witch lady

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quinta-feira, 13 de fevereiro de 2014

O Bolor Nojento da Mentira



Alguém confessa um crime; diz que vendeu-se por cento e cinquenta reais. Por causa desta quantia de dinheiro, não hesitou em quebrar, matar, ferir. E ainda se contradisse, alegando  que o fez porque espera um futuro melhor para seu país.

Ao ser indagado sobre quantas vezes ele participara nas manifestações, disse ser aquela a primeira. Ao mesmo tempo, filmagens eram exibidas, mostrando outras manifestações nas quais fez parte, e brigas nas quais participou. A cara dele estava ali, o que torna impossível a contestação. 

Disse não saber que o artefato que acendeu e colocou no meio da população se tratava de um rojão. Ora, até mesmo uma criança reconhece um rojão. Qualquer um sabe, ao acendê-lo, qual o seu poder de destruição, e colocá-lo no meio de pessoas desavisadas torna clara a intenção de ferir, de matar. 

Disse que alguns manifestantes estão sendo pagos para causar badernas e quebra-quebras. Por quem? "A polícia deve investigar, é o trabalho deles. Temo pela minha integridade física." Mas em momento algum, temeu pela integridade física de outras pessoas.

"Por que?" A resposta: "Porque eu desejo um Brasil melhor."

Não; foi pelos cento e cinquenta reais. Você não deseja um Brasil melhor.  na verdade, está se lixando para o país. Você deseja apenas aproveitar uma oportunidade para se dar bem, doa a quem doer. Visa apenas interesses próprios, passageiros, que não tem qualquer contexto no futuro do país. É apenas mais um entre as centenas de Judas que hoje vendem suas almas por um punhado de moedas. Se você estivesse realmente preocupado com o futuro de seu país, não machucaria pessoas inocentes e nem quebraria patrimônio público: faria valer o seu voto, tentaria estudar e adquirir cultura para que pudesse realmente contribuir de alguma forma útil para o futuro do país.

O problema, é que agora mexeram com as pessoas erradas; a imprensa não sossegará enquanto não punirem os culpados pela morte do jornalista. Agora, as pessoas que estão por trás destas manifestações, puxando as cordinhas, vão começar a aparecer (ou a desaparecer).

Lembro-me do início destas manifestações, quando eu escrevi em uma crônica que toda aquela baderna com tremulantes bandeiras verdes e amarelas, cheia de palavras de ordem, aparente idealismo e manifestações emocionais, me cheirava a manipulação de massas. Algumas pessoas disseram que eu estava redondamente enganada; cheguei a ser ofendida e tachada de antipatriota. Bem, infelizmente, eu estava certa.

Apesar de saber que muitos dos que participam tem boas intenções e realmente desejam um país melhor para seus filhos e netos, as manifestações perderam o sentido. Até mesmo os bem-intencionados estão sendo usados para servir como um "background scenario" para baderneiros.

As pessoas deveriam ter percebido que um movimento com tamanhas proporções, visando uma causa aparentemente insignificante - o preço das passagens - teria um líder por trás - um líder forte e influente. Mas as pessoas são românticas, e acho que foi justamente o romantismo exacerbado que uniu a multidão, e não a causa do preço das passagens ou a luta por um país melhor. Elas queriam ter histórias para contar aos netos. Queriam aparecer na mídia, como as pessoas que faziam passeatas nos anos 60. E por isso, não perceberam que estavam sendo usadas como massa de manobra.

Nem sei se posso chamar o rapaz culpado pela morte do jornalista de monstro. Como ele, há muitos por aí que o criticam, mas que talvez, dadas as oportunidades, teriam feito exatamente a mesma coisa que ele fez. Mas não podemos esquecer que ele foi responsável pela morte de uma pessoa inocente, e deve ser punido. 

