witch lady

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segunda-feira, 18 de abril de 2016

TCHAU, QUERIDA!




TCHAU, QUERIDA!


Mais uma vez, Ana Vagalume publicará um texto que deveria estar nas escrivaninhas do infer... digo, dos Cavaleiros do Apocalipse, mas devido à crise, figurará nas dependências desta séria e compenetrada escrivaninha, em caráter provisório, até que mude. Ou não.





Ia Ana Vagalume a caminhar alegremente pelas ruas e praças movimentadíssimas de Fake City (era dia da votação pelo impeachment) quando, ao passar por um belo jardim cheio de moitas, num canto escondido entre bandeiras vermelhas e camisetas vermelhas, ela escutou um conhecido e familiar soluçar de tristeza e indignação. Ela logo exclamou:

-Minha amiga, a Presidenta (ou será ex-Presidenta?) Dilma Tá Russef!

-Olá, vagalume. Veio aqui para pisar na minha cabeça também?

-Jamais, divina mestra! Vim tentar elevar o seu nível moral... e dizem que nada melhor do que exercícios físicos para conseguir este efeito anti-depressivo! Por que a senhora não vai dar umas pedaladas?



E a Presidenta começa a chhorar ainda mais alto, e Vagalume se desculpa:

-BUÁÁÁÁ!!!

-Oops..  fui mal.

Ao lado da Presidenta, que se encontrava ajoelhada numa poça de lama, causada pela mistura de suas muitas lágrimas à terra da Pátria Mãe Gentil que nunca enjeita, dormia uma cascavel muito parecida com alguém que Ana Vagalume conhecera, mas ela não conseguia lembrar-se quem seria.
Através de um autofalante, Dilma escutava a votação:




-Pela minha família, pelo meu cachorro, pela minha empregada Janete que é gostosa pacas, pela minha mulher que não se separa de mim, apesar da Janete, digo ao povo que voto SIIIMMMM!!!!!

-Pela moralização do país, pela Lava-jato que ainda não chegou até mim, pela minha querida Nação que tanto tem sofrido nas mãos deste governo corrupto (que se recusou a dividir as propinas comigo), eu voto SIIIMMMMM!



-Pelo país, pelo meu filho Joadir, pelo meu falecido pai, que a essa hora está revirando na tumba porque sabe que seu amado filho não tem nem ideia do que está falando, pelos pelos do meu gato, eu voto SIIIMMM!!!

-É com muito pesar que, amando e respeitando a nossa querida Presidenta da República, eu venho aqui para deixar registrado na história, o meu agradecimento ao PT e o meu voto contra o golpe; agradeço a nossa Presidenta e a Lula, que mudaram este país, mas infelizmente, meu partido me mandou votar com eles, ou eu seria mais uma entre os dez milhões de desempregados deste país; portanto, o meu voto é SIIIIIMMMM!!!!!



Dilma chorava copiosamente. Vagalume aproximou-se, tentando segurar-lhe a mão, mas de repente, a Jararaca deu um bote, impedindo-a, pensando que ela estivesse ali para fazer mal à sua querida. Ana Vagalume, recolhendo a mão mais que depressa a fim de salvar-se, ainda pode gritar:

-Calmaí! Eu sou amiga! A-mi-ga!

E a Jararaca, rosnando e espumando pela boca, recolheu-se. Ao ver Ana Vagalume, a Presidenta estendeu-lhe as mãos, e Vagalume, ajudando-a  a sentar-se, perguntou:




-O que posso fazer pela senhora, amiga?

-Não desistirei nunca, Vagalume! Daqui eu não saio nem à pedradas! Não vai ter golpe, vai ter LUTA!

-Querida, se você não mudar esse discurso mofado, não vai conseguir se safar... e cuidado, pois o pior pode ainda estar por vir... já pensou na OAB? Seria um golpe ainda maior na sua cabeça. Acho melhor a senhora renunciar.

-Renunciar?! Está ficando maluca?

-É a única maneira de a senhora sair com um pouco de dignidade.

-Tarde demais!

-É, tem razão.

-E nem o Tiririca ficou do meu lado! Pode?!



As bandeiras vermelhas se agitavam com cada vez mais fúria, aos gritos de:

-Vai ter sangue derramado! E vai ser verde e amarelo! Os coxinhas vão ser devorados! País de traidores que não leem, não entendem de política, não conhecem a História!

Ana Vagalume pensou (mas não verbalizou): “Ora, e esse pessoal aí de vermelho conhece a História? Estudou? Vou perguntar a eles onde foi que o Lula se formou, em que faculdade.”




