witch lady

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terça-feira, 21 de agosto de 2012

CAMINHO



Já passamos por este mesmo caminho diversas vezes. Tantas, que eu sei exatamente o que vamos encontrar após cada curva, e que não importa o quanto este caminho esteja escuro e amedrontante, acabaremos chegando do outro lado sãos e salvos, como das outras vezes. Então, por que temê-lo?

Também sei que podemos permanecer aqui por mais ou menos tempo, mas sempre encontramos a saída, e não estamos sozinhos. Nós temos um ao outro e temos os que nos amam.

O mais importante, é que saiamos deste caminho cada vez mais fortes, e que usemos a experiência para que um dia não mais precisemos passar por ele.

                                                                 *   *   *    *    *


O  Por-do-Sol 
Nunca é o mesmo,

Há novas cores,
Novas nuances,
Novos instantes...

Um novo alguém
Assiste, todas as tardes,
A  um novo por-de-sol...





segunda-feira, 20 de agosto de 2012

CERTEZAS






Existe em mim uma certeza
Que jaz além da certeza,
E uma beleza que descansa
Além da própria beleza...


Há uma rainha que reina


por cima da realeza,
E uma alegria que chora
Por sobre a minha tristeza...

Existe um campo minado
Que explode a cada sorriso,
Existe um reino encantado
Além do peito ferido,

Existe um grito contido
Retido, pronto a nascer
E um choro preso, contrito,
Que ainda há de escorrer...

Para tudo, o seu momento,
E para o momento, o instante...
Nada vem muito depois,
Nada chega antes do antes...

A resposta é uma incógnita,
Mas uma alma avarenta,
Tenta sempre derramá-la
Em cima da minha mesa.

A prostituta certeza
Saiu, e não mais voltou...
Levou consigo uma parte
De tudo aquilo que eu sou.

Eu Vejo o Sol





Caminho a teu lado,
E o sol espalhado
Nas copas das árvores,
E sobre os telhados.

E tu nada vês,
Olhar embaçado,
E o azul  entristece
Teu peito rasgado...

Eu olho uma flor,
Te falo de amor,
Te mostro a beleza
Além da tristeza...

Mas tu não escutas,
Perdido em ti mesmo
Perdido de si,
Tão longe de mim...

Desisto, e enfim
Voltamos pra casa,
O dia está triste,
Tu ficas em ti

E eu fico em mim,
Querendo viver,
Estendo-te  a mão
Mas já não me enxergas...

Perdido nas trevas
Tão enregelado,
Olhar mareado,
Coração fechado.

sábado, 18 de agosto de 2012

Almas Atormentadas - Conto de terror







Era um velho manicômio, já desativado. O prédio de paredes que outrora foram brancas, encimava a colina com suas janelas banguelas de vidraças, e havia apenas um vigia noturno, que de vez em quando, fazia a ronda em volta do prédio (apenas para justificar seu salário de vigia), quando não tinha mais o que fazer. Mas mesmo ele, jamais tivera coragem de adentrar o prédio, pois havia muitas histórias horríveis sobre aquele local.
 
 Histórias que falavam de suicídios, choques elétricos, aprisionamentos em solitárias, serial killers em camisas de força que eram jogados para todo o sempre em celas não-acolchoadas, para que batessem suas cabeças contra a parede até que morressem com as mesmas arrebentadas. 
 
Até que a modernidade veio, questionando os métodos de ‘cura mental’ usados naquele manicômio, que acabou sendo desativado.
 
Todos se foram: loucos, médicos, enfermeiros. Mas havia uma única cela, na qual ninguém jamais entrava; a comida e a água eram empurradas para dentro através de uma abertura na base da porta de ferro. Se alguém olhasse para dentro, através da nesga de vidro, veria lá um homem solitário, de cabelos desgrenhados, unhas compridas e pontudas, olhos vermelhos e injetados. Cumpria sua pena como o louco que assassinara mais de vinte mulheres. Era um serial killer perigoso.
 
