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quarta-feira, 25 de julho de 2012

Tarde Transformada






Estava prevista esta mudança no tempo. Alguém me disse que uma frente fria estava chegando. Mas confesso que eu não estava preparada para o quão rapidamente isto aconteceria! Há apenas alguns minutos, eu estava deitada na rede da varanda, encantada com o tom azul forte do céu e a beleza de um lindo dia ensolarado de inverno; agora, ergo os olhos da tela do computador, em direção à janela, e vejo as nuvens cinzentas que ocuparam todo o espaço azul.

Penso na vida... nunca sabemos os acontecimentos que nos aguardam. Não temos ideia do quão rapidamente o tempo pode mudar, em uma vida, trazendo acontecimentos nefastos ou felizes. Muitas vezes, vemos pessoas que passam por dificuldades, e diante da perseverança destas, pensamos: "Ele é forte! Eu jamais conseguiria passar por tudo isso assim, tão serenamente..." Mas a cada dia, o seu quinhão... quando chegam os tempos difíceis, nos vemos passando por eles.

Por falta de alternativa, tornamo-nos verdadeiros heróis! Cobrimos distâncias que pensávamos ser incapazes de percorrer. E nem sempre o céu coberto de nuvens torna-se logo azul novamente... pode levar muito tempo, mas continuamos, vivendo um dia de cada vez, até que possamos vislumbrar uma certa claridade que nos dê forças para continuar até a manhã seguinte, e depois, até a outra, e a outra...


Viver e Renovar-se







Ontem à tarde, minutos antes de minha aula começar, recebi um telefonema e uma notícia difícil ; imediatamente, comecei a perder o senso, e sentir aquelas coisas que todo mundo sente quando está apavorado: suores frios, coração acelerado, respiração pesada, formigamento nas mãos... ainda ao telefone, olhei para fora:

Estava uma tarde linda, maravilhosa. Uma daquelas tardes nas quais a gente pensa que, se existe a perfeição, ela só pode ser assim! Passarinhos por todo lado, um esquilo brincando na grama, o sol brilhando, o vento refrescante soprando como sempre... respirei bem fundo, ao desligar o telefone, e pensei: "De nada adianta perder a cabeça; nada vai mudar. Aconteça o que acontecer, o mundo não pára por causa de nada, e você vive neste mundo!

Logo depois, chegou meu aluno com sua linda namorada tailandesa, de férias no Brasil, e comecei a aula. A tarde passou correndo, ficamos os três conversando, e quando percebemos, a aula já deveria ter terminado há trinta minutos! Quando eles se foram, olhei novamente à minha volta, e a tarde estava ainda mais linda.

Quando meu marido chegou, passei-lhe as notícias, e fomos dormir com os corações pesados; mas ao acordar, deparo com uma manhã extasiante. Como se nada tivesse acontecido, e todos os dramas só fossem dramas porque nós escolhemos que sejam assim.

Quem sabe o porquê das coisas que se dão? Será que não existe um outro significado por trás de tudo a que chamamos drama? E se agente escolhesse modificar as nomenclaturas, substituindo 'drama' por 'experiência'? E se a gente decidisse que o que importa, não é o final da história, mas o que experimentamos enquanto a história acontece?

Porque não importa o que aconteça, os dias vão continuar começando e terminando, chovendo quando tiver que chover, ventando quando tiver que ventar e fazendo sol quando tiver que fazer sol. 

Sejamos como as árvores, que se inclinam humildemente ao vento que sopra, abrem seus galhos para a luz do sol, quando ele brilha, e recebem com alegria as gotas de chuva. A única cerrteza que temos, é que no final de tudo, a vida vai continuar. Então, para quê fazermos drama? A vida não precisa ser assim!

Ninguém consegue alegrar-se diante de uma notícia preocupante, mas podemos, pelo menos, não superdimensioná-la. Como disse o Eclesiastes, "Há um tempo para tudo debaixo do sol." E nada podemos fazer a fim de acelerar este tempo, e nem temos o poder de pular as etapas desagradáveis. Vamos vivê-las, todo dia um pouquinho, até que, finalmente, elas passem, como tudo passa...


