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segunda-feira, 7 de janeiro de 2013

Solidariedade



Muitas vezes, pecamos pelo excesso; com toda certeza, nossa alegria ou nossa tristeza não podem mudar o curso do que acontece ali, na casa vizinha, mas existe uma coisa fundamental que passa pela política dos bons relacionamentos, do carinho e do respeito: a solidariedade. Principalmente, aos que são de nossa própria casa!

Quando eu sei que alguém está demasiadamente triste, não acho que seja  de bom tom que eu coloque música alta e faça um churrasco com direito a pagode, principalmente, quando eu conheço intimamente a pessoa que vive ao lado. Mesmo que a minha discrição não possa mudar a situação de quem estiver sofrendo, eu posso demonstrar, através de uma atitude respeitosa, que eu me importo com o sentimento daquelas pessoas. Por que não colocar a música em um volume mais baixo?

É triste constatar a indiferença e a falta de solidariedade daqueles que deveriam estender-nos a mão e dizer uma palavra de carinho em horas difíceis. Quem age assim, com total indiferença a respeito do que acontece na casa ao lado, corre o risco de causar uma mágoa profunda naqueles a quem atinge. Sem contar que, no futuro, poderá receber dos outros a mesma atitude em relação a si.

O mundo anda tão multifacetado... as pessoas já nem conhecem mais os seus vizinhos! Mas é muito cruel quando os conhecemos, e sabendo exatamente sobre as horas de dor que eles vem atravessando,  mesmo assim, fazemos questão de demonstrar nossa indiferença a eles,  sendo insensíveis e cruéis.

É tudo uma questão de bom senso: o volume da minha música, minhas atitudes perante a situação de quem está triste, as palavras que eu escolho para abordar certos assuntos, o telefonema ou a visita solidários... apenas para mostrar que estamos ali para o que for preciso. Tudo isso faz uma enorme diferença naquilo que denominamos 'boa convivência.'


                                                                                  *

Reclamas...






Reclamas atenção, cuidados, amor,
Mas não os distribui a quem te cerca...
Dissecas palavras, em busca de significados
Que não existem,
Queres ser alegre, tornando tristes
Aos que tentam achegar-se.

Partes as partes que tristes, partem...
Sonhas o Nirvana, mas vives em Marte...


*

Pensamentos - Eliphas Lévi




"Diz um provérbio vulgar que o inferno está cheio de boas intenções. Isto não é verdade. Estrelam o céu as boas intenções que produziram sobre  a Terra as ações virtuosas, e o inferno está cheio com as más intenções dos que queriam encher o céu de falsas virtudes."  


"Os verdadeiros amigos não se separam realmente. Deus preenche todas as distâncias e não deixa vazio entre os corações."


"A morte não é o fim da vida nem o começo da imortalidade. É a continuação e a transformação da vida."



"Todo homem que está pronto para morrer é verdadeiramente vivente, porque é imortal na sua alma. Todas as iniciações antigas tinham por fim achar ou formar tais homens."


"O mago dispõe de uma força que conhece, o feiticeiro abusa da que ignora. O mago é o soberano pontífice da natureza; o feiticeiro, seu profanador."


"Nada atormenta mais o mal que o bem. Nada atormenta mais a loucura que a razão."


"Fé e razão! Dois termos que o homem julga opostos e que são idênticos!"


Eliphas Lévi (1810-1875) era um mago francês que teve vida conturbada entre monastérios e abadias, processos, prisões, punições e expulsões da igreja, mas seus textos alcançaram grande reputação. Restaurou antigos conhecimentos ocultos, reinterpretou o tarô, conheceu profundamente o hermetismo e a cabala. Influenciou grandes intelectuais da sua época, como Honoré de Balzac, Alexandre Dumas e André Breton.

MISSA








      
Entre as colunas do templo
Jazem as rezas
Prendem-se os dogmas
E as almas sentam-se
Sobre as pedras.

Um vento passa, ligeiro,
Só uma brisa
Que traz um breve
E leve cheiro
De incenso e mirra.

