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sábado, 12 de outubro de 2013

O Manual Para a Vida - Epicteto - Parte II






Trechos de "O Manual Para a Vida", de Epicteto





"Se alguém lhe chama a atenção disso e fala mal de você, não se defenda contra o que ele lhe acusa, mas responda: 'Ele não conhece as minhas outras faltas, ou então ele não teria mencionado apenas estas.' "






"Você só irá descobrir o que é apropriado esperar do seu vizinho, cidadão ou governante, se você criar o hábito de considerar as relações implícitas ao gênio e a personalidade de cada um deles."





"Se qualquer um entregasse o seu corpo ao primeiro que encontrar, você ficaria indignado, mas ainda assim você confia a sua mente ao primeiro transeunte casual e permite com que ela fique perturbada e confusa, se ele vier a lhe agredir verbalmente; você não se envergonha disso?"





"Assim como um alvo não é fixado para que nunca venha a ser atingido, da mesma maneira não existe nada intrinsecamente maligno no mundo."





"A religião dos homens é mantida pelo seu interesse."






"A lembrança de que um dia vamos morrer é a melhor maneira que já encontrei para evitar a ideia de que temos algo a perder. Você já está nu, não há nenhuma razão para temer seguir o seu coração."





"Nunca te intitules Filósofo nem fales demasiado sobre os Princípios com os iletrados; faz, antes, o que deles decorre. Assim, num banquete, não discutas como devem as pessoas comer, mas come como é devido. Lembra que Sócrates evitava inteiramente a ostentação. As pessoas vinham a ele encaminhadas a filósofos, e ele próprio as encaminhava, tão bem suportava ser desdenhado. Da mesma maneira, se alguma conversa relativa a princípios ocorrer entre os iletrados, procura guardar silêncio. Pois corres o risco de vomitar o que digeriste mal. E quando alguém te disser que não sabes nada e tu não te apoquentares com isso, podes estar certo que estás finalmente no bom caminho."





MONTANHAS









Montanhas



As montanhas se estendem
Ansiando um infinito
Que não compreendem,
Pois tem sopés presos ao chão
E os pássaros que voam sobre os cumes
Causam uma certa loucura.

Anões, tentamos galgar-lhes as alturas,
Tolos e aflitos,
Tão tolos quanto as montanhas
Que jamais verão o infinito!


Minimalistas







Leve

Só o peso de uma palavra
E aquele momento teria ruído!
Um pequeno julgamento,
Um erguer de sobrancelha,
Um suspiro mais aflito,
E toda a magia teria sumido!

Prendi o fôlego, estanquei
Quando o colibri beijou o vidro!











Formiga

Aplico o veneno no tronco,
E as formigas tombam,
Qual gotas negras e pesadas
Caindo de um céu hediondo!









Passarinho


Passarinho fez seu ninho
Num galho, à minha janela.
Acordo voyeur,
Vislumbro a dança dos bicos
De pequenos pássaros ainda despidos.



quinta-feira, 10 de outubro de 2013

Dependência

Latifa ainda bem jovem, segurando sua bola furada - que pertencera a um vizinho e caiu no meu quintal; infelizmente para o vizinho, ela a encontrou antes que eu pudesse devolvê-la.


Às vezes, penso que minha cadelinha Latifa tem um botão de liga e desliga. Ele é acionado toda vez que estou perto dela; ela me segue aonde quer que eu vá. Se estou no jardim, ela se transforma: corre e pula, late ao portão, 'discute' com o cão do vizinho (ele é seu sonho de consumo), deita-se ao sol sobre o gramado, e de vez em quando, chega mais perto para uma carícia. Se estou dentro de casa, ela deita-se aos meus pés, e muitas vezes, se estou assistido TV, por exemplo, deparo com os olhos dela presos em minha pessoa, como a esperar algum comando. Se me levanto do sofá, ela imediatamente me segue.

Mas quando eu a deixo lá fora, nos dias de sol e calor, ela aperta o botão de desligar. Deita-se sobre seu colchão e dorme, dorme, dorme... o dia todo. Nem mesmo o cão do vizinho é capaz de estimulá-la. Se passarem cavalos pelo portão, ela os ignorará.