Publicado no Recanto das Letras em: 30/11/2010 08:22:42

terça-feira, 24 de julho de 2012

A Aranha





Passeando pelo meu jardinzinho há alguns dias, eu procurava por imagens para ilustrar meus textos. Fotografei o céu, as borboletas, as joaninhas, os besourinhos na grama. Foi quando deparei com o objeto de meu pavor, serenamente parada sobre uma folha: a aranha.

Não era muito grande; tratava-se de uma espécie papa-moscas, maior que a maioria das aranhas desta espécie. Geralmente, eu teria saído correndo de medo desse bicho pavoroso, mas alguma coisa me fez prender a respiração e me controlar. "Ora, uma mulher dessa idade, com medo de um bichinho tão minimamente peçonhento, que poderia ser esmagado em menos de um segundo?!"

Pus-me a observá-la. Ela pareceu perceber minha atitude, pois virou-se devagarinho na minha direção, e passou a observar-me também, com aquele par de olhinhos cravados no meio de uma minúscula carinha monstruosa.


 Encarei-a de volta. Mesmo com o coração ainda descontrolado, murmurei: 'Não tenho medo de você." Ela se mexeu, firmando-se melhor nas patas dianteiras, e esfregando os ferrões.

Lembrei-me que segurava a câmera fotográfica, e decidi fotografá-la. Mas a danada se assustou comigo, e rápida e fagueira, de repente lançou-se em minha direção, pendurada em uma fina teia quase invisível. Dei um pulo para trás, é claro. Mas pensei: "Essa aí não pode pensar que me derrotou!"

Câmera em punho, reaproximei-me, e passei a rodeá-la , procurando o melhor ângulo. Ela tentou várias estratégias para evitar-me: escondeu-se sob a folha, tentou um outro voo, fingiu-se de morta... e eu, continuei meu trabalho.



De repente, percebi que o pavor tinha passado. Bem, ela era pequena, mas já representou um grande progresso nessa minha fobia lendária. Quem sabe, da próxima vez, se aparecer uma maior, eu não pague um micão, como sempre? Acho que aos poucos, vencemos grandes fobias.


Ps: A aranha não é esta da foto; não consegui achar a imagem verdadeira entre as minhas muitas fotografias...


"Eus"





Há EUs demais
Em teus ditongos.
Por que tanta anomalia
Nesse teu pensamento
Longo?

Tantos muros,
Caminhos duros,
Tombos!...

Não alcanço
O motivo dessa seca
Em teu remanso,
Se o rio é largo,
Longo!...

segunda-feira, 23 de julho de 2012

A Pena





Aquele que diz: "Tenho pena,"
Muitas vezes, quer mostrar
Sua 'superioridade...'
Ninguém há de sentir pena
Daqueles a quem admira,
Ama, ou considera dignos
De ter entre os seus afetos...

A tua 'pena,' eu dispenso,
Nem tenho pena de ti...
Pois a pena que tu sentes,
Talvez seja o sentimento
(O único sentimento)
Que há de brotar de ti...

Fiques tu, com tua pena ( malogro de piedade)
E eu fico com a minha pena (minha palavra, verdade).

Aos Olhos do Observador-Conto




Dois amigos passeavam pelo jardim da casa de um deles - mais favorecido pelas posses. Este último tinha convidado o primeiro para visitá-lo, pois sentia-se vazio e infeliz, e necessitava de alguém com quem conversar. Vamos chamá-los de Zé (o mais feliz) e Chico (o infeliz).

Enquanto Zé caminhava pelo jardim, reparava na beleza das árvores: seu amigo tinha plantadas várias fruteiras: goiabeiras, pitangueiras, limoeiros, laranjeiras, jabuticabeiras, pessegueiros e ameixeiras, onde pousavam passarinhos de todas as cores, cantando felizes. Algumas frutas maduras tinham caído no chão e permaneciam sob as copas das árvores, e alguns esquilos alimentavam-se delas. Logo, Chico reclamou:

"Não sei mais o que faço para acabar com esses pássaros malditos! Comem todas as frutas!"

O amigo Zé percebeu, mas ficou calado,  que se não fossem pelos pássaros, as frutas apenas apodreceriam nas fruteiras, pois o amigo não as colheria jamais.

