witch lady

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quarta-feira, 9 de maio de 2012

O CHEIRO DA MORTE



Pelos longos corredores
Insinuante e friamente
Flutuam as saias da Morte.
Senhora infame, profana,
Altiva, irônica, lânguida,
Mantém suspenso o machado
Para criar expectativas.
Nunca se sabe, exatamente,
Quando ela o vai baixar.

Finalmente alguém lhe pede
(De olhos fechados, a rezar)
Para que ela seja breve
E leve a quem quer levar.
Mas a Morte é caprichosa,
E nunca chega sem dor...
E ainda há quem repita
Que a Morte tem cheiro de flor...

EU VELHA



Já não sou mais nenhum brotinho, e nem sinto isso a maior parte do tempo, a não ser quando me olho no espelho mais demoradamente - e sem roupas. Mas um dia, a casa cai para todo mundo, até mesmo para você que me lê, vinte aninhos, tudo em cima, início de carreira... rá! A Lei da Gravidade é infalível! Maldito Newton...

Tenho pensado no que será a minha vida quando eu estiver velhota. Sempre penso em mim como uma pessoa bastante solitária, devido a minha preferência pela solidão e pelo fato de não ter tido filhos (pelo menos, não vou sofrer da Síndrome do Ninho Vazio! No máximo, a Síndrome do Canil vazio...).

Bem, sendo uma velhota solitária - contando com a probabilidade cientificamente comprovada não sei por quem de que os homens batem as botas antes das mulheres, que ficam por aqui, para ter mais um pouquinho de diversão sem cuecas para lavar - penso nas coisas que farei: com certeza, vou assitir TV pra caramba, e se meus olhos ainda aguentarem, vou ler muito. Meus alunos de Inglês há muito terão debandado, não mais aguentando as músicas que eu dava para eles durante as aulas, de umas bandas com nomes esquisitos, como Queen, ou Keane, e de cantores velhotes, como Justin Timberlake, Madonna e Lady Gaga, dos quais eles nunca ouviram falar. E também não concordarão quando eu os deixar ajoelhados sobre o milho durante meia hora por não terem feito o dever de casa.

Acho que com o tempo, vai ficar meio-difícil cuidar de cães Rottweilers pesadões e comilões, que fazem imensos cocôs no gramado, os quais minha coluna cervical me impedirão de limpar; terei gatos. Dezenas deles. Eles ficarão soltos pela casa, dormindo sobre camas, poltronas, muros, e até sobre a mesa da cozinha. Velhos tem lá suas manias... e quando eu morrer, se alguma coisa me restar, deixarei para eles, nomeando um de meus sobrinhos como tutor.

Serei uma daquelas velhas eremitas, que os garotos da vizinhança se divertem em perturbar, e minha casa fará parte dos seus ritos de passagem: quem conseguir pular o muro e tocar a campainha, sem ser apanhado pela minha bengala, poderá entrar para o clube. A polícia já me conhecerá, e estará acostumada aos meus telefonemas noturnos, quando eu sempre reclamarei por causa das algazarras que os "marginais" (filhos de meus vizinhos) estão fazendo na rua.

Às vezes, colocarei no CD player (já há muito ultrapassado), meus discos de rock, e ficarei dançando dentro de casa, queimando incensos e cantando. Os vizinhos vão me ver pela janela, e chamarão as crianças para ver "Aquela velha maluca aprontando de novo." Talvez eu comece a fumar, pois aos oitenta anos, o que terei a perder? E por que não, maconha?

Talvez eu tente seduzir o entregador de pizza ou o encanador... quem sabe?

Acho que serei uma velha chique, pois sempre fui muito vaidosa. Usarei muitos pretinhos básicos, pouca bijuteria, e minha marca indelével continuará sendo  Ninna Ricci.

Se hoje tenho alguns problemas por dizer o que penso, imaginem só aos oitenta! Mas todo mundo vai relevar e até achar engraçadinho, então a culpa será deles.

Coisa que não vou fazer, é ir aos bailes da Terceira Idade, pois as músicas que eles tocam lá são muito chatas. Detesto bolero e pagode. Talvez eu funde um Clube da Terceira Idade para Apreciadores de Rock e Hip-hop. Até lá, estes serão rítmos ultrapassados.

