witch lady

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quinta-feira, 5 de junho de 2014

SUTILEZAS...














Certezas




Só sei que nada deu certo...
Meu desejo, minha voz,
Foram colhidos pela bruma.

Tudo perdeu-se na brancura,
Germinou dentro da umidade
E de manhã bem cedo,
Brotou em gotas sobre as flores,
Gotas que o sol apagou.

Te estendi as mãos vazias,
E vazias permaneceram.
Te entreguei meu coração,
Que congelou na madrugada...

O dia hoje está desfeito,
O sonho acorda, rarefeito,
Só sei que nada deu certo,
Só sei que não tem mais jeito...





quarta-feira, 4 de junho de 2014

Passeio ao Farol





Trechos do livro Passeio ao Farol, de Virginia Woolf

-"Nunca alguém pareceu tão triste.Amarga e escura,a meio caminho nas trevas,sob o feixe de luz que fugia do sol para encerrar-se nas profundezas,talvez uma lágrima se tenha formado;e uma lágrima caiu;as águas agitaram-se de um lado para o outro e receberam-na,depois acalmaram-se.Nunca alguém pareceu tão triste."(...)Sua simplicidade penetrava no que as pessoas hábeis falsificavam."


"...Era preciso achar um meio de escapar a tudo aquilo. Devia haver uma forma mais simples, menos complicada, suspirou ela. Quando se olhou no espelho, viu os cabelos grisalhos, a face abatida, aos cinqüenta anos, e pensou: poderia ter conduzido melhor as coisas - seu marido, o dinheiro, os livros dele. Mas nunca se arrependeria de suas decisões, nunca fugiria das dificuldades ou se eximiria de suas obrigações. Irradiava dignidade nesse momento, e só com um rápido alçar de olhos do prato diante de si, após o silêncio que se seguiu às suas palavras sobre Charles Tansley, é que as filhas - Prue, Nancy e Rose - ousaram deleitar-se com a ideia do que imaginavam ser uma vida diferente da que tinham: talvez mais emocionante, possivelmente em Paris, sem ter de se precaver contra este ou aquele homem. Havia no pensamento de todas elas uma indizível curiosidade em relação a coisas tão diversas como cavalheirismo, o Banco da Inglaterra e o Império das índias, dedos repletos de anéis e rendas. Havia nisso, para todas elas, um pouco da essência da beleza, que enchia seus jovens corações de anseios pela masculinidade, e as fazia, enquanto se sentavam à mesa sob os olhos da mãe, respeitar a extrema severidade e cortesia com que as advertira sobre o desprezível ateu que as tinha perseguido na Ilha de Skye, ou - falando mais precisamente - fora convidado para ficar com elas. Tal advertência fora feita com a mesma dignidade com que uma rainha tiraria da lama o pé imundo de um mendigo para lavá-lo."


"Então com a casa vazia e as portas trancadas e as tapeçarias enroladas, estas brisas sem rumos, postos avançados de grandes exércitos, urgiam, roçavam em tábuas desnudas, roídas e ventiladas, nada encontravam em quartos ou salas que completamente resistiam a elas [as brisas] mas apenas cortinas que vibravam, madeira que rachava, as pernas desnudas das mesas, panelas e porcelanas já forradas, sem cor, rachadas. Que as pessoas tinham abandonado – um par de sapatos, um chapéu de caça, algumas saias desbotadas e casacos nos armários – esses sozinhos mantinham a forma humana e no vazio indicavam como certa vez eles foram preenchidos e animados; como certa vez mãos foram ocupadas com colchetes e botões; como certa vez o espelho tinha refletido uma face; tinha mantido um mundo esvaziado no qual uma figura voltava, uma mão acenava, a porta abria, através da qual entravam crianças correndo e tropeçando; e a saírem de novo. Agora, dia após dia, a luz voltava, tal uma flor refletida na água, sua aguda imagem na parede oposta. Apenas as sombras das árvores, florescendo no vento, prestavam obediência à parede, e por um momento escureciam a piscina na qual a luz se refletia; ou aves, voando, faziam uma suave mancha oscilar lentamente através do chão do quarto.


