witch lady

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terça-feira, 20 de setembro de 2016

Dói









Dói, partir  assim de si mesmo,
Deixar para trás a própria alma,
A essência da própria vida
E mergulhar no grande rio
Das coisas perdidas.

Dói dizer adeus sem dizer adeus,
Sem ter a chance de olhar, mais uma vez,
Nos olhos que nos reconhecem
E que enaltecem a nossa lida...

Ah, a dor de partir assim,
Sozinho, sem levar nada
Que nos ajude a seguir por esse reino da solidão
Onde não é permitido olhar para trás!

E lá no fundo daquele rio,
Após um despedir-se desabrido
Os olhos tentam achar uma razão
Para tanto amor, tanta paixão
Tão brutalmente interrompidos...




segunda-feira, 19 de setembro de 2016

SONHOS












"Seja conduzido pelos seus sonhos e não empurrado pelos seus problemas." - Marcio Kühne




"Cuidado com o medo; ele adora roubar sonhos." - autor desconhecido








"Ainda bem que sempre existe outro dia. E outros sonhos. E outros risos. E outras pessoas. E outras coisas." - Clarice Lispector






"Eu também sou vítima de sonhos adiados, de esperanças dilaceradas, mas, apesar disso, eu ainda tenho um sonho, porque nós não podemos desistir da vida." - Martin Luther King 








"Quando uma criatura humana desperta para um grande sonho e sobre ele lança toda a força de sua alma, todo o universo conspira a seu favor."  -  Johann Goethe







"Sonhar é acordar-se para dentro." -  Mário Quintana








"Não tenho certeza de nada, mas a visão das estrelas me faz sonhar."  -  Vincent van Gogh






"Dorme enquanto eu velo...
Deixa-me sonhar...
Nada em mim é risonho.
Quero-te para sonho,
Não para te amar. 

A tua carne calma
É fria em meu querer.
Os meus desejos são cansaços.
Nem quero ter nos braços
Meu sonho do teu ser. 

Dorme, dorme. dorme,
Vaga em teu sorrir...
Sonho-te tão atento
Que o sonho é encantamento
E eu sonho sem sentir."

Fernando Pessoa






domingo, 18 de setembro de 2016

Mistérios do Google!!!








Tento acessar a página principal do meu próprio blog, e o antivírus me bloqueia: 'site malicioso.' 

Vou até a página principal do Google, e tento através de um dos links, e a mesma coisa acontece. Às vezes, recebo a mensagem de que o site foi retirado do ar. 

Ainda consigo publicar e acessar outros blogs, mas não posso ver as minhas páginas principais. 

Se você estiver lendo este texto, peço-lhe o favor de deixar um comentário, dizendo se está tendo problemas; os comentários vão para minha caixa de e-mails, e poderei tentar ver o que está acontecendo.

Provavelmente, deve ser a ação de gente ruim e maldosa, tentando me bloquear da internet, pois recebi uma mensagem anônima (cuja identidade, endereço e CPF já consegui identificar) um tanto agressiva e maldosa. Caso eu não consiga ver minhas páginas principais até amanhã, com certeza vou saber que isto tem a ver com o e-mail que recebi. Eis a cópia abaixo, comentário recebido em minha página no Recanto das letras:


12/09/2016 11:07 - Alice [não autenticado*]
ridicula, velhaca, fascista ridicula. você é ridicula. e ainda sai por aí inventando falacias mais ridiculas ainda. macaquinha amestrada é você que sai por ai vomitando suas babas verdes gosmentas.

Say Something








Say something?
I'll say something
When  I have
Something to say.








sábado, 17 de setembro de 2016

2+2











Sai o gato, entra o rato:
Dois mais dois são sempre quatro!
Volta o gato, e logo pega
A ratazana no ato!

Vai roendo a sobremesa,
Pedacinhos do meu queijo...
De repente – a surpresa!
Vê o gato sobre a mesa!

Corre, esconde-se do fato:
Dois mais dois são sempre quatro!
Armadilha colocada:
Cai o rato, de lavada!

‘Inda pede piedade:
-Dom Gatão, ai que maldade!
Tenta uma escapada torta:
Dá de cara com a porta!

Fez o gato de sapato,
E a gora, Inês é morta!
Temendo pagar o pato,
Entra no buraco o rato!

Dois mais dois são sempre quatro,
E o gato está de olho:
Deixa o queijo, e vá roendo
Teu fedorento repolho!




segunda-feira, 12 de setembro de 2016

AQUELA PAISAGEM









Há sempre um momento onde a verdade grita,
E a  bela paisagem de sempre
Não se mostra mais tão bonita.

Fica, nos olhos, uma dúvida,
Fica, nos lábios cerrados de surpresa,
Uma palavra recolhida e santa,
Uma espécie de mantra
Que alguém nunca cantou.

Dói tanto, rezar pelo que se perdeu,
Mais ainda, descobrir
Que nunca foi verdade, nunca foi seu!

