witch lady

Free background from VintageMadeForYou

terça-feira, 13 de março de 2018

Tenho Pensado...










Eu tenho pensado muito em você,
E descobri que ainda lamento
E choro pelo que era doce.
Eu tenho muitas saudades
De como era, e do que eu pensava
E acreditava que você fosse.

Era bom, andar ao seu lado,
Os pensamentos sempre interligados,
Os passos pisando o chão, seguros,
Aparentemente caminhando
Sempre na mesma direção.

Era boa, a sensação
De que eu sempre teria você
Por perto, de braços abertos,
A me amparar, se eu caísse.

Sinto saudades das nossas andanças,
Da sensação  de segurança,
Das risadas à mesa, aos domingos,
Das tardes amenas de conversas
Do conviver por diversão.

Eu sinto falta das lanchonetes,
Daquelas festas de São João,
De fazer juntos o mercado
As compras no mesmo cartão.

De onde menos se espera o corte,
É bem dali que ele vem mais forte,
E a dor que nasce, dilacera,
A  pele jamais cicatriza...

Fecha-se os olhos, mas a ferida
Por mais que se queira, nunca fecha.
E fica aquela estranha brecha
Ardendo, até o fim da vida.





quinta-feira, 8 de março de 2018

POEM FOR A CAT




I never wanted you to come and stay
But never wished that you would go away.
I was so happy when I heard you meow
When you came into through my bathroom window.

Then we were friends, and not so long ago
I'd always find you sleeping in my bed...
At times I felt you were trespassing, though...
But now you're gone, I feel so very sad!

Where has she gone, where is the little cat
I used to see, who kept me company?
She stood beside when I was weak and ill
And I can feel her silent presence still.

She moved away with her real family
The lonely one now that she's gone is me!
No-one comes in, the bathroom window is bare
I miss that long, suspicious precious stare!




terça-feira, 6 de março de 2018

Coisa Sagrada





Há alguma coisa sagrada no voo dos pássaros,
Na maneira como eles se jogam, sem medos,
Com toda a certeza de que o horizonte está próximo
E o chão está longe.


Às vezes, deixam cair uma pluma leve,
Que vai descendo devagar do mundo dos deuses alados
Oscilando com o vento, procurando onde pousar,
Até que encontra o Chão dos Desencantados.


E eu penso, quando deparo com uma delas
A aterrissar levemente aos meus pés:
Será uma mensagem de esperança contumaz
Ou está ali apenas para lembrar-me
Do que eu nunca, jamais serei capaz?




Delicadeza








Entre a flor e o elefante
Existia um amor platônico,
Daqueles, sempre distantes...

Um gesto, e ele a colheria!
Só um momento de dor
E o perfume que ela tinha
Todo se derramaria!

Mas o elefante passava,
Pisando duro, pisava
Sem ver a flor pequenina...

E a flor com ele sonhava,
E em seus sonhos, se entregava
Ao amor que ele não tinha!

Mas um dia, como sempre
Acontece nas histórias,
O elefante se deteve
Diante daquela flor
Que de triste, já murchava...

Então ele, de repente,
E imprevisivelmente,
No momento do adeus
Por ela se apaixonava...

Mas a flor caiu sem lume
Sobre as patas do elefante, 
Que aspirou com sua tromba
O que restou do perfume...



(poeminha baseado na ilustração)








quarta-feira, 28 de fevereiro de 2018

Sumindo








Sumindo
Estamos todos
Sumindo
Na multidão
Partindo
De coração
Partido
Na solidão
Dormindo
A vida , a morte
Vindo.

Sumindo,
Dentro da noite
Ouvindo
O apito infindo
No céu
A lua vindo
O dia
Insinuando
A noite
A que virá
Surgindo
Enquanto nós
Sumimos.

