witch lady

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sexta-feira, 10 de janeiro de 2014

MOMENTO RELAX




Momento Relax

O jardineiro acaba de sair, deixando no ar aquele cheiro maravilhoso de grama cortada e terra revolvida. O dia foi lindo; o céu totalmente azul, e apesar do calor e do sol brilhante, uma brisa refrescante soprava.

Final de tarde; passarinhos indo dormir. Na mata em frente à casa, as cigarras se despendem de mais um dia de calor e sol, elevando seu canto cada vez mais alto, numa interação fremente que a muitos perturba, mas a mim, agrada completamente. Pouco a pouco, o canto vai silenciando, até que reste apenas uma cigarra, cuja voz vai fraquejando aos poucos, até silenciar por completo. Daí, começam os grilos, timidamente, com seus cri-cris estrelados sob as moitas.

Surge uma pequena estrela, e mais outra, e mais outra... de repente, o céu, que ainda guarda um tom avermelhado junto ao horizonte, torna-se um alegre forro azul-marinho com pequenas luzes pisca-pisca. 

Olho os canteiros, e percebo no rosto das flores um certo cansaço. Pego a mangueira, e regulando-lhe a ponta para que ela produza um chuveirinho, vou regando os canteiros. Passam algumas corujas, vaga-lumes, morcegos. Criaturinhas que preferem a noite.

O cheiro de terra molhada se eleva, misturando-se ao perfume dos incensos que queimam em minha varanda. Penso em minha mãe, e em seu velho cliché: "Quando molhamos as plantas, elas agradecem! Olha só para a flor, como parece estar mais 'durinha' e viçosa!"

E as flores, durinhas e viçosas, murmuram um agradecimento que chega aos meus ouvidos através de uma brisa.




PS: Não tenho visitado outros blogs porque minha conexão está pior do que péssima. Levei quase a manhã toda para conseguir fazer este post. Mas eu volto. Obrigada.

quinta-feira, 9 de janeiro de 2014

TU ME SONHAS





Tu me sonhas, e eu te surjo
Das espumas de um mar turvo
Eu venho nos braços das ondas
Nos cabelos de Netuno.

Tu me sonhas, e eu te chego
Num arremedo de riso
Desmanchada numa concha
Que tu levas aos ouvidos.

Tu me sonhas, e eu te venho
Das profundezas do mar
No cenho da tua memória...
Histórias que queres lembrar.

Tu me sonhas, e eu te esqueço
Amanheço em tua fronha
Sou aquela que tu sonhas
Renegando, ao despertar.




quarta-feira, 8 de janeiro de 2014

LUAR
















TEMPESTADE AZUL-LILÁS




Desbotam as cores do dia;
Uma estrela ainda brilha,
Antes que o céu feche as portas
Escondendo seus mistérios.

Por trás da nuvem mais negra,
O pesadelo azul-lilás
Reparte-se em feixes de raios
Que enfeitam a tempestade.

Ah, noite tão erma e tão fria!...
Perco o rumo nessa trilha
Sob os raios e os trovões!

Não abrem-se as portas do céu;
Derramam-se nuvens pesadas
Qual lágrimas tristes dos deuses
Que perderam a eternidade
E hoje choram pelo Olimpo
Para onde jamais voltarão...

Ficam comigo somente
A tempestade azul-lilás
E a esperança de que se abram
As portas do céu, novamente,
Devolvendo-me as estrelas
Que eu sei – ainda brilham...










terça-feira, 7 de janeiro de 2014

NIETZSCHE




Alguns pensamentos do grande pensador alemão Nietzsche, de seu livro Assim Falou Zaratustra


"Grandes favores não tornam ninguém agradecido, mas apenas vingativo; e mesmo o pequeno benefício, não sendo esquecido, torna-se um verme roedor. Sede tenazes em obter! E distingui ao aceitar! Aconselho isto aos que não tem o que oferecer."


