witch lady

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sábado, 3 de dezembro de 2016

ABORTO COMO MÉTODO CONTRACEPTIVO






Existem mulheres que são favoráveis à legalização do aborto. Eu não sou, a não ser em casos de estupro, problemas graves de má formação do feto ou quando a mulher corre risco de morte. Não por eu ser moralista, muito menos, religiosa - coisas que nunca fui - mas tenho as minhas razões.

-Em primeiro lugar, eu acredito que a mulher tem sim, o direito de tomar as decisões que quiser no que concerne ao uso do seu próprio corpo. Ela pode engordar, emagrecer, fazer exercícios físicos, tornar-se sedentária, tatuar-se, encher o corpo de piercings, raspar os cabelos, e até amputar as próprias partes (ou acrescentar outras). Porém, quando se fala em aborto, não é o corpo da mulher que está em jogo, mas um um outro corpo e uma outra vida que está dentro dela, cuja opinião ninguém perguntou, e que é fruto (na maioria das vezes) da irresponsabilidade e do egoísmo alheios.

-Em segundo lugar, não acho que o aborto possa ser considerado um método contraceptivo, pois antes dele, há muitos outros que todos conhecem. Até mesmo a abstinência quando não existe uma maneira de se prevenir por perto. A mulher tem a capacidade de pensar e tomar decisões responsávelmente, e não estragar a sua vida e a de outro ser humano apenas porque não conseguiu manter o zíper fechado ou a saia abaixada. 

-Li um post no Facebook no qual uma mulher afirmava que se o aborto for legalizado, será mais seguro para a mãe do bebê.


  😨 Mãe? Bebê?  - eu argumentei; "Mãe, para mim, é quem tem um filho, seja natural ou adotado. Quem aborta não é e nunca foi mãe." Ela me perguntou se eu estava transformando a questão em um problema meramente léxico. Respondi que uma mulher não pode ser considerada mãe de uma criatura que ela não considera viva, nem humana. Para ela, o feto é apenas algo que se joga fora, e não uma pessoa com um coração batendo. Ela não respondeu.

-Bem, quanto a oferecer mais segurança para a "mãe" da criança - digo, do feto abortado - imaginem só a situação: temos uma saúde falida neste país, assim como tudo o mais. Para se conseguir um simples exame de sangue ou uma radiografia, podemos ter que esperar meses. Cirurgias então, nem se fala! Muita gente morre antes de conseguir uma. 

Há alguns anos, quando a saúde já era ruim, mas não era tão horrível, tivemos um amigo que quebrou um braço (fratura exposta) em um acidente de carro. Chegamos na unidade de atendimento na manhã seguinte para visitá-lo, e o encontramos aos prantos, chorando de dor, sentado do lado de fora aguardando atendimento. Ele tinha passado a noite toda com uma fratura exposta, sem nem um analgésico, sentado do lado de fora do Pronto-socorro, sujeito a pegar uma infecção hospitalar. Ele precisaria de uma cirurgia, o que demorou quase um mês para conseguir. Enquanto isso, mandaram-no de volta para casa com a sua fratura exposta. 

Ok, voltando a falar do aborto, imaginem a situação: uma mulher que deseja abortar seu filho - digo, o feto - teria que esperar vários meses por uma vaga nesse sistema de saúde falido. De que tamanho estaria o feto, então? Ela não correria riscos, da mesma forma? E quem mereceria um atendimento de prontidão: o rapaz com a fratura exposta, uma pessoa gravemente enferma ou uma mulher saudável que deseja fazer um aborto?

 E quem pagaria pelo procedimento? Todos nós, que pagamos impostos, mesmo sendo contra. 

-Um outro problema, seria que a grande maioria de mulheres irresponsáveis alegaria que sofreu estupro para poder abortar de graça e em segurança. A coisa sairia de controle: como provar que ela não foi realmente estuprada? Qualquer uma poderia alegar que, passando por uma rua escura, foi agarrada e estuprada por um estranho, ficou com vergonha de ir à polícia e engravidou. E com certeza, o número de mulheres que fariam isso poderia ser muito grande. Vide o caso que bombou há pouco na internet sobre a garota que... bom, deixem pra lá...

