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segunda-feira, 28 de novembro de 2022

VOZ

 




 



Voz que viaja, se erguendo

De sustenido a sustenido

Mas nunca chega a um par de ouvidos.

 

Voz que se eleva, e que grita,

Aflita, inflama as amídalas,

Faz racharem as xícaras

E os copos

Na cristaleira de vidro.

 

Voz que ecoa, e se ergue

Com força

Num peito vazio,

Onde os ecos se sobrepõe,

E se repetem, incontidos.

 

Voz que chora, e se desfolha

Qual margarida entre os dedos

De alguém indeciso.

Voz que se cala, finalmente,

E que adormece, infeliz,

Em um calado grito

Que estanca, mas desagua em cascatas

Sobre o travesseiro, perdido.




 

Um comentário:

  1. A vozes e seus donos, o silencio das vozes que clamam, que gritam pelo mais, pelo bem geral, vozes sufocadas, que explodem nos peitos grávidos de esperanças. São vozes que ecoam.
    Belo trabalho Ana.
    Abraços

    ResponderExcluir

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