Passaram por um lindo córrego, pequeno, mas que dava ao jardim um ar de beleza e frescor, além de emitir um ruído reconfortante. Zé achou aquilo maravilhoso, mas Chico observou com amargura:

"Estou pensando em mandar aterrar este riacho. O barulho me incomoda durante a noite."

Enquanto caminhavam, eram seguidos de perto por Bibo, o cão vira-latas de Chico. O animalzinho cheirava as moitas, corria, brincava e pulava; de vez em quando, trazia um galho seco, que Chico jogava para ele, que saía correndo e latindo atrás do galho, trazendo-no de volta para que Chico o jogasse novamente. De repente, Chico bradou com impaciência:

"Sai daqui, animal estúpido! Deixe-me em paz!"

O animalzinho assustou-se, e saiu correndo com a cauda entre as pernas, indo esconder-se sob uma moita. Penalizado, Zé entendeu que provávelmente, Bibo estava acostumado àquele tipo de tratamento, pois parou de seguí-los.

Finalmente, o passeio terminou na varanda, onde havia uma rede, duas cadeiras confortáveis e uma jarra de refresco de frutas esperando por eles em uma mesinha. Após servir-se de um copo, Zé falou:

"Você tem um belo espaço aqui, Chico! Uma beleza só... árvores de frutas, flores, passarinhos, um cão... e até um riacho! Luxo só!...

Suspirando fundo, Chico respondeu:

"Quer saber? Comprei este espaço para fugir da vida agitada da cidade grande, onde não aguentava mais viver. Tanta poluição e barulho, competição... mas acho que me decepcionei, não consigo ser feliz aqui, assim como não era feliz por lá. Minha mulher finalmente me deixou, levando os meninos, e fico aqui sozinho o tempo todo."

Desejando animar o amigo, mas sabendo que qualquer coisa que dissesse poderia ser inútil, Zé pensou bem antes de falar. Depois, tomando um gole de suco e olhando em volta, para a beleza do lugar, ele disse:

"Amigo, me desculpe, mas se você não é feliz aqui, não será em lugar nenhum! Olhe só em volta, tanta beleza e riqueza... sabe, eu acho que o que lhe falta, é deitar naquela rede ali, que está balançando sozinha pelo vento desde que cheguei... e de lá, observar o que você tem, e dar mais valor, ser mais grato por tudo. E ter paciência com as pessoas, pois você sempre foi tão 'estourado,' que acabou afastando todo mundo."

Chico olhou para o amigo,  pensando no quanto aquelas palavras eram simplórias... só mesmo o Zé para ter um pensamento tão bobo! Mesmo assim, sabia que ele estava tentando ajudar. Para agradá-lo, foi até a rede e deitou-se - algo que nunca tinha feito antes. E não é que a paisagem de lá era mesmo bonita?

De mansinho, Bibo foi se aproximando, e deitou sob a rede. O dono começou a acariciá-lo. O 'barulho' do rio tornou-se bem mais agradável, até que virou  um ruído relaxante e delicioso. Dali ele podia enxergar os passarinhos, e começou uma conversa com o amigo, na qual ambos, lembrando os tempos de infância em que brincavam perto de uma mata, começaram a identificar algumas espécies.

No final da tarde, Chico estava com as mãos sujas de terra - passaram algumas horas capinando canteiros e replantando mudas de flores - suado, e sentindo-se revigorado pelo trabalho. Além de tudo, sentia por dentro uma sensação que nunca tivera: a felicidade.

Descobriu-a dentro dele, ao deitar-se naquela rede.

sábado, 21 de julho de 2012

Meu Desejo




Do que há de vir, desejo a cura,
Não apenas da doença que nos ronda,
Mas também do medo de enfrentá-la,
De sentar-nos à mesa e comermos com ela, 
Tentando, mesmo assim, não encará-la, 
E de, todas as noites, tê-la à cabeceira
Como nossa guardiã e companheira.

Do que há de vir, desejo a cura,
Daquilo que a causou, que está em nós
E que se fez raiz desta loucura
Que provocamos, através do que pensamos
E que hoje paira sobre nós
Como uma sombra que aguarda
E que nos guarda a dor que choraremos.

Do que há de vir, só quero a cura,
Mesmo sabendo que ela pode nos ser cara,
E que o caminho a percorrer será escuro,
Que entre mim e o que desejo, existe um muro
Que só os que tem muito amor e fé
Tem também a esperança e a força necessárias
Para, total e definitivamente, derrubar...

sexta-feira, 20 de julho de 2012

Flecha





Amarrei forte
O sonho à flecha;
Lancei no ar...

