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quarta-feira, 25 de abril de 2012

A VERGONHA



Alguns sentimentos são associados à morte, em expressões populares: morrer de medo, de tristeza, de inveja, de vergonha. Talvez seja porque estes sentimentos, quando perdem o controle, podem realmente, matar alguém. Às vezes, a pessoa a quem eles são dirigidos, mas na maioria das vezes, a pessoa que os sente e não consegue controlá-los. Já é sabido que estas e outras emoções negativas podem desencadear uma série de doenças (recomendo, a quem se interessar pelo assunto, leituras sobre doenças psicosomáticas).

Mas hoje eu escolhi falar sobre a vergonha.

Quem nunca sentiu vergonha? E quem nunca percebeu que, na maioria das vezes, a vergonha é um sentimento muito mais associado ao que fazem as pessoas próximas, do que ao nosso próprio comportamento? Por exemplo: podemos sentir vergonha da amiga escandalosa, do pai alcóolatra, do marido violento, do patrão agressivo... sentimos vergonha de estar em locais públicos em companhia de certas pessoas.

Mas o sentimento da vergonha também pode estar associado a nós mesmos. Sentimos vergonha de nossas roupas, quando não as achamos adequadas a uma situação. A maioria de nós sente vergonha até mesmo do próprio corpo! Alguns sentem vergonha de sua condição social ou do seu grau de instrução. A consequência da vergonha pode ser a construção à nossa volta, de um mundo imaginário; daí, surgem as imagens (falsas) do marido perfeito, da infância maravilhosa, do status elevado.

Mas seja qual for o tipo de vergonha que sentimos - de nós mesmos ou de pessoas próprias - a vergonha destrói. Ela começa por associar-se à mentira, a fim de combater aquilo que nos envergonha. Depois, ela mina nossa autoestima, e nos faz ter medo de que descubram  a verdade sobre nossas fantasias. As pessoas podem pensar que alguém é totalmente frio e seguro de si, quando na verdade, é apenas movido pelo fantasma da vergonha, tentando assim, parecer imbatível. Daí, pode resultar a agressividade.

Quem sente vergonha, acha que deve alguma coisa a alguém. Preocupa-se demasiadamente com a opinião alheia. Acho importante, quando sentimos vergonha, nos perguntarmos o que está causando este sentimento, porque o fato é que quando eu sinto vergonha da amiga escandalosa, eu tenho medo do que os outros vão pensar DE MIM por estar na companhia dela; minha vergonha não é por ela, é por mim mesma! Não seria, então, resultado da minha insegurança?

É verdade; algumas pessoas realmente MORREM de vergonha. Fecham-se cada vez mais em si mesmas, por vergonha de terem suas fraquezas descobertas - como se todas as pessoas não tivessem seus defeitos e fraquezas. Admitir-se frágil e vulnerável, para mim, é uma demonstração de força. Não ter vergonha de si mesmo, ou de pessoas próximas, amando-as como elas são, é sinal de maturidade. Todos estamos neste mundo pelos mesmos motivos, e embora alguns estejam mais à frente na caminhada, não estamos muito distantes uns dos outros. Se estivéssemos, não estaríamos aqui, todos convivendo no mesmo planeta.

Então, ter vergonha por que?

COMPETIÇÃO - FÚRIA DE TITÃS





Eu às vezes me pergunto o porquê dos seres humanos terem criado a necessidade de competir, de mostrarem quem, dentre nós, é o melhor, o mais preparado, o bonzinho. A todo momento, a raça humana sai por aí, criando opostos: bom/mau; inteligente/estúpido; competente/incompetente. Nem sequer atentam para o fato de que todos nós, em diferentes momentos da vida e em diferentes funções, passamos por estes extremos! A necessidade de competir é tão grande, que as pessoas matam e morrem por  aquilo que eles chamam de “vitória!”


Vencermos  a nós mesmos, todos os dias, superando defeitos, aprendendo a ser pessoas melhores – não melhores que as outras, mas melhores que nós mesmos- já é uma tarefa tão difícil...


