witch lady

Free background from VintageMadeForYou

sexta-feira, 31 de maio de 2013

Gabriela Mistral - Canção das Meninas Mortas







Canção das Meninas Mortas





E essas pobres meninas mortas,
escamoteadas em abril,
as que surgiram e afundaram-se
como nas ondas o delfim?
Onde é que foram e se encontram,
a custo contendo o riso,
ou escondidas esperando
voz de um amante que seguir?
Diluindo-se como desenhos
que deus deixou de colorir,
pouco a pouco afogadas como
em suas fontes um jardim?
À vezes procuram nas águas
ir recompondo seu perfil
e nas carnudas rosas róseas
quase começam a sorrir.
Nos campos elas acomodam
o talhe, o vulto quebradiço.
e quase logram que uma nuvem
lhes dê seu corpo num ardil.
Juntam-se quase as desmembradas,
quase chegam ao sol feliz.
quase desfazem seu trajeto
recordando que eram daqui.
Quase anulam sua traição
e caminham para o redil.
e quase vemos ao crepúsculo
o divino milhão surgir





Gabriela Mistral, pseudônimo escolhido de Lucila de María del Perpetuo Socorro Godoy Alcayaga (Vicuña, 7 de abril de 1889 — Nova Iorque, 10 de janeiro de 1957), foi uma poetisa educadora, diplomata e feminista chilena.

Foi agraciada com o Nobel de Literatura de 1945.

Os temas centrais nos seus poemas são o amor, o amor de mãe, memórias pessoais dolorosas e mágoa e recuperação. Lucíla nasceu na cidade de Vicuña, Chile, em 7 de abril de 1889. Seu pai abandonou a família quando Lucíla completou três anos de idade. A mãe de Lucila faleceu no ano de 1929 e a escritora lhe dedicou a primeira parte de seu livro Tala, a que chamou: Muerte de mi Madre. Educada em sua cidade natal, começou a trabalhar como professora primária (1904) e ganhou renome ao vencer os Juegos Florales de Santiago (1914) com Sonetos de La muerte, sob o pseudônimo de Gabriela Mistral,cuja escolha deu-se em homenagem aos seus poetas prediletos: o italiano Gabriele D'Annunzio e o provençal Frédéric Mistral.

Em 1922 é convidada pelo Ministério da Educação do México a trabalhar nos planos de reforma educacional daquele país. O Prêmio Nobel transformou-a em figura de destaque na literatura internacional e a levou a viajar por todo o mundo e representar seu país em comissões culturais das Nações Unidas, até falecer em Hempstead, estado de Nova Iorque, nos Estados Unidos.

A notoriedade a obrigou a abandonar o ensino para desempenhar diversos cargos diplomáticos na Europa. Tida como um exemplo de honestidade moral e intelectual e movida por um profundo sentimento religioso, a tragédia do suicídio do noivo (1907) marcou toda a sua poesia com um forte sentimento de carinho maternal, principalmente nos seus poemas em relação às crianças. Em sua obra aparecem como temas recorrentes: o amor pelos humildes, um interesse mais amplo por toda a humanidade.

Entre suas mais significativas obras podemos destacar:
Sonetos de la Muerte, 1914
Desolación, 1922
Lecturas para Mujeres, 1923
Ternura, 1924
Nubes Blancas y Breve Descripción de Chile, 1934
Tala, 1938
Antología, 1941
Lagar, 1954
Recados Contando a Chile, 1957
Poema de Chile, 1967

Alguns de seus poemas mais conhecidos são:
Piececitos de Niño
Balada
Todas íbamos a ser Reinas
La Oración de la Maestra
El Ángel Guardián
Decálogo del Artista
La Flor del Aire
Comer, Comer
Yo e tú

Fonte: Wikipedia




Torcer e Retorcer





De nada adianta o quanto alguém pode tentar torcer e retorcer a verdade; mesmo assim, ela continuará sendo verdade. O melhor, é admiti-la!

De nada adianta tentar encontrar desculpas que possam justificar uma conduta errada, pois ela continuará sendo errada. Nada torna o errado, certo. Um erro não justifica outro, e os erros alheios não servem de desculpa para justificar os meus.

Aquilo que eu faço de mal, voluntariamente, a outra pessoa, ficará para sempre marcado no caminho que eu percorro. Haverá sempre aquele feio arranhão que me segue pela estrada, e que não me deixará em paz. E nem que eu tente justificar aquilo que fiz de errado, usando mil desculpas e mil argumentos, um erro será sempre um erro.

Se for possível corrigi-lo, que eu o faça; mas às vezes, quando deixamos passar tempo demais sobre o erro, ele torna-se impossível de ser corrigido. Se meu arrependimento sobre ele for sincero, só me resta perdoar a mim mesma e nunca mais cometer um erro como aquele; se meu arrependimento não for sincero, ou não existir, restar-me-hão a culpa e a infelicidade.

É certo que cada um escolhe o caminho que deseja seguir; é certo que levamos conosco as consequências de nossos atos, bons ou ruins. Mas também há momentos em que o que nos acontece de mal, não vem daquilo que nós mesmos provocamos, e sim, de atos de terceiros. E quando isto acontece, eu acredito que aquele que prejudica o outro, estará trazendo grande prejuízo a si mesmo. Não é justo justificar nossa maldade alegando que o outro 'merece' passar pelo que está passando. Quem somos nós para dizer?

Melhor seria se cada um olhasse para dentro de si mesmo e descobrisse o que existe ali dentro que mereça ser melhorado. Porque apontar o outro parece fácil demais, mas admitir os próprios erros, pode ser a coisa mais difícil ( e mais necessária) que precisamos fazer para que possamos nos qualificar justamente sob a categoria de seres humanos.



quinta-feira, 30 de maio de 2013

POÇO




Poço ambicioso
Que nunca se enche,
Por onde gotejas
E te esvazias?

