos a ser.

A única verdade, segundo minha mãe, é que ninguém sai daqui vivo. Nada ou pouquíssimo sabemos sobre o viver, e menos ainda sobre o morrer.

Só sei que a vida vai ficando cada vez mais deserta, quando começamos a envelhecer. As pessoas começam a ir embora. As máscaras começam a cair. Nosso entendimento muda, nossos objetivos mudam. Chegam as crises existenciais. Talvez envelhecer seja como passar por uma segunda adolescência; só que, ao invés de adquirir conceitos e acrescentar traços à nossa personalidade, nós vamos nos despedindo destes conceitos e traços. Aprendemos a ser desnudos. E quem não conseguir, permanecerá pesado.

Mas uma coisa eu sei, sinto e vivo: envelhecer nos deixa mais confortáveis sobre nós mesmos. Já não tenho tantos medos. Aliás, medos, sobraram-me bem poucos. Sei que um dia serei eu a partir da vida das pessoas. Nem sei se farei falta ou não. E nem sei se fará diferença.

É que ando mesmo um tanto melancólica. Chata, mesmo.

Quando nos despedimos de alguém que está indo embora, despedi-mo-nos de tudo o que vivemos com esta pessoa, desde que a conhecemos: cada risada, cada mágoa, cada alegria e cada tristeza. É como se o papel que aquela pessoa fez em nossas vidas estivesse ficando em branco. Sei lá, é difícil explicar. Mas fica uma outra coisa: uma essência que não entendemos. Uma ausência que é para sempre. As lembranças. A voz. As risadas. Tudo de bom e de ruim que dissemos e escutamos. E nos perguntamos: para quê? Se desde o início estávamos fadados à perda e ao afastamento, por que?

E ouvimos sempre a mesma ladainha, que nada nos acrescenta, e que em nada nos alivia: "A vida é assim mesmo." "Agora é colocar nas mãos de Deus." Que porcaria! Melhor nada dizer, quando nada existe a ser dito.

E eu me pergunto o que ainda estou fazendo aqui. E por que, meu Deus, apesar de tudo, de tanta dor e de tanto sofrimento, a vida tem que ser tão bonita, e essa brisa que sopra tem que ser tão fresca, e o barulho dos sinos de vento tem que ser tão mágico e encantador. E as nuvens pesadas e cinzentas passam no céu. Continuarão passando sempre. E um dia, o céu ficará azul de novo, e cinza outra vez.



Soldadinho de Chumbo







Soldadinho de Chumbo


Soldadinho de chumbo,
Quem te pôs no mundo?
Por que tão pequeno,
Por que tão pesado,
Soldado de chumbo?
Quem te fez tão duro,
Te pôs nas fileiras,
Soldado de chumbo?
Quem cavou trincheiras?
Quem se ri de ti,
Quem que te fez tão mau
Quem te fez tão triste?
Vê se não desiste, soldado ignóbil!
Encosta no ombro
O cano da arma
Não foge à batalha!
Ao final do dia,
Soldado de chumbo,
Faz tua elegia,
Que existe no céu
Alguém que te guia (?)
Soldadinho torto,
Quem te deu à luz,
Quem te quer tão morto?
Alguém te fez duro,
Rígido e pequeno,
Te pôs nas fileiras,
Cavou-te as trincheiras
E agora, afinal
Te derrete aos poucos...
Pra quê tudo isso, soldado de chumbo?
Pra onde tu vais?...

sexta-feira, 12 de outubro de 2012

SORRIA



Sorrir nem sempre é fácil,
Mas com certeza,
Te fará mais belo
A quem te observa.
Julgar-te-hão mais feliz,
Mesmo que não sejas,
Mais forte,
Mesmo se fraquejas.
Sorrir é grátis,
Basta ensaiar
Na frente do espelho.
Cuide bem dos dentes,
Deixe-os sempre brancos
Prontos para sorrir.

Capriche na curvatura dos lábios,
Para que ela pareça natural,
Sorria, mesmo que seja
Um riso falso e pesado,
Triste, dissimulado.

Sorria, mesmo que de lado,
Pois o teu sorriso
Te fará mais forte
Te dará suporte
Na hora de chorar.



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