Um belo dia, a vizinhança começará a sentir um cheiro nauseabundo no ar. Perceberão que já não apareço há algum tempo, e alguém vai chamar a polícia. Meus amigos policiais invadirão a casa, e me encontrarão na cama, vestindo uma camisola preta de rendas e usando batom vermelho, cercada de livros e gatos famintos. Eu estarei pairando acima deste cenário, rejuvenescida e novamente bonitona, quando de repente, aparecerá um túnel, ao finaldo qual uma luz branca muito forte dirá: "Aqui você não entra!" E me mandarão de volta a outro corpo, imediatamente!

Aí sim, na minha próxima encarnação, serei rica, famosa, gostosa e muito poderosa!

EXISTENCIAL




Estou cansado
De escolher, sempre,
Um lado:
Nós / eles,
Direito / esquerdo ,
Certo/ errado.

Estou cansado
De julgar
E de ser julgado.
Deve haver outro jeito,
Outro caminho,
Outro fado!

Estou farto!

Inocência



O veludo das pétalas
Que mesmo efêmeras,
Se entregam à vida.

O brilho do luar
Que mesmo sendo emprestado,
Jamais se revolta.

A paz de um besouro
Que pousa,
E não se perde em perguntas.

A beleza do  entardecer, 
Que chega sempre antes,
Mas jamais se precipita.

Um cão que late, no meio da noite
Para lembrar-nos
Da continuidade.

Gotas de chuva caídas
De um céu que se abre
E se doa, inteiro!

Dia que amanhece, e traz
Um pouco de esperança
E renovação.

Inocência,
De ser, apenas,
Aquilo que se deve,
Sem cobrar
E sem dever!

CONCEITOS



Cada estrada que termina
Traz uma trilha
Para que se faça estrada,
Mas é preciso coragem
Para segui-la.

Uma rua sem saída
Já é, em si, a saída,
E a resposta,
Mas é preciso
Formular a pergunta.

Certeza: a palavra mais vaga,
Sem substância,
Imprecisa e inútil,
Vazia de significados!

Prefiro a fé,
Essa palavra curta,
Monossilábica e quente
Que não responde nada,
Apenas se sente.

Recanto



Uma casinha no meio do nada,
No meio do mato,
Entre flores e regatos,

Gotas de orvalho no telhado,
Pegadas de gnomos no jardim...
Quem não queria, meu Deus, quem não queria
Viver assim?

Um passarinho na janela,
Vidro embaçado pelo frio...
Flores espalhadas
Na curva do rio.

Quem não queria, meu Deus, quem não queria
Viver assim?



fotos: Hotel Büller, Visconde de Mauá

Para Lembrar de Você




Perdoe-me, Marília, mas deste eu gostei tanto que vou publicar aqui também. Fiquei muito feliz e orgulhosa por ter vencido esta rodada do Crônicas do BVIW Tecendo Letras! Obrigada a todas, obrigada por me convidarem a fazer parte.

Para Lembrar de Você


Para lembrar de você, guardei um pouquinho da sua risada em meus ouvidos, os risquinhos da tua íris na minha e o teu olhar curioso por trás do meu, para que assim, você possa continuar observando a vida com o mesmo encantamento. Para lembrar de você, coloquei no pendrive as músicas que você adora, e no álbum de fotografias, a história da sua vida. Para lembrar de você, caminho pelos caminhos que você costumava seguir, sempre pronta a encontrar uma nova surpresa, e admirar-me com cada coisinha: uma folha seca com um formato estranho, um pequeno inseto interessante, um sapinho minúsculo meio-esverdeado, um braço de rio surgindo na curva da floresta, um pássaro pousado em um galho de árvore, assoviando uma canção estranha e suave. Para lembrar de você, fui ao fundo de mim mesma e chorei todas as lágrimas que eu tinha para chorar, até que a tua lembrança estivesse totalmente enxuta e purificada, lá dentro de mim.Para lembrar de você, revivi cada momento da tua dor, aqueles momentos nos quais você se sentia mais sozinho, mais desesperado, mais perdido, quando você me ligava à noite, e quando nos despedíamos ao telefone, você já estava rindo outra vez. Para lembrar de você, eu não preciso de muita coisa: basta estar aqui. Basta existir. Basta ser quem eu sou, e você estará em mim. O tempo todo.