O que me deixa estarrecida é a cara-de-pau com a qual ele apareceu em midia nacional e internacional dizendo que fez o que fez porque desejava um país melhor - ao mesmo tempo que admitiu ter agido a mando de terceiros, vendendo a alma por um saco de moedas. Não agiu mais honestamente do que os políticos corruptos que tanto abominamos.

A corrupção de um governo está também na alma de seu povo.





quarta-feira, 12 de fevereiro de 2014

Laconismo






A gente vai - e isto é certo.
Há flores e cores no caminho,
Há dores,
Há desertos.

Laconicamente passamos,
Quase sempre, nem prestamos 
A atenção que a vida merece;
No fim de tudo,
Resumimos toda uma existência
Numa pálida prece.



terça-feira, 11 de fevereiro de 2014

SININHOS






Antes,
Os sininhos retiniam de mansinho,
salpicavam luzes e estrelas
Sobre as calçadas e gramados...
Repicavam ventos
Em doces e sutis dobrados...

Que saudade, meu Deus,
Dos tempos em que os sininhos
Soavam como vidrinhos de luz colorida
Multipartida em prismas
Quando alguém os tocava!

Ah, os sininhos de hoje,
Não tocam mais os corações:
Incitam violências,
Tecem maledicências
E acendem revoluções!

Há pavios nos sininhos,
Choram as brisas entre noites
Sangrentas e empedernidas,
Sons rascantes e vazios!...

Os sons da dor e da morte
Cantando sobre as calçadas,
Casas quebradas,
Palavras de ordem
Desordenadas...

segunda-feira, 10 de fevereiro de 2014

Mensagem da Fraternidade Francisco de Assis - Petrópolis - RJ







Bom dia!

Tantos são os momentos felizes que se desenrolam em nossa existência. Tantas
oportunidades de aprendizado nos visitam no dia-a-dia, que não vale a pena
chorar e sofrer diante de quadros que não podemos alterar.
São experiências valiosas das quais devemos tirar as lições oportunas, sem
nos deixar tragar pelo desespero e pela revolta, que só infelicitam e
denotam falta de confiança em Deus.
A nossa visão do mundo ainda é muito limitada, não temos a capacidade de
perceber os objetivos da Divindade, permitindo-nos momentos de dor e
sofrimento.
Mas Deus tem sempre objetivos nobres e uma proposta de felicidade a nos
aguardar.



Se hoje você está a observar um quadro desolador, lembre-se de que existem
outras tantas janelas, com paisagens repletas de promessas de melhores dias.
Não se permita contemplar a janela da dor. Aproveite a lição e siga em
frente com ânimo e disposição.
O sofrimento que hoje nos parece eterno, não resiste a força das horas que a
tudo modifica.
A luz sempre vence as trevas, basta que tenhamos disposição íntima e coragem
de voltar-nos para ela.
Agindo assim, o gosto amargo do sofrimento logo cede lugar ao sabor
agradável de viver, e saber que Deus nos ampara em todos os momentos da
nossa vida.
Pense nisso!



O AMANHECER DAS CASAS





As casas amanhecem. 

O amanhecer das casas nas manhãs de segunda-feira é preguiçoso. Ainda podemos sentir os sabores do final de semana - inclusive, o leve amargor do final do domingo. É preciso circular e abrir todas as janelas e portas para que a energia da nova semana possa entrar, ao mesmo tempo que a energia da semana que passou possa sair.

Antes de começar o dia, sempre faço uma pequena oração. Principalmente, de agradecimento pelo dia que passou e o o novo dia que começou. Depois, as únicas coisas que eu peço é que todos tenham saúde, pois aprendi que rezar pelos outros, esperando que aquilo que nós consideramos que seja o melhor para eles aconteça, é uma atitude irresponsável. Melhor é não arriscar, pois ninguém compreende os caminhos que cada um precisa traçar.

