witch lady

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terça-feira, 20 de março de 2018








Eu rezo a um Pai cujo rosto eu não conheço,
Eu peço a um Filho que eu jamais pari
E faço o sinal da cruz,
Mencionando um Espírito Santo que nunca vi.

Murmuro palavras que me foram ensinadas,
E outras palavras que eu mesma invento.
Eu peço, imploro, tento
Alcançar uma luz que há de cegar-me.

As adagas pontiagudas da fé
Dançam em volta de mim,
Cortam de leve,
Sangrando sentidos
E eu, em suspiros desabridos,
Tento escutar a leve voz
Suave e santa – Doce Algoz!

O cheiro do incenso que santifica,
Purifica a minha dúvida.
De joelhos eu caio; cortam-me os cacos
Da fé sobre a qual estou prostada.









quarta-feira, 14 de março de 2018

Meus Dois Stephens









Existem dois Stephens que conheci através das letras: Stephew King e Stephen Hawking. Para mim, ambos são magos dentro de suas especialidades. O primeiro inventa mundos, e o outro, os descobre. Ambos têm aparência forte; o primeiro tem um olhar que parece o de alguém saído de um manicômio de filme de terror, e o segundo, uma força descomunal aprisionada dentro de um corpo encarquilhado e imóvel.

Ambos chocam, surpreendem, causam espanto e admiração. Ficamos amedrontados ao entrar no mundo de King, mas não conseguimos voltar, uma vez que a porta esteja aberta e tenhamos dado o primeiro passo; e ficamos curiosos e esperançosos (ou desesperançados) ao adentrarmos o mundo de Hawking, e concluímos que também não conseguiremos voltar, mas por razões totalmente diferentes.

Cresci convivendo com eles através dos livros. King ensinou-me que o sobrenatural pode estar nas situações mais corriqueiras do dia; na imagem que passa pelo canto dos olhos, no ruído estranho que geralmente ignoramos, na sombra esquiva em um quarto escuro, na aparente normalidade de uma comunidade de pessoas, e mais ainda, dentro de nós mesmos. Hawking ensinou-me que podemos voar tão alto quanto desejarmos, usando apenas a força do pensamento e o combustível da curiosidade. Esta lição está tatuada em seu próprio nome: “Hawk”, em inglês, significa “falcão.”  E a gente sabe muito bem que  podemos colocar um falcão em um poleiro com uma corrente prendendo suas garras, mas quando o soltarmos, ele voará acima de nossas cabeças e enxergará aquilo que jamais enxergaremos. Tiramos o falcão do céu, mas jamais seremos capazes de tirar o céu do falcão.

E hoje, o Falcão voou. Vejo-o ir ao encontro dos céus com os quais sonhou, em direção aos mundos que ele descobriu, comprovando ou aperfeiçoando as suas teorias. Livre, finalmente livre, sem o peso do corpo que o conteve, durante tantos anos, contra todas as probabilidades médicas. Corpo que jamais foi capaz de conter sua genialidade, impetuosidade e capacidade de ser mágico e ensinar a todos sobre a magia da vida.






terça-feira, 13 de março de 2018

Tenho Pensado...










Eu tenho pensado muito em você,
E descobri que ainda lamento
E choro pelo que era doce.
Eu tenho muitas saudades
De como era, e do que eu pensava
E acreditava que você fosse.

Era bom, andar ao seu lado,
Os pensamentos sempre interligados,
Os passos pisando o chão, seguros,
Aparentemente caminhando
Sempre na mesma direção.

Era boa, a sensação
De que eu sempre teria você
Por perto, de braços abertos,
A me amparar, se eu caísse.

Sinto saudades das nossas andanças,
Da sensação  de segurança,
Das risadas à mesa, aos domingos,
Das tardes amenas de conversas
Do conviver por diversão.

Eu sinto falta das lanchonetes,
Daquelas festas de São João,
De fazer juntos o mercado
As compras no mesmo cartão.

De onde menos se espera o corte,
É bem dali que ele vem mais forte,
E a dor que nasce, dilacera,
A  pele jamais cicatriza...

Fecha-se os olhos, mas a ferida
Por mais que se queira, nunca fecha.
E fica aquela estranha brecha
Ardendo, até o fim da vida.





quinta-feira, 8 de março de 2018

POEM FOR A CAT




I never wanted you to come and stay
But never wished that you would go away.
I was so happy when I heard you meow
When you came into through my bathroom window.

Then we were friends, and not so long ago
I'd always find you sleeping in my bed...
At times I felt you were trespassing, though...
But now you're gone, I feel so very sad!

Where has she gone, where is the little cat
I used to see, who kept me company?
She stood beside when I was weak and ill
And I can feel her silent presence still.

She moved away with her real family
The lonely one now that she's gone is me!
No-one comes in, the bathroom window is bare
I miss that long, suspicious precious stare!




terça-feira, 6 de março de 2018

Coisa Sagrada





Há alguma coisa sagrada no voo dos pássaros,
Na maneira como eles se jogam, sem medos,
Com toda a certeza de que o horizonte está próximo
E o chão está longe.


Às vezes, deixam cair uma pluma leve,
Que vai descendo devagar do mundo dos deuses alados
Oscilando com o vento, procurando onde pousar,
Até que encontra o Chão dos Desencantados.


E eu penso, quando deparo com uma delas
A aterrissar levemente aos meus pés:
Será uma mensagem de esperança contumaz
Ou está ali apenas para lembrar-me
Do que eu nunca, jamais serei capaz?




Delicadeza








Entre a flor e o elefante
Existia um amor platônico,
Daqueles, sempre distantes...

Um gesto, e ele a colheria!
Só um momento de dor
E o perfume que ela tinha
Todo se derramaria!

Mas o elefante passava,
Pisando duro, pisava
Sem ver a flor pequenina...

E a flor com ele sonhava,
E em seus sonhos, se entregava
Ao amor que ele não tinha!

Mas um dia, como sempre
Acontece nas histórias,
O elefante se deteve
Diante daquela flor
Que de triste, já murchava...

Então ele, de repente,
E imprevisivelmente,
No momento do adeus
Por ela se apaixonava...

Mas a flor caiu sem lume
Sobre as patas do elefante, 
Que aspirou com sua tromba
O que restou do perfume...



(poeminha baseado na ilustração)








quarta-feira, 28 de fevereiro de 2018

Sumindo








Sumindo
Estamos todos
Sumindo
Na multidão
Partindo
De coração
Partido
Na solidão
Dormindo
A vida , a morte
Vindo.

Sumindo,
Dentro da noite
Ouvindo
O apito infindo
No céu
A lua vindo
O dia
Insinuando
A noite
A que virá
Surgindo
Enquanto nós
Sumimos.

Sumindo
E o pensamento
Imenso
Cheio do que
Não leva
À nossa porta
Aguarda
Pacientemente
A treva
A que nos leva
Arrasta
Inesperada
Mente.







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