Minha alma se estira,
Se estende,
Mas não se eleva...

Entre as colunas do templo,
Sob as luzes,
Há uma promessa
De treva.

*

domingo, 6 de janeiro de 2013

Serás...





Serás
Ainda por um tempo
A primeira frase que amanhece comigo,
E o rosto 
Que vejo ao adormecer.

Serás a autora 
Da primeira frase 
Que me vem à mente
Toda vez que eu estiver
Distraída, pensativa...

Serás para sempre
A lembrança ardida,
A palavra viva,
Que descansará
Na curva da memória,

Serás, eternamente,
Pedaço 
Da minha história.

*

sábado, 5 de janeiro de 2013

Talmude





Três coisas podem mostrar o que um homem é: sua taça, quando transborda, sua bolsa, quando está cheia e sua ira.




Quem é rico? Aquele que está contente com sua parte.



Um homem descobre todas as fraquezas de seus amigos, mas nunca a s suas próprias.



A oração sem reflexão se parece com um corpo sem alma.




Quanto mais um homem sábio envelhece, mais sábio ele se torna; quanto mais velho um tolo, tanto mais ele ensandece.



Pensamentos do Talmude - o Livro Sagrado dos judeus.





Recomeço




As compras no supermercado
(O estômago e as urgências)
Preparar as novas aulas
Varrer, limpar, arejar,
Muita roupa a ser passada,
A casa a ser arrumada.

Ervas daninhas no jardim
Precisando ser arrancadas...
Uma vida que exige
Ser vivida, ser cuidada.

-E a saudade atrás da porta,
A tristeza atrás da porta,
A ferida ainda aberta
Precisando ser curada...

Caminho por esta casa
A procura de mim mesma,
Dos pedaços desprendidos
Que precisam ser colados...

A imensa colcha da vida
E os retalhos já rasgados
Caídos no Grande Abismo...
-Ficarão sempre faltando
Naquilo que for cerzido.

Felicidade





A felicidade está muito além do que nos acontece; ela mora diante do olhar, quando, por trás da mais imensa tristeza, conseguimos olhar para o mundo e achá-lo lindo, apreciando a beleza de uma paisagem, o som de um passarinho cantando, crianças brincando, a inocência de um animalzinho.

A felicidade está em achar sentido nas coisas mais corriqueiras; nosso trabalho, nossa casa, as pessoas que nos cercam, um pedaço de céu, a vivência dos nossos talentos.

A felicidade mora na compreensão daquilo que o outro é ou tenta ser, na tolerância com o direito de cada um de ser o que é, dizer o que pensa, escolher os próprios caminhos.

A felicidade está também nas nossas memórias; é mais sábio guardar o que foi bom, as lembranças agradáveis das pessoas que se foram, as cores e os cheiros dos nossos melhores dias, para que possamos, nas horas vagas, fechar os olhos e reviver tudo o que ficou do que já se foi.

A felicidade é um estado de espírito, como alguém já disse; ser feliz é uma vocação, embora, para alguns, a felicidade alheia seja constantemente vista como uma provocação. 

Que ser feliz dependa da maneira como eu vejo as coisas, encaro as minhas perdas e vitórias, amo meu trabalho, cuido de minha casa e das pessoas que amo; que a minha felicidade dependa sempre mais de mim do que daquilo que me acontece. E acima de tudo, que eu jamais me transforme naquela pessoa vocacionalmente infeliz, que fica por trás da vida alheia, desejando que alguém caia para que ele possa sentir prazer através da tristeza do outro.

Antes, Matar a Morte




A vida não é senão um contínuo morrer e uma ânsia contínua pela outra vida superior.




O paraíso do supremo deleite espiritual está fora e acima da mera razão; o frio e inerte raciocínio animal do homem não pode alcançá-lo.






