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terça-feira, 20 de agosto de 2019

Dia da Fotografia



Ontem foi o Dia da Fotografia, e eu me esqueci dele. Além disso, estive ocupada o dia todo, e não pude dar atenção às coisas virtuais como eu pretendia. Assim, deixo aqui alguns registros fotográficos que tenho feito aqui do meu mundinho, em homenagem a este dia - que já passou. mas as imagens ficam!









































quarta-feira, 14 de agosto de 2019

Translucidez









Translúcido dia
Paisagem leitosa
A lágrima desce
No rosto da rosa.

Pinheiros e cedros
Se alinham tão sóbrios,
Um cheiro bem fresco
No dia sombrio.

Um pouco de frio,
Um coração ébrio
Um peito vazio
De festa ou de tédio.

E eu vou passando,
E tu vais passando,
As nossas histórias
Nos véus da memória.

E o véu se desfaz
Por entre a neblina,
Translúcidos dias,
Translúcidas vidas.





quarta-feira, 7 de agosto de 2019

Como Começar a Construir Frustações


Daí, de repente você olha as pessoas perfeitas do comercial de TV e começa a pensar...


Então... o Youtube está cheio de personal coaches e spiritual coaches . Até eu abri meu canal por lá, o Espiritualidade na Lata - sendo que não o fiz para tentar colocar nada na cabeça das pessoas, mas para tirar certas coisas que às vezes entram e tornam as nossas vidas miseráveis sem motivos reais. 

Sempre sinto um calafrio na espinha quando assisto a vídeos onde os coaches afirmam o seguinte: "Você pode tudo! Se ainda não atingiu o seu potencial e conseguiu tudo o que quer, é porque está no caminho errado." Bem, eu concordo até "Atingir o potencial." Todos nós temos potencial para fazermos muitas coisas, baseados em nossos talentos e esforços pessoais. Mas quando chega na parte do "conseguir tudo o que quer," eu tenho minhas resistências... ninguém pode conseguir tudo o que quer, e faltar alguma coisa na vida é algo comum a todos nós. O problema é onde focamos: no que nos falta ou no que temos? No que podemos conseguir (nossos sonhos possíveis) ou em objetivos intangíveis?

Vejo pessoas dedicando seu tempo e suas vidas a tornarem-se algo para o qual não têm o talento necessário. Com esforço, até poderão chegar lá - mesmo que não se tornem realmente bons no que fazem -, mas valerá a pena, quando poderiam focar em um talento natural e atingir o seu total potencial ? Um bom exemplo sou eu mesma: quando criança, queria ser bailarina. Até consegui entrar para uma escola de jazz, mas eu era tão ruim, que dava pena.

O tempo passou e pensei em tornar-me cantora; até que eu canto direitinho, mas não sou e  nunca serei uma cantora talentosa, com um dom natural, e mesmo que nos dias de hoje haja muitos cantores que não cantam, prefiro ser uma professora de inglês que sabe ensinar inglês muito bem a uma cantora que engana bem. Posso cantar no banheiro, onde não incomodo ninguém.

Ok, eu creio na força do pensamento; mas não creio na força da teimosia. Existe um momento para parar de tentar quando batemos a uma porta que não quer se abrir. Se já tentamos outras estratégias, então é a vida que está impedindo que a porta seja aberta - talvez para nos livrar de um grande engodo ou sofrimento. Vamos bater à porta seguinte. Mas tem gente que fica batendo à mesma porta a vida toda, e se tornam frustrados e infelizes, daquele tipo de gente que está sempre reclamando e invejando o que os outros têm. Triste...

Há coaches e líderes espirituais que vivem a dizer a pessoas que estão doentes que, se elas não se curaram ainda, é porque estão fazendo alguma coisa errada. Mas quando eles mesmos adoecem, ao invés de usarem a força do pensamento positivo, vão se tratar no Copa 'Dor. Muito fácil chegar para alguém que more em uma favela e ganhe um salário por mês e dizer que ele pode fazer tudo; mas é necessário explicar também que sem trabalho duro e dedicação, sem contornar obstáculos, vencer preconceitos e fazer um trabalho hercúleo a fim de superar suas limitações, ele não chegará a  lugar nenhum. Nem todos estão dispostos a tais sacrifícios, porém. Mas isso não significa que não possam ser felizes do seu jeitinho.

Li certa vez a chamada para um livro que ensinava como tornar-se milionário antes dos sessenta anos. Ao ler o livro, vi que se tratava de sacrificar toda a sua juventude a fim de desfrutar de tal conforto em idade avançada (sendo que não há nenhuma garantia de que você de fato chegará lá): "Pare de tomar cafezinhos," o livro sugeria, mostrando o quanto se economiza em vinte anos se pararmos de tomar café. Também sugeria não comprar roupas novas, mas apenas em bazares, não viajar, não dar presentes caros, economizar na comida, morar em um lugar bem abaixo do que seu salário pode pagar, guardar a maior parte do dinheiro que ganhar, casar com separação de bens, etc...

