witch lady

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terça-feira, 29 de outubro de 2013

CANTO A MIM MESMO - WALT WHITMAN



CANTO A MIM MESMO



Estão todas as verdades
À espera em todas as coisas:
Não apressam o próprio nascimento
Nem a ele se opõem;

Não carecem do fórceps do obstetra,
E para mim a menos significante
É grande como todas.
Que pode haver de maior ou menor do que um toque?

Sermões e lógicas jamais convencem;
O peso da noite cala bem mais
Fundo em minha alma.

Só o que se prova a qualquer homem ou mulher,
É o que é;

Só o que ninguém pode negar,
É o que é.

Um minuto e uma gota de mim
Tranquilizam o meu cérebro:

Eu acredito que torrões de barro
Podem vir a ser lâmpadas e amantes;

Que um manual de manuais é a carne
De um homem ou de uma mulher;

E que num ápice ou numa flor
Está o sentimento de um pelo outro,

E hão de ramificar-se ao infinito,
A começar daí­,
Até que essa lição venha a ser de todos,
E um e todos possam nos deleitar

E nós a eles.



Walt Whitman



As Eternidades dos Sonhos I & II






Mais uma interação com Henrique Pitt



As eternidades dos sonhos I
Henrique Pitt


Nós envelhecemos os sonhos

(com o passar dos anos)
(acordados)
(acorrentados)
(em sequencia desencadeados)
(sonolentos)

não (?)





As eternidades dos sonhos II
Ana Bailune


Sonhos jamais despertados,
Apenas sonhados,
Sonhos apertados
Num coração envelhecido
E cansado
Vãos...(?)


Casa em Ritimo de Natal






Mais uma vez, abrimos os olhos e estamos quase em novembro! Hora de começar a pensar no Natal - arrumar a árvore e a casa para recebê-lo - mas principalmente, arrumar o espírito. 

Existe algo diferente com o natal, e fico pasma quando alguém me diz que não aprecia esta data. Bem, eu compreendo que ela nos traz recordações de pessoas que já se foram e de natais nos quais havia mais convidados à mesa... mas a vida é assim, ela tem seus ciclos, suas perdas. Precisamos aceitar os adeuses que ela nos impõe.

Foram-se meus pais, meu sobrinho, meu sogro. Mas nós ainda estamos aqui. No Natal do ano passado, minha mãe estava desacordada em um hospital. Foi um dos meus piores natais. Ela se foi na noite  de ano novo, mas eu ainda estou aqui!

Eu sempre tenho o hábito de, ao montar a árvore, dedicar um enfeite a cada pessoa da família e aos amigos. E mesmo que eles não estejam mais aqui, nada me impede de continuar fazendo a mesma coisa. Posso continuar pedindo que,estejam aonde estiverem, eles estejam bem.

Não quero amargar a vida, não desejo tornar-me uma pessoa triste, taciturna e saudosa. Quero continuar sentindo a magia que há na vida, na natureza, nas datas especiais. Todo mundo deseja estar feliz a maior parte do tempo, e eu não sou exceção.

Portanto, continuarei enfeitando a casa - e agora, os blogs - para receber o natal.



segunda-feira, 28 de outubro de 2013

A Flor e a Guerra



No meio de uma grande guerra,
Havia uma flor murchando.
Em volta, mortes, desterro,
Medo, fogo, gritos, urros.

E lá, bem junto do muro, 
Uma criança sozinha
Olhava a flor que murchava,
E dela se apiedava.

Esqueceu-se de seu medo,
Conseguiu uma vasilha,
Encheu-a de água com sangue,
Levou à flor moribunda...

No meio de toda a guerra,
Sentiu a necessidade
De salvar aquela vida,
E seguiu sua verdade...

Mas veio um duro coturno,
Aproximou-se da flor
E sem nem sequer olhá-la,
Pisoteou-a e se foi...

A criança, num suspiro
De dó, desânimo e dor,
Pegou no chão sua vasilha,
Foi procurar outra flor...



sábado, 26 de outubro de 2013

O TEMPORAL












O Temporal


O temporal levou tudo:

Casas, carros, corpos, mundos...

O temporal só deixou

O que era atemporal.