Uma vez, alguém me disse que a própria natureza é que nos fez competitivos, e citou a seleção natural como exemplo; na natureza, apenas os mais fortes sobrevivem. Mas alguém aí já viu leões competindo para ver quem é capaz de abater o maior número de presas? Não! Eles não são estúpidos a esse ponto... abatem apenas a presa que lhes saciará a fome naquele momento.


Nós não precisamos comer uns aos outros para sobreviver.


Mas o que há por trás do desejo de competir? O que se esconde sob a capa do título de ‘vencedor,’ tão almejado hoje em dia? Talvez uma enorme insegurança e uma falta de satisfação e aceitação pessoal tão grandes, que é preciso disfarçá-las, trazendo-as para fora, jogando-as sobre os outros.


Para que alguém segure a taça de ‘vencedor, é necessário que muitas pessoas, na maioria das vezes tão ou mais competentes, ergam a triste taça de ‘perdedor.’ Vencer nem sempre significa ser o melhor; a toda hora, vemos isso em concursos de beleza e de canto, eventos esportivos, etc. porque todo mundo pode ter um dia ruim, em que a capacidade pessoal de realização esteja embotada.


Acho que viver seria bem mais simples se cada um cuidasse de seu próprio cantinho, varresse a própria calçada, e colaborasse com o outro, ajudando quando puder e não estragando as coisas ‘do outro lado.’ Assim, quem sabe, a palavra ‘competição’ tornar-se-ia algo bem mais interessante, como por exemplo, ‘colaboração?...’


Publicado no RECANTO DAS lETRAS em: 29/07/2011 08:39:16

Tranquilidade




Ah, é bom poder desfrutar de tranquilidade!

Cada vez mais, a vida vem me ensinar que a minha tranquilidade está em mim mesma, e não no que vem de fora! Dar murros em pontas de faca para quê? O importante, é sempre tentar de novo. Reerguer-se. Procurar novos caminhos, quando os velhos caminhos tornam-se tortuosos demais, e passam a ser um tormento, ao invés de uma ligação entre nosso caminhar e nosso destino.

Graças a Deus, existem outros caminhos! E não é possível que pelo menos um deles não seja o certo.

É importante conseguir proporcionar corretamente os acontecimentos, não deixando que algo ruim ocupe todo o espaço que resta, pois sempre restam muitas coisas boas para cada coisa ruim que me acontece. Basta ficar calma... esperar a resposta...

Eu estava em dúvida sobre uma decisão tomada. Achava que talvez voltar atrás fosse uma boa solução, e foi o que eu fiz. Mas descobri que o que eu tinha deixado para trás, fica melhor lá atrás, onde deixei. Mas foi preciso voltar e me machucar novamente, para poder cortar definitivamente os laços. Acho , sem falsa modéstia, que agi muito certo, e tive coragem, pois jamais é fácil cortar laços.

Mas há muito tempo, eu tomei a decisão de viver a vida sem arrastar pesos mortos e coisas mal resolvidas  atrás de mim. Quero que meu passo seja leve. E chega de olhar para trás! O caminho é para frente.

E as lições que levamos da vida, não tem peso.

SILÊNCIO





No silêncio lento,
Me acalmo
E vejo ainda
O que eu tenho:

Tenho um jardim
Com passarinhos,
Grama cortada,
Um céu em cima;
Tenho uma casa
Várias janelas,
Tenho uma porta
E cadeados.

Tenho canções
No meu pendrive,
Tenho endereços
No meu email.
Tantas pessoas,
Tantos contatos...

Pensando bem,
Eu nada tenho!...

Penso melhor:
Existe a vida,
Com a vontade
De ser vivida,
Existe um cão,
Um coração,
O meu trabalho,
Os meus poemas...

Pensando bem,
Valerá, sempre,
Da vida, a pena!

Tenho uma pena!...
 

ILUSÔES




Não importa
Quantas vezes 
Caias ou levantes.
Nada se altera,
Quer sejas manso
Ou sejas fera.