"Criar é a grande emancipação da  dor e do alívio da vida; mas, para o criador existir são necessárias dores e transformações. Sim, criadores, é mister que haja na vossa vida muitas mortes amargas. Sereis assim os defensores e justificadores de tudo o que é perecível."





"Em verdade, tenho feito isto e aquilo pelos que sofrem; mas sempre me pareceu melhor quando aprendia a divertir-me mais. Desde que há homens, o homem tem-se divertido muito pouco: é esse, meus irmãos, o único pecado original. E quando aprendemos melhor a divertir-nos, esquecemo-nos melhor de fazer mal aos outros e de inventar dores. Por isso lavo a mão que auxiliou o que sofre. Por isso ainda agora restrinjo a alma."



"Eu, porém, sou dos que dão: agrada-me dar, como amigo, aos amigos. Colham, todavia, por si sós, o fruto da minha árvore: é menos humilhante para eles."



"Os remorsos impelem a morder."




"O coração ardente e a cabeça fria: quando estas duas coisas se reúnem, nasce o torvelinho, o "Salvador.""




"A vida é uma fonte  de alegria, mas onde quer que a gente vá beber, todas as fontes estão envenenadas."









Das tarântulas: "Olha: esta é a toca da tarântula! Queres vê-la a ela mesma? Está aqui a sua teia; toca-lhe para a veres tremer. Olha: eis ela aqui, sem se fazer rogar. Bem-vinda tarântula! No teu escuro lombo negreja a característica marca triangular, e eu também sei o que há na tua alma. Em tua alma aninha-se a vingança; onde quer que fiques, forma-se uma crosta negra. A vingança levanta na tua alma torvelinhos de vingança. Assim vos falo em parábola a vós que levantais torvelinhos na alma, pregadores da igualdade! Vós outros sois, para mim, tarântulas sedentas de secretas vinganças. Eu, porém, acabarei de revelar os vossos esconderijos, por isso me rio na vossa cara com o meu riso das alturas! por isso despedaço a vossa teia, para que a cólera vos faça sair do vosso antro de mentira e para que a vossa vingança apareça por detrás das vossas palavras de "justiça". Seja o homem salvo da vingança; é esta para mim a ponte da esperança superior, e um arco-íris anuncia grandes tormentas. As tarântulas, todavia, compreendem  doutra forma. "Justamente quando as tempestades da nossa vingança enchem o mundo, é quando nós dizemos que haja justiça." Assim falam elas entre si. "Queremos exercer nossa vingança e lançar nossos ultrajes sobre todos os que não são semelhantes a nós outras." Isso juram a si mesmas as tarântulas. E acrescentam:
"Vontade de igualdade, isto será daqui por diante o nome da virtude, e queremos erguer o grito contra tudo o que é poderoso!" Sacerdotes da igualdade: a tirânica loucura da vossa impotência reclama em brados a "igualdade," por detrás das palavras de virtudes esconde-se a vossa mais secreta concupiscência de tiranos! Vaidade acre, inveja contida - talvez a vaidade e a inveja de nossos pais - de vós saem essas chamas e essas loucuras  de vingança. O que o pai calou, fala o filho, e muitas vezes vi revelado no filho o segredo do pai. Parecem-se com os extáticos; não é, porém, o coração que os extasia, mas a vingança. E se tornam frios e sutis, não é por agudeza, mas por inveja.





