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segunda-feira, 26 de janeiro de 2015

Andar à Pé - David Henry Thoreau






Vamos passear à pé com Thoreau?

"Que será que às vezes tanto nos dificulta determinar o destino a dar os nossos passos? Creio na existência de um magnetismo sutil na natureza o qual, se cedermos inconscientemente, nos levará ao caminho acertado. Não nos é indiferente seguir este ou aquele caminho. Há o caminho certo, mas a negligência e a estupidez muito nos sujeitam a seguir o caminho errado. Muito gostaríamos de dar aquele passeio que não encetamos neste mundo real e que simboliza perfeitamente o atalho que adoraríamos percorrer no mundo interior e ideal; e às vezes, não há dúvida, temos dificuldade em escolher a nossa direção, por não a termos discernido bem em nosso pensamento."




"A vida compreende-se na rusticidade. O mais vivo é o mais selvagem. Posto que ainda não subjugada pelo homem, a selva o retempera. Aquele que, premido pelas circunstâncias, sempre trabalhou incessantemente e sem descanso, que se desenvolveu rapidamente e esgotou as reservas da vida, encontrar-se-ia sempre num país novo, cercado da matéria-prima da vida. pôr-se-ia a trepar nas árvores da floresta primitiva."






Se jamais houve um verdadeiro individualista, foi Henry David Thoreau. Como lembrou seu amigo, o poeta, ensaísta e filósofo Ralph Waldo Emerson, “ele não foi feito para nenhuma profissão; nunca se casou; viveu sozinho; nunca foi à igreja; nunca votou; recusava-se a pagar tributos ao Estado; não comia carne; não bebia vinho; nunca conheceu o uso do tabaco; e, embora fosse um naturalista, não usava armadilha ou arma. Ele escolheu, sabiamente para si mesmo, sem dúvida, ser bacharel do pensamento e da natureza. Ele não tinha nenhum talento para a riqueza, e sabia ser pobre sem o menor sinal de sujeira ou deselegância”. Emerson poderia ter acrescentado que Thoreau condenou a guerra e ajudou escravos fugidos. O poeta americano Walt Whitman confidenciou que “uma coisa em Thoreau o mantém muito próximo de mim: refiro-me à sua falta de leis – sua discordância – o fato de seguir absolutamente seu próprio caminho, quaisquer que sejam as consequências”.

(leia a bibliografia completa no site Instituto Ordem Livre
ordemlivre.org









Casa Não é Prisão




Uma casa deve ser um refúgio no meio do mundo onde nos recolhemos para recompor as forças. É como se ela estivesse suspensa bem no meio dos acontecimentos, esperando para nos proteger quando precisarmos.

Uma casa não pode ser, jamais, prisão: "Não vou viajar. Quem vai olhar a casa?" Ou: "Não vou dar aquela festinha, pois vão sujar o chão!" Vassoura, panos, água e um pouco de paciência limpam tudo. A casa é o lugar para onde a gente deve gostar de voltar, e não de onde a gente nunca quer sair.

Amar uma casa deve ser quase como amar alguém: cuidar, mas deixar as janelas abertas. Decorar, mas sem atravancar. Limpar, mas sem tornar-se escrava da limpeza. E, se um dia precisar deixá-la, abençoar as pessoas que irão morar nela depois da gente, guardar as boas lembranças em uma caixinha na memória e, ao fechar a porta, seguir em frente sem olhar para trás, deixando no passado o que ficou no passado. Sem apegos. Porque a gente tem as fases de morar em uma casa e também de deixá-la, se for preciso. 

Quem está tranquilo tem um lar dentro do próprio coração.



domingo, 25 de janeiro de 2015

ORDEM DOS POETAS DO BRASIL




Fundada por Maurício de Azevedo, a OPB (Ordem dos Poetas do Brasil) tem como principal objetivo a divulgação da poesia. 