Enquanto isso, passavam bandejas com comida, envelopes contendo trinta e cinco reais e kits passeata, que continham uma camiseta vermelha, uma bandeira vermelha, um Manifesto Comunista e uma caderneta com frases de efeito para serem gritadas durante as manifestações. E Dilma:

-Tanto sacrifício para nada! (chuif)... passei horas cortando pão e colocando mortadela para que o povo não passasse fome, e mandei organizar um bufê de alto luxo para os deputados em Brasília, e mesmo assim, após comerem da minha comida, ainda votaram contra mim!




Ana Vagalume, olhando mais de perto, percebeu que as bandejas dos “trabalhadores” estavam cheias de caviar, lagostas, canapés caríssimos e outras iguarias de fino trato, e as bebidas, eram garrafas de Moet & Chandon, vinhos  Chateauneuf du Pape e muito escocês legítimo. Com muito cuidado – pois não queria deprimir ainda mais a Presidenta, Vagalume chamou-lhe a atenção para aquele detalhe:

-Querida... lanchinho luxuoso esse, hein? O povo deve mesmo amar a senhora, e a senhora, o povo!

Ao ver tais iguarias sendo degustadas com as mãos pelo povaréu, Dilma, levando as mãos à cabeça, exclamou, desesperada:

-Ah, não! Mas que meeeerda! Eles trocaram as entregas! Trouxeram a comida que era para o coquetel  dos deputados aqui, e levaram os sanduíches de mortadela e o ki-suco para lá!



Ana Vagalume observou:

-Não é à toa que a senhora está perdendo...

Naquele momento, a Jararaca, que estivera quieta durante a conversa, exclamou:

-Mas que droga, hein, querida! Num posso deixa você resolver nada sozinha, que dá merda! Santa incompetência!



Diante daquela bronca, nossa amiga (ex)Presidenta só pode chorar ainda mais copiosamente! E Ana Vagalume, que não desejava ser vista em más companhias, afastou-se dali usando seus óculos escuros estilo Chico Xavier, pensando:

-E agora, quem será o próximo?


quinta-feira, 14 de abril de 2016

VINGANÇA


 








 
Escrevo em letras vermelhas
Nas linhas azuis do papel.
Derramo o sangue do passado
Sobre o verde e o amarelo.

Para mim, não há mais nada
Que eu considere belo,
Desenhei, com nanquim preto,
Uma mancha na paisagem.

Desejo deixar a marca
Do meu rosto, na passagem,
Ser um ícone da história
Sangue derramado em glória!

-Eu não consigo esquecer,
Não consigo perdoar
O que me fizeram morrer,
O que me fizeram matar!

As bandeiras que eu levei
Sobre os ombros, já queimadas,
O poder que eu ansiei
Finalmente conquistado,


Foi o meu maior legado,
Meu pedaço de esperança
A arena, onde tracei
O meu plano de vingança!

Tirarei deste país
Tudo o que me foi tirado,
E dividirei o povo
Entre presente e passado!

Minha cor é o vermelho,
O meu símbolo, uma foice.
Meu desejo de poder
Cheira à morte e iniquidade!

A maldade, eu pagarei
Com o sumo da maldade,
Para todos mentirei
Que tenho boa vontade...

Direi: “Nunca na história
Deste país desgraçado
Houve ou haverá tal circo
Com palhaços mascarados!”

E o que sobrar depois,
Será dado por legado
Em partes bem dividas
De um país naufragado!



quarta-feira, 13 de abril de 2016

Atrapalhando?


Meus três amores






Já era um pouco tarde, logo após a saída de meu último aluno: nove da noite. Fui para a cozinha a fim de preparar o jantar. Enquanto lavava a louça, picava legumes e andava de um lado para o outro, ia me desviando de bolinhas de borracha e outros brinquedinhos que os meus cachorros deixaram espalhados no chão, e Mootley e Leona me seguiam como se fossem a minha sombra. Tinha que tomar cuidado para não tropeçar neles! Ao mesmo tempo, meu marido disputava comigo um espaço na bancada da pia - que já é pequena.

Por um instante, eu me irritei, e disse:

-Mas vocês não tem jeito mesmo, hein? Se não pararem de ficar no caminho, não vou conseguir terminar o jantar!

Meu marido me olhou, e os cachorrinhos, sentados em um canto da cozinha também me observavam, Mootley com seu caranguejo de borracha na boca. E então meu marido me surpreendeu, dizendo:

-Olhe bem em volta: Não é maravilhoso que estejamos aqui atrapalhando você?