Parecia que nada poderia romper esta imagem, corromper esta inocência, ou perturbar o oscilante manto do silêncio no qual, semana após semana, no cômodo vazio, ondulavam o piar cadente das aves, o apitar de navios, o zumbir e o zunir dos campos, um latido de cão, um grito de homem, e envolvia-os ao redor a casa em silêncio. Uma vez apenas uma tábua se soltava no terraço; uma vez, no meio da noite com um estrondo, com um êxtase, como se após séculos de consenso, uma rocha se desprendesse da montanha e ressoasse irrompendo no vale, numa prega do xale a soltar-se e oscilar pra lá e pra cá. Então novamente a paz desceu; e a sombra ondulou; a luz se inclinou a sua própria imagem em adoração na parede do quarto; e a Sra. McNab, rompendo o véu de silêncio com as mãos que seguravam no balde, rangendo com botas que tinham esmagado o cascalho, veio direto para abrir todas as janelas, e tirar a poeira dos quartos."


"Mas, o que é uma noite afinal? Um curto intervalo de tempo, principalmente 
quando a escuridão se desvanece tão cedo, e tão rápido, um galo canta, um 
pássaro o chilreia, ou o verde demasiado se aviva no seio da onda, como 
uma folha na primavera. Mas uma noite se sucede à outra. O inverno 
encerra em grande quantidade, e as distribui imparcialmente equanimente, 
com seus dedos infatigáveis. Elas se prolongam; elas escurecem. Algumas 
guardam nas alturas límpidos planetas – discos de claridade. 
(...) As noites agora estão cheias de vento e de destruição; as árvores 
precipitam-se e se curvam e suas folhas voam desordenadamente até o 
gramado ficar eivado delas: e elas se amontoam nos bueiro, entopem as 
calhas e aderem a lugares úmidos. Também o mar fica revolto e se quebra, 
e, fosse alguém, imerso no próprio sono, imaginar que poderia encontrar 
uma resposta para suas dúvidas, ou alguém que compartilhassem de sua 
solidão, e, afastando as cobertas descesse para andar na areia – nenhuma 
imagem com aparência servil e divina presteza viria em seu apoio para dar 
um sentido à noite e fazer o mundo refletir a amplitude da alma. Desvanece 
a mão na sua mão; a voz branda em seus ouvidos. Poderia parecer quase 
inútil perguntar à noite, em meio a tal confusa, o quê? e por quê? e para 
onde? – perguntas que lavam a pessoa adormecida a deixar o leito e buscar 
uma resposta."







A escritora Virginia Woolf evoca desde logo a essência da tragédia. Sentindo-se incapaz de controlar a vida, preferiu a morte, afogando-se num rio com os bolsos repletos de pedras. E no entanto, aparentemente, ela desfrutava das condições que considerava essenciais para uma mulher se afirmar como escritora, advogadas no seu ensaio “Um Quarto que seja Seu” – dispor de espaço, físico e psicológico e de dinheiro suficiente para se bastar a si própria. Inserindo-se na impressionante cadeia de mulheres inglesas, nascidas a partir de 1800, que produziram literatura, a obra desta escritora é sempre classificada como sendo das mais inovadoras e estimulantes, quer entre as mulheres autoras, quer entre o conjunto dos criadores de ambos os sexos. Reconhecida em vida, apoiada pelo seu marido, igualmente escritor, Leonard Woolf, Virginia produziu nove romances, duas biografias, sete volumes de ensaios, vinte e seis cadernos de diários e um sem número de cartas. Nasceu numa família que estimulou os seus talentos mas teria sido objecto, na infância, de abuso sexual por parte dos seus meio-irmãos mais velhos. Estas circunstâncias, aliadas a lutos familiares (a mãe morreu quando ela tinha 13 anos) e aos horrores de duas guerras mundiais, têm servido aos seus numerosos biógrafos e estudiosos para explicar as muitas depressões de que sofreu e as tentativas de suicídio que realizou até ao encontro definitivo com a morte. Os violentos tratamentos médicos a que foi submetida num hospício para “mulheres loucas”, que passavam por absoluto isolamento, proibição de qualquer atividade, incluindo a leitura e a escrita, com o conluio bem intencionado de seu marido e irmã, também teriam tido efeitos nefastos. Seu marido decidiu no início do casamento, aparentemente harmonioso, que ela não tinha resistência para ser mãe, o que Virginia Woolf sentiu como uma fragilização da sua identidade. Neste quadro se situam as suas reflexões sobre a condição feminina publicadas em 1929, onde nos conduz eruditamente de ideia em ideia, com lógica, com aparente leveza, com ironia. Inventa uma irmã para Shakespeare, a qual nunca poderia Ter sido escritora pelo mero facto de ser mulher. Verbaliza com 50 anos de antecedência muitas das questões retomadas no final do século XX e até ao presente. 


