Ainda me lembro de quando eu fazia pesquisas para a escola: primeiro, ia a uma biblioteca e pesquisava o assunto em vários livros diferentes, selecionando (e copiando à mão) as partes que interessavam para a minha pesquisa; depois, chegava em casa e procurava figuras em revistas a fim de ilustrar meu trabalho (piquei muitas revistas das minhas irmãs e levei algumas broncas por isso); depois, passava o material todo a limpo, torcendo para não errar (alguns professores não admitiam qualquer tipo de rasura, e tinha que começar tudo de novo se cometesse algum errinho). Também tinha que fazer uma capa para o trabalho, com letras de imprensa para o título, colorindo com canetas hidrocor. Eu, que nunca tive habilidade para desenho, sofria muito nessa parte.
Levava pelo menos quatro horas para terminar tudo, sem contar a parte da pesquisa, que significava ter que tomar um ônibus, ir até a biblioteca, ficar lá uma tarde inteira e depois tomar outro ônibus para casa.
Hoje em dia, as crianças tem a opção de procurar no Google, e encontram textos, fotos e vídeos com documentários e depoimentos sobre o assunto que desejam aprender. Às vezes, isso pode ser muito negativo – há muita fofoca e mentira na internet – mas para confirmar informações, basta que se procure em vários sites e cruze as informações que encontrou. Também há várias enciclopédias online, além da Wikipedia, uma enciclopédia interativa.
Mas vejo pessoas partilhando posts que propagam mentiras absurdas, sem nem mesmo checar as fontes. Isso só serve para espalhar ódio. Também há os que propagam suas fontes de informações tendenciosas, a fim de confirmar suas teorias, mesmo que o óbvio prove o quanto elas estão erradas.
Mesmo assim, a internet e o Google são excelentes fontes de informação! Por que não aproveitar tais recursos, se eles são mais práticos e muito mais rápidos!
Os livros nos quais estudávamos história não eram totalmente confiáveis – visto a História do Brasil que aprendemos, e que contém informações equivocadas. Hoje mesmo, os livros liberados pelo MEC vem cheios de erros. Da mesma forma, nem tudo o que está online é confiável. Porém, acho um tremendo sinal de atraso considerar que tudo o que está no Google seja mentiroso. Através deste site de busca, podemos encontrar diferentes opiniões sobre o mesmo assunto, e lendo com atenção, tirar as nossas próprias conclusões.
Hoje em dia existem muitos livros de papel tendenciosos, escritos a fim de mostrar o que é interessante para esta ou aquela filosofia, e esconder o que não é. Como existem cientistas pagos capazes de provar qualquer teoria – até mesmo a de que maconha faz bem à saúde – existem escritores capazes de provar qualquer teoria que desejem, exercendo seu poder de persuasão e usando palavras bonitas.
Mas na prática, as coisas podem ser bem diferentes.
Creio que a melhor forma de lidar com essa enxurrada de informações que nos assola diariamente, é usar o nosso discernimento; ler, sem preconceitos, sobre vários assuntos, cruzar informações e tirar conclusões.
Observar cuidadosamente o que se passa em volta, por exemplo, as reações de quem defende isto ou aquilo, pois quando é preciso matar, xingar, ridicularizar ou ameaçar outras pessoas para que uma ideia predomine, é impossível que advenha de tais práticas alguma coisa positiva.
Quem chama o outro de burro ou de ignorante, na verdade está afirmando seu preconceito e sua própria ignorância, pois só admite uma única verdade: a sua. Pessoas assim são pretenciosas e fanáticas. Melhor fugir delas.