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domingo, 8 de julho de 2012

Copos Quebrados








Dia desses quebrei um copo e um saleiro, dos grandes, na cozinha. Foi um horror, pois o saleiro de vidro caiu sobre o copo, que estava sobre a pia, quando abri o armário. No copo, tinha açúcar. Bem, resultado: espalharam-se pelo chão, entre cacos e mais cacos, o açúcar do copo e mais de meio quilo de sal.


Varri tudo. Tive que lavar o chão, pois o sal tem uma gordura horrorosa que agarra e umedece, enquanto o açúcar, mela tudo, como todos sabem. Depois disso, que aconteceu há uma semana, fiz uma faxina na casa, passei aspirador de pó... e agora, varrendo a sala de jantar, encontro mais um caco! E o mais engraçado, é que ele estava bem longe de onde aconteceu o acidente...

Pensei na vida, e nas coisas que tem acontecido nos últimos dias. É assim mesmo! Quando alguma coisa quebra, não adianta colar. E os cacos do acidente ainda vão ficar aparecendo por aí durante um bom tempo.

Mas a gente vai varrendo, até que não haja mais nenhum.

Contemplação







Plantar... crescer... colher...
Nem que demorem mil anos,
Aquilo que semeamos
Há de um dia florescer.

Que sejam sementes de flores,
Que não sejam ervas daninhas,
Jogadas, de qualquer jeito.

Que a colheita seja farta,
E que o mau-semeador
Lembre-se sempre, ao lamentar-se
Que um dia, plantou dor.

sexta-feira, 6 de julho de 2012

Apesar





                                Apesar de pequenas tragédias pessoais
Que todos vivemos em nossa permanência
Somos tão diferentes, ainda que iguais,
Solitárias ilhas no mar da existência.

Apesar do adeus e da inútil saudade
Que qual lâmina fria contra a pele nua
Corta de repente, o relógio ainda bate
E nos faz lembrar: a vida continua.

O sol vai nascer, a cada manhã,
Apesar do vazio insubstituível,
P'ra secar a imensa ferida malsã
De uma dor que hoje é indescritível.

E que há de doer, iminente memória
Trazida do ontem por uma canção
Ou talvez por um sonho, pedaço da história
Daquilo que hoje é só recordação.

A Torre da Catedral





A Torre da Catedral

Quem me conhece, sabe que sou Petropolitana roxa. Amo minha cidade. Tenho orgulho dela, e sinto-me absurdamente feliz por viver aqui. Mas ontem fiquei ainda mais petulante, insuportável e metida: pela primeira vez, visitei a torre da Catedral São Pedro de Alcântara.
Moro aqui desde que nasci, mas apesar da curiosidade, nunca tinha feito a visita antes, pois não era permitido.

O dia estava lindo ontem, e saímos para dar uma caminhada. Fomos a pé pela Barão do Rio Branco, admirando a beleza do dia, quando meu marido teve a idéia: "Vamos visitar a Torre!"

Subimos pela escadinha caracol, totalmente não recomendada para quem sofre de tonturas ou de claustrofobia, pois ela é estreitíssima, muito alta, e as paredes dão a impressão de que se está em um túnel sem-saída. Vi de perto os vitrais, a estrutura do telhado, os madeiramentos que dão a impressão de que estamos no cenário de um filme.

Mas o que realmente tira a respiração, é a vista lá de cima da torre mais alta: Petrópolis, em toda a sua majestade, a natureza cercando a cidade, que brota entre árvores e montanhas: linda! 

Disse para meu marido: "Se eu fosse turista, estaria agora pensando na maneira mais fácil de mudar-me para cá."

Sou besta, mesmo. Bairrista. E agora, pior ainda!

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-Publicado no Recanto das Letras em Maio de 2010

quinta-feira, 5 de julho de 2012

Te Dou de Presente Este Poema




Te dou de presente este poema,
Ainda quente,
Recém-saído do meu forno de palavras
Para que faças dele
O que quiseres...

