witch lady

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domingo, 18 de novembro de 2012

Choveu de Madrugada...





Durante a noite, acordei com uma ventania  e o barulho da chuva  sobre o telhado. Gostoso, estar debaixo das cobertas, enquanto chove lá fora! Dá uma sensação de puro aconchego.

Agora de manhã, quando acordei, ainda estava chovendo. Mas agora, parou. Comecei a minha rotina diária, de fazer café e de cuidar de cães e pássaros. Quando fui pendurar as garrafinhas dos beija-flores, de repente, uma forte brisa fresca começou a soprar. Fechei os olhos, e deixei que ela soprasse através de mim. Por um instante, foi como se eu tivesse me tornando transparente.

Abri os olhos, e olhei o céu cinzento e pesado, mas com um ar de mormaço de sol querendo chegar. A chuva presente em todos os lugares: nas poças no quintal, pendurada em gotas nas folhas das árvores e plantas, fazendo brilhar os telhados e folhas. Estávamos precisando muito desta chuva!

Os passarinhos parecem mais tranquilos, pois até que a chuva esteja seca, não haverá mais queimadas, e seus ninhos estarão seguros.

Abençoada chuva!

sexta-feira, 16 de novembro de 2012

Perigo!







Existe na vida da gente um momento de grande perigo: e este momento é exatamente aquele em que pensamos ter alcançado a luz.  De repente, achamos alguma doutrina que vai ao encontro de tudo aquilo em que acreditamos, totalmente ou pelo menos, quase totalmente. E nos achamos 'iluminados.' Sabedores da Verdade da Vida. Portadores da luz.

Acho que todo mundo sabe a história de Lúcifer, o anjo mais lindo do céu. Seu nome - Lucem ferre - também significa ,  estrela matutina. Tão lindo, que tornou-se extremamente vaidoso e cheio de si. Tão vaidoso, que pensou ser melhor que o próprio Criador, e revoltou-se contra Ele. Tão lindo, iluminado e vaidoso ele era, que pensou que poderia ser um líder, um guia espiritual.

Foi expulso do paraíso, e hoje, seu nome representa O Mal em si, a queda, o anjo caído. O diabo.

Quem se acha portador da verdade, receptáculo de todas as respostas, está tão cheio de convicções, que nada mais cabe dentro si. Perdeu a humildade, o bom senso, a caridade. Pois até mesmo a caridade que pratica, torna-se um motivo de auto-exaltação, e ele pode até mesmo desprezar os outros que ele pensa não serem 'tão caridosos quanto ele.'

A presunção é o primeiro degrau da escadaria que alguém sobe para cometer o suicídio espiritual. O pretensioso pensa saber de tudo, até mesmo da vida de quem o cerca. Acha que sabe a causa de todos os males, e brada, sem a menor caridade, frases como 'Aqui se faz, aqui se paga," "A cada um conforme suas obras," ou até mesmo, "Teve o que mereceu."  E embora estas frases possam conter alguma verdade, na boca do presunçoso elas tomam a forma da maldade pura. 

Ele acha que todos são cegos - ou seja, todos que não pensam como ele, todos que discordam de suas ideias e dogmas.

Fico aqui, na minha sombrinha, de onde posso vislumbrar, de vez em quando, um pouquinho de luz. Porque até mesmo a luz, quando é demais, causa a cegueira, não apenas naqueles que a cercam, mas principalmente em seu portador.

quarta-feira, 14 de novembro de 2012

O Espelho do Céu







O ESPELHO DO CÉU



...E o céu tornou-se verde
Pelo musgo do passado,
E mergulharam os anjos
No lago, em busca das nuvens...

E o teu rosto refletia-se
No espelho daquelas águas,
Eu pensei que tu voltavas,
Eu pensei que tu voltavas...

E o lago todo enrugou-se
Com uma pedra atirada
Sobre a sua superfície...
O teu rosto ficou triste...

E os anjos, assustados
Voltaram lá para o céu,
E o teu rosto foi com eles,
Restou-me o amor afogado.

terça-feira, 13 de novembro de 2012

Missão








Percebi
Que o caminho
Por onde eu me pensava
Perdida
Era a estrada
A mim preparada
Pela vida.

Percebi
Que a resposta
Que eu tanto queria,
Era outra pergunta
Descansando
Dentro de outra,
E mais outra,
E que todas, juntas,
Apontavam a resposta
Que eu não via.

Percebi
Que a verdade
E a mentira
Eram apenas
Uma questão
De geografia,
E a mentira era só
O que eu, cega,
Escolhia.

Percebi
Que havia
Outras trilhas
Ao final das chegadas,
E que chegar
Afinal, não era nada...

Pois descobri
Que aquilo que eu buscara
Na ânsia de cada dia
A vida toda,
Na verdade, me seguia...


Brisas e Plumas









Asas de ouro
Pesadas
Não alçam voo...
Levam penas,
Duras penas...

O vento só aceita
Penas e plumas
Rarefeitas,
Que a brisa, em sopro,
Alça às alturas.





segunda-feira, 12 de novembro de 2012

Tudo Cala!...



Tudo cala,
E fica bem mudo:
A saudade maior,
O amor deixado,
O amor roubado,
A solidão,
A chuva no telhado,
O medo do escuro,
O muro
A separação,
O coração quebrado,

Tudo cala,
E fica calado,
O emprego perdido,
A injúria,
O desejo forte
Não realizado,
O sonho abortado,
A dor de uma perda,
O tapa na cara,

Tudo cala,
A dor do abandono,
O sol escaldante
Que seca as colheitas,
As desfeitas,
O ser desprezado,
O chute na alma,
A doença sem cura,
A usura,

Tudo cala,
E fica bem quieto,
Até mesmo a morte
Diante da sorte
Daquele que chora
Por saber-se
Condenado,
Sem sol no horizonte,
Ou água na fonte,
Uma dor sem nome...

Tudo cala,
E fica calado
Diante da dor
 De quem sente  fome!

*

A fome do corpo é maior que a fome da alma. É uma dor sem consolo, e quando sem esperanças, é ainda mais terrível, pois quem morre, vê-se morrer por algo tão básico, comum, tão cliché... um prato de comida, apenas um prato de comida.

domingo, 11 de novembro de 2012

Conclusão





Talvez um dia
Concluas
Que aquelas luas
Que vias
Andando à toa, nas ruas,
Eram só uma.

Tua vista
Dividida, distorcida,
Partia a lua,
Partia a vida,
Partias,
Ausências doídas...

Talvez um dia
Me olhes
E vejas
Que afinal, sou bem menos
Pesada, em tua peleja,
Bem mais amável
Do que desejas...

Talvez um dia, o monstro
Que tu criaste,
Te olhe , enfim,
E as pupilas
Sejam bem claras,
Não ferinas...

Talvez um dia, tu cheires
A flor temida
Da vida
E descubras
Que o perfume
Era doce
O tempo todo,
Embora os pés
Pisem o lodo.

Talvez um dia 
Percebas
Que afinal, sou apenas
Uma alma
Como tantas
Que guarda em si a criança
Adormecida
Com a qual lutas.

Talvez um dia concluas
(Quando eu não mais estiver)
Que eu era doce,
Que me amavas,
Talvez tu sintas
A minha falta
No do coração
Que hoje te falta.


*
 

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