Parei o que estava fazendo, o pano de prato no ombro, o tempero fritando na panela. Senti o quanto aquele momento faria parte das minhas ótimas memórias, e abraçando meu marido, respondi:

-É verdade!






SOBRE A BELEZA...









“Uma mulher bonita não é aquela de quem se elogiam as pernas ou os braços, mas aquela cuja inteira aparência é de tal beleza que não deixa possibilidades para admirar as partes isoladas.” 
Sêneca






“O que mexe com a libido das mulheres não é a beleza física é a inteligência. Tanto que revista de homem nu só vende para gays.” 
 Pedro Bial






“Quem tentar possuir uma flor, verá sua beleza murchando. Mas quem apenas olhar uma flor num campo, permanecerá para sempre com ela. Você nunca será minha e por isso terei você para sempre.” 
Paulo Coelho






“Na simplicidade aprendemos que reconhecer um erro não nos diminui, mas nos engrandece, e que as pessoas não existem para nos admirar, mas para compartilhar conosco a beleza da existência.” Roberto Shinyashiki





“Uma pessoa é bela, não pela beleza dela, mas pela beleza nossa que se reflete nela...” 
Rubem Alves







“A beleza é uma tirania de curta duração.”
 Sócrates







“A beleza interessa nos primeiros quinze dias; e morre, em seguida, num insuportável tédio visual.”  Nelson Rodrigues










"Devem-se escolher os amigos pela beleza, os conhecidos pelo caráter e os inimigos pela inteligência.” 
 Oscar Wilde










segunda-feira, 11 de abril de 2016

Naquela Flor





...E havia algo naquela flor,
Uma lágrima caída,
Formatada em dor.

Pétala encolhida,
Ressentida,
Vazia de amor.

Mas breve foi seu tempo,
Sua história,
Seu tormento...

Porém, eu a vi,
Soube de sua existência,
Gravei seu momento.




quarta-feira, 6 de abril de 2016

PENSAMENTOS PARA O MOMENTO QUE VIVEMOS











DESCARTES





"Não há nada no mundo que esteja melhor repartido do que a razão: toda a gente está convencida de que a tem de sobra." 





"A multidão de leis freqüentemente presta desculpas aos vícios."






"Quando se é demasiado curioso de coisas praticadas nos séculos passados, é comum ficar-se ignorante das que se praticam no presente."








SÓCRATES




"A mentira nunca vive o suficiente para envelhecer."







"É costume de um tolo, quando erra, queixar-se do outro. É costume do sábio queixar de si mesmo."



"O poder se torna mais forte quando ninguém pensa."





PLATÃO



"A punição que os bons sofrem, quando se recusam a agir, é viver sob o governo dos maus."





"O maior castigo consiste em ser governado por alguém ainda pior do que nós, quando não queremos ser nós a governar."







"Jamais se deve proceder contra a justiça. Nem mesmo retribuir a injustiça com a injustiça, como pensa a multidão, pois o procedimento injusto é sempre inadmissível."





MAQUIAVEL



“Todos os Estados bem governados e todos os príncipes inteligentes tiveram cuidado de não reduzir a nobreza ao desespero, nem o povo ao descontentamento”.







“Uma república sem cidadãos de boa reputação não pode existir nem ser bem governada; por outro lado, a reputação dos cidadãos é motivo de tirania das repúblicas”.






“São tão simples os homens e obedecem tanto às necessidades presentes que quem engana encontrará sempre alguém que se deixa enganar”.







“Os que vencem, não importa como vençam, nunca conquistam a vergonha”.







“O homem esquece mais facilmente a perda do pai do que a perda do patrimônio”.







“Em política, os aliados de hoje são os inimigos de amanhã.” 






“Como é perigoso libertar um povo que prefere a escravidão!” 






“Nada é mais difícil de executar, mais duvidoso de ter êxito ou mais perigoso de manejar do que dar início a uma nova ordem de coisas. O reformador tem inimigos em todos os que lucram com a velha ordem e apenas defensores tépidos nos que lucrariam com a nova ordem.” 







“Não é a violência que restaura, mas a violência que arruína que é preciso condenar.” 







segunda-feira, 4 de abril de 2016

MORNING




Morning light has broken
The flower vases,
Just like the jokers
Sometimes break the aces.

There is a new mystery
That shines with these rays
Of the sun, which trespass
The water and the glass.





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