Sumindo
E o pensamento
Imenso
Cheio do que
Não leva
À nossa porta
Aguarda
Pacientemente
A treva
A que nos leva
Arrasta
Inesperada
Mente.







sábado, 24 de fevereiro de 2018

Melancolia – ou Canções do Medo

imagem obtida da minha melancolia




Melancolia – ou Canções do Medo

As pessoas fogem da melancolia de maneira compulsiva. Ninguém quer ficar sozinho. Ninguém quer escutar música clássica. Ninguém quer se lembrar de coisas tristes, pessoas que já se foram, momentos difíceis. Talvez seja por isso que esteja surgindo tanta música barulhenta e infernal nos dias de hoje: medo. As pessoas precisam de barulho para que não tenham que ouvir a si mesmas. E a música barulhenta de hoje é bem diferente da música barulhenta de anos atrás, pois o rock tinha um contexto, uma história, e letras significativas – na sua maioria. Algumas destas letras eram bem melancólicas, como “Love Hurts”, do Nazareth, “Stairway to Heaven”, do Led Zeppelin e “Bohemian Rapsody”, do Queen. Mas as letras de hoje, gritadas a plenos pulmões por pessoas que jamais poderiam ter se tornado cantores, só servem para acompanhar  a mesma batida, que se faz presente em quase noventa por cento das canções. E elas não tem qualquer significado, e seu único objetivo é fazer barulho para matar qualquer possibilidade de silêncio. Eu as chamo de “Canções do Medo.”

Obrigada a tirar férias forçadas devido a uma conjuntivite que se agravou, eu passei uma semana inteirinha sozinha em casa, em dias chuvosos e atipicamente frios de verão. Quase não pude ir lá para fora. Nas poucas vezes em que pude curtir um pouco o meu jardim, o céu estava encoberto e havia chuva intermitente. Nada mais melancólico, e eu adoro.





Pude me sentar na minha cadeira de balanço, que fica na varanda, junto à porta de entrada da casa – local onde geralmente não tenho muito tempo de me sentar. E de lá, enquanto eu escutava chuva e passarinhos e observava meus cães brincando ali perto na grama, o pensamento começou a tornar-se autossuficiente, indo por caminhos que eu geralmente tento bloquear. E eu me lembrei de outras coisas, outras pessoas e outros tempos. Algumas dessas pessoas não estão mais aqui, o que me trouxe melancolia, mas notei que lembrar-me delas foi quase como tê-las aqui em minha casa, me visitando. Foi bom. E o medo da tristeza que me acomete quando eu penso nelas, cedeu espaço à memórias agradáveis, momentos tão felizes dos quais eu quase me esquecera devido ao meu esforço de não pensar mais em coisas tristes. Fatos e pessoas dos quais a gente tem mais saudades, são justamente os melhores, os que realmente valem a pena lembrar. 

À noite, começou a chover forte; escolhi uma playlist de músicas clássicas no aplicativo, acendi um único abajur, fechei as cortinas e deitei-me no sofá da sala. A música estava tocando bem baixinho, e eu podia ouvir os relógios da casa funcionando. Há tanto tempo eu não sentia a casa tão minha! Eu costumo ter o hábito de falar com a minha casa, andar por ela – principalmente bem cedo pela manhã ou no final da tarde – e observar, sentir as energias, mudar coisas de lugar, acender incensos. Faço o que ela me pede. E ontem, ela me pediu para ficar quieta. Obedecê-la foi uma das melhores coisas que me aconteceram neste início de ano. 




Porque tem coisas que a gente evita pensar. Atitudes que a gente ignora, porque não existem respostas para elas. As pessoas se transformam, e de repente, estamos diante de pessoas totalmente estranhas. Mas ontem eu percebi que eu também mudei, e que talvez estas pessoas estejam pensando o mesmo ao meu respeito! Não significa que deixamos de ser amados, ou de amar – mas que entramos em sintonias diferentes, e seguimos por caminhos diferentes que precisam ser seguidos. Nessas horas, é preciso soltar as amarras, deixar o barco ir e o mar nos levar para onde ele quiser. 

Mas as canções do medo que tocamos fazem com que nós evitemos perceber tais sutilezas da vida. E assim, acabamos impondo a nossa presença em lugares que já não fazem mais sentido (e onde talvez nem sejamos mais bem-vindos), seja para nós ou para as pessoas que neles estão. Nós nos tornamos invasores da vida alheia. Ontem, o silêncio da casa e meus olhos fechados – com o auxílio luxuoso da música clássica – me fizeram chegar a conclusões essenciais para a minha vida. Aprendi que cada um acredita naquilo que quer, e interpreta a vida e os acontecimentos segundo a maneira como seus silêncios e ruídos lhes chegam – segundo aquilo em que eles estão prontos a perceber. 