INSÔNIA





Dorme, doce criança,
Pois enquanto tu descansas
O bicho não vem pegar.

A tal forma na cadeira
Não é só uma toalha,
É um fantasma a te espreitar...

Dorme, doce menino,
Deixa que a luz da lua
Brilhe sobre esta penumbra!

As corujas, quando cantam
Prenunciam desencanto,
E a forma que vislumbras
Passando diante da lua
Não são pássaros voando...

Dorme, pobre menino,
As batidas na janela
Não são galhos que se movem
              Balançados pelo vento...              

Vou velar pelo teu sono,
Mas não posso proteger-te,
Meu menino, infelizmente...

Dorme, doce menino,
Pois o dia que amanhece
Selará o teu destino...

A claridade é um dolo
Que te afasta do meu colo,
E aumenta o desconsolo...

terça-feira, 8 de maio de 2012

À JANELA



De repente, soa um trovão distante, e começa a ventar. Logo, o trovão é seguido por outros, cada vez mais próximos, enquanto as nuvens no céu começam a tornar-se um único bloco de chumbo, e a menina, encantada, olha para as enormes folhas secas que rodopiam no ar, perseguindo-as, tentando apanhá-las antes que toquem o solo.

Na cozinha, a mãe interrompe sua lida. Lava a colher de pau que usa para mexer as panelas, batendo-a na beirada da pia para escorrer a água, pendurando-a na beirada da tampa do fogão. Chama pela menina: "Vem pra dentro! Está armando temporal!"

Mas ela finge que não ouve. Senta-se nos degraus da cozinha, enquanto a chuva começa, chegando de fininho, e depois, engrossando. Ela ouve uns estalos, e de repente percebe que pequenas bolinhas de gêlo começam a cair junto com a chuva. As bolinhas transparentes quicam no solo de terra batida, e correndo para pegar uma delas, ela toma a pedrinha na mão e leva à boca. Nisso, sente uma mão firme que a ergue pelo braço: "Endoidou, menina? Vai ficar tomando chuva,agora? Não escutou eu chamar?"

Enquanto a mãe a leva para dentro, a menina protesta: "Mas, mãe, tá nevando!" "Não é neve, é granizo! Que idéia..."

Dentro de casa, a mãe volta às suas panelas, mas não sem antes fechar a vidraça da cozinha. A menina corre para a janela do quarto, para ver a chuva cair. Neste momento, a chuva e o granizo caem tão fortes sobre o telhado de zinco, que o barulho torna-se ensurrecedor. A menina olha as pequenas enxurradas que se formam no quintal, e imagina serem rios. Um passarinho atrasado pousa num galho de pessegueiro, abre as asinhas encharcadas, sacode-se, e segue seu caminho, voando na tempestade, talvez tentando chegar à segurança do ninho.

"Mãe, vem ver a chuva!"

A mãe não resiste ao apelo, e enxugando as mãos no pano de prato, baixa o fogo das panelas e vai ficar ao lado da filha, à janela. A menina descreve a paisagem, apontando os detalhes que lhe parecem interessantes, como uma formiga que passa na enxurrada, sobre uma folha seca: "Ela pegou uma canoa, mãe!" Logo, estão conversando sobre assuntos amenos, como o dia-a-dia na escola, as coleguinhas, os professores...

Como se trata de uma chuva de verão, ela logo passa, mas deixa no céu de fim de tarde um lindo arco-íris, que a mãe aponta para a menina ver melhor: "Viu? Que bonito, um arco-íris!" "Do que eles são feitos, mãe?" Ela respira fundo, e pensa se vale a pena explicar a menina de uma maneira científica, de quê os arco-íris são feitos. Acha que ela ainda não vai entender. "Eles são feitos de luz. representam o encontro entre Deus e o homem." A menina iria lembrar-se desta explicação muitos e muitos anos mais tarde, após o enterro do pai, no momento em que, ao olhar para trás, ela viu quando um arco-íris igualzinho aquele apareceu por sobre o túmulo...

