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terça-feira, 17 de janeiro de 2017

JUSTIÇA PARA QUEM?




O ideal seria que houvesse justiça para todos. Mas o que entendemos de justiça?  O mundo ideal – este paraíso onde todos são uniformizados, que sonham os que pregam a igualdade, a liberdade e a fraternidade – não existe, nunca existiu e jamais existirá.

Como sonhar com um mundo perfeito, onde todos são imperfeitos? 

O que eu tenho visto, é que para a maioria das pessoas, justiça é quando as coisas acontecem da maneira que elas querem – estejam certas ou não. Fala-se muito em direitos hoje em dia, mas ninguém fala em deveres. 

Eu acredito que tem direitos aqueles que cumprem com seus deveres. 

Viver não é fácil, não é brincadeira. Mas mesmo assim, tenho visto histórias de muitas pessoas que começaram suas vidas de maneira difícil, e que apesar de morarem em locais perigosos e violentos, foram capazes de não entrar no mundo do crime, e hoje tem vidas bem melhores. Conseguiram se profissionalizar, trabalham, tem suas casas, suas famílias e criam seus filhos.

É uma pena que se fale em direitos humanos assim que algum criminoso é morto, enquanto milhares de crianças estão, neste exato momento, morrendo de frio nos acampamentos de refugiados da Síria na Europa sem que os senhores dos direitos humanos movam uma palha sequer. Basta ligar a TV, e as imagens adentram nossas casas. E nem seria preciso ir tão longe. 

Quantias são pagas às famílias dos criminosos que estão na prisão, mas nem um centavo é direcionado às famílias daqueles que eles mataram, estupraram ou aleijaram. Isto é justiça? E quanto àqueles que perderam os chefes de suas famílias devido a um assalto?

Os presos tem quatro refeições por dia, direito a banhos de sol, roupas, calçados, visitas íntimas, advogados. Prisão não é hotel cinco estrelas, e quem não quiser ir parar em uma, sabe como não deve proceder. Quem está aqui fora  precisa ‘ralar’ para sobreviver, e não recebe nenhum benefício, a não ser o dos frutos do próprio trabalho, e acho que esta é a coisa certa. 

Se eu fosse escolher a quem ajudar, com certeza, não seria a um bando de assassinos, estupradores, esquartejadores, ladrões, vigaristas e traficantes. Não é meu problema se eles não foram “suficientemente amados” e que por isso acham-se no direito de arrancar das outras pessoas as coisas as quais eles acham que devem receber sem fazerem esforços. Acho que as prisões deveriam ser austeras – ainda mais do que já são – e que os criminosos deveriam ser submetidos a trabalhos em favor da comunidade – construir rodovias, reformar escolas e prédios públicos ou então trabalhar dentro das prisões, fabricando material escolar para crianças carentes. E sem direito a salário. Afinal, eles já nos custam um bom dinheiro.

Infelizmente, estas pessoas que estão nas prisões e que chegam ao ponto de esquartejar companheiros de cela, não tem mais jeito. Não é possível regenerar pessoas assim; mas é possível cuidar da infância e da juventude para que as crianças que estão aí fora não se tornem criminosos. É nelas que o país mais precisa investir, e não na construção de presídios.

E mesmo a imensa quantidade de crianças que estão aí fora não são responsabilidade direta da sociedade que paga seus impostos em dia; não precisamos nos sentir culpados por causa delas, por mais lamentável que seja a sua situação, e por mais que cada um de nós possa dedicar algum tempo a ajudá-las de alguma forma. A culpa é dos pais destas crianças, que agem irresponsavelmente, tendo filhos quando não são capazes de sustentar a si próprios. 

Sou a favor do controle de natalidade, e por isso, já fui chamada de fascista e até mesmo, de nazista; incrível, é que a pessoa que me criticou com palavras tão severas, é totalmente contra o controle de natalidade (cada casal tem o “direito” de ter quantos filhos quiser, ela afirmou) , ma ao mesmo tempo, coloca-se  a favor do aborto.

Se eu deito a cabeça no travesseiro e durmo? É claro que sim. Porque eu procuro agir com responsabilidade. Se cada um de nós fosse responsável pelos próprios atos, o mundo seria bem melhor. Acredito que devemos ajudar as pessoas, mas as pessoas também devem ajudar a si mesmas. Existe sim, muita miséria no mundo – desde que o mundo é mundo – e não me sinto indiferente a ela, mas também não me sinto responsável por ela, e muito menos, culpada.

Não acho certo querer fazer com que as pessoas sintam-se culpadas pelos atos de terceiros a fim de que políticos oportunistas possam empurrar pelas suas gargantas a ideia do socialismo. Este regime não passa de comunismo disfarçado, vontade de poder, um poder que se chegar às mãos de quem o deseja, logo se transformará em tirania. Uma tirania ainda pior do que aquela que tais pessoas clamam combater.

