witch lady

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segunda-feira, 14 de dezembro de 2015

QUASE NOITE NA CIDADE







ESPELHOS




Eu sou do tipo de pessoa que pensa que tudo que nos cerca - especialmente em se falando de casa - deva ter algum significado. Nós nos cercamos de coisas demais, e muitas vezes, não paramos para nos perguntar por que o fazemos; muitas vezes, adquirimos algo porque precisamos dele para nosso uso na vida prática (liquidificadores, poltronas, cadeiras, colheres e muitas outras coisas). Mas também há aqueles objetos que nós compramos simplesmente porque gostamos deles. Talvez nos sintamos atraídos pela cor ou pelo formato, ou quem sabe, por alguma lembrança que ele nos desperte.

Pensei em fazer uma publicação sobre os espelhos e suas funções em uma casa, e de repente, lembrei-me de que havia feito uma postagem assim em meu outro blogue, o Passagem, há alguns anos, onde partilhei um texto de Hilda Ikeda onde ela fala sobre os espelhos; assim, vou partilhá-lo novamente neste espaço:


Trecho do livro "Curar a Casa", por Hilda Ikeda






Os espelhos


Os espelhos, dentro do Feng Shui, são considerados uma verdadeira panaceia capaz de curar diferentes males. Para começar, resolvem problemas de sensação espacial, ampliando um pequeno ambiente enquanto refletem e multiplicam.

Colocados estrategicamente, também são capazes de acrescentar luz natural a um lugar escuro, descobrir entradas, reviver paredes desaparecidas e duplicar janelas e panoramas. Também podem refletir a luz e a paisagem exterior dentro de um local que, de outra maneira, pareceria apagado e murcho.






Os espelhos realçam, ativam e fazem fluir o 'chi' e por isso, são conhecidos como "as aspirinas do Feng Shui."

Frequentemente, nós os vemos em entradas de edifícios, onde dão uma amplitude ilusória. Como regra geral, para o Feng Shui o tamanho indicado do espelho é "quanto maior, melhor". Cobrir uma parede completamente com um espelho duplica o ambiente, tornando-o mais dinâmico, vital e portanto, mais saudável. Pequeno ou médio, todo espelho deve refletir, pelo menos, a cabeça completa da pessoa que se aproxima dele. Do contrário, se essa pessoa precisa ficar na ponta dos pés para ver seu rosto, seu 'chi' se enfraquecerá sensivelmente. Pela mesma razão, são desaconselháveis os espelhos que distorcem a imagem, ou aqueles que não a refletem com absoluta clareza, devido a manchas ou deformações próprias.






A forma do espelho também influirá sobre o uso que lhe é dado ou o lugar onde for colocado. Espelhos ovais ou circulares - formas associadas com o elemento metal - podem ser propícios para as regiões da casa relacionadas com a criatividade e com os filhos... Um espelho vertical, de corpo inteiro, emoldurado com madeira, é um estímulo muito bom para a parte relacionada com a saúde e a família.




Obviamente, como toda ferramenta, os espelhos também apresentam riscos. Colocados ao final de um corredor não fazem mais que duplicar esse corredor sem saída, proporcionando uma sensação de angústia inexplicável, mas tangível. Para isso, é preferível dispô-los em forma transversal, junto das portas que dão para o corredor, e assim, esse corredor se alargará. Colocados em frente da cama, podem incomodar os que aí dormem, provocando dificuldades para conciliar o sono e até mesmo gerando insônia. Os espelhos estimulam e atraem um excesso de energia, o que provoca desequilíbrios e prejudica o descanso. Afinal, fazendo uma comparação, aspirina em excesso também não é saudável.









SOBRE UM TÚMULO













Aqui
Não jaz nada.









quarta-feira, 9 de dezembro de 2015

Realist?







A friend once told me 
That a realistic person 
Is just a pessimistic in disguise... 
Was he right?


A realist
Is said to see things
As they really are...
But what are they like?





FINA









Ela era fina sobre a superfície,
Qual pena de cisne em lago de nenúfares,
Refletia o céu nas pupilas oblongas
Quais as da serpente, quando se arrufa.

Ela era fina e escorregadia,
Não se dava conta de sua alma vadia...
Ela era tão fina, e no entanto, demente,
Fruto apodrecido da mais vil semente.

Ela era fina, mas se abria a boca,
O ar se cobria de odor nauseabundo:
Da sua malícia e maldade, brotavam
Palavras torcidas que arranhavam o mundo.

Ela era fina, pregava moral
Discursava sempre sobre o "bem" e o "mal..."
Mas suas verdades tão fracas, tão frágeis,
Não sobreviviam a um outro arrebol.

Ela era tão fina, que enganava a muitos...
Apontava o dedo com a unha suja
Do que há segundos, ela retirara
De um local escuro, fétido e profundo...






segunda-feira, 7 de dezembro de 2015

ADEUS









Eu disse adeus abstersa,
Num gesto, deixei de olhar...
Fechei a porta entreaberta
A quem não queria entrar.

Eu disse adeus sem chorar,
Sem dramas, sem rompimentos,
Ficou pairando no ar
O fio de um sentimento.

Eu disse adeus num gemido,
De sopro quase inaudível,
Ficou perdido o sentido
De um sonho não mais plausível...

Eu disse adeus porque quis,
Pés nús sobre o frio chão
Do solo tão duro e gris
Da minha desilusão!

Eu disse adeus sem lamentos,
Parti sem voltar o rosto
A quem cultivou tormentos,
A quem destilou desgoto.

