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quarta-feira, 17 de julho de 2013

A tristeza Fecha as Janelas



A tristeza fecha as janelas,
Todas elas.

Deixa no ar um som de lamento,
Causa uma dor que olha para fora
Da escuridão que está
Do lado de  dentro.

A tristeza pode não dar nenhum momento de paz,
Nenhum  momento!...

Pinta de negro as cores de um dia,
Renega tentativas
De qualquer paz, qualquer alegria,
A tristeza não perdoa,
E quando dói, é dor fremente,
Doa a quem doer...

A tristeza recolhe-se em si mesma,
Planta gavinhas no coração,
Que se agarram cada vez mais.

A tristeza não perdoa:
Faz chorar qualquer sorriso...

Mas a tristeza, quando vem,
Traz sempre consigo uma mensagem,
Que se encontra no final
De uma estrada escura, e talvez, longa,
Mas somente quem a cruza,
Sem negação, vencendo o medo,
Poderá reencontrar 
Sua alegria, e a si mesmo.





terça-feira, 16 de julho de 2013

Colagem




Ponha ali, bem à esquerda, 
Um pedacinho de azul,
Mas que seja bem clarinho,
Como o céu num final de tarde.

Deixe que a chuva caia
E espalhe pelo dia
Um cheiro de terra molhada,
Formando poças de espelhos
Para refletir o céu.

Coloque do outro lado,
Roseiras e margaridas
Flores em rosa e lilás,
E uma poltrona macia
Para eu ver o por do sol.

Lá longe, ponha eucaliptos,
Pinheiros, cedros, ipês,
Fruteiras, um jacarandá
E um salgueiro chorão
Para ser meu companheiro.

Coloque no centro de tudo,
As lembranças mais bonitas,
Aquelas, que trazem-nos vozes,
E imagens coloridas.

Escolha uma trilha sonora
Para cada movimento,
Salpique estrelas de prata,
Deixe o luar branco e redondo
Bem no centro.

Cubra tudo com beijo de vento,
E perfume de café;
Emoldure com cuidado,
Pois esta,
É a minha vida,
É...


A Morte Não é Nada - Santo Agostinho




Santo Agostinho: A morte não é nada.





A morte não é nada. 
Eu somente passei 
para o outro lado do Caminho.

Eu sou eu, vocês são vocês.
O que eu era para vocês, 
eu continuarei sendo.

Me deem o nome 
que vocês sempre me deram, 
falem comigo 
como vocês sempre fizeram.



Vocês continuam vivendo 
no mundo das criaturas, 
eu estou vivendo 
no mundo do Criador.

Não utilizem um tom solene 
ou triste, continuem a rir 
daquilo que nos fazia rir juntos.

Rezem, sorriam, pensem em mim.
Rezem por mim.

Que meu nome seja pronunciado
como sempre foi, 
sem ênfase de nenhum tipo.
Sem nenhum traço de sombra
ou tristeza.



A vida significa tudo 
o que ela sempre significou, 
o fio não foi cortado.
Porque eu estaria fora 
de seus pensamentos,
agora que estou apenas fora 
de suas vistas?

Eu não estou longe, 
apenas estou 
do outro lado do Caminho...

Você que aí ficou, siga em frente,
a vida continua, linda e bela
como sempre foi.


segunda-feira, 15 de julho de 2013

Partidas Sem Chegadas





Partidas Sem Chegadas


Naquele braço de rio,
Um barco tão esperado
Que nunca, jamais chegou...
E o braço fica esticado,
Desenhando no horizonte
A esperança malograda.

Tarde esquecida, noite parda,
Sem luar e sem estrelas...
Nas águas do rio, mágoas,
Sono agitado na esteira.

Naquele braço de rio
Não houve barcos ou águas
Que trouxessem algum alento,
Que lavassem tantas mágoas!...

E a distância anunciada
Pelo silêncio total
Dos barcos que se perderam
Em mil portos diferentes
Que anunciam só partidas,
Mas partidas sem chegadas...

domingo, 14 de julho de 2013

Dias






Dias



Um a um, qual gotas esparsas,
Perfume de nuvem branca
Nas asas das garças
Que passam,
Penas que caem
Até que estanque o voo.

Pétalas roxas
Caídas do vaso de violetas.
Lagarta passando, lentamente,
Corpo em ondas sinuosas
E de repente,
-Passou!

Colar de contas enfileiradas,
Como os passos calculados
De uma jornada...

-Arrebenta,
Caem as contas,
Espalham-se,
Fio pendurado
Pendendo no vazio.

Nenhum sinal,
Nenhum aviso,
A brisa soprada que ergue a pluma
Arrancada
De uma asa que há muito
Não mais existe,
Mas fica a pena
(Da asa e da vida).

sábado, 13 de julho de 2013

Na Ilha Por Vezes Habitada





Poema do Romantismo


Autor: Manuel Antônio de Almeida






Na ilha por vezes habitada


Na ilha por vezes habitada do que somos, há noites,
manhãs e madrugadas em que não precisamos de
morrer.
Então sabemos tudo do que foi e será.
O mundo aparece explicado definitivamente e entra
em nós uma grande serenidade, e dizem-se as
palavras que a significam.
Levantamos um punhado de terra e apertamo-la nas
mãos.
Com doçura.
Aí se contém toda a verdade suportável: o contorno, a
vontade e os limites.
Podemos então dizer que somos livres, com a paz e o
sorriso de quem se reconhece e viajou à roda do
mundo infatigável, porque mordeu a alma até aos
ossos dela.
Libertemos devagar a terra onde acontecem milagres
como a água, a pedra e a raiz.
Cada um de nós é por enquanto a vida.
Isso nos baste.