De repente, a mãe passa os braços em volta do ombro da menina, dizendo: "Você tem o poder de tornar os problemas sempre menores." Uma frase da qual ela também se lembraria, muitos anos depois...

Já começa a escurecer, e a mãe liga a TV para que a menina assista ao Festival de Desenhos, antes do jantar. Ela fecha a janela.

Do lado de fora, vê-se a casinha branca de janelas cinzentas, emoldurada pelo céu avermelhado do crepúsculo, as luzes acesas iluminando as vidraças.

Um Café



Um café,
E lembranças sobem com o vapor
Vindas do fundo negro da xícara.

Final de tarde,
Silêncio
E um tique-taque ao fundo.

Um café,
E o frio da alma arrefece,
Vozes resnascem,
Risos surgem...

Não, não foi adeus,
Foi uma xícara de café
Que terminou,

Mas o sabor...
Ah, o sabor!...
Jamais perdeu-se no vapor.

A ILHA DOS DRAGÕES






Era uma vez uma ilha distante, onde todos os habitantes possuíam, como animais de estimação, um dragão. Foi assim durante muitos e muitos anos, até que a população da ilha começou a crescer, e não havia alimentos suficientes para todos os dragões – que eram animais enormes, enormes – e estes passaram a tornar-se um tanto agressivos, ferindo os aldeões, alimentando-se do gado, tocando fogo nas casas e espantando os passarinhos.



Sendo assim, foi decretado pelos governantes que os dragões deveriam ser todos eliminados sem exceções, e substituídos por lindos cães Poodle branquinhos, branquinhos. Alguns aldeões acharam crueldade aquela forma de tratar os dragões que tinham sido seus fiéis animais de estimação durante tantos anos; assim, eles decidiram separar-se dos aldeões que concordavam com a matança. Formaram-se assim dois grupos: Nós e Eles.



O primeiro grupo – Nós – era formado pelas pessoas que gostariam de manter seus dragões. Elas foram transferidas para o outro lado da ilha, que ficava a muitas centenas de quilômetros dali, e aprenderam novas técnicas para cultivar comida e criar mais animais, para poderem alimentar os seus queridos dragões; assim, reestabeleceram a paz com eles. Mantinham-nos presos nos porões dos castelos durante o dia, mas à noite, saiam voando em suas corcovas, dando-lhes, um pouco de liberdade. Deste modo, os dragões mantinham-se calmos e pacíficos, e ainda ajudavam os aldeões nas colheitas, puxando arados e carregando enormes carroças com os produtos colhidos. Ainda eram úteis fornecendo fogo nas noites de inverno, e quando bem treinados, levavam as crianças da aldeia para passear durante as épocas dos festivais de colheita.



Já no outro lado da ilha, pertencente a Eles, ou seja, ao grupo que desejava exterminar os dragões e substituí-los por Poodles branquinhos, branquinhos, algo de terrível acontecia: os dragões, percebendo que seriam eliminados, começaram a fugir e juntar-se em grupos. Passaram a atacar e matar os aldeões, formando grandes e sangrentas batalhas. As pessoas ainda tentaram uma nova tática para aplacar a fúria dos dragões: toda semana, algumas pessoas eram escolhidas para serem dadas em oferenda, a fim de saciar a sede de sangue dos dragões, alimentando-os. Estas pobres vítimas eram escolhidas conforme uma votação bastante ‘democrática:’ estavam entre os aldeões mais pobres, ou fracos, que tinham problemas físicos ou que representavam as minorias – pessoas de cor e homossexuais, por exemplo. O medo passou a imperar na aldeia, e ninguém mais era confiável! A fim de livrarem-se do sacrifício, as pessoas passaram a apontar umas para as outras, destacando defeitos que pudessem justificar seu assassínio. Imperava a política do ‘antes ele do que eu.’