-As camisinhas furam. As pílulas falham. Com certeza. Mas existem vários casais tentando adotar uma criança. Por que não ter o filho - digo, o feto - e dá-lo para alguém que cuidará bem dele? Mais humano do que matar - digo, abortar! E todo mundo ficaria feliz: os pais, a criança e a mulher que queria abortar.







quinta-feira, 1 de dezembro de 2016

Pensamentos Para Viver Melhor



Não acredite em algo simplesmente porque ouviu. Não acredite em algo simplesmente porque todos falam a respeito. Não acredite em algo simplesmente porque está escrito em seus livros religiosos. Não acredite em algo só porque seus professores e mestres dizem que é verdade. Não acredite em tradições só porque foram passadas de geração em geração. Mas depois de muita análise e observação, se você vê que algo concorda com a razão, e que conduz ao bem e beneficio de todos, aceite-o e viva-o. -  Buda




A descoberta consiste em ver o que todos viram e em pensar no que ninguém pensou.
A. Szent-Gyorgyi




Não é necessário sair de casa.
Permaneça em sua mesa e ouça.
Não apenas ouça, mas espere.
Não apenas espere, mas fique sozinho em silêncio.
Então o mundo se apresentará desmascarado.
Em êxtase, se dobrará sobre os seus pés.
Franz Kafka



A justiça não consiste em ser neutro entre o certo e o errado, mas em descobrir o certo e sustentá-lo, onde quer que ele se encontre, contra o errado.
Theodore Roosevelt



Temos de descobrir segurança dentro de nós próprios. Durante o curto espaço de tempo da nossa vida precisamos encontrar o nosso próprio critério de relações com a existência em que participamos tão transitoriamente.
Boris Pasternak




Nunca deixe que lhe digam que não vale a pena
acreditar no sonho que se tem
ou que os seus planos nunca vão dar certo
ou que você nunca vai ser alguém...
Renato Russo





Não há nada como regressar a um lugar que está igual para descobrir o quanto a gente mudou.
Nelson Mandela





É um erro popular muito comum acreditar que aqueles que fazem mais barulho a lamentarem-se a favor do público sejam os mais preocupados com o seu bem-estar..
Edmund Burke





Até cortar os próprios defeitos pode ser perigoso. Nunca se sabe qual é o defeito que sustenta nosso edifício inteiro.
Clarice Lispector




Preocupe-se mais com a sua consciência do que com sua reputação. Porque sua consciência é o que você é, e a sua reputação é o que os outros pensam de você. E o que os outros pensam, é problema deles.
John Wooden




Não existe nada de completamente errado no mundo, mesmo um relógio parado, consegue estar certo duas vezes por dia.
Paulo Coelho






Mas eu desconfio que a única pessoa livre, realmente livre, é a que não tem medo do ridículo.
Luis Fernando Verissimo





Life & Fun







Life must be fun.

But you shouldn't make fun of life.

It might kill you.





CHUVAS




Depois de vários dias de chuva forte, é preciso abrir a casa e deixar entrar o ar fresco. Colocar para fora os cobertores, estendendo-os ao sol, trocar as toalhas de banho, lavar a roupa. 

Dá trabalho, mas é necessário.

Tenho pensado no quanto a chuva é importante. Lembro-me dos tempos de seca que vivemos há apenas dois anos, quando a água escasseou nas torneiras e as plantas do meu jardim quase morreram. Mas chuva demais também não é bom. Pena que o homem destruiu o equilíbrio do planeta, causando esses períodos longos de seca e calor entremeados por chuvas fortes. 

E eu sinceramente acredito que todo este desequilíbrio reflete-se também nos pensamentos que as pessoas tem expressado ultimamente. Fico muito triste ao ouvir e ao ler coisas absurdas sendo ditas por pessoas que eu costumava admirar. 

As casas e os pensamentos estão se distanciando cada vez mais uns dos outros, e me pergunto se algum dia voltarão a se aproximar. Dá mesmo a impressão de que algum tipo de separação está em curso. O mundo está se partindo ao meio. Nesta separação, muitos cairão no abismo que está sendo aberto, e depois, cada qual ficará de um lado diferente.

 E as janelas estarão fechadas.




EU SOU EGOÍSTA.




Alguém chamou-me de egoísta por eu não concordar com o comunismo. Admito: sou egoísta mesmo.