Casas de Petrópolis

Casa dos Sete Erros, na Rua Ipiranga - aberta à visitação



Adoro caminhar pelas ruas de Petrópolis, especialmente aonde estão construídas as casas antigas... Eu, que sou absolutamente fascinada por casas e suas histórias, fico às vezes parada diante delas, fotografando e tentando imaginar quem viveu ali, o que sentia, qual era a paisagem vista da janela.


Casa de Santos Dumont, "A Encantada"


Algumas casas tem história, como algumas mansões de Petrópolis. Outras, são verdadeiras lendas... nunca me esqueço das histórias contadas pela Tia Rosa sobre os jardins do Museu Imperial; uma delas: um dia, ela caminhava pelo jardim, quando viu um padre caminhando em direção contrária. Como achasse estranhas as suas roupas, ao passar por ele, ela virou-se para trás para olhar melhor. Qual não foi sua surpresa ao constatar que não havia ninguém!


Museu Imperial, antiga residência da família Imperial



Fico triste que algumas das casas estejam abandonadas... tão bonitas! É triste uma casa vazia. Rapidamente, ela se deteriora, mesmo que tenha sido reformada recentemente, As casas também morrem de solidão! Há pouco tempo, reformaram a casa aonde antigamente funcionava a sede da Caixa Econômica Federal, no centro da cidade. Seria um centro de informação turística, mas o projeto desandou, e hoje, a casa encontra-se para alugar. Vazia. Apesar da reforma recente, já se percebe vazamentos pelas paredes.





Adoro também os nossos sobrados, no Centro Histórico... pena que alguns também encontrem-se em péssimo estado.

sobrados em Petrópolis - foto: Rafael Soares

Uma casa exige cuidados e atenção constantes. Precisa ser limpa e arejada. mais do que tudo, uma casa precisa ser habitada! Elas necessitam de vida entre suas paredes, música, vozes, sol entrando pelas janelas, noites de natal enfeitadas, passos no piso. Uma casa precisa ser amada, pois as casas tem almas.

Linda mansão abandonada e em ruínas, próxima à Praça da Liberdade. Costumava ser fantástica!






Sebastião da Gama, Poeta Português









Sebastião Artur Cardoso da Gama (Vila Nogueira de Azeitão, 10 de abril de 1924 — Lisboa, 7 de fevereiro de 1952) foi um poeta e professor português, Sebastião da Gama licenciou-se em Filologia Românica, pela Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, em 1947. Foi professor em Lisboa, na Escola Comercial Veiga Beirão, onde fez o seu Exame de Estado. Colaborou nas revistas Árvore e Távola Redonda. A sua obra encontra-se ligada à Serra da Arrábida, onde vivia e que tomou por motivo poético de primeiro plano (desde logo no seu livro de estreia, Serra-Mãe, de 1945), e à sua tragédia pessoal motivada pela tuberculose. Fundador da Liga para a Proteção da Natureza em 1948. - fonte: Estúdio Raposa.







"Por que não me deixaram sempre agreste e criança? As minhas leituras seriam todas fora dos livros. Havia de olhar para tudo com uma alegria tão grande, com uma virgindade tão grande, que até Deus sorriria, contente de ter feito o mundo..."




Pelo Sonho é que Vamos


Pelo sonho é que vamos,

comovidos e mudos.

Chegamos? Não chegamos?

Haja ou não haja frutos,

pelo sonho é que vamos.

Basta a fé no que temos.

Basta a esperança naquilo

que talvez não teremos.

Basta que a alma demos,

com a mesma alegria,

ao que desconhecemos

e ao que é do dia a dia.

Chegamos? Não chegamos?

- Partimos. Vamos. Somos.



Rouxinol Azul




CANTILENA


Cortaram as asas
ao rouxinol
Rouxinol sem asas
não pode voar.


Quebraram-te o bico,
rouxinol!
Rouxinol sem bico
não pode cantar.


Que ao menos a Noite
ninguém, rouxinol!,
ta queira roubar.
Rouxinol sem Noite
não pode viver.




MADRIGAL


A minha história é simples.
A tua, meu Amor,
é bem mais simples ainda:


"Era uma vez uma flor.
Nasceu à beira de um Poeta..."


Vês como é simples e linda?


(O resto conto depois;
mas tão a sós, tão de manso
que só escutemos os dois).









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EU SÓ TENHO UMA FLOR

  Eu Só Tenho Uma Flor   Neste exato momento, Eu só tenho uma flor. Nada existe no mundo que seja meu. Nada é urgente. Não há ra...