witch lady

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quarta-feira, 21 de março de 2012

Jamais Peço Perdão!






Jamais peço perdão

Se não estou errada,

Não embarco por escolha

Em canoa furada,

Não calo a minha voz,

Não entro em contra-mão,

Não deixo o eu por nós,

Eu não peço perdão!




Não costumo voltar

Pra onde não me querem,

Não choro por aquilo

Que já não mais me serve...

Meu viver é tranquilo,

Eu não me aborreço

Mas eu sou toda ouvidos

Para perdoar seu erro!




Só não venha pedir-me

Para que eu me desculpe,

Pois nada fiz de mal

Para que alguém me culpe!

Jamais peço perdão

Se eu não estou errada,

E nem sou de chorar 

Por água derramada!




Existem sempre aquele

Que aponte e que me julgue,

Sem tentar compreender

Os meus reais motivos..

Existe uma coisinha

Que muito me atrapalha:

Acima da saudade

Coloco a dignidade!




Não, eu não peço perdão

A alguém que me destrata,

Me pisa, me escurraça,

Depois, diz que me ama...

Mentira eu não aprovo,

Não quero fazer drama,

Qual cobra, eu me renovo

Me solto dessa trama!




Não sou de me arrastar

Por onde não me querem,

Andar por entre sombras

Ter a boca tapada!

Eu não peço perdão,

E se depender disso

É o fim da nossa história,

E vai ficar por isso...






Sinais do Outono







Hoje foi um lindo dia, de céu completamente azul e brisa fresca soprando. Chegou mais um outono, e parece que o calor abafado foi-se embora de vez... agora, a preparação para os dias curtos e as noites longas de inverno, os agasalhos sendo postos ao sol para estarem prontos novamente na hora de serem usados... as janelas da casa sendo fechadas mais cedo... coisas sendo guardadas...


Uma preparação espiritual para mais um inverno, que para mim, é a estação da reflexão. As cores do verão serão guardadas em uma caixa, substituidas pelas do outono , que estão entre tons de bege, dourado e marrom. Acordar pela manhã e ao sair da cama, sentir aquele leve arrepio de frio, descer pela casa ainda na penumbra do dia com preguiça de amanhecer e constatar que no outono, as coisas levam mais tempo para acordar.


Sentar-se ao sol sem o incômodo de suar. Deixar-se ser aquecido por um calor gostoso, que não incomoda, mas apenas aconchega. Andar pela rua com mais desenvoltura, sentindo-se mais leve e mais ligeiro, mas mesmo assim, desejando ir mais devagar a fim de apreciar as cores mais vivas do céu.


Neste momento, o sol se põe aqui em meu jardim, e os bem-te-vis, voltando de sua viagem de veraneio, recomeçam a cantar. Também estão voltando as saíras coloridas, e os sabiás, colibris e saguis. No alto verão, eles se protegem do calor permanecendo mais tempo dentro do coração da mata, mas no outono, eles vem brincar nas árvores o dia todo.


Eu adoro o outono!



Vivo, Apenas Vivo...






VIVO, APENAS VIVO


Vivo intensamente, e em silêncio
Procuro por aquilo que preciso,
Dentro em mim, na paz e no sorriso...

Vivo simplesmente, sem perguntas
Que não podem ter respostas sempre exatas...
Prefiro aceitar o que não entendo

Aceitar, mesmo que sofrendo...
Pois sei que gritar nada adianta, 
Lutar contra o que nos traz o vento

Daquilo que não compreendemos,
O vento cuja origem não nos cabe,
O vento que soprou-nos em nós mesmos.

Vivo intensamente, e não preciso
De longas, distantes viagens;
Encontro-me em minhas próprias paragens!


O DÉSPOTA








O Déspota



Sei das tempestades que carregam as nuvens,
Sei dos vendavais que voam com os ventos,
Sei de maremotos que dormem sob as ondas,
Sei de muitos sonhos que se tornam tormentos.

