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quarta-feira, 9 de abril de 2025

O MEDO


O MEDO

 

O medo é uma voz que grita,

Mas só a ouve quem teme.

Mas quem a teme, disfarça

O coração que se esgarça,

A voz sumida, que geme.

 

O medo é um passo perdido

À beira do desabrigo.

Não tem coragem de ir,

Também não pode voltar.

Os pés, suspensos no ar,

Sobre a estrada, divididos.

 

O medo escreve uma história

Que a vítima não quer ler.

Enquanto prega a coragem,

Atrasa a própria viagem

No afã de não morrer.

 

O medo é a mão que apedreja

Porque não sabe viver.

 

 

Ana Bailune

terça-feira, 1 de abril de 2025

ESFORÇO




 A vida demanda esforços. Nem tudo vem fácil, mas tudo vai fácil.

Começar nem sempre significa ter tudo prontinho, preparado, com todas as cartas na mesa. A gente começa com o que tem, e pronto. Com o tempo, vamos acrescentando outras coisas, melhorando, crescendo. E de vez em quando poderá haver reveses. Daí a gente volta, respira, olha para o que perdeu, aprende, respira fundo... e recomeça.

Pensando na vida, me lembrei de quando comecei a trabalhar de casa: eu dou aulas de inglês, e tinha acabado de sair de um curso após quatro anos de trabalho e dedicação e zero reconhecimento por parte dos meus empregadores. Antes, tinha trabalhado por seis anos em um outro curso do qual saí pelos mesmos motivos. 

Estava tão insatisfeita, que deixei tudo para trás, saí cheia de dívidas e sobrevivi do seguro desemprego durante alguns meses. Eu acordava cedo e ia para a varanda da minha casa enrolada em um cobertor, ainda no escuro, e esperava o sol nascer. Lá eu pedia a Deus ou a alguém que estivesse me ouvindo que me mandasse uma resposta. Não tinha a menor ideia sobre o que iria fazer da minha vida.

Meu desgosto com a profissão era tão grande, que pensei em deixar de ser professora de inglês. Porque os cursos exigiam formação disso e daquilo, cursos de business English, aulas fora do ambiente do curso. E não queriam financiar nada, nem pagar melhor por isso.

E finalmente, após quase cinco meses, alguém escutou as minhas preces. Uma ex-colega de trabalho me ligou, me oferecendo um aluno. Minha insegurança atravessou o caminho e foi logo dizendo 'Não!' Afinal, eu não tinha computador, não tinha material, não tinha um local. Mas mesmo assim, ignorei meu bom senso e decidi aceitar o aluno. E ele me trouxe outro aluno, que me trouxe outro, e outro... comprei meu primeiro computador - um Positivo basiquinho que paguei durante um ano e que durou três anos - acrescentei uma impressora, montei uma salinha de aula em um quarto de hóspedes que foi transferido para o segundo andar da casa. Mais tarde, comprei um computador melhor. Isso começou no ano de 2001.

Continuei dando as aulas em casa, na minha salinha de aula, e às vezes eu tinha muitos alunos, às vezes, poucos, mas sempre tinha.

Veio a pandemia, e perdi todos - eu disse TODOS - os alunos que eu tinha. Ninguém mais podia sair de casa. Foi então que um aluno me sugeriu dar aulas pela internet. É claro que meu bom senso foi logo dizendo 'Não!' Você não tem uma boa conexão de internet, não sabe usar os aplicativos, etc, etc..., mas ele (o aluno) resolveu me ajudar e me ensinou. E aos poucos, meus alunos foram voltando e novos foram se juntando. Coloquei uma conexão melhor, e recomecei.

Já tive alunos na Itália, Canadá e até na Suécia. Não há limites para o trabalho online.

E lá se vão quase 21 anos dando aulas em casa - cinco pela internet. Nunca me arrependi de ter saído do mercado de trabalho convencional. Mas eu tive que começar. E comecei apenas com algumas folhas de papel e uma máquina de escrever velha. Era o que eu tinha. Mas eu também  tinha conhecimento e boa vontade, e nenhum medo de trabalhar.

Aprendi que muitas vezes (quase sempre) a gente vive uma vida ruim por termos medo, por acharmos que o que temos é tudo o que podemos ter. Nos vitimizamos, nos colocamos para baixo e jogamos obstáculos em todas as oportunidades que aparecem. Mas eu tive coragem, e tive pessoas que me ajudaram: o apoio do meu marido para deixar o emprego, a indicação de um aluno por minha colega, a boa vontade de um aluno ao me ensinar a trabalhar pela internet. A todos eu sou grata.