O que te incomoda,
O que te transforma
As águas em poças
Tão estagnadas?

Por mais que te encham,
Por mais que te enchas,
Jamais é bastante,
Tua sede não estanca!

De nada adiantam
 As águas que chegam,
A chuva profusa,
Ou mil afluentes,

Pois nada preenche
A tua secura,
A tua loucura
Ah, poço de mil sedes!


quarta-feira, 29 de maio de 2013

Tristeza






Trecho do livro "O Céu Está em Todo Lugar" - de Jandy Nelson



A tristeza é uma casa
Em que as cadeiras
Se esqueceram de como nos segurar,
Os espelhos, de como nos refletir,
As paredes, de como nos conter.
A tristeza é uma casa que desaparece
Cada vez que alguém bate à porta,
Uma casa que se vai com o vento
À menor rajada,
Que se enterra no solo
Enquanto todos estão dormindo.
A tristeza é uma casa
Em que ninguém pode proteger você,
Em que a irmã caçula
Vai envelhecer mais que a mais velha,
Em que as portas
Não deixam mais você entrar
Nem sair.



O Céu Está em Todo Lugar - Resenha (livro)






O Céu está em Todo Lugar - Autora: Jandy Nelson
Título Original: The Sky is Everywhere
Categoria: Romance juvenil
Editora Novo Conceito
2011 - 423 páginas

Lennie Walker é uma adolescente que acaba de perder a irmã mais velha, Bailey, também adolescente. Bem, a partir desta descrição, imagina-se uma história sempre triste e pesada, mas Jandy Nelson consegue dar ao luto uma nova face - mais leve e até mesmo bem-humorada, através dos olhos de sua personagem.

Lennie mora com seu tio Big e a avó, uma ex-hippie dada ao misticismo, cuja filha saiu pelo mundo, deixando as netas aos seus cuidados. A imagem da mãe ausente entra na vida das meninas através de uma pintura inacabada feita pela avó - a Mãe Pela Metade - que fica na sala de estar da casa.

A fim de tentar extravasar e tentar compreender as emoções naturais de seu luto, misturadas à aventura  de crescer, Lennie escreve poemas, e os espalha pela cidade, nos locais mais inesperados: sob pedras, em lixeiras, em folhas de caderno, e até mesmo em embalagens de pirulito e copos de papel. 

De repente, Lennie se vê apaixonada pelo ex-noivo da irmã, que corresponde sua paixão. Sentimentos de culpa e inadequação tomam conta de ambos, quando surge Toby, um jovem músico por quem Lennie também se apaixona, e os três passam a formar um triângulo amoroso. Confusa, Lennie conclui: "Eu deveria estar de luto, não me apaixonando..."

Para Lennie, ao mesmo tempo, é chegada a hora de saber o que realmente aconteceu à sua mãe, colocar em ordem seus sentimentos pelos dois jovens com quem se envolveu e superar o luto pela perda da irmã. 

O Céu Está em Todo Lugar é um romance que, embora dirija-se ao público juvenil, agradará pessoas de todas as idades. Uma história mágica, comovente e instigante.




terça-feira, 28 de maio de 2013

Título






Título



Queria ter todos os os direitos naturais e autorais
Sobre as palavras e os sentimentos,
Esquecendo que na vida
Se repetem e se entrecruzam
Diferentes momentos.

Queria ostentar a liberdade que aprisiona
Dentro da sua sofisticada
Embaçada, 
E falsa redoma.

Queria ser o dono, o senhor de um vil castelo,
Enquanto , com o seu cutelo,
Cortava as palavras emperrando as aldravas,
Lançando setas agudas e envenenadas,
Tal qual um maricas das palavras!

De cavaleiro, sobraram-lhe apenas as ferraduras
De uma montaria que fugiu,
Já cansada das surras,
E alguns súditos que inda viviam sob o seu jugo,
Adoradores de um falso ídolo.

Queria ser o tal, negar o existencial,
Pregar o evangelho de uma bíblia que não seguia,
Pois que da refrega se empanturra e se esfrega,
Enquanto murmura obscenidades.

Queria achar-se dono de um falo desejoso,
Enquanto nem notava toda pena e todo entojo
Causados por sua pena, em fortes ânsias de nojo!

Ah, título emprestado, ou quiçá, talvez roubado
De uma tal nobreza que jamais lhe pertenceu,
Um título forjado, que escondia um vil plebeu
Por sob os podres brocados de um mendigo desbocado!


Eu Vejo





Eu vejo, e nem sempre entendo...

Caminhamos por um mundo
Cheio de falsos "lords" e "mestres,"
Preconceitos e salamaleques,
Rapapés e risos 
Onde os incisivos sempre sobressaem.

Caminhamos, e vamos achando
Pelo caminho, espinhos,
Enquanto as pétalas servem de ninhos
Às serpentes e  salamandras mancas.

Caminhamos, e enfim chegamos
Ao final da jornada, ao muro
Onde nos aguarda
Um imenso espelho
Diante do qual, ninguém se engana.

E finalmente, a malfadada trama
Onde se engalfinham os egos errantes
Revela que os "lords", os" príncipes" e os "plebeus"
Vieram da, e para lá voltarão, todos juntos
mesma luz e ao mesmo breu
De onde nasceram - que coisa aberrante!






Parceiros

EU SÓ TENHO UMA FLOR

  Eu Só Tenho Uma Flor   Neste exato momento, Eu só tenho uma flor. Nada existe no mundo que seja meu. Nada é urgente. Não há ra...