Sei de mil lágrimas para cada sorriso,
Sei dos abismos sob cada horizonte,
Sei de ervas daninhas nos melhores jardins,
Sei de muita sede para poucas fontes.

Mas não sei dos motivos em cada coração
Para lutar contra o vento, remar contra as ondas,
Alimentar sonhos, nutrir esperanças
E cair nos abismos do vazio e do vão.

Talvez seja a ira que rege o Universo
Na hipocrisia destes fariseus
Em criarem um déspota cruel e perverso
E de o chamarem, humildemente, Deus.



Face





Diga-me, onde está a tua face?

Quem sabe , perdida na poeira da vida,

Talvez, ultrajada, n'algum canto esquecida?



E diz-se tão linda...



Por onde caminhas, qual é o teu trilho?

Que bandeira agitas, qual é o teu nome?

Tu cantas vitória, mas morres de fome...


A fome da alma...


Diga-me, onde está a tua face?

O corpo que dizes, existe de fato?

Existe a pessoa por trás do perfil

Ou é tão somente fruto de um ardil

Que tu perpetrastes?...


Se sabes quem és, por que te escondes

Usando artifícios, usando outros nomes?

A imagem que crias é frágil, e poeira

Ao vento desfaz-se, ao vento se espalha!


Diga-me, onde está a tua face,

A verdadeira?



terça-feira, 20 de março de 2012

FOTOGRAFIAS



Adoro fotografar! Não entendo nada de fotografias. Não conheço os jargões usados pelos fotógrafos, e os que conheço, não sei o que significam. Mas li uma coisa em um anúncio que vendia uma câmera ,com o qual eu concordo: a fotografia não depende apenas do tipo de câmera que se usa. Com um simples celular, eu acabo conseguindo alguns efeitos interessantes...



Esta foto do arco-íris foi feita em minha casa. Eu estava varrendo o quintal, quando, ao colocar a pá de lixo para apanhar algumas folhas secas, notei que a luz do sol entrava por entre as folhas de uma árvore, causando este efeito.


Esta foto foi batida em Búzios, na Praia de Geribá. Tentei aproveitar as cores dos guarda-sóis e a alegria das pessoas, a fim de registrar um dia na praia. Editei a foto no Picassa.


Eu quis captar as várias nuances do mar. Coloquei mais contraste para ressaltar as cores. Ao mesmo tempo, suavizei a imagem para dar a impressão de algo pacífico.



Adoro fotografar flores. Principalmente as hortênsias, que sempre ficam lindas, até mesmo quando secas. Estas estavam bem frescas, e avivei as cores escurecendo o fundo.


Quis dar um ar tristonho à paisagem, mas ao mesmo tempo, dramaticidade. Escureci os barcos e adicionei brilho fosco.


Um pouquinho de neon verde para dar um ar surreal...


Arranjo de mesa em uma festa de casamento. Aproveitei as cores das flores e a iluminação artificial por cima.


Destaque à beleza desta rosa... no fundo do meu quintal.


Tentei dar um ar 'antigo' à teia da aranha...


Sépia no laguinho de peixes da casa de minha irmã.


Nem respirei, para que a formiga saísse perfeita! Consegui...


Uma imagem curiosa na Praia de Canoa Quebrada. Quis captar a doçura do burrinho.

Enfim, qualquer um pode fotografar. Basta olhar tudo atentamente...
















A COBRA







Alguma coisa me fez sair da cozinha, onde eu preparava o jantar, e ir até a varanda, na frente da casa. Não havia motivo algum para que eu largasse minhas panelas e fosse até lá, mas apenas senti a urgência de fazê-lo, e fui. Minha cadela Latifa dormia sobre o capacho da porta. A alguns centímetros de suas patas traseiras, estava esta cobra.

Não sei se é venenosa ou não. Nada entendo de cobras. Mas com muita calma, chamei Latifa para vir comigo até a cozinha, a fim de que ela não visse o animal, temendo que tentasse mordê-la e ela acabasse sendo picada. Depois, pedi ao meu marido que fosse lá fora para ver o que faria com ela.