Mas não faz mal pedir que haja um pouco mais de paz nas casas em todo o mundo: nas casas que guardam bombas sem saber sobre quais cabeças elas explodirão. Nas casas que abrigam famílias que não mais se entendem. Nas casas onde as pessoas já perderam todas as esperanças e não acreditam mais que algo de bom possa acontecer. Nas casas onde as pessoas perderam totalmente a fé. Nas casas onde ninguém mais se importa com o que poderá acontecer aos outros seres humanos que cruzam com eles nas ruas, desde que os seus objetivos pessoais e egoístas sejam atendidos e que sua causa nem sempre tão justa assim seja alcançada. Peço que haja um pouquinho de paz nas cabeças daqueles que deflagram revoluções sem nem sequer saber o que reivindicam. 

Gostaria que estas pessoas parassem para se colocar um pouco no lugar do outro, que a essa hora, pode estar sofrendo devido a um ato impensado que eles praticaram. Que antes de praticar atos insensatos, as pessoas possam, mentalmente, penetrar nas casas das outras pessoas e perceber que elas tem famílias, que amam e são amadas, que tem suas necessidades, sofrem, sentem dores (físicas e emocionais), que tem tanto direito de estar aqui quanto elas. Somente quando houver solidariedade com aqueles que vivem em outras casas, e respeito pelo direito que eles tem de viver e sonhar, haverá um pais-casa melhor para todos.

Não é através da desumanização que conseguiremos um país e um mundo mais humanos.





BICHOS




















Paradoxo




Deslizamos pelo éter
De uma antiga galáxia incompreensível.

Somos seres tão estranhos!...

A nossa missão é sonhar,
Mas nem todo sonho é missão...

Vagamos sempre hesitantes
Entre desejos e vontades
(Mas poucos nos são concedidos).

E entre o não e o talvez
Ficam os sonhos, perdidos...



sábado, 8 de fevereiro de 2014

O Segundo Adeus






Há um adeus após o adeus.

O primeiro adeus descansa
Em algum espaço
Entre o agora e o depois,
Lá, onde chega a saudade
Que é logo recolhida
Entre carinhosas mãos.

O segundo adeus
É o caminho de volta,
O continuar - separados -
Sem o aperto na garganta,
Em algum lugar
Que a saudade já não alcança.

É preciso ter coragem
Para o segundo adeus.




quinta-feira, 6 de fevereiro de 2014

A Passagem do Tempo Sobre as Coisas





Adoro uma coisa nova. Aquele cheirinho que tem nas roupas novas, que vem daquelas lojas perfumadas com aromatizantes... cheiro de sapato novo de couro, de parede recém pintada, rosa recém aberta, madeira nova... adoro o cheiro que vem das caixas dos aparelhos eletrodomésticos novinhos em folha, e cheiro de carro novo.

Mas existe uma magia típica das coisas velhinhas, que já sentem a passagem do tempo... elas tem uma história para contar; testemunharam muitos acontecimentos. Sobreviveram a muitas pessoas que já se foram há tempos.

Aquele reboco que cai da parede envelhecida, um vasinho de planta lascado, a calçada com musgo nos cantinhos, uma joia de família. Não gosto de adquirir objetos usados sem saber a quem eles pertenceram, mas adoro quando alguma coisa de família vai passando de geração em geração; uma peça de mobília, por exemplo, ou aquela colchinha de retalhos que foi da tia-avó de alguém. Um paninho de crochê, uma poltrona velha e um pouco gasta, um quadro, um livro...

As coisas velhas trazem em si a energia das pessoas a quem elas pertenceram, por isso, devemos ser cuidadosos ao adquiri-las. Dizem que ao comprar coisas em antiquários ou sebos ( o que não tenho por hábito), é aconselhável lavá-las com água e sal - se não for possível lavar, pelo menos passar um pano umedecido nesta mistura - e depois, deixá-las ao sol durante algum tempo, a fim de 'desmagnetizá-las.' Por isso, apesar de adorar as coisas velhinhas, prefiro só adquiri-las se conhecer a procedência.

