witch lady

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quarta-feira, 20 de novembro de 2013

SOBRE OS PEDANTES







Trechos do livro "Como Viver 24 Horas Por Dia", de Arnold Bennet


"O pedante é um sujeito arrogante que faz questão de se envolver em ares de sabedoria superior. O pedante é um tolo pomposo que saiu para uma caminhada cerimonial sem saber que perdeu uma importante peça de roupa, ou seja, seu senso de humor. O pedante é um indivíduo enfadonho que, ao ter feito uma descoberta, fica tão impressionado com a revelação que é capaz de ficar seriamente desgostoso quando percebe que o mundo inteiro não se impressiona com o fato. É fácil e fatal transformar-se em um pedante sem perceber."






"Recuso-me a concordar que, quaisquer que sejam as circunstâncias, um fracasso glorioso é melhor que um sucesso insignificante. Sou decididamente a favor do sucesso insignificante."







Enoch Arnold Bennett foi um novelista britânico.

Nascimento: 27 de maio de 1867, Hanley, Staffordshire, Reino Unido
Falecimento: 27 de março de 1931, Londres, Reino Unido.


segunda-feira, 18 de novembro de 2013

..E Tudo Isso é Apenas o Maior Cajueiro do Mundo!!!












HOUVE UM DIA




Houve um dia
Em que nossos olhares se cruzavam
Com inocência e alegria.
Estar presente era vital,
Essencial
E não estar, inconcebível...

Houve um tempo
Em que não existiam
Essa distância,
Essa falta de esperança,
Essa impaciência
Nada santa...

Hoje, esse riso sofrível,
Esse olhar atravessado,
Essa boca sussurrante
A gritar
Que nada, jamais, 
Será como antes,

Pois quando o brilho é ofuscado,
Morre tudo aquilo
Que tinha valor
E que deveria ter sido guardado!

Morrem os dias, as manhãs,
Morrem o respeito, as lembranças, 
Quebram-se as alianças,
E tudo é recoberto
(Sem o menor apelo)
Por uma densa camada intransponível
De puro gelo,
Para o qual não há verão...

E nem veremos mais a mesma velha união,
Desde que a distância se criou
(Ou foi criada?)
Causando uma bifurcação na estrada
Que leva a caminhos divergentes,
Cada vez mais distantes...

E a cada dia,
Estamos mais descontentes,
Somos menos gente,
Mas mantemos o sorriso e a indiferença,
Para que o outro não perceba
Que no fundo, nós ligamos.

-Afinal,
É preciso ser forte,
Ser frio, ser indiferente,
Até que mais alguém morra,
Pois só mesmo a morte
Para nos lembrar de tudo
Que realmente é importante...




Casa de Chá



Quem não aprecia um bom chá indiano, inglês ou de outras nacionalidades, acompanhado de um delicioso pudim de pão e vinho, ou de biscoitinhos de canela e gengibre, ou de uma deliciosa fatia de bolo? E tudo isso durante uma tarde chuvosa, em um dos recantos mais deliciosos de Petrópolis - Itaipava?

E mais: tudo servido com o maior carinho e atenção aos detalhes!



Estou falando do Benedicto Chá, uma casa de chá especial. Desde o momento em que se entra, já se percebe que ali é como se fosse a casa do proprietário, e que a maior preocupação dele, é fazer você sentir-se bem vindo.


Se você não gosta muito de chá (se bem que eu duvido que, ao ler a variada carta que o Benedicto apresenta, você não fique curioso para experimentar alguns), pode tomar seu café tradicional, expresso ou capuccino. E eles sabem explicar direitinho a origem, história e característica de cada chá que servem por lá. Tudo ao som de boa música antiga, como sucessos de Frank Sinatra. Uma tarde para lembrar.

Um lugar para sentir-se em casa. Fica no primeiro piso do Shopping Vilarejo.




domingo, 17 de novembro de 2013

Carlos Solano - colunista da revista Bons Fluidos




Arvorecer,

Árvore-ser

Pois me contava Seu Antônio, no meio daquele quintalzão, no meio de latas e latinhas plantadas, cheias de cheiros e segredos, no meio de um bom caneco de café passadinho na hora: "Pois de tudo, deve-se é de arvorecer". Pausa. Arvorecer? O que será isso, meu Deus? Encabulado, e sem querer ofender, me propus discretamente a investigar. E levei a conversa para o lado mais evidente: o das árvores e das madeiras.

"A madeira é viva", me respondeu. "Só por isto, já merece um afeto". Uma misturinha caseira de cera de abelha, de carnaúba e parafina, em partes iguais, protege e evita o ressecamento que favorece as pragas. Para conservar os móveis, a cera pura de abelha ainda perfuma e imuniza, por causa da própolis. A fumaça do fogo à lenha também imuniza a madeira. Por isso, Seu Antônio jura que "em casa de mulher não entra cupim". Contra a umidade, sebo animal (ou o azeite - de dendê, de mamona...). Para a madeira que toma sol e chuva, o óleo de linhaça é um verniz natural, e ainda estimula a cor. "Mas o mais importante é colher a madeira madurinha, porque assim não será ofendida pelas pragas. E usar bem seca, para nunca empenar".





Mas podemos usar madeira em casa, sem culpa? Cortar árvore não ofende as matas? Levei a conversa adiante, tateando pelos caminhos do "arvorecer". "Depende", disse ele. "Árvore se planta, árvore cresce".