Notou que, a fim de ser um milionário antes dos sessenta, você precisa desistir das melhores coisas da vida e da maioria dos prazeres da juventude?

Vão catar coquinhos. Eu quero tomar café e sorvete, almoçar em restaurantes de vez em quando, viajar, gastar meu dinheiro em livros, roupas, coisas bonitas para a minha casa, presentes bonitos para quem eu amo, enfim, eu quero mais é viver! Bem, eu não ficaria triste se me tornasse uma milionária, mas desde que eu não tenha que viver uma vida miserável durante anos e anos para conseguir.

Meus sonhos são reais, meus objetivos são tangíveis. Quero as pequenas coisas, as médias, e de vez em quando, as grandes coisas da vida. Estas últimas vêm como um presente quando a gente merece e sabe agradecer.


ps: Hoje tem postagem nova no meu blog de Tarôt! Com esta postagem, finalizo os 22 Arcanos Maiores.

Eis o link:


O CAMINHO DO APRENDIZ






quarta-feira, 31 de julho de 2019

ARTE MORIBUNDA









Escrever é uma arte que está morrendo por falta não de escritores, mas de leitores. Ninguém mais tem paciência de ler um texto com o devido cuidado que ele merece. Ninguém leva em consideração o tempo gasto pelo escritor a organizar suas ideias de forma coerente em uma tela de computador ou folha de papel. 

Escrever é um exercício da alma, que muitas vezes, é corajosamente desnudada sem qualquer pudor para ser apreciada, odiada, julgada ou ignorada. E me parece que a última opção é a que prevalece nos dias de hoje, porque ninguém lê mais.

Na era dos vídeos e das redes sociais que impõe limites de caracteres (como se as ideias e sentimentos pudessem ser devidamente expressados levando em conta uma matemática absurda, controladora e castradora), as pessoas estão deixando de ler. Alegam falta de tempo, mas na verdade, é falta de interesse mesmo.

Ler é dedicar sua atenção ao trabalho de outra pessoa, e o que acontece nos dias de hoje, é que todo mundo quer chamar a atenção para o seu próprio umbigo. O importante é ter likes e comentários, mesmo que tais comentários não tenham nada a ver com o texto escrito, o que expõe ao ridículo aqueles que equivocadamente comentaram devido a obviedade da sua não leitura. 

Mas quem se importa, não é mesmo? Ninguém lê sequer o texto, quanto mais os comentários.

Concluo que escrever tornou-se a mais solitária das artes, já que escrevemos para nós mesmos, e não mais para os outros. Fico pensando no que será da literatura daqui a alguns anos: resistirá? Da mesma forma, penso na arte da música, que tornou-se pólvora de cabeça de fósforo para consumo rápido. 

Na verdade, eu me sinto feliz por ter 53 anos em 2019, o que significa que eu não estarei aqui para ver um mundo sem arte, no qual autômatos postam sorrisos falsos em redes sociais e não têm uma vida real.

Viva a superficialidade!


"Lindo e reflexivo, visite-me em minha escrivaninha."






sexta-feira, 26 de julho de 2019

QUEEN







Ontem Roger Taylor, baterista do Queen, completou 70 anos de idade. Ao rever fotos antigas dele e do grupo no Instagram, outras imagens foram surgindo aos poucos em minha memória: Eu, uma menina de doze ou treze anos de idade, trancada em meu quarto após a escola, toca-discos rodando um dos vinis do Queen e minha cabeça totalmente cheia de fantasias, viajando muito longe dali.

Eu às vezes me deitava no chão, a cabeça entre as duas caixas de som, e ficava prestando atenção a cada instrumento, a cada nuance de voz, e conseguia perceber até alguns sons que certamente foram gravados sem intenção, como de algo caindo no chão ao fundo, no final da música “ ’39.”

Memorizei a maioria das letras, e carregava comigo alguns vinis sempre que saía de casa para visitar algum amigo. Assim, poderia sempre escutar as músicas.

Eu era uma fã. Uma fã solitária, sem arroubos de loucura insana, sem jamais ter ido a um show sequer da banda, nem mesmo quando eles estiveram aqui no Brasil, e sem saber absolutamente nada sobre a vida dos meus ídolos, já que cresci sem internet e as revistas da época não falavam muito sobre eles. Fotos? Apenas algumas que consegui em uma reportagem de duas páginas apenas na falecida Revista Pop – ícone da juventude dos anos 70/80. As fotos ficavam coladas na parte de dentro da porta do meu armário de roupas.

E hoje, após ver as fotos do grupo no Instagram, pedi que Alexa tocasse uma playlist do Queen no Spotify. Alexa, para quem não sabe, é a assistente virtual da Amazon. E cá estou eu, duas horas depois, ouvindo aqueles sons com os quais eu cresci, e que eu conheço de cor, sabendo exatamente todos os acordes de guitarra, reconhecendo todos os tons de voz e qual música vem depois de outra nos vinis, e a qual álbum elas pertencem.