Raios de sol
A colorir,
A iluminar!...

E o que me importa,
Não é o alvo,
Mas o sonhar!

Pus um pedaço
Do coração
Neste lançar!

quinta-feira, 19 de julho de 2012

ACIMA





Voava a imensa águia,
Acima dos pensamentos,
Colecionando momentos...
Asas abertas,
Olhos atentos...

Voava acima do que paira
Sobre esse mundo de cimento,
Ia nas asas do vento,
Penas ao sol...

Voava a imensa águia,
Pássaro nobre,
Pousava sobre o gelo azul,
E a paisagem...

Vivia sua liberdade,
Depois pousava,
Sobre o braço forte
Que alguém lhe esticava!

Sempre voltava!

O Sapo Insólito - conto





















O SAPO INSÓLITO





Quando mudou-se para aquela velha casinha com seus dois filhos, logo pós o divórcio, Joana ainda vivia um clima de final de festa, tendo na boca um gosto de ressaca por ter terminado um casamento ruim que durara mais de dez anos e ao mesmo tempo que a aventura de uma nova vida a excitava, deixava-a insegura.



Tudo era novo: o divórcio, a mudança para a velha casinha em um bairro afastado do centro, o novo emprego, a escola nova das crianças. Muitos sonhos a sonhar, enquanto outros ainda agonizavam no caldo dos últimos acontecimentos.


Foi Bruno, seu filho de sete anos, quem primeiro notou a grande pedra coberta de hera que ficava logo na entrada do jardinzinho, junto ao portão. Logo subiu nela, empunhando sua espada de plástico, tomando conta do território. Passou a explorar seus arredores, e percebeu que, em um dos cantos, havia uma profunda grota, que levava para dentro de um túnel com uma pequena abertura. Mas Joana estava ocupada demais com a arrumação do novo lar para dar-lhe atenção. Mariana, sua filha de dez anos, pegou a mangueira do jardim- que media doze metros - e começou a introduzi-la no túnel, para saber qual a profundidade.


Pelo menos dez metros de mangueira penetraram a escuridão sob a pedra.


Assustada com a possibilidade de um morador perigoso, como uma serpente, por exemplo, Joana proibiu que as crianças voltassem a brincar nas proximidades da pedra.


E foi naquela noite, enquanto trabalhava na cozinha, portas abertas devido ao calor, que ela teve a impressão de estar sendo observada. Era muito forte a impressão, e ela ergueu a cabeça, olhando em volta. Percebeu, com o canto dos olhos, que uma forma escurecida fazia-lhe companhia: um enorme sapo-boi!


Eles se olharam por alguns instantes, e ela decidiu que deveria colocá-lo para fora de casa. Com uma vassoura e muito cuidado, pois não queria ferí-lo, empurrou-o porta afora. Achou que talvez fosse ele o morador da caverna misteriosa.


Dias depois, enquanto pendurava a roupa no varal, lá estava ele novamente, a observá-la de um canto do jardim. Joana percebeu que ele tinha um estranho olhar, quase inteligente, que a examinava descaradamente, parecendo ler tudo o que se passava dentro dela. Ajoelhou-se em frente a ele, enxugando as mãos nos jeans. Passou a observá-lo com mais cuidado. Ele nem se mexeu devolvendo-lhe o olhar, a garganta inflando levemente. Ela estendeu uma das mãos para tocá-lo, movida por uma mórbida curiosidade, e nem assim, ele se moveu.


Ela sentiu sua pele áspera sob os dedos. Havia uma pegajosa humidade. Ele parecia estar gostando da carícia, pois fechou os olhos. De repente, Joana pareceu voltar a si, e achou-se ridícula! O que as crianças iriam pensar, se a vissem naquela situação? Achou que estava carente demais... imagine só! Acariciar um sapo!


Uma semana depois, durante uma tempestade, Joana preparava-se para entrar no chuveiro, quando, ao tirar a camiseta suada, percebeu que a jogara sobre alguma coisa escura que estava no chão do banheiro. Rezando para que não fosse uma aranha, apanhou a camiseta com a ponta dos dedos, e lá estava ele novamente: seu admirador sapo!