Claro, a madeira é o único material renovável... Uma montanha de areia, uma mina de calcáreo (cimento) ou de minério de ferro - elementos tecidos pela natureza ao longo de milênios - não se recuperam jamais. Mas a madeira deve ser certificada com um selo ambiental, que garante o manejo ecológico e a salvação das matas. Confirmam as barbas brancas do Seu Antônio que se replantarmos, "quando o neto estiver morando na casa que foi da avó, o mato já está refeito".


Uma luz! Quem sabe "arvorecer" não tem haver com "deixar florescer", "defender", ou "fazer permanecer" as matas? Afinal, faz sentido. A árvore é um dos três componentes fundamentais do entorno humano. Os outros são a pessoa e a casa. A árvore foi altar sagrado na Índia, oráculo na Grécia, morada de anjos para os árabes, evidência de um bom Chi, a nutritiva força natural, para os chineses. Para os índios Ticuna, no maravilhoso Livro das Árvores (OGPTB),"a floresta é a maior riqueza que podemos deixar para nossos filhos".





Sim, deve ser isso! Mesmo porque, hoje, as árvores são os protetores da Terra: impedem a erosão (a destruição do solo e dos mananciais), perfumam e purificam o ar (retendo as partículas poluentes), doam frutos, podem ser curativas, servem de habitat para animais e pássaros, equilibram o processo de aquecimento global (absorvem dióxido de carbono e devolvem à atmosfera vapor d'água e oxigênio). As árvores ainda nos favorecem criando lugares de estar (sob uma copa frondosa), de passear (uma alameda), de passar (um portal), de proteção (uma cerca), de beleza (o que é fundamental, pois o feio destrói a sensibilidade). Criando lugares de viver, as árvores também cativam os homens que, por sua vez, voltam a amá-las.



Então, num fôlego de coragem, concluí em alto e bom tom: Acho muito importante arvorecer as árvores!

"Como assim?", foi a resposta. "Arvorecer é arvorejar". Diante da minha cara de interrogação, ele se compadeceu:

"Al-vo-re-cer ou al-vo-re-jar. Alvejar, tornar alvo, amaciar, abrandar, embrandecer o coração empedernido. Isso vale mais do que tudo".

Vale mesmo. Mas cá para mim, arvorecer ainda tem - e sempre terá - tudo haver com árvore. Arvorecer é "árvore-ser". Pois não precisamos "árvore-ser" o coração e parar com esta mania de dominar a natureza? Não precisamos plantar mais árvores - seja em vasos, no jardim, na calçada ou no sítio - como um ato a favor da vida? "Árvore-ser" é saber que vivemos em uma árvore, ou no único país do mundo que tem nome de árvore: Pau Brasil. "Árvore-ser" é vestir o verde da nossa bandeira.

Pois não é que arvorecer é mesmo tudo o que precisamos? Estão aí os cabelos e as barbas brancas do Seu Antônio para comprovar.



Arquiteto Carlos Solano

CÉU



















































sábado, 16 de novembro de 2013

As Melhores Fotos que Jamais Tirei





Há uma casinha de madeira pendurada em minha varanda, e todo ano um casal de cambaxirras vem fazer seu ninho ali. Após algumas reformas, colocam seus ovinhos e dias depois ouço o chilrear baixinho dos filhotes. Os dois pais revezam-se o dia todo trazendo comida. Decidi que desta vez eu fotografaria o evento, já que não é possível fotografar os filhotes - os pais construíram uma barreira de galhos na entrada redonda da casinha. Sempre vou deixando para depois, ou então estou ocupada demais para ficar de plantão diante da casinha... Mas naquele dia, decido que este ano terei a tão planejada foto: Pego a câmera e fico parada ali perto durante algumas horas, até que finalmente a mamãe surge na portinhola da casinha, vinda de algum lugar do jardim, segurando uma pequena minhoca no bico. Prendo a respiração, e bato a fotografia, tentando controlar minha ansiedade, no momento exato em que ela pousa na entrada, posicionando-se para alimentar os filhotes. 

Mas a  bateria da câmera acabou, e agora, só no ano que vem, pois no dia seguinte, os pássaros-pais e seus bebês já crescidos foram embora...

Ontem; na estrada, vindo de Juiz de Fora para Petrópolis. Uma nuvem escura e bem redonda, esfiapada nas beiradinhas,  no meio de uma mancha azul de céu. Por trás, o sol, emitindo em volta da nuvem raios que parecem profetizar algum acontecimento bíblico. O tipo da foto que, se a gente não conseguir bater em alguns segundos, não conseguirá mais... e é claro, não consigo, pois estamos na autoestrada e não é possível parar ali. 

Na mesma estrada, ontem, um antigo Chevette amarelo bem na frente do nosso carro. De repente, ele chega a um trecho da estrada onde o asfalto, novinho em folha, está totalmente negro, as faixas amarelo-forte recém pintadas bem no meio. À direita, duas placas amarelas, no mesmo tom da faixa e do carro, e à esquerda, uma outra. O céu muito azul e uma montanha em vários tons de verde serviriam de fundo. Estamos logo antes de uma curva. Mas simplesmente fiquei com preguiça de abrir a bolsa e pegar o tablet.

Imagens maravilhosas. Todas elas.




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