quinta-feira, 12 de maio de 2016
Desmond M. Tutu - Sobre o Perdão
Desmond M. Tutu – Sobre o Perdão
“Nenhum de nós quer que a história de sua vida seja a soma de todas as suas mágoas. Não fomos criados para viver na dor e no isolamento. Fomos criados para viver no amor e na conexão mutua. Quando há uma ruptura nessas conexão, devemos encontrar um modo de repará-la.”
O Perdão Não é Esquecimento.
“Alguns consideram o perdão difícil porque acreditam que perdoar significa esquecer a dor que sofreram. Posso dizer inequivocamente que perdoar não significa esquecer o mal causado. Não significa negar o mal causado. Não significa fingir que a mágoa não aconteceu ou o ferimento não foi tão sério quanto realmente foi. O ciclo do perdão só pode ser ativado e completado com absoluta verdade e honestidade.
Perdoar exige que demos vazão às violações e mágoas que sofremos. Perdoar não exige que carreguemos nosso sofrimento em silêncio ou sejamos mártires numa cruz de mentiras. O Perdão não significa que devamos fingir que as coisas são diferentes do que são.
Fui traído, anunciamos. Estou sofrendo. Fui injustiçado. Estou envergonhado. Sinto raiva por terem feito isso comigo. Sinto-me triste e perdido. Talvez eu nunca esqueça o que você fez comigo, mas vou perdoá-lo. Vou fazer tudo ao meu alcance para não deixar que você me faça mal novamente. Não vou me vingar de você ou de mim mesmo.”
"O perdão não é uma escolha que se faz para o outro, e sim uma escolha que se faz para si mesmo."
"Você já esteve nesta encruzilhada
E nela estará outras vezes.
se parar por um momento, poderá perguntyar:
Para que lado ir?
Poderá dar as costas a sua tristeza
E participar da corrida chamada vingança,
Percorrer aquela cansada trilha uma vez
atrás da outra,
Ou admitir sua dor
E trilhar o caminho que chega a um fim:
É nessa direção que fica a liberdade, meu amigo.
Posso lhe mostrar onde moram
A esperanã e a completude,
Mas você não poderá descartar
Seu sofrimento a caminho de lá,
Para encontrar o caminho que leva à paz:
Antes, terá que se encontrar com a dor
E dar vazão a ela."
segunda-feira, 9 de maio de 2016
Padrões
Os padrões e os desenhos
Nas asas da borboleta
Nada dizem sobre o tempo
Que passou em um casulo.
As cores são pinceladas
Da natureza, ao acaso,
São apenas coleções
De padrões aleatórios.
Ela mesma não se lembra
Dos seus tempos de lagarta,
Quando se arrastava, fria,
Sobre as folhas e os caules...
E, ao olhar a sarjeta
Que às vezes, sobrevoa,
Pensa que o seu passado
Foi ser sempre borboleta.
domingo, 8 de maio de 2016
STAGNANT WATER
Sometimes,
When you look at a puddle of stagnant water,
You will see that it reflects a perfect blue sky.
That doesn't mean you should drink from it.
quinta-feira, 5 de maio de 2016
Do Lar
Antigamente, a palavra "lar" imediatamente nos invocava imagens de nosso cantinho preferido em casa, aconchego, segurança. Um lugar no qual poderíamos estar à vontade, totalmente desprovidos das máscaras sociais que precisamos, muitas vezes, usar durante o dia. Ah, o lar! O lugar mágico onde podíamos nos entregar a um bom livro, receber os amigos, fazer uma boa refeição...
Ultimamente, quando uma mulher é classificada como sendo 'do lar,' várias críticas surgem: entendem que ela é submissa, dependente, alienada. É preciso estar engajada em algum movimento. É preciso ser livre, emancipada, e 'do bar.' Bem, que cada um viva a vida da forma que escolher, mas o que eu sinto, é que as pessoas estão deixando que escolham por elas, e nem percebem.
A maioria das pessoas vivem em dois pontos extremos: ou aqui, ou lá. E quem não estiver onde estamos, merece todo o nosso desprezo, a nossa crítica e também todas as acusações. Acho isso triste, porque o que deveria ser importante, não é a preocupação com rótulos, as classificações que surgem a todo momento nas redes sociais, baseadas na idiotia que rege uma minoria não-pensante e que lastra como vírus contaminando cabeças antes sensatas. O importante, é aprender a ler nas entrelinhas daquilo que tentam nos fazer engolir, e deixar de ter tanto medo de julgamentos alheios. É importante ter coragem para dizer 'não' quando necessário, sem medo de parecer ridículo, já que os inteligentes e sensatos estão fazendo um papel muito feio.