Tudo isto começou em 2011, após a morte de meu outro cão, Aleph, sete anos mais velho que ela. Os dois estavam sempre juntos. Aleph teve uma paciência de Jó quando Latifa era pequena, suportando seus arroubos de criança, as patas traseiras mordiscadas por ela enquanto ele andava, e mais tarde, quando ela já estava adulta, muitas vezes eu e meu marido tivemos que ir ao canil durante a noite, sob tempestades, a fim de fazer com que ela dividisse o espaço (bem grande) com o Aleph; geralmente, escutávamos os choramingos do Aleph, e ao chegarmos ao canil, deparávamos com ele sentado na chuva, olhando para dentro, enquanto Latifa estava completamente espalhada sobre os colchõezinhos e cobertores, placidamente adormecida.

Ela dava sempre uma rosnadinha quando a empurrávamos para que ele pudesse deitar-se; meu marido ralhava com ela. Às vezes, precisávamos ser mais duros, e dávamos umas palmadas... imagine só, é meia-noite de uma fria noite chuvosa de inverno, e você está lá fora, gelado e encharcado, tentando resolver um impasse entre dois cães. E quando as palmadas aconteciam, Aleph deitava-se ao lado dela, encharcado e mau-humorado. Rosnava para nós por termos perdido a paciência com ela.

Quando ele se foi, Latifa viu quando o veterinário o colocou na mala do carro para nós, que o levamos ao crematório. Quando voltamos, ela pulava em volta do carro, latindo muito, e a cena repetiu-se ainda durante algumas semanas. Quando meu marido chegava em casa à noite, ela andava em volta do carro, farejando tudo, choramingando e latindo. Quando via que o Aleph não tinha voltado, caia em tristeza profunda. Eles tinham lá suas discussões, mas se amavam.

Após a morte do Aleph, ela ficou bastante emocionalmente dependente. Começou a desenvolver alergias ocasionais na pele  e engordou bastante.  E recentemente, após sofrer pneumonia, o veterinário recomendou que em dias frios ela ficasse dentro de casa, o que deixou-a a inda mais dependente de nós. Principalmente, de mim. Dou aulas com a Latifa deitada na cozinha, de onde ela pode enxergar-me.

Neste momento, faz um sol lindo lá fora, mas como estou aqui, ela apertou o botão de desligar. Gostaria que ela fosse mais independente.



quarta-feira, 9 de outubro de 2013

Provérbios Populares



Provérbios populares, nascidos nas casas, conversas e cozinhas ao longo dos anos. Autores desconhecidos.

Fonte: Wikipedia










A Ambição é filha do orgulho.




A cão mau, corda curta.




Achar e guardar é furtar.




À desgraça ninguém foge.




A gratidão é a memória do coração.




Além ou aquém, sempre vejas com quem.




Alfaiate mal vestido, sapateiro mal calçado.




Anda-se toda a vida a aprender e morre-se sem saber.







Basta uma ovelha ranhosa para perder um rebanho.




Bem sabe a burra, diante de quem zurra.




Bom é ter amigos, nem que seja no inferno.




Burra velha não toma carreira, anda sempre da mesma maneira.




Burro com fome, cardos come.




Burro que geme, carga não teme.







Cabeça vazia é oficina do diabo.




Candeia que vai à frente alumia duas vezes.




Cão que late não morde.




Casarás, amansarás e te arrependerás.







Da ovelhinha me livre Deus, do lobo me livro eu.




De grão em grão a galinha enche o papo.




De janeiro a janeiro o dinheiro é do banqueiro.




De manhã a manhã perde o carneiro a lã.




Deus inventou o futebol, mas o diabo o treinador.







É fácil educar os filhos dos outros.




É nos tempos maus que se conhecem os bons amigos.




É o amor que faz o mundo girar.







Ferro se malha enquanto está quente.




Formosura pouco dura.




Freiras e frieiras, é coçá-las e deixá-las.








Gaivotas em terra tempestade no mar.




Galinha que canta é que é a dona dos ovos.




Guarda te do homem que não fala e do cão que não ladra.










Há mais olhos no mar do que viventes na terra.




Há mil modos de morrer e um só de nascer.




Há remédio para tudo menos para a morte.







Ignorante é aquele que sabe e se faz de tonto.




Intenção sem ação é ilusão.




Ira e cobiça não queiras havê-las por companheiras.




Ir a lã e ser tosquiado. ignorante é aquele q sabe e se faz de tonto







Julgamos aos outros por seus atos e a nos mesmos por nossas intenções.










Ladrão de tostão, ladrão de milhão.




Lágrimas de herdeiro, risos sorrateiros.




Ladrão que rouba ladrão tem cem anos de perdão.




Longe dos olhos, longe do coração.