Podes recitá-lo
Na alegria, ou na mágoa,
Queimá-lo em uma noite fria,
Dizer que ele é teu, tua criação,
Ou que o recebeste como homenagem...

Podes rasgá-lo em mil pedaços,
Ou esquecê-lo dentro de um livro,
Quem sabe, na lata de lixo,
Pois dei-te o poema, e ele é teu.

Só há um pedido que te faço,
Antes de dar-lhe algum destino,
Uma pequena condição:
Lembra-te que, junto com ele,
Embrulhadinho para presente,
Está um pedaço do meu coração.

quarta-feira, 4 de julho de 2012

Cães: Ter ou Não ter?


Latifa, minha cadela





Cães: Ter ou não ter?

Eu não gostava de cães. Lembro-me que quando adolescente, eu quase enlouquecia com os cachorros da minha irmã. Mas, naquela época, eu não gostava de mim. Na verdade, não gostava de muita coisa.
Mas um dia, eu e meu marido nos mudamos do nosso 'apertamento' para uma casa com um pequeno jardim. E desejamos ter um cão. Mas ficamos vivendo o dilema de ter ou não ter por mais de um ano.
Até que um dia, passando por Itaipava num domingo a tarde, vimos um rapaz na beira da estrada segurando um filhote de Rotweiller. Ele (o cachorro) era lindo! Tinha cara de zangado, a cabeça maior que o corpo e o focinho curto, perfeito. Além disso tudo, tinha pedigree!
paramos o carro e ficamos conversando com o rapaz, olhando para o cãozinho (que nos ignorou completamente). Fomos tomar um café. Decidimos: se ele ainda estiver lá quando voltarmos, nós o levaremos para casa.
Isso foi há quatorze anos e meio. Aleph morreu aos treze anos e meio, em 2011.
Ao contrário do que sempre nos disseram os 'amigos', fazendo comentários do tipo 'ele vai mudar com o tempo', 'esse cachorro é assassino', ou 'parece o Max' (do filme Max: fidelidade assassina), ele sempre foi doce, alegre e inteligente. Implacável na defesa de seu território, mas amável com as visitas, desde que elas estejam comigo. Nunca tivemos problemas com ele.
Na verdade, ele mudou as nossas vidas para melhor. Aleph fazia coisas incríveis. Até me esquecia de que ele era um cachorro. Certo dia, ele estava deitado na varanda, e eu o observava, deitada na rede, quando vi uma enorme formiga indo na direção dele. Num impulso, eu disse: "Aleph, olha a formiga!" Imediatamente, ele levantou a cabeça e olhou na direção da formiga, esmagando-a com uma patada. Como é que ele sabia o que é uma formiga?
Um dia, ele estava indócil: latia e choramingava, e eu não sabia o que ele tinha. Dei comida, troquei a água, arrumei os cobertores, acariciei seu pelo, e ele me olhando com aquela cara de trouxa, latindo e ganindo para mim. Esgotada a paciência, gritei: "O que você quer?" Ele foi até a porta da geladeira e se sentou, olhando para mim. Queria uma salsicha.
Uma vez, após uma 'discussão doméstica', meu marido estava muito chateado e foi para o quintal, para esfriar a cabeça. Aleph sempre foi muito ciumento com seus pertences , principalmente tratando-se de comida, deitando-se sobre eles quando meu marido se aproximava, ou então rosnando, embora jamais tenha atacado ninguém. Naquele dia, ele surpreendeu: acho que percebeu que meu marido estava chateado, e então pegou seu osso preferido - aqueles fedorentos, de couro de boi - e levou-o para meu marido, empurrando-o contra sua perna. Entendemos a mensagem: "olha, não chora não, eu te dou o meu osso."
Eu recomendo: tenha um cachorro. Ele será seu melhor amigo, terapeuta, entretenimento, guardião, filho, ouvinte, irmão, enfim, um motivo a mais para se viver. Compensa toda as despesas, os 'montes' em cima do gramado, os buracos no quintal, as noites de insônia que você vai passar ao lado dele quando ele ficar doente, os latidos, a baba, o bolo de pelos que se forma toda as vezes que você varre a casa, mesmo que ele fique só do lado de fora.
Quem nunca teve um cachorro realmente não sabe o que está perdendo. Mas está perdendo muito!