Seu nome? O mais comum e confiável possível: Justino. Mais conhecido como Justino, o Matador.
 
O último enfermeiro que tentara dar-lhe um banho, acabou perdendo o nariz, que ficou entre os dentes de Justino. Uma das enfermeiras, ao tentar dar-lhe uma injeção calmante, fora estrangulada. Ele conseguia soltar-se das camisas de força que o prendiam, tal a sua enorme agilidade e força física. Mesmo quando ele era alvejado, de longe, por tranqüilizantes, como se fosse um animal selvagem, o efeito dos mesmos era muito mais curto do que em pessoas normais. 
 
Por que não o deixavam morrer, como faziam com vários outros? Porque Justino era filho adotivo de um magnata do petróleo, que pagava caro para que ele fosse mantido vivo. Este magnata era tutor do rapaz, e enquanto ele permanecesse vivo, receberia uma imensa fortuna, que seria imediatamente doada à caridade em ocasião de seu passamento. 
 
Assim, a lenda de Justino, O Matador, corria pelos corredores do hospital. Ninguém se atrevia a chegar perto dele, e decidiram que fariam apenas o mínimo para que ele permanecesse vivo.
 
Mas um belo dia, o magnata, pai adotivo de Justino e seu tutor, faleceu de um ataque cardíaco. Assim, a fortuna de Justino foi doada para a caridade, como deveria ser. Isto ocorreu pouco antes da desativação do manicômio, e Justino, sem o seu ‘desinteressado protetor,’ ficou cada vez mais esquecido.
 
Às vezes, esqueciam-se até mesmo de alimentá-lo, e seus gritos de fome ecoavam pelo hospital. Quando, finalmente, as portas fecharam, acabaram esquecendo-se dele. Ou teria sido um esquecimento proposital? Teria sido uma vingança, perpetrada em nome de suas muitas vítimas inocentes?
 
Justino pereceu lentamente em sua cela, de fome, frio e sede. De nada adiantou-lhe gritar, pois não havia ninguém para ouvi-lo. O corpo , ou seja, o que restou dele, foi encontrado muitos anos depois, por um grupo de garotos que brincavam nas ruínas do hospital. Ninguém mais se lembrava dele, e seus ossos foram sepultados em uma cova coletiva. 
 
Mas o que ninguém sabia, é que sua alma doente e aprisionada ainda vagava por ali, presa para sempre entre as paredes em ruínas do manicômio. Como companhia, apenas as mesmas almas atormentadas que com ele conviveram.

sexta-feira, 17 de agosto de 2012

GELO







foto: minha - de uma imagem do computador da cervejaria Bohemia 




GELO



Quanto mais os dias passam 


Vai crescendo uma camada 


De gelo, sobre a paixão. 



Quanto mais de mim te afastas, 


Pra mais longe tu viajas 


Do centro do meu coração. 



Quanto mais foges da vida, 


Mais alastra-se a ferida, 


Decompõe-se a emoção... 



E o mais triste, é que não ligas 


Que ao meu corpo, vão ficando 


Estranhas, as tuas mãos! 


**** 



quarta-feira, 15 de agosto de 2012

Alternativas ao Tédio







Alternativas ao tédio

Como todo ser humano, também tenho meus momentos de tédio. Não vejo nada de mal nisso, a não ser que deixemos estes momentos se transformarem em dias, meses, anos... quando estou entediada, procuro fazer algumas coisas que me deixem de novo 'em foco'. Porque se não tomar cuidado, o tédio vai se alastrando que nem hera por cima de um muro. Portanto, sugiro algumas alternativas despretensiosas para estes momentos totalmente brancos. 