Ainda há pouco, sentada lá fora, os cães ao meu lado, eu de repente olhei para o céu: um azul aquarelado com nuvens com consistência de sorvete aqui e ali. Uma brisa mansinha levando-as para lá e para cá. A gente olha para o céu e logo sabe que, se ele ainda está ali, é porque o tempo não pode ter passado tanto assim. E a menina que eu tenho dentro de mim se viu cantarolando as letras, e de repente, minha mãe e meu pai estavam em algum lugar da casa, minhas irmãs também, e algum amigo estaria chamando por mim no portão da casa querendo saber o que faríamos no final de semana.





Em Nova Iorque, enquanto fazia compras na Time Square, eu deparei com um sonho antigo: pendurada na parede de uma loja, uma camiseta de malha preta com o logotipo do Queen: os leões de Judá, os anjos, os cisnes e o nome da banda em baixo do desenho.

Estendi a mão e agarrei a camiseta, enquanto uma voz de censura falava dentro da minha cabeça: “Deixa de ser ridícula! Isso é coisa de adolescente, você em 53 anos!” Eu abracei a camiseta contra o peito, sentindo o coração bater na garganta, e respondi àquela voz: “Escute aqui, eu quero a camiseta, eu vou comprar e vou usar, e dane-se quem não gostar.” E graças a Deus, eu a comprei, e eu a uso, orgulhosa ao trazer no peito o símbolo da minha juventude, parte dos meus anseios, o motivo principal pelo qual eu aprendi a falar inglês e escolhi a profissão que eu tenho. Quando eu a visto, eu sou novamente aquela garota, a fã discreta e meio-tímida por fora, mas que arde por dentro.

Nestes momentos, eu não preciso de espelhos que me digam que eu não tenho mais treze ou quatorze anos, porque eu sei que eu tenho sim. As melhores coisas da vida não morrem nunca, nem envelhecem.









terça-feira, 23 de julho de 2019

De Cada Adeus








De cada adeus fica uma ponte,
Se a gente deixar ficar.
Uma brisa, uma lembrança,
Um barco solto no mar
Da fé e da esperança,
Uma luz que não se alcança,
Mesmo assim, irá brilhar.

De cada adeus, uma palavra,
Uma sílaba a brotar
Pouco a pouco, a cada dia,
Até que por elegia,
Dois mundos vão se tocar
Duas almas que há tempos
Anseiam o mesmo momento,
Hão de reencontrar
Uma à outra, de repente
Levadas pela corrente
Da onda que os separou
Bem dentro daquele mar.

De cada adeus, uma dor
Que quem fica, vai curar
E quem parte, quem dirá
Para onde a levará?





quarta-feira, 17 de julho de 2019

Prazer em Não Conhecer-te!







Olá, como vai?
Me diga seu nome, 
Talvez onde mora,
Sua cor preferida,
Mas não fale muito 
Sobre a sua vida,
Não quero saber
Qual é o seu time,
Sua ideologia,
Sua opinião
Sobre religião,
O que está bem dentro
Do seu coração.

Olá,  tudo bem?
Responda que sim,
Não fale demais,
(Não falo de mim)
Não quero escutar 
Sobre seus problemas,
Sua sexualidade,
Partido político,
E nem me interessa
Aquela maldade
Fininha, que paira
Tal qual poeirinha
De açúcar bem fino
Sobre a sua alma.

Olá, como vai?
Mantenha a calma,
Mantenha a lisura,
Quem sabe, a distância
Que reza a etiqueta
E a compostura!
Se somos amigos?
Poderemos ser,
Desde que respeites
A minha maneira
De ver e viver,
Sem intimidades
Tão desnecessárias,
E pode guardar
A sua navalha,
Pois não me interessam
Suas indiretas
Ou suas diretas.

Olá, como vai?
Sou Ana Bailune
Persona non grata
Em vários salões
Que já nem me importam,
Onde já nem vou
E nem quero ir,
Pois fazem chorar
Quando eu quero é rir,
E querem chegar
Quando eu quero é ir,
E querem gritar
Se eu quero dormir.

O prazer é meu,
Pode acreditar,
Se você for forte
Para respeitar
A minha mania
De ficar calada,
O meu gosto estranho
Por me sentir bem
Quando estou sozinha
Diante de um livro,
Na minha caixinha,
No meu quadradinho
Onde poucas almas
Podem adentrar
-Quanto mais, ficar!

Olá, como vai?
Podemos sentar-nos
Diante do fogo
E falar por horas
De coisas estranhas
E aleatórias,
Mas jamais pergunte
O porquê daquilo
Que eu faço ou aprovo,
Pois só tem a ver
Comigo e com Deus;
-Amigos, amigos,
Umbigos à parte!
Mantenha distância,
Relação é arte
Não quero deixar
De amar você!



Às vezes, conhecer as pessoas a fundo nos faz deixar de amá-las.

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