Ela entrou no chuveiro e, de repente, sentiu ímpetos de exibir-se para o seu batráquio admirador, ensaboando-se de maneira sensual, como se estivesse fazendo um comercial de sabonete. O sapo não tirava os olhos gulosos dela. Joana começou a achar aquilo tudo muito estranho, pois pela primeira vez desde seu divórcio, era acometida por desejos sexuais.

 Espantando aqueles absurdos pensamentos libidinosos, ela desligou o chuveiro e passou a enxugar-se. Foi quando ouviu uma voz masculina e quente, que a fez dar um pequeno salto:

 -Você é muito bonita!

 -Quem está aí?


Lá fora,a chuva era torrencial, e ela pensou que poderia ter ouvido o som da TV que as crianças assistiam. Mas a voz respondeu-lhe:

 -Sou eu, o sapo.

 Joana olhou para ele, que estava calmamente sentado sobre a tampa do vaso sanitário, terminando de engolir um pequeno besouro.


-Você... fala?!

 -Mas é claro! Por que a surpresa?

 -Ora você é um... é um...
-Sapo? Não tenha tanta certeza!

Joana passou a cobrir-se com a toalha, pudicamente.


-Bem, então o que é você?

 -Sua mãe nunca contou-lhe histórias quando você era pequena? Eu sou um príncipe encantado!

 -Como assim?! Acho que eu estou ficando maluca...
- Pense o que quiser... mas acho que você deveria considerar bem uma proposta que vou fazer a você!

-Qual?


Ele pulou para o chão, e foi aninhar-se junto aos pés dela. Pediu-lhe que se ajoelhasse junto dele, para ouvi-lo melhor.

 -Beije-me!

 Joana não acreditava no que estava ouvindo.

 -O que?! Você está maluco?

-Ora, até pouco tempo, você é quem tinha enlouquecido... seja mais crédula! Beije-me, e eu me transformarei em um príncipe encantado que viverá ao seu lado para todo sempre.


Ela considerou a idéia. Ficou de pé, e começou a caminhar ao redor dele.

 - E o que eu ganho com isso?

-Segurança financeira. Afinal, eu sou um príncipe! E é claro, noites de volúpia inesquecíveis, escola particular para suas crianças, muitas festas e bailes na corte, e...

 -Mas para ter tudo isso, basta que eu o beije?

-Bem... não é só isso... tem uma outra coisa!

-E o que seria esta 'outra coisa?'

Ele respondeu:


-Não posso ser um príncipe o tempo todo... posso viver como príncipe durante uma semana, e como sapo uma outra, alternadamente.


-Mas se é só isso, por mim, está tudo bem!


-Bem, eu ainda não terminei: quando eu for sapo, você será uma rã. Mas é só por uma semana, alternadamente, como eu já disse...


Diante daquela proposta, Joana pediu-lhe um tempo para pensar melhor.

 Continuou com sua vida, agindo como se nada tivesse acontecido. Ela gostava da liberdade que adquirira após o divórcio. Gostava do novo emprego e dos novos amigos que fizera. Quando pensava em relacionamentos sérios, ainda sentia que não os desejava... queria gozar um pouco mais de sua liberdade.

 Mas sabia que, caso sua vida tomasse um rumo realmente desencantador, tinha sempre a alternativa de beijar o sapo...
 
 
 


 

O Tempo é a Alma da Vida





A vida passa,
Envelhecemos,
E quando pensamos
Que o tempo  passou,
Que perdemos tempo,
Ele nos abraça, nos envolve,
Nos recebe em seu castelo
E nos mostra
Que nós não passamos,
Pois ele é alma,
E como alma, é eterno...

O tempo enrodilha-se
Em volta da vida
E recolhe as coisas,
Todas as coisas...
Ele apaga,
Ele eterniza...
Ele fere,
Ele cura...
Ele envelhece,
Ele rejuvenesce
E nos devolve ao ponto de partida.

Porque o tempo,
O tempo é a alma da vida!

Parceiros

Wyna, Daqui a Três Estrelas

Este é um post para divulgação do livro de Gabriele Sapio - Wyna, Daqui a Três Estrelas. Trata-se de uma história de ficção científica, cuj...