O que não adianta, é alimentar o medo, a preguiça, o desânimo e as desculpas esfarrapadas que inventamos para nós mesmos.




sexta-feira, 21 de março de 2025

CINCO QUILOS

 


 

 

 

No seu conceber,

Cinco quilos me separam da esbelteza.

Cinco passos, até que eu seja

O 'eu'

Que você deseja.

 

Cinco meses, ou semanas, talvez,

Até que eu preencha as demandas

Que você me fez.

 

Mas tudo isso é uma questão

De ponto de vista.

Quem sabe, eu seja para mim

Finalmente, o que eu sempre quis?

 

Quem sabe, no seu coração

Não seja você mesmo

O real motivo

Da sua insatisfação?

 

.

 

.

 

.

 

 

 

Quem vive para preencher as expectativas alheias tem um sério problema.



quinta-feira, 20 de março de 2025

IMPORTÂNCIA




IMPORTÂNCIA

 

 

Apague meu rosto, não hesite.

Vire a página

À minha irrelevância.

 

Não é importante para mim

O que pensas 

Sobre a minha importância.

 

A cada manhã, eu renasço,

Filha da mesma

Inconstância.

 

E a cada noite, eu me apago,

Sem qualquer desejo

De rutilância.

 

 

 

Ana Bailune

 

PERFIL

 




PERFIL

 

De frente, de lado,

Sorrindo, Calado,

Pensando num ponto

Cantado.

 

Tem gente que passa,

Os rostos virados,

Tem gente que teme

Mau-olhado.

 

Tem gente que lembra,

Tem gente que esquece,

Tem gente que sopra 

Uma prece.

 

O rosto amarelo

Queimado, bem preso

Na velha moldura

Ovalada.

 

Já nem se vislumbram

Os traços gravados;

Um dia, nasceu,

No outro, finado.

 

Um dia, não sobra

Nem mais uma alma

Que saiba quem está

Sepultado.

 

 

 

 

 

Ana Bailune


CONSELHO

 



Conselho 

 

 

Não olhe jamais

Através do buraco da fechadura.

Não queira ver

O que os outros não querem mostrar,

Pois a inocência é um mar de branduras,

E no saber

Não cabe o recolhimento de um olhar.

O que você vê

É o que saberá,

A vida toda.

Não há como voltar.

 

 

 


QUANDO O INUSITADO NOS VISITA

 

 




Sempre apago meus e-mails – recebidos e enviados, lixeira e spams. Isso economiza espaço no Google, e por isso venho fazendo isso desde sempre. Porém, mesmo que eu não os apagasse, o próprio Google os apagaria de tempos em tempos.

 

Na última sexta-feira, ao tentar acessar meus e-mails do computador, percebi que minhas duas contas do Google tinham sido desvinculadas. Deu um trabalhão para consertar tudo: coloca impressão digital, troca senha, recebe código no telefone... enfim, consegui normalizar as coisas.

 

Mas ao acessar minha caixa de “enviados” a procura de um e-mail que eu enviei a um de meus alunos, ela estava lotada de e-mails que enviei nos anos de 2007 a 2013! Até mesmo minha aluna que trabalha na área de T.I me afirmou que a chance de algo assim acontecer é... nenhuma. E-mails tão antigos, após apagados, não retornam do além.

 

Bem, por curiosidade, fui olhar o que eles continham. Embora os anexos tivessem se perdido, as mensagens e trocas de e-mails ainda estavam lá. E foi uma enxurrada de lembranças me assolando de repente. Havia e-mails concernentes à perda do meu sobrinho em 2011, respostas a comentários que recebi aqui no Recanto das Letras, inclusive de pessoas que já se foram, como Cássia da Rovare e Kathleen Lessa. Muitas lembranças. Havia até mesmo e-mails trocados com desafetos daquela época.

 

Como eu não acredito em coincidências, fiquei me perguntando o porquê destes e-mails terem surgido assim, tão de repente.

 

Existem coisas que a gente acha que superou, só que não. Fiquei algumas horas relendo alguns daqueles e-mails. Pelas minhas contas, são mais de duas mil mensagens! Por que o passado pulou na minha frente desse jeito? Será que existe alguma coisa (ou alguém) que estou negligenciando? Alguma lição que a vida esfregou na minha cara, mas eu não aprendi?

