witch lady

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quinta-feira, 27 de janeiro de 2022

ALTEREGO

 




A flor também é todo e cada espinho,

O talo longo em direção ao céu,

As folhas verdes e as folhas secas,

O seu perfume de mistério – o véu

Descortinado à beira do caminho.

 

A flor é a praga grudada na planta,

E toda a seiva que a alimenta,

Ela é a raiz que na terra se deita

Lutando contra quem quase a arranca

E não consegue, mas tenta, e tenta.

 

A flor é aquela cuja cor é forte,

Mas poucos notam, à beira da estrada...

Que seca, anônima é pisoteada,

Mas se entrega, sem temor à morte

E à sua sorte, ao ser abandonada.

 

A flor é aquilo que ainda resta,

E ainda pulsa, e ainda sente,

Que parecia ser tão indefesa

Mas que renasce do nada – surpresa!

De uma obscura, ínfima semente.

 

 


 

 

4 comentários:

  1. Uma flor no caminho, que como uma pedra se afasta, maltrata, mas ela sabe a arte do renascer e florescer.
    Linda sua inspiração que passa por reflexão.
    Abraços e feliz fim de semana.

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  2. Sensibilidade ímpar!
    lindo poema, amei!
    Abraços apertados!

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  3. A flor resiste, apesar de tudo, e assemelha-se a certas pessoas que recomeçam sempre que é preciso.
    Gostei muito do poema.
    Uma boa semana com muita saúde.
    Um beijo.

    ResponderExcluir

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