Sou uma pessoa muito egoísta. Eu me recuso a dividir com os outros as coisas que eu consegui através do meu trabalho. Sou uma coxinha irascível, assumida e com assinatura – é assim que me descrevem, e eu assumo. Se eu ajudo outras pessoas? Não saio por aí fazendo propaganda disso, e nunca vou fazer. Mas penso que ajudo muito mais do que quem vive proclamando bondade e abnegação online. E não, eu não gostaria de dividir a minha casa com outra família, nem digo que gostaria.

Sou tão egoísta, que acredito em coisas surreais, como por exemplo, no trabalho, na educação e na força de vontade das pessoas. Eu acho que todo mundo tem condições de trabalhar e obter uma vida melhor através dos próprios méritos. E acredito que uma vida melhor não signifique ser rico, mas ter uma vida melhor do que aquela que nossos pais tiveram. Sou tão absurdamente egoísta, que não aprovo o aborto, mas aprovo o controle de natalidade, enquanto os que aprovam o aborto acham que o controle de natalidade é uma crueldade – afinal, todo mundo tem o direito de ter (e de matar) quantos filhos quiser.

Sou tão pateticamente egoísta, que acho que as pessoas têm que conseguir as coisas que desejam através de esforço próprio e mérito, e não através de sistemas paternalistas que determinam que, pela condição social, preferência sexual ou cor da pele, umas pessoas merecem mais do que as outras.

Sou tão ridiculamente egoísta, que, se alguém vier me dizer que eu sou fraca, não tenho condições de pensar por mim mesma, e que por isso, ela vai pensar por mim, decidir por mim e ser minha salvadora, eu a mando plantar batatas na mesma hora.

Eu não acredito em igualdade. Somos todos diferentes, temos histórias diferentes, gostos diferentes, crenças diferentes, e são essas diferenças que tornam a vida um aprendizado constante; é através delas que somos capazes de desenvolver nosso senso crítico, nossa solidariedade e por que não dizer, o nosso amor. Não acho que o mundo deva ser de uma cor só e chato feito uma bolacha; não acho que todo mundo é obrigado a viver e pensar da mesma forma. Na escola, eu já detestava usar uniforme, e sempre dava um jeitinho de personalizar o meu.

Eu não acho que apenas estudando história e absorvendo os pensamentos alheios, a gente vá se tornar pessoas melhores. Acredito que é preciso também ser capaz de ter senso crítico, conquistado através da observação cuidadosa e lógica daquilo que acontece em volta. Todo mundo sabe que a história mente muitas vezes, e que cria e mata seus heróis conforme a necessidade.

Eu sou egoísta mesmo, pois acredito que é preciso ensinar a pescar ao invés de dar o peixe. Acho que programas sociais devem ter prazo de validade, e que junto com eles (ao invés de apenas doarem coisas como esmolas) deveriam vir cursos profissionalizantes, que possibilitassem as pessoas tornarem-se independentes e sobreviverem por elas mesmas. Isso se chama dignidade humana. É claro que existem as emergências; ninguém aprende nada estando faminto. Mas após matar a fome com programas emergenciais, as pessoas deveriam ter direito à dignidade, e não precisarem mais depender de dinheiro do governo. Para isso, precisam ter uma profissão. Mas parece que nos dias de hoje, trabalhar para outra pessoa é visto como “sustentar a burguesia golpista.”

Eu gostaria mesmo que todo mundo tivesse direito à casa própria – não essas casas minúsculas e mal construídas iguaizinhas, que são distribuídas como se fossem grande coisa com pompa e circunstância, e que se deterioram em apenas alguns anos, além de serem feitas longe dos centros urbanos, nos lugares onde ninguém gostaria de morar, obrigando as pessoas a acordarem às 4 da manhã para ir ao trabalho, chegando em casa após as dez da noite. Eu queria que as pessoas pudessem escolher que tipo de casas elas gostariam de ter, de acordo com suas necessidades.

Eu sou tão egoísta, que não tenho partido político. Não acredito nos políticos. Mas creio que alguma coisa está começando a mudar, e é como uma casa em obras: primeiro, as coisas ficam fora de lugar, sujas, algumas cobertas com plásticos pretos, mas quando a reforma termina e a gente limpa e coloca tudo no lugar outra vez, estará tudo bem melhor. Nunca perfeito, porque não existe nada perfeito no mundo (a começar pelas pessoas), mas melhor.