Tristeza




A luz não me ilumina... escuridão!
O rosto inexpressivo e amargurado,
O olhar resvala aos poucos, sem cuidado,
Não olha mais a vida; cai ao chão...

Um louco, intimidado coração,
A voz quase sem voz - peito calado,
Colado à vida, o peso de um 'não'
Tal qual uma corrente que eu arrasto!...

Mas tudo nessa vida tem um fim,
E após o fim, um novo recomeço,
Ao que se perde ou ganha, há sempre um preço...

Espero que haja cura, que haja um bálsamo,
E um mais reto caminho, sem percalços,
Por onde siga o que restou de mim.




terça-feira, 3 de junho de 2014

LEVEZA NO VIVER





Às vezes, o dia pesa. Há noites mal-dormidas, coisas que não dão certo, resfriados que demoram a curar, pessoas intransigentes e arrogantes pelo caminho. Às vezes, dá vontade de trancar a porta da casa e deixar o mundo lá fora. 

E é justamente o que eu faço nesses momentos: tranco a porta e deixo o mundo lá fora, até que eu me sinta melhor. E enquanto eu não estiver melhor, fico aqui, protegida, ao invés de sair por aí aborrecendo todo mundo. Mas assim como estes maus momentos nos chegam, da mesma forma eles vão embora, e na maioria das vezes, sem que precisemos fazer nada... basta que tenhamos paciência. E enquanto isso, eu fico aqui em casa, quietinha.

Afinal, casa também é para proteger os outros dos nossos maus dias.



segunda-feira, 2 de junho de 2014

MEDO



Já não tenho medo;
E nem sei se é tarde
Ou cedo
Pra confessar.

Mas já não há
Segredos
Sob a espuma branca
E o sal do mar.

Na escuridão
Abissal
Agonizam os monstros
Que eu temia...

E nem mesmo o oposto
Da vida
(Que é a alforria)
Já me causa medo...

Não existem monstros,
Nada é tão fatal...
Real,
Só mesmo o desgosto
De saber mentiras
A assombrear
O teu velho rosto...



sábado, 31 de maio de 2014

Ciclame: Flor ao Contrário





Dói a Garganta




Dói demais minha garganta
Pelo grito sufocado, 
Aquilo que não falei,
Aquilo que foi calado.

Arranha-se, lanha-se em espinhos
O céu negro da minha boca
Onde nuvens de enxofre
Escurecem os meus dentes.

É preciso abrir a boca,
Soltar essa minha voz rouca
Dizer o que for preciso...

Deixar a palavra louca
Ganhar os moucos ouvidos
Que ainda estão dormentes.



terça-feira, 27 de maio de 2014

Quem me Roubou de Mim?





Resenha

Pe. Fábio de Melo – Kindle edition, Amazon.com.br
Ano: 2013

Basta um minuto para nos apaixonarmos; um minuto que pode trazer luz a todos os nossos significados, ou que pode tornar-se o maior engano de nossas vidas. Ou então permitimos que nossos melhores amigos, sempre bem intencionados, tomem posse do nosso ser, e deixamos de ser quem somos para sermos quem eles esperam que sejamos. Ou vestimo-nos dos trajes que nossos familiares confeccionaram para nós, mesmo que estejam apertados e nada tenham a ver com o nosso estilo.

Destas relações vampirescas, onde o sangue sugado é voluntariamente doado muitas vezes sem que a vítima perceba, fala o livro “Quem me Roubou de Mim?”, de Fábio de Melo.