Todo mundo pode ajudar alguém, seja ensinando uma profissão, dedicando um pouco do seu tempo livre para assistir alguém doente, dando um prato de comida a uma pessoa faminta que está na rua, fazendo doações das coisas que não mais necessita e que abarrotam os armários de suas casas, comprando material escolar para crianças carentes, enfim...  e isso nem pode ser chamado de caridade.

Se quisermos ver um mundo diferente, temos que começar conosco mesmos. É em cada um de nós que ele existe e espera. Defender o indefensável não vai melhorar nada. Incutir sentimento de culpa em quem não a tem, muito menos. As pessoas não crescem sentindo culpa ou se achando vítimas da sociedade, mas sendo responsáveis por si mesmas.





segunda-feira, 16 de janeiro de 2017

Não Diga Olá






Não diga Olá, 
Diga adeus,
Pois o momento 
Que temos, é breve,
É breve 
O pouso do olhar,
O eco das palavras,
O cheiro do mar.

Cada toque 
De reconhecimento,
É toque também 
De adeus,
Cada novo amor 
Que nasce,
Já trilha
Desde o começo,
Um caminho 
Até o fim.

Não diga Olá, 
diga adeus,
Pois que a brisa 
Mais suave
Já se torna 
Vendaval,

Pois que o bem 
Que hoje nasce,
Traz em si, 
A cor do mal,

Pois que o riso 
Que hoje trazes,
Há de ser tua maior
E mais pesada tristeza!

Por dentro de toda beleza,
Nasce a frieza,
Nasce o passar
Despercebido
Pelas areias 
Da ampulheta
Que o tempo destila...

Não diga olá, 
Diga adeus,
Pois hoje já não é ontem,
E o amanhã 
Será menos...









domingo, 15 de janeiro de 2017

Escola de Vida







A fantasia era o sonho de um ano,
Costurada com fios de suor,
Ornada com diamantes de lágrimas,
Bordada com pequenas pedras
De preciosas ilusões
Malogradas.

A vida era levada
Unicamente por causa
Daquele único dia, 
Daquela hora tão sonhada
E abençoada
Na qual ela seria aplaudida
E admirada.

E o resto da vida passava,
Deixando confetes e serpentinas espalhados
Por um chão mal varrido
Coberto com as cores desbotadas
Daquilo que ela nem viu,
Do que poderia ter sido...





sábado, 14 de janeiro de 2017

Para Quem Está Voltando Para a Casa dos Pais - e Para os Pais




Casas são diferentes, pois elas são personalizadas pelas pessoas que nelas vivem. Cada um tem o seu jeitinho de resolver as coisas, suas preferências sobre cores, modelos de móveis, arrumação, horários, jeito de cumprir a rotina. Talvez por isso seja tão difícil para alguém voltar a viver com os pais depois que saiu de casa e aprendeu a organizar-se sozinho. É como se a personalidade, que se expandiu para todos os lados, precisasse ter suas arestas e tentáculos encolhidos ou podados para caber em um ambiente que não é mais o seu. Readaptar-se não é nada fácil...

Já tive a experiência de morar em casas de outras pessoas durante alguns períodos da minha vida. Às vezes, quando viajo, também fico na casa de outra pessoa. Não é nada confortável moldar-se a um ambiente que não é o nosso, principalmente para alguém como eu, que amo minha casa e estou muito acostumada a ter as coisas que eu adoro à minha volta o tempo todo. 

Vivemos tempos de crise e desemprego; algumas pessoas estão voltando a morar com os pais - e às vezes, levam na bagagem a nova família. Conflitos surgem entre sogros, sogras, noras, genros e netos. Muitas vezes, entre pais e filhos. Porque assim como não é nada fácil voltar a morar na casa dos pais, também não é fácil para os pais receber os filhos - que cresceram e mudaram - de volta. 

Porém, esta fase pode ser um período de novas descobertas e autoconhecimento também. Quem sabe, uma oportunidade de tornar-se mais flexível, aceitando melhor os defeitos dos outros e reconhecendo os próprios. Conflitos que vêm à tona podem fortalecer relações, quando a gente sabe lidar com eles. 

Para quem estiver passando por isso, é sempre bom lembrar que:

Se você é quem está voltando a morar com os pais - Lembre-se que a casa não é mais sua, e que você terá que reaprender a respeitar limites, como horários de refeições e de chegar em casa; receber amigos sem permissão, nem pensar! Festinhas devem ser combinadas, e caso surja um 'não' como resposta, relaxe e fique na sua. 

Procure colaborar com a limpeza da casa, fazendo a maior parte do trabalho,  e também com as despesas, quando for possível. Se você não tem condições de pagar algumas contas, pode pelo menos tentar economizar luz, gás, material de limpeza, etc.

 Mantenha limpo o que estiver limpo. Se usar, guarde (e não use sem permissão); se abrir, feche; se acender, apague. Respeite os horários de silêncio. Aprenda a dialogar, e mesmo que você perca a argumentação, respeite e jamais parta para a briga! Lembre-se: você é um hóspede. 

Se houver crianças, explique a elas que terão que ser educadas e que deverão respeitar os donos da casa.

