witch lady

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quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013

Marchem, Versos!











Marchem, versos! 




Marchem, versos, 


Submissos 


À vontade do poeta! 


Sejam versos ascetas, 


Restritos, 


Aceitam a forma 


Sem perder o sentido! 



Marchem versos, 


Encolham-se, estiquem-se, 


Aceitem, tranquilos 


Enxertos e amputações, 


Fórmulas e métodos... 


Sejam, à fórceps, 


Paridos! 



Mas não percam a alma, 


Não percam a calma 


Que descansa na verdade 


De um simples poema, 


Por mais que seja simples! 



Marchem, versos, 


E batam continência 


À incontinência 


Das nossas bexigas 


Que os acomodam 


Em pequenos penicos 


E em grandes vasos entupidos 


E vazios de sentidos... 



Marchem versos, 


Sobrevivam 


Ao sopro desabrido 


De quem os excreta 


Em exercícios purgativos 


E doridos! 



A tua missão 


É ver a beleza 


Na feiura da vida, 


E não a feiura 


Na beleza que 'inda resta! 



Marchem, versos soldados, 


Soldados a um sentido 


De quem os tira de um descanso 


Bem mais que merecido 


Para prendê-los, 


Impiedosamente, 


Às sandices de suas mentes! 



Marchem, versos, 


E façam-nos, 


Simplesmente, 


Poetas! 












Diversão





Às vezes eu me perco no sentido das palavras. Ontem, ao assistir alguns minutos de carnaval pela TV, fiquei perdida exatamente no sentido que as pessoas tem dado à palavra 'diversão.'  Enquanto isso, um de meus vizinhos dava uma festa barulhenta, mas tão barulhenta, que aqui dentro de casa, mal conseguíamos ouvir a nossa própria conversa. Bem, lembrei-me de que, quando eu tinha a idade da filha dele, também gostava de música barulhenta... ainda gosto, mas em um volume bem mais 'audível...'

Voltando ao assunto, as pessoas confundem 'diversão' com euforia, barulho, atividade frenética, a tal da 'adrenalina.'  Respeito o direito que cada pessoa tem de divertir-se, da maneira que achar conveniente, desde que a sua diversão não se torne um estorvo e um inconveniente para outras pessoas, não prejudique outras criaturas - alguns se divertem maltratando animais e praticando bullying - enfim, mantenha-se dentro dos limites do aceitável. Mas acho que esse tipo de entendimento só vem mesmo com a idade, com a maturidade.

Acredito que a forma como alguém se diverte, diz muito sobre a sua personalidade. Através dos hobbies de alguém, podemos descobrir, por exemplo, se a pessoa é mais voltada ao silêncio, às s atividades individuais ou  em grupo, se tem habilidades especiais, do que gosta ou deixa de gostar, e também se tem preocupação com o que se passa à sua volta, no efeito que a sua diversão pode ter sobre os demais, pois respeitar os direitos dos outros é, a meu ver, algo que deveria estar acima de qualquer prazer pessoal. Ocupar o próprio espaço sem invadir o espaço alheio significa respeitar, compreender e até mesmo, demonstrar presença de espírito. Ninguém jamais peca por ser discreto e amigável.

As pessoas hoje em dia enchem a cara, quebram garrafas de vidro na calçada sem sequer terem a mínima preocupação sobre quem passará por aquela calçada - se uma criança, um idoso, um animal - podendo ferir-se seriamente. Enchem a cara e gritam dentro dos ouvidos dos que moram em apartamentos logo acima de suas cabeças desmioladas, ouvem música alta demais, bem acima dos decibéis recomendados, e nem querem saber se as pessoas que estão por perto precisam acordar cedo na manhã seguinte, ou se há alguém doente que precisa de repouso e paz de espírito. Elas enchem a cara e urinam nas calçadas e canteiros, deixando seu rastro nauseabundo para que outros seres humanos sejam obrigados a conviver com a sua sujeira e falta de educação. Chamam a esse comportamento de 'diversão.'

Mas acho que existem certas coisas que só mudarão mesmo com o tempo; quando as pessoas começarem a realmente, evoluir em direção à preocupação séria por fazer deste mundo, alguma coisa melhor; quando o individualismo e o egoísmo derem lugar a um sentimento de comunidade e respeito ao próximo, coisa que só vem mesmo conforme o grau de evolução de cada um e consequentemente,  da humanidade toda.

