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quinta-feira, 18 de julho de 2024

PALHA

 





Vasculho o entulho

Desse meu silêncio

Em busca de algo

Que eu tenha a dizer,

Uma inspiração,

Palavra parida

Do ventre da vida.


O vento fustiga,

Espalha os sentidos

Por sobre a calçada mal varrida,

Letras se confundem,

Se espalham, se afastam

Das frases não ditas.


Acho que me perco,

Penso que encontro

Um assento no olho

De um furacão.


Sou palha queimada,

Sou folha voando,

Eu sou o restolho

Após a colheita

Da desilusão.




4 comentários:

  1. Boa tarde Ana,
    Muito obrigada pela sua visita ao meu cantinho.
    O seu poema é maravilhoso!
    O silêncio tem sempre tanto para nos dizer!
    Há sempre algo a soprar-nos a esperança!
    Beijinhos e bom fim de semana.
    Emília

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  2. Quando procuramos o silêncio são as palavras que encontramos cheias da emoção que o coração guardou. Belíssimo poema.
    Uma boa semana.
    Um beijo.

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  3. Tenho para mim, Ana, que o silêncio sendo a "voz de Deus" como sói dizer-se, só pode ser a amálgama de pensamentos interditos às palavras ou questionáveis ou o sublime que se aninha em nós. Assim sendo, nasce esse vasculhar que vem iluminar outras consciências que procuram o que não acham. será?
    Belo como o que já nos habituou e tão pertinente! Obrigada pela sua visita tão gentil! Um grande beijinho

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  4. Boa tarde Ana
    Um poema triste, mas muito bem escrito o que o torna muito bom.
    Gostei!
    Bom fim de semana.
    Um beijo
    :)
    https://olharemtonsdemaresia.blogspot.com/

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