Não sou do tipo de pessoa que tende a acumular objetos; mas existem alguns que gosto de guardar, como por exemplo, meus discos de vinil.

A passagem do tempo sobre as coisas deixa marcas indeléveis. Tenho uma mesa na adega cujos pés tem as marcas dos dentes do Aleph quando ele ainda era um filhote. Mesmo quando ele for embora, algo que ele fez estará sempre ali. Jamais vou me desfazer daquela mesa.

Apesar da era digital, as fotos que revemos ao reunir a família, são as velhas fotografias de papel, algumas ainda em preto-e-branco. 




Zé Ramalho




Chão de Giz


Eu desço dessa solidão
Espalho coisas sobre um chão de giz
Há, meros devaneios tolos a me torturar
Fotografias recortadas em jornais de folhas, amiúde...
Eu vou te jogar num pano de guardar confetes
Eu vou te jogar num pano de guardar confetes

Disparo balas de canhão
É inútil pois existe um grão-vizir
Há tantas violetas velhas sem um colibri
Queria usar, quem sabe, uma camisa de força ou de
vênus
Mas não vou gozar de nós apenas um cigarro
Nem vou lhe beijar, gastando assim o meu batom

Agora pego um caminhão, na lona vou a nocaute outra
vez
Pra sempre fui acorrentado no seu calcanhar
Meus vinte anos de boy, that's over baby! Freud
explica
Não vou me sujar fumando apenas um cigarro
Nem vou lhe beijar gastando assim o meu batom
Quanto ao pano dos confetes, já passou meu carnaval
E isso explica por que o sexo é assunto popular.

No mais
Estou indo embora
No mais
Estou indo embora
No mais...




Garoto de Aluguel

Baby !
Dê-me seu dinheiro que eu quero viver
Dê-me seu relógio que eu quero saber
Quanto tempo falta para lhe esquecer
Quanto vale um homem para amar você
Minha profissão é suja e vulgar
Quero pagamento para me deitar
Junto com você estrangular meu riso
Dê-me seu amor que dele não preciso

Baby !
Nossa relação acaba-se assim
Como um caramelo que chegasse ao fim
Na boca vermelha de uma dama louca
Pague meu dinheiro e vista sua roupa
Deixe a porta aberta quando for saindo
Você vai chorando e eu fico sorrindo
Conte pras amigas que tudo foi mal
Nada aumenta a culpa de um marginal

Baby !
Nossa relação acaba-se assim
Como um caramelo que chegasse ao fim
Na boca vermelha de uma dama louca
Pague meu dinheiro e vista sua roupa
Deixe a porta aberta quando for saindo
Você vai chorando e eu fico sorrindo
Conte pras amigas que tudo foi mal
Nada aumenta a culpa de um marginal





Admirável Gado Novo

Vocês que fazem parte dessa massa
Que passa nos projetos do futuro
É duro tanto ter que caminhar
E dar muito mais do que receber
E ter que demonstrar sua coragem
À margem do que possa parecer
E ver que toda essa engrenagem
Já sente a ferrugem lhe comer
Êh, oô, vida de gado
Povo marcado
Êh, povo feliz!

Lá fora faz um tempo confortável
A vigilância cuida do normal
Os automóveis ouvem a notícia
Os homens a publicam no jornal
E correm através da madrugada
A única velhice que chegou
Demoram-se na beira da estrada
E passam a contar o que sobrou!
Êh, oô, vida de gado
Povo marcado
Êh, povo feliz!

O povo foge da ignorância
Apesar de viver tão perto dela
E sonham com melhores tempos idos
Contemplam esta vida numa cela
Esperam nova possibilidade
De verem esse mundo se acabar
A arca de Noé, o dirigível,
Não voam, nem se pode flutuar
Êh, oô, vida de gado
Povo marcado
Êh, povo feliz!





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EU SÓ TENHO UMA FLOR

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