 

Sigo relendo aqueles e-mails. O mais estranho, é que eu já nem me lembrava mais da maioria daquelas pessoas e acontecimentos. Rever uma dor muito grande, como a perda do meu sobrinho e a perda meus dois cães logo em seguida, me deixou um tanto pensativa. Já não dói mais; o tempo tratou de curar as feridas. Mas ficaram muitas lembranças que estavam trancadas lá no fundo da minha memória antes da releitura daqueles e-mails. Eu tive que trazê-las para fora, limpar a casa. Foi como encontrar um velho computador anos depois de ele ter sido descartado, e ver que ele ainda funciona, e que tem muitas coisas na memória.

 

Muitas perguntas que não foram respondidas naquela época continuam sem respostas, o que me leva a concluir que algumas coisas não são para a gente ficar sabendo. O que vai embora tem que ir embora. A gente precisa soltar, porque nunca mais vai voltar. A dor precisa ir, mas as coisas que ela nos ensina precisam ficar.




 



segunda-feira, 27 de janeiro de 2025

AQUELAS CIDADEZINHAS À BEIRA DA ESTRADA

 





Capim, capim, capim. Algumas árvores ressecadas. Chão de barro, poeira, poeira, poeira. Calor. Calor infernal, impossível de ser suportado por qualquer pessoa normal. Várias casinhas em péssimo estado de conservação. Elas são pequenas, muito pequenas e muito sujas. As janelas estão quebradas, e dá para ver que em algumas delas ninguém mora. Quem morou ali, e por que as abandonou? Será por causa do calor?

Em alguns trechos, há mais verde. Colinas se estendem até onde os olhos alcançam, salpicadas de manchas brancas: vaquinhas. As vaquinhas se escondem do sol do meio-dia amontoadas sob as árvores. As casinhas aqui parecem mais alegres, embora o calor seja igualmente insuportável. As cercas brancas de madeira servem também para enfeitar.

Olho para os animais e sinto uma pena enorme deles, por terem que viver ali. Às vezes, aparece um cachorrinho magro, cambaleando, entregue à própria sorte. Não há água ou comida à vista. Não podemos parar para acudi-los. O que fazer? Colocá-los todos dentro do carro e trazê-los  para casa? Alguns são atropelados e mortos. Passamos por um grupo de urubus que devoravam um gato.

As pessoas sentam-se às portas dos pequenos bares em ruínas que parecem que vão desmoronar a qualquer momento. Olham a estrada. As mãos estão estendidas sobre as próprias pernas em uma atitude de submissão. Muitos usam camisas abertas de tecido encardido, e outros apenas shorts. Nós passamos, e eles nos encaram.

Calor, calor, calor. O vapor que sobe do chão é visível aos olhos. Aposto que as cervejas que tomam ficam quentes em menos de cinco minutos. Resta-lhes os copinhos de cachaça.

Ao longo da rodovia, eles vendem de tudo: panelas de barro, mariolas, enfeites para jardim de gosto duvidoso, água, bananas, pipocas, biscoitos de polvilho, redes de dormir. Debaixo do sol escaldante, eles exibem suas mercadorias. Minha vida e a deles são dois pontos totalmente distantes. Olho aqueles rostos sabendo que nunca mais os verei, e eles me olham de volta.

A estrada se estende diante de nós. Passamos por trechos onde as casinhas são melhores – as portas e janelas são feitas de alumínio galvanizado, e tem até  quintalzinho com cerca. Mas apesar do capricho, fico pensando no quanto a vida dessas pessoas é sacrificada, no quanto elas devem trabalhar em locais longínquos, as conduções que precisam tomar para chegar ao trabalho e depois novamente em casa. Eu olho as ruazinhas paralelas que se estendem mato adentro. Algumas, de chão de terra, desaparecem entre a poeira, o calor, o matagal e as colinas. Lá longe, quase se perdendo de vista, às vezes  dá para ver que existe uma cidade, pois há telhados e prédios baixos. Apesar do ar condicionado do carro, o sol bate nas pernas. Faz calor, calor, calor.

Ele me pede um gole d'água, e eu estendo a garrafa. “Estamos quase chegando à BR. Preste atenção nas placas.” A apenas algumas horas fica a nossa casa. Nosso paraíso verde nas montanhas.

