Nada
procuro,
Eu não procuro nada,
Mas há
sempre alguma coisa
Que me
acha,
Que se
esborracha, de repente,
Contra a minha vidraça,
E suja o vidro,
Macula a paisagem
E trava a
minha alma.
Não procuro,
Não procuro
nada,
E rezo a
Deus, sempre,
Que nada me
encontre,
Que nada me
ache,
Que nada me
afronte.
Mas eu acho
Que sirvo
de fonte
Às línguas
cansadas,
E sou
corrimão
Onde as mãos
indolentes
Se apoiam
Tentando
subir
Minhas
escadas.
Eu não
procuro,
Não me
interessa,
Só quero o
direito
De permanecer
quieta,
Dormir
abraçada
A esse
dragão tão antigo
Que me
aquece
E aos
poucos, me mata.
Olá. Que belo poema!!
ResponderExcluirA última estrofe é singular.
Muito bonito Ana este nada querer enquanto a noite cresce nos olhos e no corpo.
ResponderExcluirAbraços na bela semana
Há tanta coisa que não é preciso procurar porque seremos encontrados por aquilo que nos pertence. Gostei do poema.
ResponderExcluirUma boa semana.
Um beijo.
Um belo, sensível e profundo poema!
ResponderExcluirBeijos e feliz semana!