Ao lê-lo, impossível não fazer uma lista mental (curta ou longa) de pessoas que conhecemos e encontram-se em relacionamentos assim, onde um domina e o outro é dominado, como em um sequestro no qual a vítima acaba se convencendo da necessidade de dar-se bem com seu sequestrador a fim de continuar vivendo e acaba apaixonando-se por ele, pois passa a não se reconhecer sem o domínio do outro: a famosa Síndrome de Estocolmo. E esta forma de domínio, segundo Fábio de Melo, pode ser muito sutil; ela pode vir de pequenas chantagens emocionais que provocam culpa e submissão à vontade do chantageador.

Há pessoas que não sabem nascer através de si mesmas, e por este motivo ocupam um lugar dentro das outras pessoas, que passam a gestá-las, como no filme Alien, o Oitavo Passageiro. Posição extremamente cômoda, a de dominador, a de quem se põe a sonhar contando com o outro para realizar seus sonhos e satisfazer suas vontades... mas para quem é sugado e dominado sem perceber, há o risco de que tal situação só seja percebida depois de muitos anos e de muita vida perdida (ou roubada). Relacionamentos assim nascem entre pessoas dominadoras que encontram um útero vazio em pessoas inseguras ou com baixa autoestima. Passam a explorá-las; sequestram-nas delas mesmas. Os envolvidos nem percebem o quanto este tipo de relação castra não somente o dominado, mas também aquele que toma a posição de dominador; pois este não constrói uma vida para si, apenas sobrevive feito um parasita, alimentando-se do outro.

O caminho de volta a si mesmo pode ser difícil e doloroso, e requer muita coragem e bom- senso. É preciso, em primeiro lugar – segundo Fábio de Melo – que o dominado perceba-se como tal, e tenha coragem de tirar seus óculos cor de rosa, enxergando seu algoz como ele realmente é.

Alguns trechos do livro:

“Permitimos, ainda que inconscientes, que a amizade virtual nos retire da necessidade de construir artesanato afetivo com os que nos cercam. E então, o prejuízo.As horas que poderíamos aproveitar com uma boa leitura, um bom filme ou uma boa conversa, desperdiçamos na manutenção de um perfil virtual onde prevalecem as falas superficiais, as contendas, as disputas pela notoriedade(...).”

“Ser pessoa consiste em dispor-se de si e dispor-se aos outros. Trata-se de um projeto audacioso de pertencer-se para doar-se.”

“A subjetividade refere-se a essa capacidade que o ser humano tem de ser singular. Antes de ser comunidade, o ser humano é pessoal, particular, reservado, privado, porque segue a mesma regra do mosaico. Junta-se aos outros para compor o todo, mas não deixa de ser o que é.”

“É muito fácil a gente se perder na pluralidade do mundo. É muito fácil entrar nos cativeiros dos que nos idealizam, dos que nos desconsideram, dos que pensam que nos amam, dos que nos viciam, dos que pensam por nós.”

“É preciso estar emocionalmente amadurecidos para que sejamos capazes de nos opor aos que  ameaçam nossa subjetividade. Por que? Porque a imaturidade nos faz pensar que deixaremos de ser amados se não fizermos o que os outros esperam de nós.”

“Nem sempre o amor ama. Por vezes, ele é o disfarce do egoísmo.”

“O que nos atrai no outro é a terceira pessoa que conseguimos fazer nascer quando estamos com ele.”

“Os inimigos só podem sobreviver à medida que injetamos sangue em suas veias. O sangue da nossa permissão.”

“Conviver com quem optou pela inautenticidade causa uma infelicidade profunda. O gasto de energia para a mentira é muito mais elevado que para a verdade. Viver de projeções que não podem ser adequadas à realidade é o mesmo que não viver. A experiência das projeções nos coloca dentro de um mundo sem sustentação; e mundo projetado não é mundo que realiza, nem faz realizar.”