Mas há um engarrafamento, e precisamos ir mais devagar. Uma longa fileira de carros brilhando ao sol na nossa frente. A cor do ar é cinza. O céu azul é encoberto por uma camada de poluição. Os prédios e casas em ruínas estão pichados, e as janelas, quebradas. As ruas paralelas são escuras e desertas, e me fazem pensar que talvez o inferno seja assim, uma estrada de asfalto quente bem no meio do nada.

As pessoas esperam nos pontos de ônibus, os rostos desanimados. Algumas mulheres carregam sombrinhas. Pessoas  passam em suas bicicletas que deslizam sob o sol. Penso: como eles conseguem, meu Deus?

Ali, uma pequena escola. Um condomínio de prédios que tem até piscina bem ali, no meio daquela feiura. Fábricas, mercados, uma universidade em construção. O rei dos móveis. O rei dos autos. O rei das plantas. O rei das carnes. Depois, um trecho de estrada reta, reta, reta, até cansar. Nada em volta, a não ser o mato seco pronto para pegar fogo. O calor parece querer nos agarrar, e aceleramos.

Penso que não suportaria viver em um lugar tão quente e tão poluído. Sou do mato. Sou do frio das montanhas. Talvez aquelas pessoas pudessem pensar da mesma forma se vissem onde moramos: “Como eles conseguem viver no meio dessa friaca? Deus me livre! Olhem, não tem um supermercado pertinho! E essa chuva toda, que horror!”

Finalmente, vemos a placa: “Petrópolis.” Suspiramos, aliviados. A subida da serra está a apenas alguns minutos. Apesar de fazer calor também, é um calor diferente, que não sufoca, que não ameaça. Um calor verde. Tem cheiro de plantas, de água escorrendo, e o céu é azul brilhante. Cigarras acompanham a nossa subida. Pássaros e saguis parecem comemorar a nossa chegada. E quando passamos pelo centro da cidade, uma tempestade de verão desaba, aguando tudo, refrescando as plantas, e percebemos que o termômetro do carro desceu 14 graus desde que começamos a nossa jornada.

Lar, doce lar. Não, isso não é um cliché. Mas se for, é o melhor cliché do mundo.




terça-feira, 14 de janeiro de 2025

O QUE É ISSO, MINHA GENTE?

 




Desde novembro de 2024, estranhos fenômenos tem sido avistados nos céus do mundo. Tudo começou em New Jersey, Estados Unidos, onde luzes, orbes e aparelhos não identificados (batizados como drones por falta de um termo mais adequado) cruzam os céus da cidade sem a menor intenção de permanecerem anônimos. As pessoas os fotografam e filmam, postando tudo nas redes sociais, e se indagam a respeito do que tais coisas poderiam ser.

Enquanto isso, o Governo dos Estados Unidos, apesar de declararem não ter a menor ideia do que se trata, tenta acalmar a população, dizendo que as luzes, orbes e drones não apresentam perigo. Ora, como eles podem afirmar tal coisa se eles sequer sabem o que são aquelas UAPS (unidentified anomalous phenomena)?




E enquanto a NASA e o Governo dos Estados Unidos fazem cara de paisagem, e os incrédulos riem daqueles que estão inseguros a respeito daquelas coisinhas luminosas (algumas, maiores que um SUV) pairando sobre suas casas enquanto eles dormem, a coisa começa a se espalhar pelo mundo; há avistamentos no Canadá, Inglaterra, Índia, China e em vários outros países – inclusive, no Brasil.

A coisa já se tornou lugar comum. Ninguém ouve falar muito sobre isso na mainstream media. As informações mais exatas estão nos canais do YouTube. Minha imaginação, que não se contém, inventou algumas teorias, e outras eu peguei em canais do YouTube.


- São drones de países inimigos dos Estados Unidos. Contém armas químicas, e por isso não estão sendo derrubados; se o fossem, espalhariam doenças desconhecidas por todo o país. A origem? Quem sabe, a China, quem sabe o Irã. Isso explicaria os aparelhos físicos, mas não explicariam as luzes e orbes...


Avistado em New Jersey, dezembro de 2024


- São uma experiência psicológica do governo a fim de saberem como seria se um ataque interplanetário assolasse a humanidade. Não gosto desta teoria, acho a menos plausível. Para mim, não faz sentido.