Acho que ainda vai levar muito, muito tempo...

O Convite




Apresentação do livro 'O Convite', de Oriah Mountain Dreamer


Não me interessa saber como você ganha a vida. Quero saber o que mais deseja e se ousa sonhar em satisfazer os anseios do seu coração.
Não me interessa saber sua idade. Quero saber se você correria o risco de parecer tolo por amor, pelo seu sonho, pela aventura de estar vivo.
Não me interessa saber que planetas estão em quadratura com sua alma. O que eu quero saber é se você já foi até o fundo de sua própria tristeza, se as traições da vida o enriqueceram ou se você se retraiu e se fechou, com medo de mais dor. Quero saber se você consegue conviver com a dor - a minha ou a sua - sem tentar escondê-la, disfarçá-la ou remediá-la.
Quero saber se você é capaz de conviver com a alegria - a minha ou a sua - de dançar com total abandono e deixar o êxtase penetrar até  aponta dos seus dedos, sem nos advertir que sejamos cuidadosos, que sejamos realistas, que nos lembremos das limitações da condição humana.





Não me interessa se a história que você me conta é verdadeira. Quero saber se é capaz de desapontar o outro para se manter fiel a si mesmo. Se é capaz de suportar uma acusação de traição e não trair a sua própria alma, ou ser infiel, e mesmo assim, ser digno de confiança.
Quero saber se você é capaz de enxergar a beleza no dia a dia, ainda que ela não seja bonita, e fazer dela a fonte de sua vida.
Quero saber se você consegue viver com o fracasso - o seu e o meu - e ainda assim pôr-se de pé na beira do lago e gritar para o reflexo prateado da lua cheia: "SIM!"
Não me interessa saber onde você mora ou quanto dinheiro tem. Quero saber se, após uma noite de tristeza e desespero, exausto e ferido até os ossos, é capaz de fazer o que precisa ser feito para alimentar seus filhos.
Não me interessa quem você conhece ou como chegou até aqui. Quero saber se vai permanecer no centro do fogo comigo sem recuar.
Não me interessa onde, o que ou com quem estudou. Quero saber o que o sustenta, no seu íntimo, quando tudo o mais desmorona.
Quero saber se é capaz de ficar só consigo mesmo e se nos momentos vazios, realmente gosta da sua companhia.

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"A sabedoria às vezes nasce nas sombras, e é muito mais visível na escuridão do que na luz."




terça-feira, 12 de fevereiro de 2013

Pensar




Trechos do livro 'As Perguntas da Vida,' de Fernando Savater - (um livro sobre filosofia).


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De todo modo, o cepticismo aponta uma questão muito inquietante: como pode ser que conheçamos algo da realidade, seja pouco ou muito? Nós, os humanos, com nossos toscos meios sensoriais e intelectuais... como podemos alcançar o que a realidade é verdadeiramente? É chocante que um simples mamífero possa ter alguma chave para interpretar o universo! O físico Albert Einstein, talvez o maior cientista do século XX, certa vez comentou: "O mais incompreensível da natureza é que nós possamos compreendê-la, pelo menos em parte." E Einstein não tinha dúvida de que a compreendemos pelo menos em parte. A que se deve esse milagre? Será porque há em nós uma centelha divina, porque temos algo de deuses, mesmo que seja de série 'z'? mas talvez não seja nosso parentesco com os deuses o que nos permite conhecer, e sim o fato de pertencermos àquilo mesmo a que aspiramos conhecer: somos capazes - pelo menos parcialmente - de compreender a realidade porque fazemos parte dela e somos constituídos de acordo com princípios semelhantes. Nossos sentidos e nossa mente são reais e por isso, conseguem, bem ou mal, refletir o resto da realidade. 