Eu sou egoísta. Não gosto dessa coisa de ‘tudo pelo coletivo’, porque para mim, isso é a maior balela e o maior atraso de vida. Torna as pessoas acomodadas, acreditando que são fracas, que não podem conseguir nada sozinhas, que precisam sempre da ajuda de alguém, que sem alguém que lhes diga o tempo todo o que fazer, não conseguem tomar as decisões certas. A inteligência embota, os músculos afrouxam, e elas acabam se tornando massa de manobra para os mais espertos.

Acho que  a maior lição de vida que alguém poderia aprender, é acreditar em si mesmo. Acreditar que, esteja onde estiver, isso não é uma condição que precisa ser permanente. Que não é necessário ou certo invejar os que possuem mais, nem desejar sua ruína, pois isso não tornará ninguém melhor. E entender que o mundo nem sempre é justo, a vida nem sempre é justa, mas que é possível resolver os problemas; pelo menos, a maioria deles.

E mais importante: o paraíso não existe. QUALQUER UM QUE LHE PROMETER O PARAÍSO, ESTARÁ MENTINDO.




segunda-feira, 28 de novembro de 2016

Morrer de Fome







Existem várias formas de se morrer de fome. A forma física é dolorida, cruel, inadmissível. Acho simplesmente bizarro que em pleno século XXI ainda haja pessoas que morrem de fome pelo mundo, porque a distribuição de comida é tão injusta. Todos nós cometemos o crime de jogar comida fora, nem que seja aquela sobrinha de arroz no fundo da panela, o pão que endureceu, a comida que foi feita a mais e ninguém comeu e acabou estragando. Somos campeões em desperdício. 

Mas há uma forma de morrer de fome que é mais lenta, talvez fisicamente menos dolorida, mas que mata uma coisa muito mais importante do que o corpo: mata a alma. É quando alguém delimita nossos caminhos, dizendo por onde podemos ou não seguir, a quem adorar e a quem odiar, quanto dinheiro podemos ter, onde podemos morar, e com quem, a quem pertencerá aquilo que produzimos através do nosso trabalho, quais ideias podemos propagar e quais ideias devemos calar sob risco de morte. 

E ficam as pessoas que morrem desta morte vivendo em um inferno em vida, onde a miséria é disfarçada em forma de comida. Porque não é só a fome que traz a miséria. Existe a miséria espiritual, que consiste em termos mordaças sobre a boca, vendas nos olhos, braços amarrados e sonhos castrados.

Morreu Fidel Castro. É claro que isto não vai resolver todos os problemas do mundo. Não morrerão com ele a memória das centenas de milhares de pessoas que ele exterminou, torturou, exilou e baniu do país. Ainda há seus herdeiros, ainda há a sua filosofia egoísta que teima em clamar ser possível dividir tudo por igual, desde que a maior parte fique com eles. Mas em vista de tudo o que vem acontecendo no Brasil, considero a morte de Fidel exatamente neste momento, simbólica.

Tomara que eu esteja certa.

ALELUIA!!!!




Google, O Paaaai






Ainda me lembro de quando eu fazia pesquisas para a escola: primeiro, ia a uma biblioteca e pesquisava o assunto em vários livros diferentes, selecionando (e copiando à mão) as partes que interessavam para a minha pesquisa; depois, chegava em casa e procurava figuras em revistas a fim de ilustrar meu trabalho (piquei muitas revistas das minhas irmãs e levei algumas broncas por isso); depois, passava o material todo a limpo, torcendo para não errar (alguns professores não admitiam qualquer tipo de rasura, e tinha que começar tudo de novo se cometesse algum errinho). Também tinha que fazer uma capa para o trabalho, com letras de imprensa para o título, colorindo com canetas hidrocor. Eu, que nunca tive habilidade para desenho, sofria muito nessa parte.

Levava pelo menos quatro horas para terminar tudo, sem contar a parte da pesquisa, que significava ter que tomar um ônibus, ir até a biblioteca, ficar lá uma tarde inteira e depois tomar outro ônibus para casa.