A tua vida
Ao terminar
Só deixará 
Um triste rastro
Que se apagará,
E mesmo que deixe
Uma bandeira
Em algum mastro,
O tempo, atento,
A rasgará.

A vida atua
Sobre as pegadas
E as apaga
Sem deixar traços.

As traças comem
Tuas roupagens,
Os vermes sorvem
A tua carne.

E a tua alma
Sobrevivente
Será lembrança
Que se apaga
E o tempo leva
Sem deixar nada!

*************


"Vaidade das vaidades, tudo é vaidade..." - Eclesiastes

CORREDEIRAS




Rolam pelas corredeiras
As histórias que juntei
Em uma vida inteira!

Palavras destruídas,
Derretidas
Pelas águas rápidas...

Frases desfazem-se
Ao baterem nas pedras,
Deixando letras pelas margens...

Vem os pássaros
E as recolhem no bico,
Alçando um voo eterno...

Onde irão pousar?

Rolam pelas cachoeiras
Da minha ausência
As histórias que escrevi,
Contei,
Vivi e chorei...

Minha memória
É afogada
Nas corredeiras, entre as pedras,

E eu olho, lá do fundo,
A claridade do céu
Enquanto morro...

Amizades



Uma amizade verdadeira é um bem de valor incalculável! Pena que amigos verdadeiros sejam tão raros... mais uma vez, a vida e a experiência vieram para mostrar-me este fato.

E o que significa, ser um amigo verdadeiro? Bem, a amizade pode significar diferentes coisas para as pessoas, dependendo da maneira que elas tem de encarar a vida e os fatos. Alguns acham que ser amigo é viver amontoado, como os bichinhos aí da foto, sempre uns por cima dos outros, engalfinhados, esquecendo-se de uma palavrinha que para mim, é muito importante: respeito e privacidade. Nesses meus quarenta e seis anos de vida e de rarísssimas pessoas que encontrei pelo caminho e que posso chamar de amigas - façam elas parte de minha vida atualmente ou não - aprendi a estabelecer alguns critérios; para mim, um amigo é aquele que...

-Respeita as nossas decisões, mesmo que elas o desagradem. Entendem que cada um precisa ter as suas próprias experiências e caminhos de aprendizado.

-Alegra-se sempre com o nosso sucesso, mesmo que isto signifique um sucesso realmente muito grande! O verdadeiro amigo não sentirá inveja e nem se considerará diminuido pela alegria e o sucesso do outro.

-Jamais nos exporá ao ridículo! Se tiver qualquer coisa a tratar conosco, ele o fará de maneira privada.

-Ao estarmos tristes, o verdadeiro amigo ficará ao nosso lado e segurará a nossa mão. Não tentará nos 'consolar', tentando obrigar-nos a fazer coisas para as quais não estamos preparados, como sair e divertir-se quando você está arrasado, ou até mesmo, de luto.  Um amigo sabe respeitar nossos momentos.

-Um amigo não acreditará naquilo que disserem de ruim sobre nós; pelo menos, não sem antes verificar por si mesmo. Um verdadeiro amigo jamais tomará a palavra de outro a nosso respeito como verdadeira sem antes averiguar.

-Um bom amigo tem memória. Se tiver de julgar-nos por um erro, lembrar-se-há também das vezes em que acertamos.

-Um amigo verdadeiro não baterá a porta em nossa cara se precisarmos de alguém para conversar. E durante uma conversa, não tentará impor-nos seus pontos de vista.

-Um amigo verdadeiro não falará mal de nossos outros amigos, tentando monopolizar o relacionamento. Isto, os inimigos já fazem, e muito bem!

Um amigo, enfim, é a pessoa que estará do nosso lado quando precisarmos, na alegria e na tristeza. Exatamente como deveria ser em um bom casamento. Pode ser que ele nos dê uma boa bronca de vez em quando... afinal, um amigo verdadeiro é sempre sincero, e ao invés de concordar com nossas asneiras, tenta alertar-nos. Mas saberá respeitar as nossas escolhas, sejam elas quais forem.

É... não é fácil encontrar um bom amigo!

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