Abaixo, uma explicação sobre o que significa a OPB, por Maurício de Azevedo:


BREVE HISTÓRICO DA ORDEM      OPB-  CONTRIBUIÇÃO PARA  A CULTURA BRASILEIRA 
   

    A OPB – ORDEM DOS POETAS DO BRASIL, foi  fundada em 01 de  dezembro de 2013, no município de Guarujá-SP. Contou para isso com o incentivo de uma grande amiga e depois outras pessoas. No mesmo mês, a OPB chegou as redes sociais, ampliando o número de participantes dentro da adoção de um critério qualitativo, ou seja, crescimento aos poucos com a conscientização gradual de seus participantes. A poesia brasileira há muito tempo vinha merecendo ganhar uma Ordem que a homenageasse, que a iluminasse em  uma importância, que  lutasse por ela , senão na totalidade dos poetas aqui  existentes, pelo menos na representatividade daqueles que anseiam por melhores dias , não só para a poesia , mas por extensão para toda a educação, cultura e literatura brasileira. A idéia inicial de uma Ordem surgiu quando ao vencer um concurso de poesias, de um grande município  brasileiro, segundo lugar, em 2006, vi que nenhum dos prêmios oferecidos eram respeitados. Não é segredo para ninguém que  a cultura brasileira é desrespeitada pelo poder público quase sempre, seja  no tratamento de verbas destinadas  a ela , seja no emprego de pessoas que em grande parte, quase sempre, são  despreparadas para o exercício dela. A vontade concreta da criação de uma Ordem se fortaleceu mais ainda  quando deparei também com belos livros de poesias e literaturas jogados, desprezados, oferecidos pelo governo de um rico estado e,  ver que mesmo quando este,  o poder público,  manifesta a vontade de contribuir, o resultado é pouco, porque faltam as bases profundas para a retomada do apreço tanto pela literatura como pela poesia e a cultura geral. . Ao iniciar o movimento dos pássaros da poesia, aos poucos fui percebendo que  havia agora finalmente  o chão para que o projeto de uma ordem de poetas, fosse enfim implantada, e que essa ordem também tivesse como bandeiras,  a educação e a cultura. Falta as atuais gerações brasileiras,  uma política de valorização da cultura nacional em seus vários aspectos.  A sociedade brasileira precisa repensar profundamente   o que é cultura e como se processa  a importância  dela na formação do seu povo. É preciso  que governos, ministérios, prefeituras, universidades e órgãos públicos e privados em geral, voltem a repensar seriamente a cultura.  Já não  basta mais o velho discurso cultural sem ações e políticas concretas. É preciso que todos amadureçam a idéia de um país mais culto  e com  oportunidades  reais para construção de um sociedade mais digna e melhor educada.  Vemos que a arte brasileira em geral enfrenta, a exceção do cinema,  uma crise de qualidade e de identidade. Nunca a música popular brasileira viveu um período tão pobre, as artes plásticas desvalorizadas em suas bases, a literatura relegada a números pífios de vendas. Enfim, o grito pela poesia, a mais abandonada das artes, é também um grito pela cultura brasileira em geral. É preciso que as escolas voltem a produzir  cultura também, com diretores mais ativos e proativos, que estimulem mais a atividade cultural em suas escolas, assim como as universidades precisam urgentes, repensarem melhor a formação de professores de letras, propiciando rodas culturais, concursos de literatura e aproximação com a sociedade local.. Vivemos a mediocridade de  formarmos  professores de literatura que não lêem,  de professores de artes que não sabem ensinar  ou transmitir o amor pela cultura. É preciso que todos se unam nesta missão de resgatar a cultura brasileira e elevarmos o nível  de qualidade das relações humanas neste país.  É preciso muita cultura. É preciso que reativemos os mananciais parados da cultura brasileira e que estes voltem a serem representativos da alma e da identidade brasileira. A  OPB - ordem dos Poetas do Brasil, tem ciência das Inúmeras dificuldades que cercam esta retomada da produção cultural do país, mas não teme o esforço. Sabe que  com  esforço de todos  e a longo prazo, os resultados são possíveis e mais que possíveis, saudáveis e benéficos a toda a sociedade brasileira. Com as bandeiras da educação e cultura como metas, , a OPB amplia seu leque também sobre o meio ambiente e cidadania,  dentro dos conceitos PHUC  assim distribuídos: POLITICA HUMANA , URBANA E CULTURAl para a sociedade, PEDAGOGIA HUMANA , URBANA E CULTURAL para a educação e POÉTICA HUMANA, URBANA E CULTURAL para as Artes.  Atualmente a ordem conta com um número de 50 poetas e mais 10 pessoas que compõe um grupo de apoiadores culturais.  Como entidade recente, ainda não possui apoios financeiros públicos ou privados.  A sua preocupação  primeira é firmar os seus princípios e  situar o seu campo de atividades por meio de 15 projetos  culturais que a norteiam, alguns delas já divulgados em rede.  Assim a OPB, ORDEM DOS POETAS DO BRASIL, completou seu primeiro ano de vida, reafirmando o compromisso com a poesia, a cultura e educação brasileira. OBRIGADO A TODOS.
                                           MAURICIO DE AZEVEDO 
                                     FUNDADOR E PRESIDENTE DA OPB

quinta-feira, 22 de janeiro de 2015

Quem Canta...