Manuel Antônio de Almeida





Romantismo foi um movimento artístico, político e filosófico surgido nas últimas décadas do século XVIII  na Europa que perdurou por grande parte do século XIX. Caracterizou-se como uma visão de mundo contrária ao racionalismo e ao iluminismo e buscou um nacionalismo que viria a consolidar os estados nacionais na Europa.

Inicialmente apenas uma atitude, um estado de espírito, o Romantismo toma mais tarde a forma de um movimento, e o espírito romântico passa a designar toda uma visão de mundo centrada no indivíduo. Os autores românticos voltaram-se cada vez mais para si mesmos, retratando o drama humano, amores trágicos, ideais utópicos e desejos de escapismo. Se o século XVIII foi marcado pela objetividade, pelo iluminismo e pela razão, o início do século XIX seria marcado pelo lirismo, pela subjetividade, pela emoção e pelo eu.

O termo romântico refere-se ao movimento estético ou, em um sentido mais lato, à tendência idealista ou poética de alguém que carece de sentido objetivo.

O Romantismo é a arte do sonho e fantasia. Valoriza as forças criativas do indivíduo e da imaginação popular. Opõe-se à arte equilibrada dos clássicos e baseia-se na inspiração fugaz dos momentos fortes da vida subjetiva: na fé, no sonho, na paixão, na intuição, na saudade, no sentimento da natureza e na força das lendas nacionais. 



O culto à natureza e à imaginação já havia começado com os escoceses no século XIII, quando surgiram as primeiras histórias de cavaleiros e donzelas em verso. Nessa época, as narrativas eram chamadas de romance, palavra que deriva do advérbio latino romanice, que significa "na língua de Roma".

A origem do que viria a ser conhecido como "Romantismo", no entanto, fora plantada no século XVII, quando o "espírito clássico" começaria a ser contestado na Grã Bretanha

O Romantismo surgiu na Europa em uma época em que o ambiente intelectual era de grande rebeldia. Na política, caíam sistemas de governo despóticos e surgia o liberalismo político(não confundir com o liberalismo econômico do Século XX). No campo social imperava o inconformismo. No campo artístico, o repúdio às regras. A Revolução Francesa é o clímax desse século de oposição.

Alguns autores neoclássicos já nutriam um sentimento mais tarde dito romântico antes de seu nascimento de fato, sendo assim chamados pré-românticos. Nesta classificação encaixam-se Francisco Goya e Bocage.

O Romantismo surge inicialmente naquela que futuramente seria a Alemanha e na Inglaterra. Na Alemanha, o Romantismo, teria, inclusive, fundamental importância na unificação germânica com o movimento Sturm und drang.

O Romantismo viria a se manifestar de forma bastante variada nas diferentes artes e marcaria, sobretudo, a literatura e a música (embora ele só venha a se manifestar realmente aqui mais tarde do que em outras artes). À medida que a escola foi sendo explorada, foram surgindo críticos à sua demasiada idealização da realidade. Destes críticos surgiu o movimento que daria forma ao Realismo.

No Brasil, o romantismo coincidiu com a Independência política do Brasil em 1822, com o Primeiro Reinado, com a Guerra do Paraguai e com a Campanha Abolicionista.

Fonte: Wikipedia


Quando Tudo Era Lindo







Quando Tudo Era Lindo


Será o piano tocando,
Música de fundo do meu dia?
Só sei que de repente,
Me veio uma tristeza,
Ao pensar que antes
Era tudo mais lindo...

Acordar bem cedo,
Os pais conversando na cozinha,
Sons abafados
De quem ainda estava dormindo...
Lá fora, os passarinhos,
Um galo cantando ao longe
E a certeza de que eu era querida
E estava sempre
Protegida.

Hoje, somos todos tão sozinhos!
Criamos tantos abismos,
Mas nos esquecemos das pontes.
Não criamos asas,
Há paredes demais nas casas...

Nos esquecemos de que um dia,
Secam todas as fontes
Quando abandonadas,
Quebram-se as calçadas, fazendo gretas,
Por onde a chuva escorre,
Gastando caminhos.

Deixamos, no chão,
Apenas as pegadas
De uma estrada perdida, esquecida,
Por onde não passa mais nada.

Sim, talvez seja o piano...

Mas é que hoje eu me lembrei
De tantas coisas que passaram,
De tantos rostos sorridentes,
Das histórias que contei
E das que um dia, me contaram...

Olho para fora; nuvem cinzenta sobre as casas,
Com rasgos de azul aqui e ali.
Parece que o ceú desenha uma esperança,
Como quem ensaia, numa dança,
Os passos de um ressurgir.

Acho que é o piano... talvez seja mesmo.
E agora, esse violino... 


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EU SÓ TENHO UMA FLOR

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