Talvez a resposta mais perspicaz até hoje ao problema do conhecimento tenha sido dada por Immanuel Kant em sua Crítica da Razão Pura. Segundo Kant, o que chamamos de 'conhecimento' é uma combinação do que traz a realidade com as formas de nossa sensibilidade e as categorias de nosso entendimento. Não podemos captar as coisas em si mesmas mas apenas tal como as descobrimos por meio de nossos sentidos e da inteligência que ordena os dados fornecidos por eles. Ou seja, não conhecemos a realidade pura mas apenas como é o  real para nós. Nosso conhecimento é verdadeiro mas não vai além de onde permitem nossas faculdades. Daquilo de que não recebemos informação suficiente através dos sentidos - que são encarregados de trazer a  matéria prima de nosso conhecimento - não podemos saber realmente nada, e quando a razão especula no vazio absoluto como Deus, a alma, o Universo, etc., ela se atrapalha em contradições insuperáveis. O pensamento é abstrato, ou seja, ele procede à base de sínteses sucessivas a partir de nossos dados sensoriais: sintetizamos todas as cidades que conhecemos para obter o conceito 'cidade', ou das mil formas imagináveis de sofrimento chegamos a obter a noção de 'dor', absorvendo as características intelectualmente relevantes do universo. Pensar consiste, portanto, em voltar a descer da síntese mais longínqua aos dados concretos particulares até os casos individuais e vice-versa, sem nunca perder o contato com o experimentado nem nos limitar apenas à restritiva dispersão de suas anedotas. 
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Vício






Bem, essa coisa de fazer blogs vicia! 

'Fundei' um novo blog de contos e histórias, há alguns dias, chamado 'Sherazade.' Depois, verifiquei na internet e achei vários blogs com o mesmo nome, e portanto, achei que meu blog deveria ter um nome que nenhum outro tivesse. Após pensar e repensar, cheguei à conclusão de que o único nome que nenhum outro blog poderia ter, seria... o meu! rsrsrs... e por isso, mudei o nome do blog para 'Contos de Ana Bailune.' Bem, agora mudei novamente para 'Contos e Histórias de Ana Bailune.' Por causa de um comentário de minha amiga blogueira Lu, que ao ler uma das histórias, disse tratar-se de uma fábula. 

Mas achei que 'Contos, Fábulas, Lendas e Histórias de Ana Bailune' ficaria comprido demais... assim, optei por deixar como "Contos e Histórias de Ana Bailune.'

Lá eu postarei meus contos, lendas, histórias, enfim, coisas que andei escrevendo ao longo dos anos, - e continuarei escrevendo, porque a mente é um poço sem fundo... algumas histórias são mais longas, e acho que dariam um livro. Estarão divididas em capítulos. Mas para quem não aprecia ou não tem paciência para ler histórias longas, também postarei contos 'mais curtinhos' e minicontos. Enfim, tentarei agradar a (quase) todos os gostos.

Por enquanto, atingi o recorde de... quatro seguidores - Obrigada, gente!  (Um deles sou eu mesma, hehehe). Mas gostaria de poder contar com mais leitores, se é que vocês me entendem... rsrsrs... 

Assim, venho através desta postagem convidar os colegas blogueiros a darem uma voltinha no meu novo espaço. Ficaria muito contente se aceitassem meu convite, e desde já eu agradeço.


anabailunecontos.blogspot.com

segunda-feira, 11 de fevereiro de 2013

Pedra Solta








PEDRA SOLTA


Não me importam
A tua palavra rota,
A tua língua torta!
Se caio,
É sobre os meus joelhos,
E com as minhas mãos,
Eu sacudo o pó
Das ruas mortas,
Refaço meus artelhos!

Mas sempre me ergo,
Sempre!
E nunca, jamais,
Deixo a pedra solta
No caminho alheio!



 

...E Mesmo que Seja Difícil...





...E mesmo que seja difícil,
Pega um feixe de arco-íris
E espalha na vida,
As cores, reflexos,
Na mente dorida!
Respira as manhãs,
E crê nesse dia,
Na noite que vem
Calando a tristeza,
No brilho da lua
Procure a beleza,
Pois qual será
A tua certeza?...

Mesmo que seja difícil,
Crê,
Tenta,
Levanta-te!

Canta,
Sorria,
Encanta-te!

Deixa entrar a vida!





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EU SÓ TENHO UMA FLOR

  Eu Só Tenho Uma Flor   Neste exato momento, Eu só tenho uma flor. Nada existe no mundo que seja meu. Nada é urgente. Não há ra...