 Também levam os zelos à senda dos pensadores; é este o sinal da sua emulação; sempre vão tão longe, tão longe, que afinal o seu cansaço tem sempre que adormecer até o meio da neve. Todos os seus lamentos tem acentos de vingança. Todos os seus elogios ocultam malefícios, e para eles serem juízes é a suprema felicidade. Eis aqui, todavia, o conselho que vos dou, meus amigos: desconfiai de todos os que sentem poderosamente o instinto de castigar! São pessoas de má raça e de má casta; por eles assomam o polícia e o verdugo. Desconfiai de todos os que falam muito da sua justiça! Não é só mel o que falta às suas almas. E caso chamem a si mesmos "os bons e os justos" não esqueçais que , agora, para serem fariseus só lhes falta... o poder. Meus amigos, não quero que se me misture e se me confunda. Há quem pregue a minha doutrina da vida, mas são a um tempo pregadores da igualdade e tarântulas. estas aranhas venenosas falam a favor da vida, apesar e estarem acaçapadas nas suas cavernas e afastadas da vida: porque assim querem prejudicar. Querem prejudicar os que tem agora o poder; porque entre estes é ainda a coisa mais familiar a prática da morte. A ser doutro modo, doutro modo pregariam as tarântulas: porque noutro tempo foram elas precisamente as que melhor souberam caluniar o mundo e queimar hereges. Com estes pregadores da igualdade é que eu não quero ser misturado  nem confundido. Porque a justiça me fala assim: "Os homens não são iguais." Não devem tampouco chegar a sê-lo. Que seria, pois, o meu amor ao Super-homem, se eu falasse de outro modo? Se fôssemos todos iguais, não haveria nem gênios nem néscios - igualdade de direitos não é o mesmo que igualdade de potencialidades.








Por mil pontes e por mil caminhos se devem precipitar para o porvir, e sempre haverá que colocar entre eles mais guerras, e desigualdades: assim me faz falar o meu grande amor! Devem-se tornar inventores de imagens e de fantasmas em suas inimizades, e com as suas imagens e os seus fantasmas devem travar entre si o maios combate. Bom e mau, rico e pobre, alto e baixo, todos os nomes de valores devem ser armas e símbolos bélicos, em sinal de que a vida sempre se há de superar novamente a si mesma. Ela, a própria vida, quer elevar-se às alturas com pilares e grades: quer escrutar os longínquos horizontes e penetrar com os seus olhares as supremas belezas: para isso necessita as alturas. por conseguinte necessita alturas, necessita degraus e dos que se elevam! A vida quer elevar-se e superar-se a si mesma. E vede, meus amigos! Aqui, onde está a caverna da tarântula, elevam-se as ruínas de um templo antigo: olhai com os olhos iluminados. O que aqui em outros dias elevou na pedra os seus pensamentos para as alturas, esse deve ter conhecido o segredo da vida toda, como o mais sábio. Haja até na beleza luta e desigualdade e guerra pelo poder e pela supremacia; isto nos ensina ele aqui no símbolo mais luminoso. Assim como aqui abóbadas e arcos travam corpo a corpo um divino combate, e assim como luz e sombra pugnam entre si em divina competência, assim fortes e nobres, sejamos nós também inimigos, meus amigos! Pugnemos divinamente uns contra os outros! Desventura! Também me picou a tarântula, minha antiga inimiga! Divinamente firme e bela picou-me no dedo! "Há de haver castigo e justiça - pensa a tarântula - não é em vão que canta aqui o hino em honra da inimizade!" Sim; está vingada! Pobre de mim; vai minha alma girar como um turbilhão de vingança! Mas, para ela não girar, meus amigos, atai-me fortemente a esta coluna. Antes quero ser um estilista do que um turbilhão de vingança! Zaratustra não é um turbilhão nem uma tromba, e se é bailarino, não é bailarino de tarantela!" Assim falou Zaratustra.






segunda-feira, 6 de janeiro de 2014

Para Abrir Teu Coração





Tal qual um passarinho
Que não deixa de cantar,
Virei à tua janela
Todas as manhãs, bem cedo,
Até que tu me escutes,
Até o teu despertar.

Pousarei no galho do cedro
Bem próximo ao peitoril;
Te trarei, em minhas asas,
Todas as cores de abril
Como o poeta na canção,
Até que teu coração se abra.

Trarei as gotas de chuva
Penduradas em meu bico,
Pra matar a tua sede
Só porque eu não te esqueço,
Só porque és meu amigo.

E mesmo que não despertes,
E mesmo que tu não ouças,
Voltarei a cada manhã
Faça chuva ou faça sol,
Cantarei o dia todo,
Em ré, mi, fa, la, si e sol...

Ah, dó!...




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