Quem Canta...

Todo mundo sabe como esta frase termina, e podem acreditar: é  a mais pura verdade! Quem canta, seus males espanta, e eu descobri isso muito cedo. Sempre cantei: no banheiro, na sala ouvindo música, enquanto limpo a casa. 

E agora eu descobri uma coisa que eu simplesmente adorei: um karaokê online. E assim, eu sigo, espantando os meus males. Quem quiser ouvir como ficou, basta acessar o link abaixo, e terá a experiência (gratificante ou ingrata) de ouvir algumas de minhas performances. basta procurar por outras na página.




terça-feira, 20 de janeiro de 2015

A Armadilha da Raposa – Reflexões Sobre o Pequeno Príncipe


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A raposa é apenas um animal inocente, mas um dia, alguém decidiu que ela seria o símbolo da esperteza e da velhacaria – eu nunca soube o porquê. O pobre animal passou a figurar em fábulas infantis, representando aqueles que desdenham mas querem comprar (“As uvas estão verdes!) e também na famosa história de Saint-Exupéry, O Pequeno Príncipe, como uma criatura que ao ser cativada, logo disparou: “Tu te tornas eternamente responsável por aquele a quem cativas.” 

Alguém conhece um laço mais apertado que este? E foi desta forma que a raposa tentou prender o Pequeno Príncipe – que como não era bobo, acabou voltando para a sua rosa. Mas ele precisou sair de seu planeta e abandonar a sua rosa superprotegida, sem conseguir lembrar-se se estava amarrado ou não o carneiro que a ameaçava. Porque a rosa e o carneiro precisavam tomar as suas próprias decisões. E foi somente quando ele saiu de seu planeta, deixando a rosa que pensou ser única no universo, que ele descobriu que havia milhares iguais a ela pelo mundo. Mas ele também aprendeu que nenhuma era exatamente igual a ela, pois ele a amava, e não às outras, coisa que ele talvez jamais descobrisse se não a tivesse deixado. 

E ao mesmo tempo, a rosa teve que endurecer seus espinhos e crescer acima do carneiro, para evitar que este a comesse. Ela nunca teria conseguido enquanto estava protegida pela redoma do Pequeno Príncipe. E o carneiro precisou procurar outro tipo de alimento, já que a antes frágil rosa era agora uma roseira forte e alta que ele não mais alcançava. E sabem, acho que ele acabou descobrindo que havia em seu planeta muitas outras coisas interessantíssimas para ele comer, e que ele vinha ignorando devido à sua obsessão pela rosa! 

Quanto a raposa dominadora, que desejou tornar o príncipe responsável por ela, fazendo-o assumir uma vida que não era sua, teve que contentar-se com a sua ausência. Voltou a cobiçar as uvas verdes...

De volta ao seu amado planeta, após tantas descobertas, o Pequeno Príncipe – que perdeu a inocência, mas aprendeu a conhecer a verdadeira essência das coisas -  descobriu que, se ao invés de afastar a cadeira para assistir a mais um melancólico pôr-do-sol ele a virasse de costas, poderia vislumbrar um belíssimo amanhecer.


segunda-feira, 19 de janeiro de 2015

Morgan Freeman



Alguns pensamentos do grande ator Morgan Freeman:






"Esquecer é mais difícil que perdoar. O que não torna o perdão um exercício fácil.
O perdão significa riscar uma linha separando o presente e o futuro das faltas passadas
e determinar que não se voltará para trás dessa linha, e que aqueles erros não serão mais repetidos."



"O dia em que pararmos de nos preocupar com Consciência Negra, Amarela ou Branca e nos preocuparmos com Consciência Humana, o racismo desaparece."




"Se você não está rindo de si mesmo, alguém vai estar rindo de você."






"Gosto de interpretar a mim mesmo. Quer dizer que sou aceito como um bom ator. Mas é só o que sou. Sou chamado o tempo todo para fazer discursos, mas sempre recuso. Não sou bom nisso, sou bom em fingir que estou fazendo isso. Gostaria de ser um físico teórico, talvez. É possível que vivamos num universo paralelo. Pense nisso: não é fascinante?"