Eu disse adeus em silêncio,
Lamentando a indiferença...
Meus passos soaram tensos
Nas lajes da mal-querença. 

Eu disse adeus, e é tudo
O que eu podia dizer...
E quem permaneceu mudo,
Não há de me ver morrer.




Coisas que às Vezes Acontecem aos Sábados







Antes da pequena reunião, é preciso arrumar tudo para que fique aconchegante e os convidados se sintam bem-vindos. 

Colocamos as luzes coloridas em volta da lareira. Colho um ramo de Hortênsias no jardim e enfeito a mesa. Disponho os pratos que ganhei de presente de casamento, há vinte e cinco anos, e escolho os melhores copos. Selecionamos as músicas no pendrive. Um incenso para perfumar tudo.

Sobre a mesinha da sala, as pastinhas - de gorgonzola e de azeitonas com queijo, as torradinhas, o queijo, o vinho. Abajures acesos. Encomendamos a pizza. Para sobremesa, um panetone maravilhoso, paglia italiana (trazida pelos convidados) e sorvete.

Pouco antes da chegada dos convidados, acendo as velas que estão na varanda e sobre a lareira. Lá fora, a chuva deixa o interior da casa mais acolhedor. A árvore de natal pisca suas luzes azuis perto da porta de entrada.

A campainha toca. Recebemos nossos convidados e as conversas se estendem entre taças de vinho e comidinhas. Horas agradáveis e despretensiosas. 

Mais tarde, quando eles vão embora, recolhemos e guardamos as comidinhas que sobraram,  lavamos, secamos e guardamos a louça e nos sentamos nas poltronas da sala, de mãos dadas, o aparelho de som bem baixinho, desfrutando da paz que nos rodeia. E as lembranças vão brotando, tecendo conversas e considerações sobre acontecimentos passados, planos futuros, e o presente... comentamos as músicas que estão tocando. Cansados, tranquilos e felizes. Fazemos uma breve recapitulação de tudo o que alcançamos este ano, e também tecemos alguns esboços daquilo que pretendemos para o ano vindouro.

O sono torna-se cada vez mais presente e palpável. Desligamos o som, apagamos as luzes do interior da casa e vamos dormir. A chuva continua caindo lá fora, o barulhinho no telhado logo nos conduz a uma noite de sono tranquila e reconfortante.

A casa finalmente fecha seus olhos.




OUVIDO EM UM FILME






"Aquilo que você não sabe, não te fere.





Te mata."





O VESTIDO - PRESENTE DE NANCY


quinta-feira, 3 de dezembro de 2015

Lá, Onde eu Sou Poeta








Existe uma terra longe,
Lá, onde eu sou poeta,
Onde Bocage é asceta
E Pessoa se esconde
Por trás de seus codinomes.

Shakespeare está perdido,
Entre os sapos de Bandeira,
E Florbela não é triste:
Ri da dor que ainda insite,
Canta e dança a noite inteira!

Lá, onde eu sou poeta,
Augusto não é dos anjos,
Mas amigo de Neruda.
Quer beijar a boca muda
De Cecília, que segura
Pelo braço, seu marido
Mal comido e mal roupido.

Existe uma terra estranha,
Surreal, onde eles andam
Procurando suas memórias,
Esquecidos de suas glórias
Os poetas, já morridos
E os ainda não nascidos.

Lá, onde eu quero estar,
Nossas letras se confundem,
Somos alvos de mil setas,
Somos grandes e pequenos,
Entre amargos e amenos
-Mas somos todos poetas.





A Árvore de Natal









A árvore de Natal é uma tradição maravilhosa, que remonta aos tempos medievais.  Embora hoje em dia a árvore de natal seja montada justamente em celebração ao nascimento de Cristo, muito antes disto elas já serviam como uma comemoração à fertilidade da natureza. Os romanos as enfeitavam como uma homenagem a Saturno, o deus da agricultura. 

Se fizermos uma pequena pesquisa, descobriremos várias histórias interessantes sobre as árvores de natal; porém, segundo o site Wikepedia, "Nas vésperas do solstício de inverno, os povos pagãos da região dos países bálticos cortavam pinheiros, levavam para seus lares e os enfeitavam de forma muito semelhante ao que faz nas atuais árvores de Natal. Essa tradição passou aos povos Germânicos. A primeira árvore de Natal foi decorada em Riga, na Letónia, em 1510. No início do século XVIII, o monge beneditino São Bonifácio tentou acabar com essa crença pagã que havia na Turíngia, para onde fora como missionário. Com um machado cortou um pinheiro sagrado que os locais adoravam no alto de um monte. Como teve insucesso na erradicação da crença, decidiu associar o formato triangular do pinheiro à Santíssima Trindade e suas folhas resistentes e perenes à eternidade de Jesus. Nascia aí a Árvore de Natal."

É... ele aprendeu logo que àquilo que não podemos modificar, devemos nos adaptar...

Mas para mim, não importa tanto de onde ela veio, e sim a intenção de quem a enfeita. Eu gosto de montar a minha árvore de natal logo no início de novembro, pois assim ela fica enfeitando a casa por mais tempo, e geralmente a desmonto após o Dia de Reis, no dia 6 de janeiro. Confesso que desmontar a árvore é uma atividade que considero melancólica... seria bonito, mantê-la enfeitada e acesa o ano todo, para que nos lembrássemos sempre daquela solidariedade que geralmente só surge no mês de dezembro.

Gosto tanto de árvores de natal, que eu montaria uma mesmo que fosse atéia. Acho que elas dão um aconchego especial à casa e à alma.








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