Mas a pior de todas as coisas, é que os dragões, sendo animais mágicos e muito instintivos, adivinhavam quando a hora de sua morte estava chegando, e colocavam um ovo para preservar a espécie. Quando se sentiam ameaçados, podiam colocar até três ovos! Desta maneira, quanto mais dragões eram trucidados, mais dragões nasciam!



Até que um dia, um dos aldeões de Eles resolveu passar alguns dias em Nós; descobriu que em Nós, pessoas e dragões viviam em paz e harmonia, e que até ajudavam-se mutuamente! Ele voltou para casa e imediatamente contou aos governantes de Eles o que estava acontecendo no lado da ilha ocupado por Nós. Os governantes decidiram ir até lá para ver o que estava acontecendo. Após alguns dias de viagem, chegaram a Nós. Foram muito bem recebidos pelos governantes, e perguntaram:



-Não sabemos o que deu errado... após todos estes anos, vocês, povo de Nós,  conseguiram prosperar, mesmo convivendo com seus dragões, e até fizeram com que eles contribuíssem para a economia de seu país. Dragões são animais perigosos, e por isso, queríamos livrarmo-nos deles! Mas a nossa tentativa de substituí-los por cães Poodle branquinhos, branquinhos, foi um total desastre! Os dragões revoltaram-se, e passaram a fazer ataques massivos contra o povo; o povo, por sua vez, passou a odiar uns aos outros, e tornou-se crítico e acusador. Nem mesmo o sacrifício humano foi capaz de aplacar a fúria dos dragões em Eles, e mesmo após a matança ter começado, o número de dragões multiplica-se cada vez mais! A situação é caótica!



Os governantes de Nós ouviram atentamente o desesperado relato do representante de Eles. Depois, um deles tomou o centro da sala de convenções e discursou:

“Caro representante do povo de Eles: é impossível eliminarmos os dragões! Eles fazem parte de nós, de nossa história e de nosso povo. No começo, nós também cometemos o erro de confiná-los aos porões dos castelos, mas ao percebermos que quando eles escapavam tornavam-se muito violentos, iniciamos uma nova tática: demos a eles as horas noturnas como liberdade! Assim, eles dormem  nos porões ou ajudam-nos nas colheitas durante o dia, ou executam outros serviços para nós, e à noite, eles são livres!

Tentar eliminá-los é inútil, pois nascem novos dragões para cada dragão morto; tentar prendê-los é perigoso, pois ao libertarem-se – e eles sempre se libertam – sua energia reprimida torna-se perigosíssima! A melhor maneira, é aprendermos a conviver pacificamente com nossos dragões, alimentando-os, respeitando-os, dando-lhes momentos de liberdade e cuidando bem deles, mas sem deixar que eles dominem a situação.”

Após o discurso, o governante de Nós levou os governantes de Eles a um passeio pelo local, e mostrou-lhes toda a abundância, paz e beleza que existia naquela parte da ilha. Os governantes de Eles ficaram aparentemente muito agradecidos, e se foram.



Mas ao chegarem em Eles, relataram o seguinte ao seu presidente:



“A parte da ilha onde vivem Nós é riquíssima! Não conseguiria descrever em palavras a quantidade de jazidas de diamantes e minas de ouro que vimos! Impossível calcular a riqueza das plantações e fábricas! É um povo perigoso, em potencial... além disso, eles tem em suas casas e porões milhares de dragões perigosíssimos, que a qualquer momento, poderão voar para a Terra de Eles juntar-se aos que tentamos matar, aumentando ainda mais os nossos problemas. Aconselho a invasão de Nós, e a destruição de seus dragões e de todos os rebeldes que não concordarem com nossos métodos de purificação!”



Assim, a Terra de Nós, pacífica e próspera, foi invadida pelas sombras da Terra de Eles. Foi o início de um grande massacre, com direito a guerras nucleares, genocídios, santas  inquisições, domínio de uma raça sobre as outras e muito derramamento de sangue. Os dragões – todos eles – se libertaram e passaram a sobrevoar a Terra, causando grandes males que perduram até os dias de hoje.