Se você está recebendo alguém de volta em casa - Tenha paciência; afinal, não é nada fácil para ele também. Faça com que ele se sinta bem-vindo, mas lembre-o de que as regras da casa - que é sua - são estabelecidas por você. Porém, ceder de vez em quando é sinal de carinho e respeito. Estabelecer regras é bem diferente de dar ordens.

Não se torne um mandão! Não faça com que seu hóspede se sinta humilhado ou não se sinta querido. Procure administrar conflitos através de diálogos, e não de xingamentos. Lembre-se de que você poderia estar no lugar do seu hóspede, e que talvez um dia, esteja. 

Ajude discretamente, sem alardear o que está fazendo. Ajudar é algo que deve ser feito com humildade. 

Conviver é uma arte difícil, mas se somos colocados juntos, deve ser por algum motivo. Eu creio nisso.





EMILY DICKINSON










Afraid? Of whom am I afraid?
Not Death – for who is He?
The Porter of my Father’s Lodge
As much abasheth me.

Of Life? ‘Twere odd I fear [a] thing
That comprehendeth me
In one or more existences –
At Deity decree –

Of Resurrection? Is the East
Afraid to trust the Morn
With her fastidious forehead?
As soon impeach my Crown!


💓

Ter Medo? De quem terei?
Não da Morte – quem é ela?
O Porteiro de meu Pai
Igualmente me atropela.

Da Vida? Seria cômico
Temer coisa que me inclui
Em uma ou mais existências –
Conforme Deus estatui.

De ressuscitar? O Oriente
Tem medo do Madrugar
Com sua fronte subtil?
Mais me valera abdicar!




I’m Nobody! Who are you?
Are you – Nobody – Too?
Then there’s a pair of us!
Don’t tell! they’d advertise – you know!

How dreary – to be – Somebody!
How public – like a Frog –
To tell one’s name – the livelong June –
To an admiring Bog!

💓

Não sou Ninguém! Quem és tu?
Também – tu não és – Ninguém?
Somos um par – nada digas!
Banir-nos-iam – não sabes?

Mas que horrível – ser-se – Alguém!
Uma Rã que o dia todo –
Coaxa em público o nome
Para quem a admira – o Lodo.










MARES DE PONTAL E PRAIA GRANDE (ARRAIAL DO CABO) - E CABO FRIO














sexta-feira, 6 de janeiro de 2017

The Open Door







One day I will leave,
I think I should,
 I wish I could…

But something keeps me here,
And it’s not the color of your eyes,
Or this arrogant sadness on your stance
That you never care to hide…

I think it’s this old door
That you keep open,
As if you didn’t really care
 That has me trapped at your shoes,
-I do not dare 
To break myself loose…

But one day I will leave,
I think I should,
I wish I could…





Olha Ele Aí!




Dinah Silveira de Queiroz








Trechinhos de Floradas na Serra, de Dinah Silveira de Queiroz, lançado em 1939. Um dos primeiros livros que li na vida:



“Cobria-se a Serra de flores.  Correu primeiro um balbucio de primavera. Seria já a florada?  Botões, aqueles pequenos sinais? No meio dos bosques escondidos entre os montes, o amarelo e o vermelho salpicavam, abriam no verde sorridente espanto. Em lugares mais resguardados, mais favorecidos, em breve surgia a neve florida cobrindo as pereiras e transformando, enriquecendo a paisagem.  E logo também floriam os pessegueiros.  Junto das favelas, nos parques dos sanatórios, rodeando os bangalôs, à beira das águas mansas, a florada em rosa e branco apontou finalmente, luminosa, irreal.

Perto do pequeno lago em que se debruçavam as pereiras alvas, encantadas, o pintor armou o cavalete.  Tocados de primavera, os galhos roçavam a água que reproduzia a fila das árvores. Amarrada à margem a pequena canoa envernizada, vazia, estava juncada de flores que o vento carregara.”



Dinah Silveira de Queiroz



Crônica escrita para o irmão: 

"Pode a gente estar velha e caduca, mas o amor de irmão conserva o seu perfume de infância através dos anos e anos. Aquela confiança que só menino tem, aquela segurança de afeto e crença na perfeição e lealdade do ser amado. Mormente irmãos com pouca diferença de idade, criados na mesma ninhada, juntos e solidários. Em nada se compara amor de irmão com amores de amantes, que em si, já são afetos tão diversos e tormentosos, são amores que consomem e desesperam.

Amor de irmão não tem altos nem baixos, é planície serena, verde pradaria que, se não ostenta orquídeas de paixão, se enfeita sempre com duráveis sempre-vivas. Amor de irmão não duvida nem desconfia, é amor dificilmente vulnerável, uma vez que jamais se desloca para a área perigosa dos outros amores. 

Nada lhe pode suscitar rivais, porque ele é único. Você pode arranjar vinte noivos, dez maridos, cem amantes, mas irmão só tem aquele ou aqueles nascidos em tempo hábil da carne de mãe e pai. Enquanto você tem irmão, você tem uma reserva de intacta meninice."



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