- Alguns dizem que Elon Musk é o culpado. Mas qual seria o interesse dele em fazer isso? Não consigo entender.

- São aparelhos chineses que estão sendo usados para monitorar outros países, em especial os EUA. Lembram-se que durante a pandemia a NASA deu uma entrevista coletiva, dizendo que tinham sido feito avistamentos de OVNIS nos céus americanos? Foi um acontecimento e tanto! Meu marido me acordou de madrugada para assistir ao pronunciamento ao vivo feito pela NASA. Logo em seguida, o Governo e a NASA disseram que se tratavam de “balões meteorológicos chineses.”

- São coisas de outros planetas; são OVNIS (ou UAPS, como estão sendo nomeados hoje em dia). 

A minha teoria: pode ser tudo isso junto e misturado. Tem coisas voando por aí que não são drones, embora ninguém saiba o que elas são. E tem coisas que são drones que estão voando atrás dessas coisas que não são drones, tentando descobrir o que elas são. Pode haver armas químicas. Pode haver algum aparelho de monitoramento – chinês ou de outra nacionalidade – e estão mantendo tudo em segredo para não causar pânico nas pessoas. 

Desejo a todos nós boa sorte, na esperança de que não estejamos vivendo o Independence Day (lembram do filme?).

Há muitos mistérios ultimamente... além dos "drones", temos aviões caindo feito moscas no mundo todo, incêndios fenomenais, enchentes catastróficas e neblinas misteriosas que deixam um pó branco sobre as coisas e causam doenças. Não sabiam? Pesquisem.




segunda-feira, 6 de janeiro de 2025

Passarinho

 



É tão bonito o passarinho
Que pousa, cantando
No galho da árvore!

Derrama cores e cantos
Sem economia,
Sem promessas ou cobranças,
E sem sequer prometer
Que voltará no outro dia!






terça-feira, 31 de dezembro de 2024

ESTRANHA


 


 

 

 

Não seguia caminhos traçados,

Não pedia, jamais, perdão

Se não havia o que ser perdoado.

 

Jamais dizia ‘sim’ se isto lhe causasse dor,

Nunca se curvava a falsas

Declarações de amor.

 

Porém, o pior de todas as coisas,

É que ela ouvia muito bem

Tudo o que ficava mudo,

 

Tudo o que não era dito com palavras,

Mas que era disfarçado em sorrisos

Fingidos, itinerantes, ou crivados de mágoa.

 

"Estranha", todos diziam,

E quanto menos ela se importava,

Mais livre e sozinha ela se tornava.

 

Vivia a sua vida estranha,

Sem querer tornar-se nada

Do que não nascera para ser.

 

A todos, não agradava,

Pagava o preço pela sua escolha

De querer viver fora da bolha

Que a todos escravizava.

 

 

 

 


quinta-feira, 21 de novembro de 2024

Wyna, Daqui a Três Estrelas





Este é um post para divulgação do livro de Gabriele Sapio - Wyna, Daqui a Três Estrelas. Trata-se de uma história de ficção científica, cujo resumo se encontra abaixo: 


 

A estória narrada neste livro trata acerca de uma sucessão notável e singular de

belíssimas e sublimes experiências oníricas vividas e experimentadas no decorrer de

toda a sua vida por um terráqueo que foi escolhido e preparado por seres muito

evoluídos espiritualmente dos mais altos planos cósmicos, em virtude de suas

qualidades especiais e pelo fato de possuir uma mente cósmica, para o contato com uma

belíssima, encantadora, magnética e fascinante mulher alienígena cujo planeta natal se

encontra no sistema estelar de Antares, a qual se chama Wyna. No decorrer da trama o

terráqueo é preparado e treinado de forma gradual e cada vez mais intensa para o

contato com a Wyna, com o fim último de ambos realizarem uma missão conjunta de

grande importância para a garantia da ocorrência da linha do tempo do futuro positivo e

brilhante da Humanidade terrestre.


E agora, uma curta entrevista para sabermos mais sobre o autor e seu livro.


1- Quando você começou a escrever, e o que o motivou? 

Eu comecei a escrever o livro há sete anos e o que me motivou foram um conjunto de sonhos lúcidos que eu tive desde que eu tinha 9 anos de idade e que se verificaram no decorrer de toda a minha vida sobre a Wyna. Sendo que o melhor sonho que eu tive sobre a Wyna foi justamente o que eu tive há 21 anos atrás quando sonhei que me casei com ela e foi um sonho tão belo, sublime e fantástico que me motivou tanto a ponto de fazer com que surgisse o sonho de publicar um livro sobre a Wyna.