Hoje em dia, as crianças tem a opção de procurar no Google, e encontram textos, fotos e vídeos com documentários e depoimentos sobre o assunto que desejam aprender. Às vezes, isso pode ser muito negativo – há muita fofoca e mentira na internet – mas para confirmar informações, basta que se procure em vários sites e cruze as informações que encontrou. Também há várias enciclopédias online, além da Wikipedia, uma enciclopédia interativa.

Mas vejo pessoas partilhando posts que propagam mentiras absurdas, sem nem mesmo checar as fontes. Isso só serve para espalhar ódio. Também há os que propagam suas fontes de informações tendenciosas, a fim de confirmar suas teorias, mesmo que o óbvio prove o quanto elas estão erradas.

Mesmo assim, a internet e o Google são excelentes fontes de informação! Por que não aproveitar tais recursos, se eles são mais práticos e muito mais rápidos!

Os livros nos quais estudávamos história não eram totalmente confiáveis – visto a História do Brasil que aprendemos, e que contém informações equivocadas. Hoje mesmo, os livros liberados pelo MEC vem cheios de erros. Da mesma forma, nem tudo o que está online é confiável. Porém, acho um tremendo sinal de atraso considerar que tudo o que está no Google seja mentiroso. Através deste site de busca, podemos encontrar diferentes opiniões sobre o mesmo assunto, e lendo com atenção, tirar as nossas próprias conclusões.

Hoje em dia existem muitos livros de papel tendenciosos, escritos a fim de mostrar o que é interessante para esta ou aquela filosofia, e esconder o que não é. Como existem cientistas pagos capazes de provar qualquer teoria – até mesmo a de que maconha faz bem à saúde – existem escritores capazes de provar qualquer teoria que desejem, exercendo seu poder de persuasão e usando palavras bonitas. 
Mas na prática, as coisas podem ser bem diferentes.

Creio que a melhor forma de lidar com essa enxurrada de informações que nos assola diariamente, é usar o nosso discernimento; ler, sem preconceitos, sobre vários assuntos, cruzar informações e tirar conclusões.

Observar cuidadosamente o que se passa em volta, por exemplo, as reações de quem defende isto ou aquilo, pois quando é preciso matar, xingar, ridicularizar ou ameaçar outras pessoas para que uma ideia predomine, é impossível que advenha de tais práticas alguma coisa positiva.

Quem chama o outro de burro ou de ignorante, na verdade está afirmando seu preconceito e sua própria ignorância, pois só admite uma única verdade: a sua. Pessoas assim são pretenciosas e fanáticas. Melhor fugir delas.




quinta-feira, 24 de novembro de 2016

A Morte Não Mata




A Morte Não Mata


A morte não afasta; até aproxima
Agora  e para sempre, pelo pensamento
O que já está fora e o que ficou dentro,
E que pelo físico se afastaria.

A morte não mata o amor, nem o ódio,
Não se deixa de amar, ou se passa a amar...
Um foi, um ficou, mas se o laço ainda existe,
Não há recomeço, nem mesmo algum pódio.

A morte é apenas janela fechada,
Mas ainda há a casa, e o seu morador
Que guarda a saudade, ou todo o rancor
Daquele que passa por sua fachada.

A morte não mata; o morto não morre,
Pois a sua ausência ainda traz dor
(Quem sabe, alegria, se não houve amor)
Quem fica carrega consigo as lembranças.

Mas e quem se foi – lembrar-se há, ainda,
De quem adorou ou odiou nessa vida?
Eu creio que ‘sim’ é a certa resposta,
Não há mais a chave, mas ficou a porta.






"O amor não mata a morte, a morte não mata o amor. No fundo, entendem-se muito bem. Cada um deles explica o outro."

Jules Michelet







ESPERANÇA





"AS DIFERENTES FORMAS DE DESESPERO SÃO ETAPAS DISTINTAS DE UM MESMO CAMINHO."


A esperança é um estado de espírito que devemos cultivar nesses tempos de dificuldades e confusão.
O pensador espanhol Miguel de Unamuno disse que sempre há um motivo para se ter esperança, "mesmo estando nas mais obscuras aflições, pois das nuvens negras cai a água limpa e fecunda."





Sobre este assunto, o dramaturgo belga Maurice Maeterlinck fez uma interessante reflexão: "A desesperança de baseia no que sabemos, que é nada, e a esperança se baseia no que não sabemos, que é tudo."