E o trem passa depressa, borrando a paisagem,
As horas se espalham naquele parapeito,
Chorando lá fora, contra o vidro fechado,
Perdidas nas dobras desse estranho leito...






domingo, 11 de setembro de 2016

Antigas Paradas

eu







Antigamente (não gosto muito desta palavra, pois me faz lembrar de quantos anos tenho; vou recomeçar esta crônica):

Quando eu era criança, era obrigatório participar das paradas de sete de setembro. Quem não participasse, deveria apresentar atestado médico, e perderia pontos no conceito. Ainda me lembro dos ensaios, feitos na rua próxima à escola; tínhamos que passar desfilando por uma escola rival, e éramos vaiados pelas outras crianças. Era humilhante.

A nossa 'formação' - tempo em que aguardávamos nossa vez até a hora de começar a desfilar - era feita em uma rua muito fria da cidade, onde o sol só começava a brilhar depois das dez. Lá estava eu, de pé, segurando uma bandeira às sete da manhã, tiritando de frio entre a neblina petropolitana, comum naquela época,  e muitas vezes, com vontade de ir ao banheiro. 

Ir ao banheiro era difícil, pois era preciso que uma das professoras nos acompanhasse até uma outra rua, onde pedíamos para usar o banheiro de algum bar ou padaria, e a resposta era quase sempre a mesma: "O banheiro está em reformas." E quando conseguíamos, o lugar era sujo e fedido. Minha mãe sempre nos advertia para que jamais nos sentássemos no vaso sanitário de banheiros públicos, e de saia levantada, eu me apoiava nas pernas para não encostar no vaso, enquanto prendia a respiração. Como era difícil!

Às vezes, as mães traziam pacotes de biscoitos que eram distribuídos entre as crianças. E finalmente, a hora do desfile: momento de glória. Vinte ou trinta minutos sendo aplaudidos e ouvindo coisas como "Que gracinhas!" 

Uma vez, não me lembro o motivo pois eu era muito pequena - uns sete ou oito anos -, minha mãe não foi ao desfile, e acabei me perdendo da minha irmã mais velha, que foi para casa sem mim ou ficou com as amigas, não me recordo bem do que aconteceu. Eu não tinha dinheiro para voltar para casa de ônibus. Seria preciso subir a rua toda à pé, debaixo do sol de meio-dia, sozinha, com fome, sede e muito cansada. Era uma caminhada longa, de quase uma hora. 

Quando estava chegando no início da ladeira, antes de começar a subida, parei para tomar água em uma 'biquinha' de mina que havia ali. Enquanto bebia, olhei para o chão e vi um enorme limão, verdinho, e eu o peguei, pensando em entregá-lo a minha mãe para fazer um suco no almoço. A caminhada foi dura. Estava muito cansada, acordada desde seis horas, e de pé naquela rua das sete Até meio-dia. O sol estava forte, o que dificultava ainda mais a caminhada. Ninguém me levara biscoitos, e meu estômago roncava. Mas subir a rua naquelas condições era a única maneira de chegar em casa, então olhei para cima e comecei a caminhada.

Cheguei em casa suada e varada de fome, e minha mãe me deu a maior bronca:

-Onde você estava até essa hora? Por que não veio para casa com sua irmã? 

Expliquei a ela o que tinha acontecido. Logo depois, minha irmã chegou em casa e levou uma bronca maior ainda.

Entreguei o limão à minha mãe, pedindo que fizesse uma limonada. Ainda furiosa, ela indagou: 

-Onde você achou isso?

Quando disse que o encontrara na rua, ela esbravejou: 

-JÁ TE DISSE PARA NÃO PEGAR NADA NA RUA!

E jogou o limão no lixo. Me senti muito humilhada, não sei porquê.  Almocei - acho que depressa demais - e depois, tive febre e vomitei tudo. Não gosto de lembrar daquele dia, mas sempre me lembro quando 7 de setembro chega. 

Eu tinha a impressão de que estava em um daqueles filmes em que alguém tenta chegar em casa, mas alguma coisa sempre acontece, impedindo. A imagem da minha casa, do meu quarto e da sombra do nosso telhado ia e vinha, e me dava forças a cada passo. Às vezes eu tinha lembranças de quando eu era uma criança abandonada, sem ter para onde ir, e chegava a uma vila onde outras crianças que tinham pais e casas estavam brincando. Eu brincava com elas, mas quando o sol se punha, suas mães as chamavam para dentro e eu ficava  na rua, com fome, descalça, e sozinha. Nunca vivi isso de verdade, mas era como se eu me lembrasse. Era eu, mas não era eu, pois nunca fui criança abandonada. Pelo menos, não nesta vida.

Mas desde muito cedo, meu maior sonho sempre foi ter uma casa. E eu sonhava com ela, fazia planos de como seria. Teria árvores no jardim, dois andares e uma escada de madeira por dentro. E eu teria muitas roupas. Lembro-me de ficar horas deitada em minha cama quando criança, idealizando esta casa que hoje me acolhe.



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