Anda, anda, anda. Segue inflexível e retoma o teu caminho de cometa, de vida em vida, de mundo em mundo, até voltares em triunfo ao seio de onde vieste.




sexta-feira, 4 de janeiro de 2013

Pensamentos - Sabedoria Chinesa







"O sábio fala com o coração. O tolo coloca o coração na língua."


"A grande sabedoria da vida consiste em se suportar as coisas que não tem a menor importância."


"Convém pensar na fonte ao beber a água."




Siga Seus Instintos!




Acostumamo-nos a não ouvir nossos instintos, e te-los como algo místico, supersticioso, incrível. Ridicularizamos aqueles que tem premonições ou sonhos estranhos, e rimos deles quando eles, angustiados, os relatam.

Já narrei aqui o sonho que tive antes da doença de minha mãe; ela me aparecia muito triste, carregando uma bolsa de papelão forrada de plástico grosso, com padrão de rosinhas miúdas, e me dizia que iria viajar e que por isso, não passaria o natal conosco. Eu a abraçava e pedia que ficasse, mas ela apenas repetia que não poderia passar o natal, pois tinha que fazer uma longa viajem. De repente, olhei em seus olhos e ela chorava lágrimas de sangue. Depois disse -me para que não ficássemos tristes, pois o Pai tinha planos para todos nós. Bem, todos sabem o que aconteceu depois.

Não foi a primeira vez que me aconteceram sonhos assim. Também sonhei, antes da morte de meu pai, que um homem desconhecido, acompanhado de um garoto, conversava comigo no quintal de casa, dizendo-me para que eu me preparasse, pois perderia alguém de minha família em breve. Isto foi há quase trinta anos. Meu pai morreu mais ou menos um mês depois daquele sonho.

Também houve ocasiões de eu dizer coisas para as pessoas (não sei de onde vieram) que se confirmaram; engraçado, é que enquanto eu as afirmava, sem base nenhuma, eu mesma me censurava, pensando: "Ana, como você pode dizer uma coisa dessas, assim?!" Mas elas aconteceram exatamente como eu tinha dito.

Precisamos aprender a dar ouvidos aos nossos instintos. Eles não tem nada de sobrenatural, são apenas pequenos - ou grandes avisos, que nos preparam ou ajudam a evitar certas situações. 

No dia em que minha mãe deu entrada no primeiro hospital, ela foi antes até a cantina e comprou uma paçoquinha. Minha irmã, que estava com ela, censurou-a, dizendo: "Mas mãe, você está amarelinha, com problema de vesícula, não pode comer paçoca!" Minha mãe respondeu: "Mas eu vou comer, Estou com vontade, e vou comer." Minha irmã insistiu, dizendo que não ia deixar, mas minha mãe, irritada, bateu o martelo: "EU-VOU-COMER-ESTA-PAÇOCA!" E comeu.

Um dia, já no hospital onde foi operada, ela me olhou e sugeriu: "E se eu fugisse?" E eu: "Como assim, fugir, mãe?Você tem um problema grave, está toda amarela... se a vesícula infeccionar, você pode não ter tempo de ser atendida!" E ela: "Eu já fugi uma vez" (referia-se a uma ocasião em que desistira, já no hospital, de uma cirurgia dentária, apenas desaparecendo do mapa sem avisar a ninguém); "Já estou velha mesmo, se eu morrer, pelo menos eu morro inteira. E se eu morrer na cirurgia?" Senti um arrepio na espinha e uma voz que me dizia: "Leva ela embora daqui!" Mas eu não escutei.

Minha irmã teve essa mesma vontade, um outro dia, e também não obedeceu. Acho que ambas tivemos medo do que poderia acontecer se a levássemos embora, e que a responsabilidade seria toda nossa... nos preocupamos mais com o que pensariam de nós, as consequências para nós, e não para ela.

Aprendi que, da próxima vez que eu tiver um instinto muito forte, irei escutá-lo. Quem sabe, minha mãe ainda poderia estar aqui?

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Este é um post para divulgação do livro de Gabriele Sapio - Wyna, Daqui a Três Estrelas. Trata-se de uma história de ficção científica, cuj...