Quando nos desesperamos, sentimo-nos vazios, sem ideias nem planos para seguir adiante. A esperança, por outro lado, logo arranja soluções para a situação em que nos encontramos.
Mesmo que seja só por isso, vale a pena ancender uma luz na escuridão.



Do livro Kafka Para Sobrecarregados, por Alan Percy

Sentidos








Eu acho que o amor
É uma briga de sentidos:
Cheiros, sabores, cores, sons
Ecoando em vários tons
Na ansiedade de um par de ouvidos.

Uns pensam que amor é só sentimento,
Volátil, feliz ou sofrível,
Um sentir que ninguém explica
Porque não cabe em ‘sim’ ou ‘não.’
Mas eu acho que amor é carne, alma e sangue,
Um pouco abaixo da loucura
Que se situa na paixão.

Depois, o fogo abranda, e ficam
Entre os gritos, silêncios e meiguices,
As brasas quentes e vermelhas
As mesmas que nos aquecerão
(Meias de lã não bastarão)
Nas noites frias da velhice.





terça-feira, 22 de novembro de 2016

Farelos nos Cotovelos




Quando a gente se casa com alguém – dizem – é que passamos a conhece-lo realmente. Viver juntos na mesma casa deixam expostas todas as manias, fraquezas, medos, dúvidas, qualidades e defeitos. Acho que isso é verdade, embora tenha conhecido casais que viveram juntos uma vida inteira sem sequer atinarem para a verdadeira personalidade do cônjuge. Passaram uns pelos outros sem realmente se olharem.

Já ouvi falar de casais que se separaram por detalhes bobos, como a pasta de dentes espremida pelo meio do tubo, a tampa do vaso sanitário ‘batizada’ ou levantada, as marcas de pés enlameados no assoalho recém-encerado, os roncos noturnos, os cabelos caídos na pia, a cara sem maquiagem ou cheia de creme pela manhã. Mas eu penso que estes motivos são apenas desculpas para o motivo real das separações: faltou amor. Faltou paciência, tolerância, e acima de tudo, diálogo. Talvez, a compreensão de que ninguém é perfeito.

Viver juntos significa dividir espaços,  respeitar os espaços e os gostos do outro e os momentos nos quais ele precisa estar só.

Porém, para certas coisas, nem todo o diálogo do mundo terá sido suficiente. Por exemplo: meu marido tinha a mania de cortar pão sobre a toalha de mesa, o que me deixava sempre irritada. Eu detestava sentar-me à mesa para o café da manhã (levanto-me muito mais cedo que ele, pois começo a trabalhar às sete, e tomo café da manhã sozinha) e sentir os farelos sob o antebraço, ou vê-los grudados nas mangas das minhas roupas. Depois de pedir, implorar, discutir e brigar, desisti; não havia jeito de fazer com que ele se lembrasse de colocar um prato sob o pão antes de cortá-lo. 

Certa vez, enquanto ele começava a cortar o pão, eu mais que depressa pus o prato sob ele, e meu marido – muito sem graça – passou a limpar com a mão os farelos que tinham caído sobre a toalha antes ... jogando-os, com a cara mais inocente do mundo, no chão da cozinha! Percebi que ele tinha tentado encontrar uma solução rápida e desajeitada para seu problema, e ao invés de ficar brava, comecei a rir. Ele pegou a vassoura e passou a varrê-los.

A partir daquele dia, ele não apenas começou a lembrar-se de colocar o prato sob o pão antes de cortá-lo mais frequentemente (às vezes, ele ainda se esquece), mas também passei a não dar mais tanta importância quando os farelos ficam grudados na minha roupa; ao invés disso, lembro-me daquele dia e começo a rir. Confesso que, quando ergo os braços da mesa e não encontro nenhum farelinho sequer, sinto falta, e penso naquele dia com carinho.

Há tantas coisas boas que ele faz para mim e para nós, e farelos de pão não serão mais motivos suficientes para que comecemos uma discussão. Mas só a maturidade traz este entendimento, e a maioria dos casais separam-se antes disso. 





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Wyna, Daqui a Três Estrelas

Este é um post para divulgação do livro de Gabriele Sapio - Wyna, Daqui a Três Estrelas. Trata-se de uma história de ficção científica, cuj...