Aqui em casa, nós não matamos cobras. Cuidadosamente, nós a levamos para um local onde ela não poderá picar pessoas, e onde as pessoas não poderão fazer-lhe mal algum. 

Meu marido conseguiu colocá-la em um saco plástico, e saiu com ela portão afora, colocando-a em um local seguro. 

Mas não sem antes ficarmos algum tempo admirando a beleza do animal. Ela parecia assustada com a nossa presença, e permaneceu imóvel. Parecia que tinha muito medo de nós. O que mais nos espantou, foi este formato de coração que o corpo dela sugeria.

Se até mesmo uma cobra pode sugerir amor, por que não os humanos?



BARCOS








Barcos




Os barcos dormem sobre a calmaria,

As leves ondas embalando os cascos...

No céu, as nuvens os cobrem de branco

E de azul, enquanto os barcos dormem...




Barcos vazios, esquecidos barcos,

Que navegaram tantos outros mares!

Atravessaram tantas tempestades,

E hoje merecem o cais que os acolhe...




Talvez um dia eles sintam saudades

De navegar, singrando as ondas altas,

Pois afinal, são barcos, são do mar,

E o naufrágio não provoca medos...







Para Encerrar um Assunto que Muito me magoa




Gostaria de agradecer imensamente a todos os que se manifestaram no site a meu favor. Muito obrigada, eu jamais poderia imaginar que tantas pessoas gostassem de mim, sendo eu uma pessoa tão franca e difícil... hehehehehe... reconheço meus muitos defeitos, sei que eu às vezes carrego um pouco nas cores quando se trata de defender as coisas nas quais eu acredito. Mas existe um motivo para tudo o que eu faço.



Sempre disse que jamais deixo que as pessoas determinem onde é o meu lugar, pois eu prefiro fazê-lo eu mesma. Antigamente, aqui fora, perdi muitas coisas porque eu deixava que outros determinassem onde eu deveria ficar. Sempre disse que só sairia do site no dia em que eu fosse convidada a retirar-me, e que eu não me importava com quem não gostasse de mim, e é a mais pura verdade! Se eu não volto, existe um bom motivo.


Tentarei lembrar-me de todas as pessoas que se manifestaram a meu favor, através de textos no site ou através de emails. Com a cabeça 'avoada' que eu tenho, eu certamente me esquecerei de alguém, mas saibam que eventualmente acabarei me lembrando, e colocarei aqui na lista:


-Yamanu


-Marcelo Braga


-Olguinha Costa 


-Cassia da Rovare


-Neusi Sardá


-Silvia Regina


-Ciro Fonseca


-Maurício Azevedo


-Nana Okida


-Ana Flor do Lácio


-E. Silva


- Zélia Freire


- Jo do Recanto


-Diário de um Louco (a gente brigou, mas a gente 'desbrigou')


-Helio Rocca


-Flor Enigmática


-Anita D Cambuim


-Helena Terrível


-Jacó Filho


-Marília Paixão


-Ana Stoppa


-Ana Ferreira


-HLuna


-Verita


Enfim, a lista vai crescer... se você não quiser ver seu nome nela, basta me escrever. Mas muito obrigada, assim mesmo.





quinta-feira, 15 de março de 2012

O PAPEL DE QUEM ESCREVE



O papel de quem escreve - eu não diria aqui 'escritor,' já que me incluo entre os que escrevem, embora não me considere uma escritora - é muito importante. A palavra tem mais força do que as armas, pois é ela quem define se as armas serão ou não usadas. Portanto, quem tem o dom da escrita, foi abençoado com o dever de entreter, divertir, encantar, ensinar, emocionar, defender e também denunciar aquilo que está errado.


Aquele que tem o dom da escrita, pode falar por quem não o possui. Tem o poder de representar aqueles cuja voz não é ouvida. 