Livros e amigos devem ser poucos, mas bons.







Macaco senta no toco para ver o rabo dos outros.




Macaco velho não mete a mão em cumbuca.




Mais vale burro vivo do que sábio morto.




Mais vale não dizer nada do que nada dizer.







Não dura muito o homem rico e poderoso, é semelhante ao gado gordo que se abate.




Não só de pão vive o homem, mas de toda palavra que sai da boca de Deus.




Na adversidade é que se conhecem os amigos.







O ruído faz pouco bem, o bem faz pouco ruído.




O temor de Deus é o princípio da sabedoria.




O amor é como a lua, quando não cresce, míngua.







Pau que nasce torto nunca se endireita.




Paciência é uma virtude.







Rei morto, rei posto




Roupa suja se lava em casa







Se trabalho desse camisa, jegue não andava nu.




Suspiro de rato não derruba queijo.




Ser humilde não é saber ser diferente, e sim saber ser igual.







Todos querem um mundo melhor para os filhos, quando deveriam querer filhos melhores para o mundo.








Umbaúba, quanto mais fina, maior é o oco




Urubu quando está infeliz, cai de costas e quebra o nariz.







Vaso ruim não quebra.




Viúva rica com um olho chora e com outro repenica.




Voz do povo, voz de Deus.










Xales ao vento, donas ao relento.




Xarope bem feito, nem sempre surte efeito.




Xaxado só dança quem sabe.










Zangam-se as comadres, descobrem-se as verdades.




Zelo mostra o que o coração sente.




Zeloso que não sabe dar a capa, não tem bom zelo.




Zomba das cicatrizes quem nunca foi ferido.




Zombai com o tolo em casa, zombará convosco na praça.




Zombar dos bons conselhos é dispor para as ruínas.




Zorro deitado não pega mosca.




Zurra o jegue, botam-lhe o cabresto.




Zurros de burro não chegam aos céus.





Receita de Liquidificador



Nada mais prático do que, em um daqueles dias em que não estamos nos sentindo inspirados para encarar a cozinha - talvez porque não temos muitas opções na despensa, já que estamos igualmente preguiçosas demais para encarar o supermercado - possamos fazer algo rápido, fácil e gostoso.

Lembro-me que meu sobrinho adorava meus 'bolos de liquidificador.' É simples: basta juntar:

-1 copo de trigo
-1 copo de leite
-meio copo de óleo
-temperos à gosto (às vezes eu só colocava salsa e cebolinha picadinhas)
-1 pacote de queijo ralado


Bata tudo no liquidificador. A massa fica molinha mesmo. Depois, coloque em tabuleiro untado, não muito grande, com manteiga e farinha de trigo.

Recheio:

-sobras (pode ser presunto picado, carne moída, uma latinha de atum, legumes que sobraram da refeição anterior, muçarela picada, espinafre, enfim, use a imaginação e o que estiver disponível na geladeira ou na despensa. 

Cobertura:

-Pode cobrir com queijo ralado ou muçarela em tiras, azeitonas e tomates cortados em rodelas.

Leve ao forno. Não especificarei por quanto tempo, pois cada fogão é diferente, e a temperatura local também influencia. Melhor é, após uns quinze ou vinte minutos, testar com o garfo. Se estiver douradinho e cozido, é só servir. Pode acompanhar com uma salada de folhas verdes e/ou arroz, ou até mesmo, servir como prato único, se a preguiça for grande demais. Mas, se ela for ainda maior do que eu estou pensando, não hesite: encomende uma pizza.



Caminhos e Ilhas





Caminhos vários entre as trilhas
Passos que recolhem milhas
As filhas do tempo
Perdidas nas ilhas,
Isoladas pelo pensamento.

Barcos naufragam com o vento,
As trilhas cobrem-se de escombros,
E tudo: o tempo, a distância, o pensamento,
Desfazem, dos barcos, as quilhas.

Nós naufragamos; o mar nos traga,
Somos criaturas sem famílias,
Sozinhos nessa imensidão
Construímos pontes entre as ilhas
Para enganar a solidão.


segunda-feira, 7 de outubro de 2013

CURTINHAS






Acho que dentro do coração não existe tempo.




Coma as nozes, não as cascas.





Acho que este é o ciclo da vida: amar, entregar-se, quebrar-se, juntar os cacos e montar alguma outra coisa.




A ingratidão afasta a alegria.




A sacolinha do ego tem um buraco no fundo.






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