Um livro belíssimo e muito verdadeiro. Se lido com a atenção que merece, poderá abrir os olhos para muitos dos relacionamentos que nos roubam de nós sem que percebamos, e assim, o consentimos. Na tentativa de agradar aos outros e satisfazer suas expectativas, trilhamos um caminho amargo e árduo. Ralamos nossos joelhos até que sangrem em um calvário de privações pessoais e pensamos que este é o melhor caminho, chegando a nos convencer de que o desejamos realmente. Nós nos torturamos, nos tolhemos, nos mutilamos. Deixamos de ser quem nascemos para ser. Esquecemos dos nossos sonhos e os transformamos em pesadelos para que os sonhos dos outros – aqueles Aliens que se alimentam de nós – possam nascer.




Evitando o trabalho Caseiro


Há tanto a ser feito em uma casa! E se as coisas forem acumulando, ficará cada vez mais difícil colocar tudo em ordem... procuro fazer um pouquinho a cada dia, mas sem neuras: quando não estou com vontade, eu vou lá para fora escrever poemas, e pronto! 

Ou então, pego meu E-reader e escolho um bom livro para ler. 

Outra forma saudável de evitar o serviço caseiro, é sair para dar uma volta à pé. Ver coisas. Ver paisagens e pessoas. Sempre volto com a alma refrescada dessas andanças. Também gosto de passar um tempo com minha cadelinha acariciando sua barriga, ou sentar-me com ela na grama. 

Um bom filme na TV também pode ser uma ótima maneira de evitar o serviço caseiro. Confesso que fico tão absorvida em boas histórias, que se alguém falar comigo é capaz de eu não escutar.

Gosto também de andar pela casa (enquanto a pilha de roupas para passar me espera lá fora) e estudar novas posições para os móveis, ou novas cores para as almofadas... mesmo que eu não esteja disposta a fazê-lo naquele dia, as ideias ficam guardadas, em gestação. 

Também costumo pegar o telefone e telefonar às minhas irmãs para bater papo furado. Um bom papo furado também ajuda bastante neste importante exercício da procrastinação.

Assim, vou fazendo as coisas aos poucos, pois a vida é bem mais do que lavar, limpar, cozinhar, varrer e passar. Estas são atividades secundárias (embora necessárias).



EGOÍSMO







Egoísmo - trecho do livro "Quem me Roubou de Mim," de Padre Fábio de Melo


EGOÍSMO

“Sinto falta de você. Mas o que sinto falta é de tudo o que é seu e que me falta. Sinto falta de minhas faltas que em você não faltam. Sinto falta do que eu gostaria de ser e que você já é. Estranho jeito de carecer, de parecer amor. Hoje, eu resolvi assumir as necessidades que insisto em manter veladas. Acessei o baú de minhas razões e descobri um motivo para não continuar mentindo. Quero agora lhe confessar o meu não amor, o sentimento que faço parecer ser. Eu não tenho o direito de adentrar o seu território com o objetivo de lhe roubar a escritura. Amor só vale a pena se for para ampliar o que já temos. Você era melhor antes de mim, e só agora posso ver. Hoje quero lhe confessar meu egoísmo. Quem sabe assim eu possa ainda por um instante amar você de verdade. Perdoe-me se meu amor chegou tarde demais, se meu querer bem é inoportuno e em hora errada. É que hoje eu quero lhe confessar meu desatino, meu segredo desconcertante: Ao dizer que sinto falta de você eu sinto falta é de mim mesmo.”




segunda-feira, 26 de maio de 2014

Há Trinta Anos...

Aniversário de D. Franci, diretora do Colégio Progresso. A filha e ela. Eu, lendo o discurso. 

Felicidade



Felicidade, na verdade
É palavra monossilábica.
Bastava o "fe",
Ali, na Cidade,
Soubéssemos ser felizes...

Mas necessitamos de mais,
Necessitamos de "dades",
Nos proclamamos sempre
Donos da verdade...

Assim, rimamos sem rir,
"Felicidade" com "maldade",
"Iniquidade" e uma vontade
De possuir o que é livre,
Classificar, etiquetar
E separar
Os complementos
Da mesma paisagem.

Fico com o "Fe" da felicidade,
Que não se explica,
Não tem motivos,
Nem verdades.

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EU SÓ TENHO UMA FLOR

  Eu Só Tenho Uma Flor   Neste exato momento, Eu só tenho uma flor. Nada existe no mundo que seja meu. Nada é urgente. Não há ra...