"Eu sempre digo a meus filhos, as pessoas vão passar por cima de você. Mas se você continuar lutando, alguém vai sempre, sempre lhe dar uma mão. Mas você tem que continuar dançando, você tem que manter os pés em movimento."




"Dr. Martin Luther King não é um herói negro. Ele é um herói americano."





"Detesto a palavra homofobia. Não é um medo. Você não está assustado. Simplesmente você é o idiota."









Planeta Casa: Quente!...




O ano de 2014 foi apontado como o mais quente de todos os tempos. Planeta casa precisando de cuidados... após tantos desmandos com seus cômodos, ele finalmente está dando sinais de cansaço... se eu pudesse (e soubesse como), ia lá para fora e fazia uma dança da chuva.  Mas não vai adiantar, pois não há nuvens.

Espero poder acordar com o barulhinho da chuva no telhado, em uma manhã fresca e perfumada, com cheirinho de terra molhada. Espero poder olhar da janela e ver as plantinhas do meu jardim, hoje ressecadas e tristes, com seus rostinhos voltados para o céu e sorrindo em agradecimento. Não tenho água suficiente para dividir com elas, e vê-las secando, ver a terra farinhenta feito areia, me dá uma enorme tristeza...

Os passarinhos fugiram todos. As frutas apodreceram no comedouro, sem ter quem as comessem. Ouço o canto deles na mata, sob as árvores, onde é mais fresco. Eles não se atrevem a cruzar os céus com esse calorão, debaixo desse sol. Só dão o ar da graça no finalzinho da tarde, e mesmo assim, por pouco tempo.

A limpeza da casa também fica comprometida, já que não posso usar muita água. Será que alguém aí já parou para pensar no que vai acontecer se ela realmente acabar de vez?...

Enquanto isso, balões cruzam os céus com suas tochas acesas. As matas secas aqui embaixo tremem de medo quando eles passam.



Sentindo na Pele




Na última sexta-feira, o Jornal Nacional começou falando das mudanças climáticas em curso no mundo. Enquanto eu assistia, parecia-me que estava fazendo parte de algum daqueles filmes de ficção que falam sobre o fim do mundo, da falta d'água no planeta. De repente, eu me dei conta de que não era um filme: está acontecendo.

Antes, quando escutávamos algo sobre este assunto, a maioria dos verbos estavam no passado. Atônita, percebi na última sexta-feira que eles estavam todos no presente. Um grupo de cientistas criou um gráfico que vai de um a quatro a fim de medir a intensidade das mudanças climáticas, sendo que o nível um é o nível mais ameno, e o quatro, o mais crítico, que implica extinção de espécies, aquecimento global e falta de água. Bem, como num pesadelo, descobri que estamos no nível quatro.

O ano de 2014 foi o mais quente da história, e parece que 2015 não vai perder o recorde. Vivo em Petrópolis, cidade serrana conhecida pelo clima ameno e pela boa qualidade de sua água; na minha varanda, neste exato momento - 11:38 da manhã - o termômetro marca trinta graus à sombra, e a água das minas que abastecem as casas em minha rua, está secando. Temos pouquíssima água. A chuva que estava prevista para cair por aqui na próxima quarta-feira, não está mais lá na previsão do tempo; foi substituída pelo anúncio de chuva leve na quinta-feira à tarde. 

Passeando em Itaipava no último domingo, nos sentamos para tomar um sorvete e beber água. Enquanto eu tomava a água mineral gelada, fiquei pensando se poderemos desfrutar deste prazer em um futuro próximo... porque as mudanças climáticas e suas consequências já não fazem mais parte de histórias que "cientistas loucos" como James Lovelock e Tim Flannery contavam sobre o futuro: elas estão aqui. Está acontecendo.





sexta-feira, 16 de janeiro de 2015

FLOR




O olhar da criança
Pousou sobre as  pétalas,
Enquanto, encantada,
Ela anunciou: "Flor!"

Nos lábios rosados,
Um riso espontâneo.

A mãe corrigiu-a:
"Crisântemo!"
O riso murchou.

O olhar ansioso 
Por mais descobertas,
Pousou noutras pétalas,
E ela, encantada,
Ainda tentou: "Flor!"

A mãe, sempre atenta,
Querendo ensinar
Sobre as diferenças,
Logo consertou: "Margarida!"

Morreu o sorriso
No rosto da criança,
Cessou a magia
De ver só a flor
Nos jardins da vida.




quarta-feira, 14 de janeiro de 2015

Entre as Coisas mais Lindas do Mundo...




