witch lady

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quinta-feira, 23 de outubro de 2014

Características

Imagem: casa Irlandesa construída entre pedras


Minha casa é uma antiga casa reformada, e o construtor do projeto inicial cometeu alguns erros que só percebemos depois que começamos a reforma - e que até hoje, não conseguimos consertar, por mais que tentemos. Por exemplo: na parede da sala que fica à direita da porta de entrada, cresce um mofo que se alastra pela parede dianteira, e que faz estourar a tinta com o tempo. Nesses onze anos que vivemos aqui, já tentamos vários recursos, mas o fato é que após um ou dois anos o mofo sempre volta a aparecer. E aí é recomeçar tudo de novo: quebrar o reboco, tentar algum produto mágico e milagroso que, segundo todos prometem, "desta vez resolverá o problema" e aguardar... até que o tal mofo volte a crescer.

Quando compramos a casa, as paredes da sala eram recobertas por lambris de madeira, que aparentemente estavam bons, mas que na verdade, estavam podres e cheios de formigas por trás. Ao retirá-los, deparamos com a realidade: as paredes em frangalhos. Desde então, lidamos com pedreiros, argamassa, isolantes e tintas a pelo menos cada dois anos.

Certa vez sugeri ao meu marido que simplesmente aceitássemos a casa como ela é; que deixássemos o mofo crescer e espalhar-se à vontade, ou que arrancássemos o reboco de vez e deixássemos os tijolos à mostra. Bem, ele não gostou da minha ideia... mas ainda vou tentar convencê-lo. Afinal, lutar contra o inevitável tem sido cansativo e dispendioso! Já pensei em colocar pedras cobrindo a parede, mas achei que ficaria escuro e pesado. A sala não é tão grande assim. Se voltássemos com os tais lambris, estaríamos apenas escondendo o problema e contribuindo para que as paredes mofassem mais rapidamente por trás deles. 

Acho que existem certas coisas nas nossas casas - e nas nossas vidas - às quais só nos resta rendermo-nos. Precisamos aprender a conviver com as coisas e aceitar que nem tudo funciona da maneira que queremos...


quarta-feira, 22 de outubro de 2014

ASAS QUEIMADAS







Caem as cinzas
Asas queimadas
De passarinhos
Por toda a casa...

Voam com os ventos
Pousam suaves
Sobre os telhados,
Sobre o gramado...

Cantos calados,
Voos perdidos
Ar ressequido
Amarelado...

Noite ferida
Folhas caídas
Carbonizadas
Na tarde cinza...

Sobre a montanha
Vermelho-sangue,
Caem no fogo
Os passarinhos
Agonizantes...

Triste destino,
Não voam mais!
Cruéis demônios,
Cruéis meninos,
Risos cortantes!



E aqui na região serrana, continuam as queimadas... A breve chuva dos últimos dias ajudou um pouco, mas os imbecis continuam existindo.

Acho que a punição mais adequada a essa gente que promove queimadas causando a morte de milhares de plantas e animais, deveria ser a seguinte: ajudar os bombeiros a apagar o fogo, entrando nas mata onde há um calor superior a 50 graus, arriscando suas vidas  para resgatar animais feridos e sepultar os mortos. Depois, deveriam ficar um ano dando palestras em escolas sobre a sua experiência, o que viram, o que sentiram, como foram punidos e o que aprenderam.



Ontem, enquanto passeava por Itaipava, vi vários helicópteros transportando água para apagar o fogo das florestas. Pensei nos milhões de reais que estão sendo gastos em tais operações, e nas pessoas que precisam arriscar suas vidas para levá-las adiante. Pensei nos animais e plantas mortos e feridos, e nas pessoas que perderam ou correm o risco de perder suas casas. Pensei no ar poluído que causa, principalmente nas crianças, problemas respiratórios. Também senti na pele o  calor infernal e a falta d'água, recurso  que está cada vez mais escasso. Vimos duas pessoas passando mal devido ao forte calor e umidade baixa do ar. 



Não consigo chegar à conclusão do porquê as pessoas ainda fazem essas queimadas, mesmo sabendo de todo o prejuízo que causam.



No Facebok, algumas pessoas mal esclarecidas postavam declarações contra o prefeito da cidade, como se fosse ele  o autor de tais atos ou o culpado por esses disparates. Será que ninguém vê que os culpados são do próprio povo? Neste caso, não vejo qualquer motivo para apontar políticos, sejam eles prefeitos ou vereadores. A culpa é de quem foi lá colocar fogo. A punição deveria ser espetacular.







segunda-feira, 20 de outubro de 2014

Ontem/Hoje

Aleph e Latifah

Mootley e Leona

Palavras de Frida Kahlo




De sua biografia, palavras de Frida


"Nada vale mais do que uma risada. É sinal de força gargalhar e se abandonar, ser leve. A tragédia é a coisa mais ridícula."