-Tédio demais é falta de vivência interior, portanto, enriquecer-se espiritualmente é uma boa ideia. Ler um bom livro, conversar com alguém que consideramos mais espiritualizado que nós, meditar.
-Sair para dar uma volta a pé. Mas prestar atenção à paisagem, desfrutar da beleza das flores e árvores, e se elas estiverem ausentes, sair para ver as vitrines, tomar um sorvete, comprar-se um presente.
- Ajudar alguém que esteja precisando.
- Telefonar a um amigo com quem não falamos há algum tempo, e colocar os assuntos em dia.
-Cozinhar. Escolher alguma receita interessante na Internet e por mãos à obra!
- Assistir a um bom filme.
- Tomar um banho de banheira, com direito a sais, velas, incensos e espuma. Se não tiver banheira, não faz mal: uma chuveirada longa, bem longa.
-Arrumar os armários em casa, passar uma pilha de roupas (você vai achar o tédio excelente depois disso), cuidar do jardim. Tarefas caseiras consumem tempo e a gente pode fazê-las sem ter que prestar muita atenção, e quando nos damos conta, as horas já se passaram!
- Levar o cachorro para passear.
- Ouvir música. de preferência, aqueles vinis antigos, ou CDs de músicas antigas que nos façam recordar bons momentos.
- Ler.
- Escrever. Cartas, diários, crônicas, poemas, contos, qualquer coisa que estimule a imaginação.
-Sentar-se em algum lugar calmo e prestar bastante atenção em volta. Não pensar em problemas, mas ligar-se com o que está em volta, até sentir-se uma parte integrante do Todo.
-Dançar. Não precisa ser em uma discoteca, até na sala de estar vale. No começo, nos sentimos desajeitados, mas depois, começamos a reencontrar os passos e soltar o corpo.
- Tomar um ônibus qualquer que nos leve até um bairro da cidade ao qual nunca fomos, mas que sempre quisemos conhecer. Quando eu era pequena, minha mãe sempre fazia isso, e me levava com ela.
-Tomar café na padaria, se você estiver entediado no trabalho. É uma coisa que adoro fazer até hoje!
-Organizar uma reuniãozinha com os amigos em sua casa num final de semana. Só o fato de organizar tudo já nos tira do estado de tédio.
-Se o tédio for crônico, fazer análise, ou escrever um diário, até descobrir o que está causando tudo. Aliás, escrever diários é um ótimo exercício de auto conhecimento.
-Se você for mulher, marcar um dia no salão e cortar o cabelo, fazer as unhas, cuidar da pele... depois, comprar uma roupa nova.
-Se inscrever em algum tipo de curso, aprender algo novo: bijuteria, pintura, escultura, dança, ou aprender a tocar um instrumento.

Muitas destas dicas eu já usei em alguns momentos em minha vida. Por exemplo,uma vez, comecei a fazer colares. Comprei as contas e os fios, comecei a criar os modelos, e logo, as meninas que trabalhavam comigo começaram a fazer algumas encomendas. Durante uns seis meses, vendi muitos colares, até que eles me entediaram. 
Mas é sempre bom fazer alguma coisa nova. Por isso eu costumo trocar os móveis de lugar, redecorar, fazer algumas mudanças radicais em casa de vez em quando.
Há pouco tempo, comprei um pendrive para colocar músicas para meu marido ouvir no carro. Me diverti fazendo isso durante alguns dias.
Tédio é falta do que fazer, ou então, excesso do que fazer. Equilíbrio previne o tédio, na maioria das vezes.

A Pedra

foto: da autora, imagem virtual de um computador da cervejaria Bohemia





A Pedra

Sentado na pedra, ele via
O rio que sempre passava:
"Sempre as mesmas águas,
Sempre as mesmas águas..."

O sol se erguia e se punha
Ante seus olhos cansados.
calado, ele permanecia
Mas o rio sempre corria.

Seres que vinham a margem
Chegados de suas viagens
por horas, ou talvez por vidas
Permaneciam ao seu lado.

(Suas vidas se tocavam
Como o céu e as nuvens, que ao longe
Parecem compor um só quadro
Mas de perto, um é vapor
E o outro, azul infinito,
Sendo que o azul nem existe).

Súbito, o rio chamava
Para si suas criaturas
E elas seguiam viagem
Mas ele permanecia.

E de dentro do rio, quem via,
Achava que ele chegava,
Chegava, mas logo partia
Pois a pedra só passava.

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