Mas dizem que um dia, esta história terá fim. Será?




segunda-feira, 7 de maio de 2012

Coisinhas




Dias atrás, paseando por Itaipava, deparamos com uma lojinha no shopping estação que vende coisas lindas para casa. Acabamos comprando três telinhas e uma bandeja com paisagens da Toscana.  Bem, meu sonho é viajar até lá, desde que assisti ao filme (meu favorito) "Sob o Sol da Toscana." Por enquanto, é o mais perto que consigo chegar de lá!

A lojinha tem coisas lindas, artesanato de bom gosto feito pela proprietária . Acho que não existe nada mais gratificante do que ganhar a vida fazendo o que se gosta!

Eu adoro comprar pequenos mimos para a casa. Sábado último, saí para comprar um cobertorzinho para a Latifa, e acabei me apaixonando por um cobertor king size de microfibra, macio como uma nuvem, de xadrez vermelho-vivo. Resultado: está lá na minha cama! E eu tinha planejado sair durante a semana e comprar algumas roupas novas. Mas a compra do cobertor conseguiu aplacar meu ' espírito consumista.'

Já separei alguns cobertores mais antigos para doação. Estão em ótimo estado, mas eu gosto de renovar as coisas de vez em quando. Até mesmo as coisinhas que eu uso na casa! Vez ou outra, troco enfeites, talheres, pratos... acho divertido.

De repente, enquanto escrevia, lembrei-me de um café que funciona no Shopping Vilarejo, em Itaipava. pertence a um senhor idoso, e é todo cuidadosamente decorado: cada objeto, quadrinho, xícara, enfim, tudo o que está lá dentro, foi escolhido à dedo. E os chás... ah, os chás indianos! Nunca tinha experimentado chás assim... deliciosos, perfumados, um verdadeiro prazer. As caixinhas são um charme à parte. Os biscoitinhos, bolos, docinhos... parece que tudo foi feito com o maior carinho... lá, um café não é um copo de bar cheio até a metade com um café feito há horas; um café, significa uma delícia perfumada, feita na hora, servida em uma linda xícara com alguns biscoitinhos, um copinho de água gasosa e uma tirinha de casca de laranja cristalizada. Tudo ao som de boa música.

Sempre existe um vaso com flores frescas sobre a pia. Fotos de família , orquídeas, e  gatos pelas paredes. A conversa agradável. É como ser transportada para um café que existiu há cem anos! Se você for a Itaipava, não se esqueça de passar no Shopping Vilarejo e tomar um café ou um chá no Benedicto!

Crônica de Uma Segunda Feira Como as Outras




Apenas mais uma segunda feira. Como qualquer outra segunda feira.

Será?

Você tem mesmo certeza de que este dia será igualzinho aos outros? E Você realmente acredita que os dias são uns iguais aos outros? Se acredita, você com certeza não está olhando direito! Talvez seja hora de você mudar a sua maneira de viver e enxergar. É preciso estar aberto às surpresas.

Deepak Chopra sugere o seguinte: sente-se em um jardim, ou até mesmo na sala de estar de sua casa. Coloque uma música suave, se desejar, e feche os olhos. Tente escutar os ruídos à sua volta: pássaros cantando, carros passando, pessoas falando, música tocando em algum lugar distante... agora, deixe que eles se vão. Pense em alguma coisa muito boa, muito bonita. Talvez uma memória agradável, ou a imaginação de um lugar ideal. Ou pense em uma árvore, qualquer coisa que você considere bonito e agradável. Passeie sobre esta coisa com os olhos da imaginação. Sinta seu cheiro, sinta sua textura. Sinta-se junto a ela.

Fique assim, desfrutando deste prazer , sempre de olhos fechados, durante o tempo que for possível. Depois, abra os olhos, e veja como sua sensibilidade está mais apurada, e seu humor, 'lá em cima!'

Eu experimentei, e dá certo! É como tirar cinco minutos de férias. Ajuda a perceber que nenhum dia é igual ao outro, se tivermos a paciência de observar melhor.

Parceiros

EU SÓ TENHO UMA FLOR

  Eu Só Tenho Uma Flor   Neste exato momento, Eu só tenho uma flor. Nada existe no mundo que seja meu. Nada é urgente. Não há ra...