Eu me sinto triste quando percebo que nos dias de hoje, muitas mulheres consideram uma desonra cuidar de uma casa, cozinhar ou ficar em casa tomando conta das crianças. Que mal há nisso? Façamos as nossas escolhas baseadas naquilo que realmente queremos, e não no que nos impõe! Após anos lutando contra a ditadura do mundo masculino, as feministas acabaram caindo em uma armadilha muito pior e ainda mais difícil de se livrarem: a ditadura feminista.
Todo extremismo é sinal de medo, vontade de cercar-se de muros e carapaças que evitem que arranhem a superfície de nossas convicções - pois não estamos, realmente, convencidos de que elas estão certas. Sejamos 'do lar' ou 'do bar', ou ambas as coisas, mas sem que para isso precisemos massacrar quem fez uma escolha diferente.
Um poema:
Correntes
Eu tiro tuas correntes,
E elas caem, pesadas
Rudes e enferrujadas
Sobre os dedos dos teus pés.
Conserto as asas quebradas
Ensinando-te a voar,
Te mostro a mesa de bar,
E o grito na garganta.
Te faço ter esperança
Desejando a liberdade,
Te ajudo a fazer alarde
E a mirar tua arma.
Mas depois que eu te deixar,
Jamais serás como eras:
A ave que antes cantava,
Gritará como uma fera!
Te levarei onde eu for,
E o amor que aprendeste
Será visto como um elo
Da tua antiga corrente!
Odiarás tua casa,
Teu espelho, teu irmão,
Mordendo, sem distinção,
Quem tentar chegar mais perto...
E quando tu perceberes,
estarás em um deserto,
Não mais lembrarás teu nome
(No teu ventre, uma outra fome...)
Do Lar
Antigamente, a palavra "lar" imediatamente nos invocava imagens de nosso cantinho preferido em casa, aconchego, segurança. Um lugar no qual poderíamos estar à vontade, totalmente desprovidos das máscaras sociais que precisamos, muitas vezes, usar durante o dia. Ah, o lar! O lugar mágico onde podíamos nos entregar a um bom livro, receber os amigos, fazer uma boa refeição...
Ultimamente, quando uma mulher é classificada como sendo 'do lar,' várias críticas surgem: entendem que ela é submissa, dependente, alienada. É preciso estar engajada em algum movimento. É preciso ser livre, emancipada, e 'do bar.' Bem, que cada um viva a vida da forma que escolher, mas o que eu sinto, é que as pessoas estão deixando que escolham por elas, e nem percebem.
A maioria das pessoas vivem em dois pontos extremos: ou aqui, ou lá. E quem não estiver onde estamos, merece todo o nosso desprezo, a nossa crítica e também todas as acusações. Acho isso triste, porque o que deveria ser importante, não é a preocupação com rótulos, as classificações que surgem a todo momento nas redes sociais, baseadas na idiotia que rege uma minoria não-pensante e que lastra como vírus contaminando cabeças antes sensatas. O importante, é aprender a ler nas entrelinhas daquilo que tentam nos fazer engolir, e deixar de ter tanto medo de julgamentos alheios. É importante ter coragem para dizer 'não' quando necessário, sem medo de parecer ridículo, já que os inteligentes e sensatos estão fazendo um papel muito feio.
Eu me sinto triste quando percebo que nos dias de hoje, muitas mulheres consideram uma desonra cuidar de uma casa, cozinhar ou ficar em casa tomando conta das crianças. Que mal há nisso? Façamos as nossas escolhas baseadas naquilo que realmente queremos, e não no que nos impõe! Após anos lutando contra a ditadura do mundo masculino, as feministas acabaram caindo em uma armadilha muito pior e ainda mais difícil de se livrarem: a ditadura feminista.
Todo extremismo é sinal de medo, vontade de cercar-se de muros e carapaças que evitem que arranhem a superfície de nossas convicções - pois não estamos, realmente, convencidos de que elas estão certas. Sejamos 'do lar' ou 'do bar', ou ambas as coisas, mas sem que para isso precisemos massacrar quem fez uma escolha diferente.
Um poema:
Correntes
Eu tiro tuas correntes,
E elas caem, pesadas
Rudes e enferrujadas
Sobre os dedos dos teus pés.
Conserto as asas quebradas
Ensinando-te a voar,
Te mostro a mesa de bar,
E o grito na garganta.
Te faço ter esperança
Desejando a liberdade,
Te ajudo a fazer alarde
E a mirar tua arma.