Aleph, meu falecido cão, e Latifa ainda jovem (hoje ela tem oito anos)

terça-feira, 3 de julho de 2012

Para Dizer a Quem Você Ama - Se Você Ama





Existem algumas palavras que podem fazer muita diferença na vida de alguém. Infelizmente, nem sempre as escutamos, pois quem deveria dizê-las está muito ocupado 'cuidando da própria vida,' procurando um jeito de dar lições de moral nas pessoas em seus melhores momentos, ou engajado em relacionamentos superficiais que não levarão a nada, e que daqui a pouco tempo, estarão esquecidos e não mais farão parte de suas vidas.

São frases simples, que, se ditas desde a tenra infância pelos membros da família, poderão transformar uma criança em um ser seguro de si, feliz e realizado, pronto para buscar seus objetivos com muito mais confiança e satisfação. Estas frases são:

-Parabéns! 

-Você vai conseguir!

-Você merece!

- Adorei seu trabalho!

-Estou aqui se você precisar de mim!

-Estou muito feliz por você!

- Eu vou te ajudar!

-Conte sempre comigo!

-Seu sucesso me deixa realmente muito contente!

Nem sempre eu recebi estas palavras quando deveria tê-las recebido, mas hoje existem pessoas em minha vida que fazem questão de dizê-las e demonstrar sua disposição para me ajudar quando preciso. Sinto-me muito grata a estas pessoas. A principal delas, é meu marido.

Como todos sabem, recentemente escrevi um livro. Presentei algumas pessoas, que mesmo assim, fizeram questão absoluta de comprar mais um exemplar a fim de ajudar a minha missão, que foi contribuir com a GRAACC, satisfazendo assim um desejo de meu falecido sobrinho: ajudar pessoas com câncer. Muito obrigada!

Infelizmente, nem todos conseguiram ou tentaram, pelo menos, entender meu objetivo, e fui solene e severamente ignorada por eles. Pessoas de quem eu esperava apoio, que além de me virarem as costas, fizeram questão de tentar destruir um dos momentos mais importantes de minha vida. Mesmo assim, estou muito feliz, pois a minha missão foi cumprida. E descobri que eu realmente não preciso de pessoas assim em minha vida. Foi doloroso, mas já estava na hora de tirar os óculos cor de rosa e parar de tentar ficar sempre encontrando justificativas para o seu comportamento veladamente hostil.

Quem gosta de mim, ficou feliz por mim, e é isso o que realmente importa!

Àqueles que se recusaram a sequer abrir o livro ao recebê-lo de minhas mãos, alegando que ali só tinham coisas tristes e que eles jamais iriam ler, meu muito obrigada. De verdade! Da próxima vez, não perderei meu tempo gastando velas com maus defuntos. Pois eu já sei quem é capaz de apreciar alguma coisa, e quem não é.

Agradeço por ter escutado que as coisas que eu faço, não é por eu ser uma pessoa "boa"; jamais atribui a mim mesma este adjetivo, e todo mundo sabe que doei o dinheiro das vendas à GRAACC para satisfazer um desejo de meu sobrinho, e não apenas meu; enfim, eu fui acusada de fazer certas coisas - tentar ajudar um cão abandonado, por exemplo -  apenas para 'aparecer.'

Eu não sou uma pessoa boa, e nem tenho vocação para Madre Teresa. Sou uma pessoa normal, como todo mundo. Também fico triste ao ver certas coisas, coisas pelas quais acostumei-me a passar direto, e que de repente, resolvi tentar agir e ajudar. Mas esta é outra história.

Fico feliz por todas as pessoas que compraram o livro, ou que o receberam de presente, e que telefonaram ou mandaram emails para elogiar, ou para pedir mais exemplares. Agradeço a minha sobrinha Cristiane, que me ajudou a vender uma porção de livros entre seus amigos. É realmente muito importante para mim saber que alguém gostou!

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