A melancolia desses momentos jamais deveria ser evitada. As palavras que crescemos acreditando terem conotações negativas – como desilusão, solidão, despedida, tristeza e melancolia – são justamente as que mais nos trazem aprendizado. Através da aceitação e vivência daquilo que estas palavras representam, aprendemos que a pessoa mais difícil, aquela sobre quem mais deveríamos  aprender e suportar a convivência, somos nós mesmos. E quando assimilamos estas coisas, descobrimos que estar na própria companhia pode ser a mais agradável das companhias. 






quarta-feira, 21 de fevereiro de 2018

Preciso de um Chão





Preciso de um chão firme,
Que me dê segurança
Para deixar a cabeça nas nuvens
Sem medo de tropeçar.

Preciso de um chão por onde eu ande,
E que me leve até o mar,
Ao limiar das coisas vivas,
Ao  portal das coisas mortas.

Preciso de um chão tranquilo,
Entre ruas retas e ruas tortas,
Pavimentado de sonhos,
Ladeado por mundos não percorridos
Cheios de novas promessas.

Preciso de um chão de cidades
E de ruas desertas, mas sem saudades,
Ruas silenciosas e calmas
Onde haja cafés nas calçadas
Para que eu possa me sentar.

Preciso de um chão onde eu me plante,
E de onde eu um dia me arranque
Sem matar  minhas raízes;
Um chão de terras felizes,
Férteis, macias, e úmidas,
Morno de todos os raios de sol, 
Com o cheiro de todas as gotas de chuva.

Preciso de um chão que seja meu,
O meu espaço reservado,
Um chão onde fiquem marcados
Os passos do que eu vivi 
E o que me foi negado.

Que haja um espaço seguro
Para a última semente que cair,
Quando o chão me receber
Em seu ventre mais escuro.



Poema escrito ao ouvir e acompanhar a letra de:




Tell The World
Lecrae
  

Now, I’mma tell the world, tell ‘em
I’mma tell it everywhere I go
Tell the world, tell ‘em
Yeah, I’m a billboard
Tell the world, tell ‘em
And I’m broadcastin’ like a radio
Tell the world
You ought to know, I’m brand new
I know one thing’s true: I don't even really deserve to know you
But, I-I’m a witness that you did this, and I'm brand new
So, I-I'm read’ to go, and I’mma tell the world what they need to know
A slave to myself, but you let me go
I tried getting high but it left me low
You did what they could never do
You cleaned up my soul and
Gave me new life
I'm so brand new
And that’s all that matters
I-I ain’t love you first, but you first loved me
In my heart I cursed you, but you set me free
I gave you no reason to give me new seasons
To give new life, new breathing
But you hung there bleedin’
And ya’ died for my lies and my cheatin’
My lust and my greed (and, Lord!)
What is a man that you mindful of him?
And what do I have to deserve this lovin’?
Tryna make the moments last
Holdin’ on to the past
But, like a hero in a dream
Christ came, and he rescued me
Now, I’mma tell the world
Tell the world, tell ‘em
I’mma tell it everywhere I go
Tell the world, tell ‘em
Yeah, I’m a billboard
Tell the world, tell ‘em
And I’m broadcastin’ like a radio
Tell the world
You ought to know, I’m brand new
I can't offer you nothin’, but your care & kindness keeps comin’
And your love is so unconditional, I get butterflies in my stomach
I got the old me in the rearview, now the new me got a clear view
And I was so dead, I couldn't hear you
Too deep in sin to come near you
But you drew me in, you cleaned me up
So take me home, beam me up
Before you do, just let me tell the truth
And let these folks know that I done seen ya’ love
And it's everlasting, infinite, it goes on and on, you can’t measure it
Can’t quench ya’ love, they can’t separate us from the love of God There’s no estimate
My face look the same, my frame ain’t rearranged
But I’m changed I promise I ain’t the same
Your love’s so deep you suffered and took pain
You died on the cross to give me a new name
Ain’t nothing like I've seen before, I got a beaming glow
I was low, down, and dirty, but you cleaned me, Lord
You adopted me, you keep rocking me
I'mma tell the world, and ain’t nobody stopping me!





Parceiros

EU SÓ TENHO UMA FLOR

  Eu Só Tenho Uma Flor   Neste exato momento, Eu só tenho uma flor. Nada existe no mundo que seja meu. Nada é urgente. Não há ra...