Mas depois que eu te deixar,
Jamais serás como eras:
A ave que antes cantava,
Gritará como uma fera!
Te levarei onde eu for,
E o amor que aprendeste
Será visto como um elo
Da tua antiga corrente!
Odiarás tua casa,
Teu espelho, teu irmão,
Mordendo, sem distinção,
Quem tentar chegar mais perto...
E quando tu perceberes,
estarás em um deserto,
Não mais lembrarás teu nome
(No teu ventre, uma outra fome...)
quarta-feira, 4 de maio de 2016
"VÁ SER FELIZ!"
“Vá Ser Feliz!”
Ontem, alguém me disse esta frase – não com a boa intenção que tem as pessoas de bem, mas para calar-me. Sempre ouço os bons conselhos, venham de quem vierem. Após aquele verdadeiro ataque de falta de destempero e educação ao qual eu mesma me submeti ao aceitar um simples convite, eu finalmente ouvi alguma coisa útil, mesmo que ela estivesse disfarçando uma grosseria: “Vá ser feliz.”
Percebi, após rever mentalmente a conversa que tivéramos, que tal pessoa estava coberta de razão: discutir com gente insensata e grosseira, que passou por algum processo de lavagem cerebral e só enxerga aquilo que decidiu enxergar, é falta de tempo, e compromete a felicidade de quem tem uma vida de verdade para viver. Na hora, respondi: “Já sou.” Mas depois, pensando melhor, acordei e vi que eu mesma estava me sujeitando àquele verdadeiro ataque de grosseria e idiotice, ao aceitar o convite e permanecer na arena. Ora, eu não tenho que ser alimento para hienas famintas... naquele momento, eu não estava sendo feliz.
Virei as costas e saí, trancando a porta – ou a porteira que segurava aquele rebanho de gente bovina, inconformada e infeliz, que tinham perdido seus cérebros no meio da lama daquele curral – e, respirando fundo, fui lá para fora, olhar as estrelas.
segunda-feira, 2 de maio de 2016
Promessas
Promessas são como jarros
Da mais fina porcelana
Que contém o melhor vinho
(E alguém, sem dó, derrama...)
A Natureza Humana
Um trecho do livro "A Arte da Sabedoria - 300 Máximas para Entender a Natureza Humana", por Baltasar Grácian (1601-1658, Belmonte, Espanha)
13- Perceber as segundas intenções - A vida dos homens consiste numa guerra contra a malícia dos outros. a astúcia se arma com estratagemas de má intenção: nunca faz o que indica, despista e em seguida ataca subitamente, sempre atenta e pronta para confundir. A fim de conquistar a atenção e a confiança, insinua uma intenção para, logo em seguida, mudar de posição e vencer pela surpresa. A inteligência perspicaz desvia-se da astúcia ao observá-la detidamente, espreitá-la com cautela, compreender o oposto do que a astúcia dá a entender e identificar de imediato as falsas intenções. A inteligência ignora a primeira intenção, aguardando a segunda e até mesmo a terceira. A simulação cresce ainda mais ao ver seu truque descoberto e tenta enganar contando a verdade. Muda de jogo, engana com a aparente falta de malícia. Sua astúcia se baseia na maior sinceridade. Mas a observação se adianta, enxerga através de tudo isso e descobre as sombras envoltas em luz. Decifra a intenção, que, quanto mais simples, mais ardilosa é. Assim se dá a luta da astúcia de Píton contra a fraqueza dos penetrantes raios de Apolo.
sábado, 30 de abril de 2016
Recatada ou Empoderada?
Recatada ou “Empoderada?”
Não quero ser recatada, nem quero me “empoderar.” Sob a minha foto, eu não quero nenhuma legenda, nenhum rótulo que me classifique em um dos lados da idiotia reinante neste país. Prefiro ser simplesmente quem eu quiser ser, uma dona de casa, uma professora, esposa, membro da família, amiga, uma pessoa apenas, e que não quero nem saber se me acham recatada ou “empoderada.”
Mas, se eu fosse escolher um dos lados, eu certamente preferiria ser recatada a sair por aí tirando as calças no meio da rua para defecar sobre fotografias de políticos ou seja lá de quem for. Prefiro ser “do lar” a cuspir no rosto de outra pessoa. E acima de tudo, prefiro não aparecer em fotografias segurando garrafas de bebida alcoólica e me comportando como um homem imbecil, achando que assim estarei assegurando meu “direito de ser livre e de ser mulher.”
Precisamos abrir os olhos e perceber que estamos adentrando o palco do ridículo, e que a plateia que está aplaudindo perdeu completamente a noção de tudo.
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