Na queda livre,
Enquanto te lamentas e medras,
Eu deixo os olhos à altura
Das flores e das pedras;
Vislumbro cores, sinuosidades,
E aspiro a relva.
Mergulho os dedos na lama da vida,
E me levanto aos poucos, ilesa,
Enquanto tu permaneces presa
Contando escaras doloridas.
Eu me levanto sempre, se tropeço
Ou se me empurram, quando distraída.
Se estou no chão, eu ergo o meu olhar
E admiro as aves a passar
Acima de mim; esqueço a dor.
Eu vejo o céu, as nuvens, as estrelas,
Enquanto tuas lágrimas te impedem de vê-las,
Porque teus olhos
Não têm amor.
Eu me concentro sempre na beleza,
E tu, na tristeza.
Bela construção Ana e há reflexão neste comportar-se.
ResponderExcluirUma bela tradução do poder de reação que exercita-se continuamente e vira um modo de ser.
O final é fantástico nesta conclusão entre a tristeza e a beleza.
Show de inspiração amiga.
Bjus.