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terça-feira, 25 de julho de 2023

Chá




 


A gente engole a mágoa

Que temos da vida

Servida na xícara;

Paz conquistada.

 

Cabo de adaga

Rachado,

A lâmina corta a mão

Que com precisão,

A agarra.

 

A gente engole a mágoa,

A gente se afoga,

Agora é tarde, a hora é morta,

Nada pode consertar

A engenharia torta.


 A vida estrangula,

Sufoca a garganta

Que tenta gritar

Enquanto cresce a angústia.


 A gente escala as paredes,

Regurgitando o medo,

As unhas arranham, agarrando

Deixando marcas profundas

Rasgando os nossos segredos. 


E a vida nos consagra,

E a gente vira gárgulas

Nas soleiras das nossas portas,

Espantando aquilo tudo

Que nos mata.


 




6 comentários:

  1. Muito bonito!
    Beijinhos minha querida amiga Ana!
    💝💛💝MegyMaia

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  2. Querida Ana, lindos versos poéticos que mostram as angústias das almas virando gárgulas e tomara espantando tudo o que nos mata!
    Tens um dom muito lindo de se inspirar e nos mostrar poemas assim, amei ler!
    Abraços apertados!

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  3. Olá, querida amiga Ana!
    Dizem que chá é natural e faz bem...
    Entretanto chá de tormentos é puro veneno.
    Muito perfeita inspiração do que afeta a vida fluir livremente em nós.
    Tenha dias abençoados!
    Beijinhos

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  4. Ana,
    Sinceramente,
    se eu ainda trabalhasse com
    Elenco de Teatro como
    Diretora, pensaria no seu
    texto tanto para exercício/laboratório
    quanto para uma cena.
    Ficaria fantastico o trabalho.
    Você escreve, eu leio e vejo
    as palavras em ação.
    Bravíssimo!
    Bjiuns
    CatiahoAlc.

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  5. A mágoa torna qualquer chá venenoso. E faz de qualquer poema um enorme desabafo sobre a angústia.
    Uma boa semana.
    Um beijo.

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