Perdão e Esquecimento





Perdão e Esquecimento

Ao ser indagado sobre quantas vezes devemos perdoar aos nossos ofensores, Jesus foi bem claro: “Setenta vezes sete.” Mas até mesmo esta conta é um número finito: 490. E com toda certeza, ele baseou este número em uma representação simbólica daquilo que ele mesmo faria – e qual de nós pode igualar-se a ele? Na oração que deixou para nós, ele continua: “Perdoai as nossas ofensas assim como nós perdoamos aos nossos ofensores”, ou em outra versão, “Perdoai as nossas dívidas assim como nós perdoamos aos nossos devedores." Mas em nenhum momento, ele disse: “Esqueçais as nossas dívidas assim como nós nos esquecemos dos nossos devedores.”  E foi ele mesmo que expulsou os vendilhões do templo (os oportunistas) à gritos e pontapés. Por mais que ele amasse a todos igualmente, Jesus sabia muito bem que existem pessoas e pessoas...

Jesus sabia muito bem que quem perdoa, não esquece. Lá no fundo da alma, no âmago do ser, aquele que foi traído, ferido, enganado ou caluniado, especialmente quem o foi mais de uma vez pelas mesmas pessoas, não pode esquecer-se deste fato. E mesmo que, por razões íntimas, sejam elas feitas de convicções religiosas ou do mais puro sentimento de amor, quando perdoam, as pessoas se lembram; nós nos lembramos. Porque, como circula em uma frase de filosofia Facebookeana, “perdoar não é sofrer de amnésia.”

Mas existe uma grande diferença entre não esquecer e guardar rancor. O rancor, o ódio, a raiva, são sentimentos destrutivos. Quando eu os sinto, eu procuro observá-los, entender suas causas e conversar com eles até que eu os tenha sob meu controle. Acredito que tentar soca-los debaixo de uma falsa capa de perdão e esquecimento poderá torna-los ainda mais fortes e nocivos, prejudicando até mesmo a minha saúde física e mental. E dizer a alguém “Eu te perdoo” sem que isso seja verdadeiro, é mentir. Mentir para si mesmo e para a pessoa em questão.

Tudo o que vivemos faz parte de nosso aprendizado, da nossa experiência, e não deve ser esquecido, porém, entendido, assimilado. Se uma pessoa me fere hoje, e amanhã, e depois de amanhã, qual o sentido em continuar expondo-me a ela deliberadamente, já sabendo de quais atitudes esta pessoa é capaz? Afasto-me dela. Observo-a. Dou-lhe um tempo para que ela evolua em seu próprio ritmo, sem tentar impor-lhe as minhas convicções mas sem submeter-me aos seus desmandos. E não o faço por razões falsamente altruístas, mas porque assim estarei protegendo a mim mesma. Se eu achar que aquela pessoa realmente vale a pena, digo a ela os motivos pelos quais estou me afastando. Caso contrário, não digo nada.

Aprendi que de nada adianta tentar modificar os outros, pois cada um acredita naquilo que está pronto a acreditar, e vive conforme suas próprias crenças e experiências. Tentar impor as minhas ideias e convicções – que podem muito bem estarem erradas - só vai fazer com que eu perca meu tempo. Mas eu também acredito que um dia todo mundo acaba percebendo os próprios erros e agindo a fim de consertá-los. Eu mesma sei que tenho muitos erros a serem consertados, e estou cuidando disso. 

Quando pessoas passam por treinamentos de busca e salvamento, elas aprendem, em primeiro lugar, a cuidarem delas mesmas e garantir a própria integridade física. Em um avião, em caso de acidente nós somos ensinados a colocar a máscara de oxigênio em nós mesmos antes de tentar ajudar os outros. A pessoa mais importante do mundo, para mim, sou eu mesma. Ninguém viverá por mim, ninguém aprenderá por mim, e se um dia eu precisar de ajuda, sei que é mais provável que eu a encontre em alguém que esteja calmo e equilibrado.

Perdoar não é esquecer; tem mais a ver com entender, compreender e superar, arriscando-se a ser ferido novamente. Porque muitas vezes, quem pede perdão não o faz sinceramente, mas apenas por questões que envolvem interesses pessoais momentâneos. Aprender a identificar estas pessoas é vital para quem preza sua autoestima. 

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Wyna, Daqui a Três Estrelas

Este é um post para divulgação do livro de Gabriele Sapio - Wyna, Daqui a Três Estrelas. Trata-se de uma história de ficção científica, cuj...