Quem foi que nunca viu uma frase ou idéia em um livro, em algum momento importante da vida, em que precisava de consolo ou orientação, e exclamou: "Mas é isso mesmo que eu precisava ouvir!" Porque alguém teve o dom de colocá-la no papel, e pode acreditar, aquela frase, aquele parágrafo, aquele livro, foram escritos para você! Não importa que poucas pessoas o tenham lido, desde que as pessoas certas possam tê-lo encontrado.



Marcou-me muito, uma ocasião na qual alguém escreveu-me uma mensagem a respeito de um poema que eu tinha publicado, dizendo: "Gosto de vir aqui para lê-la, pois você consegue expressar aquilo que está dentro de mim e eu não sei como por para fora."


Existem palavras que não desejamos ouvir, mas que são importantes, e estas, nos perseguem, até que as ouçamos e aprendamos o que elas precisam nos ensinar. E por mais que as afastemos de nós, por mais que as neguemos, um dia, elas serão ouvidas. Quando uma mensagem é importante, mesmo que ela pareça ter sido ignorada, chegará o dia em que ela será ouvida, pois quem a escreveu, apenas deitou no papel aquilo que uma Força Maior ditou-lhe. 


Escrever é uma missão.


Quando alguém tenta tolher a nossa escrita, sentimo-nos sufocados. Existe uma mensagem que precisa ser passada, e não querem que a propaguemos. Muitos escritores já foram perseguidos por causa do poder da palavra, mas o bom escritor não se calará; tentará passar a sua mensagem, se ele realmente acreditar que ela é importante. Não aceitará a censura. 


O único motivo pelo qual a censura da palavra deveria ser aceita, seria quando esta promovesse a discórdia, o ódio, o preconceito, a violência. Jamais quando ela estivesse revestida pela intenção de alertar, prevenir e denunciar abusos.


Muitos dizem: "Tomem cuidado com a palavra!" Mas eu acho que seria melhor se eles dissessem: "Tomem cuidado com quem tenta calar a palavra!"


As Últimas Façanhas da Fada Cacetinha






Este é o título de um livro de histórias que ganhei de minha professora da primeira série primária, em 1972. Seu nome era Tânia - ou Tia Tânia.

O livro conta as aventuras de uma fada, a Fada Cacetinha (nome recebido porque ela sempre aparecia montada em um bastão), que era sempre convidada às festas de casamento e batizado, para que abençoasse seus afilhados com presentes de fortuna e boa-sorte. Mas ela um dia percebeu que estava sendo usada, pois quando não mais precisavam de seus favores, seus afilhados a desprezavam e esqueciam-se de convidá-la para as festas nos castelos.

Enfurecida, ela passou a presenteá-los da seguinte forma: ao chegar aos batizados e casamentos, recitava os seguintes versos: "Olhai para o céu/olhai para ochão/com os sete poderes /da vara de condão/dou-te como presente/a falta de sorte".

Após fazer isso duas vezes, todos pararam de convidá-la para os batizados. Mesmo assim, ela ia, e presenteava a todos com a falta de sorte.

Bem, os presenteados cresciam, tinham seus filhos, e passavam as piores provações das quais se ouviu falar; mas tornavam-se pessoas de bem e de princípios, e tendo passado por tantas provações, compreendiam melhor as agruras de seu povo. Não tinham aquele elemento vaidoso e superficial de seus antepassados.

Todos gostamos de ouvir apenas coisas belas. Gostamos de ser elogiados. Sentimo-nos vaidosos quando alguém comenta um texto que escrevemos de forma gentil, e sempre comentamos de forma gentil um texto que se harmonize com aquilo que pensamos. Às vezes escrevo textos com o espírito da Fada Cacetinha, e percebo que, apesar de serem lidos, são pouco comentados. Mesmo assim, continuarei a escrevê-los. Porque se eu não o fizer, não estarei sendo eu mesma. A diferença é justamente esta: enquanto os afilhados da Fada Cacetinha não tinham escolha ao receberem seus 'presentes', os leitores tem. Podem não ler meus textos, ou continuar a lê-los sem comentá-los.

Mas o espírito da Fada Cacetinha continuará em mim.



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Wyna, Daqui a Três Estrelas

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