Pensavam que eu era surrealista. Mas não sou. Eu nunca pintei sonhos. Eu pintei a minha própria realidade."

"Ninguém é mais do que uma função ou parte da função total. Nós nos direcionamos para nossos próprios eus por meio de milhões  de seres - seres pedras - seres pássaros - seres estrelas - seres micróbios - seres fontes até nós mesmos. A variedade da incapacidade do um de se separar do dois, do três, do et cétera de sempre - para retornar ao um. Mas não à essência (Às vezes chamada de deus, às vezes chamada de liberdade, às vezes de amor) - Não - Nós sempre fomos ódio-amor-mãe-criança-planta-terra-luz-relâmpago-etc.-mundo que dá mundos-universos e células universais. 





O que Você Viu Naquele Dia




O que você viu, naquele dia,
Foi meu peito aberto, a sangrar,
Foram as veias que se arrebentavam
E eu não conseguia mais segurar...

O grito saiu, rasgando tudo,
Tudo o que eu vinha tentando calar,
O pino da força rompeu, finalmente,
E a forte corrente se pôs a jorrar.


O que você escutou naquele dia,
Foi a voz do que eu tinha tentado calar,
E eu sinto não ter conseguido ser forte
Para te segurar, e estancar o teu corte...

E o que se deu naquele dia absurdo,
Salvou minha vida, e me aliviou,
Abriu-me a garganta, e aquela pressão
Que me sufocava, cedeu, finalmente...

E foi tão de repente, como você viu,
Inesperadamente, te causando a mágoa
De ter testemunhado o que menos esperava:
Um coração ferido, enquanto se rasgava.




ps: Sei que estou em falta com minhas leituras, e peço-lhes desculpas; internet ruim e outros motivos me mantiveram um pouco afastada nos últimos dias, mas em breve, retornarei com força total, pois adoro ler - tanto quanto escrever.

sábado, 18 de outubro de 2014

Planeta Água?




Desde pequena, ouço dizer que o nosso planeta - a nossa casa - é formada de mais de 71 por cento de água.

Eu me pergunto de este índice foi recentemente revisto. Tudo o que vemos por aí, são secas, e secas e secas. E queimadas. Estamos tratando muito mal o nosso planeta, e as consequências já se fazem notar: cada vez mais, há menos água no Planeta Água!

Moro nesta casa há dez anos, e quando viemos para cá, havia água em abundância provida por duas minas, que até hoje, abastecem todas as casas por aqui. Em minha garagem há duas torneiras - uma de cada mina - e uma mangueira, com a qual eu costumava regar o jardim quase toda noite ou tarde. Sempre jorrava água de ambas as torneiras, e nas raras ocasiões em que havia um período de estiagem, pelo menos em uma delas havia água.

Há meses não cai uma só gota de qualquer das torneiras. Há um fiozinho correndo de uma das minas que abastece o reservatório e é jogado por bomba para as caixas d'água que ficam no telhado, mas não tem pressão para chegar às torneiras. Há meses não tenho água para minhas plantas, e a grama está cada vez mais seca...

Vejo que o bambuzal em frente à casa está com suas folhas amarelecidas, assim como algumas das árvores. Quando molho os canteiros (usando um regador), a terra fica seca e farinhenta apenas uma ou duas horas após a rega. 

O Planeta Água está mudando, e ninguém percebe. Continuam pondo fogo às matas, matando várias espécies de animais e plantas, e contribuindo para que o ar fique irrespirável, a atmosfera, suja e poeirenta e as minas d'água, cada vez mais raras.

Em Petrópolis, à sombra de minha varanda, o termômetro marca trinta graus! Isso nunca aconteceu antes, em plena primavera!

Neste momento, sopra um vento quente que traz muitas folhas secas e resíduos de florestas queimadas. O sol queima forte, e o ar está translúcido de tanta fumaça e poluição. 

Rezo para que venham as chuvas e nos devolvam a água do Planeta Água.


quarta-feira, 15 de outubro de 2014

Eu Não Sou Nada




Eu não sou nada.
Ou mais um carro parado
Nesse imenso engarrafamento
Seguindo  o mesmo caminho.

Caminho onde eu não sou nada.

Alguns ocupam-se tanto
Com o brilho da lataria,
A gasolina aditivada,
E os frisos dos pneus.

Não sabem que não são nada.

E com ou sem GPS,
Ninguém sabe onde vai dar
O final dessa jornada.

Jornada onde eu não sou nada.

Talvez valha a pena a paisagem
Que passa pela janela
Ante meus olhos dormentes,
Se eu ao menos pudesse
Dar-me ao luxo inusitado
De um dia, contemplá-la...

Mas de fato, ela só passa,
Só passa pela janela
E fica em algum lugar
Esquecida nessa estrada.

Estrada onde eu não sou nada.





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