2- Este é o seu primeiro livro?

Sim, é o meu primeiro livro no gênero literário da ficção científica mas há 14 anos atrás eu já havia publicado um livro na área acadêmica do Direito.


3- Por que você escreve?

Eu escrevo porquê os sonhos sobre a Wyna foram tão bonitos, entusiasmantes e sensacionais que me impulsionaram e me motivaram a escrever sobre a Wyna que foi um meu grande sonho que eu realizei.


4- Como você encontrou inspiração para criar os personagens do seu livro?

 Encontrei inspiração primeiramente nas imagens, visões e nas maravilhas que vi em todo os meus sonhos lúcidos sobre a Wyna e também com base na minha imaginação e criatividade.

5- Sua história é uma ficção ou você acredita que exista vida em outros planetas?

Sim, mas a estória fictícia do meu livro reflete a minha convicção de que é óbvio que existe vida num Universo tão grande.


6- O que você diria para quem quer começar a escrever?

Eu sugeriria a todos aqueles que estão começando a escrever que sigam e persigam os seus sonhos e e que se deixem levar pela imaginação ou seja deem asas asas a imaginação e usem a criatividade ao máximo.


7- O que você diria sobre o mercado editorial hoje? Quais são as maiores dificuldades enfrentadas por quem deseja publicar?

Não posso dar uma resposta objetiva a este pois não conheço com a devida profundidade o mercado editorial, mas acredito que todos enfrentam dificuldades de mais diversa natureza tendo se a grande complexidade do ato de e da arte de escrever.


8- Quais autores lhe serviram como inspiração ao começar a escrever?

Um dos autores que muito me inspiraram no decorrer de minha vida foi o grande e famoso escritor britânico Arthur C. Clarke um dos maiores mestres do gênero literário da ficção científica cujas obra deu origem ao clássico filme de ficção científica - 2001, Uma Odisseia no Espaço e também os mais diversos autores de vanguarda da ficção científica do século XXI.


9- Aonde você deseja chegar como autor? 

 Eu também já tenho quase concluída a continuação da estória deste meu primeiro livro de ficção científica e espero publica-lo também futuramente como também outros livros do gênero literário da ficção científica. Ou em outras palavras desejo continuar a escrever livros de ficção científica.


10- Onde seu livro está disponível?

O meu livro de ficção científica está disponível para ser adquirido nos mais diversos sites, dentre os quais o da Editora Dialética, o da Amazon e o do Submarino.

Boa sorte, Gabriele. Desejo-lhe sucesso!






sábado, 16 de novembro de 2024

AMARGURA





 

E você descobre

Que está coberta,

Que se afogou

Na maré cheia,

E você entende

Que já é passada

A hora certa,

E que tem vivido

Espremida

Entre as horas alheias.

 

E você percebe

Que sua existência

Pede permissão.

E você se arrasta,

E você se gasta

Por compreensão.

E você se olha,

Não se reconhece,

Não sabe se sobe,

Não sabe se desce.

 

E você se esquece

De como chegou

Aonde chegou,

Não sabe aonde vai,

Se deve ficar,

Pois nem se dá conta

Do que lhe restou.

 

E você assunta,

Você se pergunta

Se valeu a pena,

- Protagonizou

O seu espetáculo,

Ou tem sido apenas

O receptáculo,

O palco cedido

A um outro show?

 

E você se sente

Sempre deslocado,

Os olhos vidrados,

Os lábios colados,

Coração pesado,

O ar rarefeito

O peito abafado.

 

E você se isola,

Pois a solidão

É a única cola,

Uma proteção

Um alívio, um jeito

De cuidar daquilo

Que ainda restou.

 

E você se vê

Em paz, finalmente,

A vida entre os dentes,

Os anos no fim

A vida no fim,

Lembranças em fileiras

Sobre as prateleiras

Empoeiradas

Catalogadas , etiquetadas:

“Aqui jaz o escopo

De uma vida inteira.”

 

 

 

 

 

 



 

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O MEDO

O MEDO   O medo é uma voz que grita, Mas só a ouve quem teme. Mas quem a teme, disfarça O coração que se esgarça, A voz sumida, que geme.   ...